ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65

ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65
CAMPANHA MOVIMENTO 65

domingo, 31 de janeiro de 2016

Governador nomeia o Advogado Canindé de França secretário de Esporte

canindeesporte

O governador do estado, Robinson Faria, nomeou o advogado Canindé de França secretário estadual Esporte e Lazer, em substituição ao vereador licenciado George Câmara (PCdoB), que retoma seu mandato na Câmara Municipal a partir do próximo dia 2 de fevereiro. A cerimônia de posse está marcada para às 11h do dia 1 de fevereiro, no Centro de Convenções.
Atual secretário adjunto da pasta, Canindé teve sua promoção oficializada no Diário Oficial do Estado deste sábado (30), após a decisão de George Câmara em se afastar para disputar as eleições municipais. “Nossa pretensão de concorrer ao Executivo decorre do crescimento do partido. Já governa o estado do Maranhão, a cidade de Olinda/PE, governou Aracaju/SE. Está presente no parlamento e no executivo. É reforçar essa postura do PCdoB de se colocar a serviço da população”, diz George Câmara.
Gilv@n Vi@n@

sábado, 30 de janeiro de 2016

"Requião manda Folha e os que caçam Lula à PQP "


"O crime de Marisa? Não os mandarei se lixar nas ostras! Mas vão à PQP", escreveu Requião, postando ainda a imagem da canoa de lata, comprada pela ex-primeira-dama por R$ 4,1 mil.

Neste sábado, a Folha noticiou, em sua manchete principal, que uma aquisição de Marisa Letícia – a canoa de lata – a aproximaria do sítio em Atibaia (SP), usado pelo ex-presidente e seus familiares (leia mais aqui). Ocorre que Lula jamais escondeu que frequenta a propriedade, registrada por Jonas Suassuna, sócio de seu filho.

Graças a esses escândalos, o governador paulista Geraldo Alckmin, que tem exonerado vários auxiliares graduados por suposto envolvimento na máfia que desviava dinheiro da merenda escolar, se julgou numa posição confortável para qualificar Lula como uma pessoa "sem limites" éticos (confira aqui), provocando reação imediata do ex-presidente (leia aqui).

A reportagem da Folha ao menos teve o mérito de revelar que Lula, que já alvo de várias montagens na internet como se estivesse passeando em iates de luxo, pesca numa canoa de lata (leia aqui).

Com denúncias como a de hoje, o objetivo óbvio é tentar inviabilizar a volta de Lula, que deixou a presidência como o líder político mais popular da história do País.

Fonte: http://contrapontopig.blogspot.com.br/2016/01/contraponto-18298-requiao-manda-folha-e.html

Lula usa sitio de amigo e FHC usa apartamento de amigo em Paris. E daí?


É estarrecedor o que está acontecendo neste país. Virou manchete na Folha de São Paulo deste sábado que dona Marisa, esposa de Lula, comprou um bote para sua família usar no lago de um sítio em atibaia que um amigo e sócio de um de seus filhos empresta.

O bote foi comprado por quatro mil reais e a nota fiscal foi emitida em nome da esposa de Lula. Segundo a Folha, essa seria a “prova” de que, na verdade, o imóvel em Atibaia pertenceria a Lula. Afinal, se a família Lula investiu tanto no barco, só o faria se fosse proprietária do imóvel.

É hilariante. Lula tendo investido a fortuna de quatro mil reais no bote acima, está provado que é o verdadeiro dono do sítiozinho.

A mesma lógica, porém, não vale para outro político envolvido há décadas em denúncias de corrupção que nunca são investigadas pela imprensa ou pelos órgãos competentes graças a conchavos.

Lembram-se da velha história do apartamento de FHC em Paris, denunciada por Janio de Freitas quando o tucano deixou a Presidência, em 2003, e foi “descansar” na “Cidadade Luz” durante uma bela temporada?

Por muito tempo espalharam que o apartamento na luxuosa avenue Foch, em Paris, um dos endereços mais caros da cidade, seria de FHC. Formalmente, porém, nunca foi. O imóvel pertence à família de Jovelino Mineiro, parceiro e sócio de FHC em alguns negócios, inclusive em uma fazenda em Buritis, MG.

Abaixo, foto do amigo do tucano e da avenida em Paris onde fica o imóvel que FHC usa, assim como Lula usa imóvel de amigo em Atibaia.

bote 1
Foi Jovelino Mineiro quem, no final do governo FHC, passou o chapéu
para arrecadar dinheiro para o tucano entre empresas hoje enroladas
na Lava Jato, tais como Odebrecht e Camargo Correia.
Em um jantar, FHC levantou R$ 7 milhões para a montagem do Instituto FHC; “uma noite de gala”, noticiou a revista Época em 2002, sem se escandalizar com o fato de que um presidente e seu melhor amigo rodavam a sacolinha em pleno Palácio da Alvorada, durante o mandato

A revista apagou a matéria de seus arquivos na internet para tentar proteger FHC, mas foi possível recuperá-la em cache. Confira, abaixo.

bote 2

Note, leitor, que, até prova em contrário, tanto FHC quanto Lula podem usar imóveis cedidos por amigos. Se um engenheiro da Odebrecht assessorou o amigo de Lula na construção do sítio, a mesma Odebrecht doou milhões para o bolso de FHC enquanto este ainda era presidente. E o tucano usa imóvel em Paris de propriedade de alguém com amplo envolvimento com empreiteiros envolvidos na Lava Jato.

Sim, o mesmo FHC que foi recentemente acusado por Nestor Cerveró de ter recebido 100 milhões de propina.

Está muito claro, meus amigos, que é tudo uma enorme armação contra Lula com fins estritamente eleitorais. Querem tirá-lo da eleição de 2018. Apenas isso. Por essa razão ficam inventando factoides.

O que é grave é que estão usando o Ministério Público e a Polícia Federal para ataques políticos. Imagine se essa gente voltar ao poder. Se fora do poder faz isso, quando estiver no poder transformará o Brasil em uma ditadura. Quem pensar diferente será preso ou até executado e ninguém poderá dizer nada.

Se você não lutar contra isso, será cúmplice da ditadura que estão para instalar no Brasil. Depois não reclame.

Eduardo Guimarães
No Blog da Cidadania

Fonte: http://www.contextolivre.com.br/2016/01/lula-usa-sitio-de-amigo-e-fhc-usa.html

MUNDO: Ano novo, crise nova

O ano começou com uma nova crise bolsista mundial. Apesar das flutuações, é claro que estamos perante uma nova convulsão do sistema financeiro internacional.

Por Jorge Cadima, no Jornal Avante 


Há um fato incontornável: as políticas de miséria para os povos, mas de subsídios para o grande capital financeiro (como os chamados programas de Quantitative Easing – QE que o banco central dos EUA procura agora reduzir), promovidas após 2008, não resolveram os problemas de fundo do sistema capitalista mundial: agravaram as dívidas e as bolhas especulativas, sem redinamizar a economia produtiva. 

Mas o capitalismo mundial já não funciona sem essas injeções de dinheiro fácil na veia. William White, ex-economista-chefe do BIS (o "banco dos banqueiros") e atual figura de destaque na OCDE é claro: "a situação hoje é pior do que era em 2007. Já foram usadas praticamente todas as nossas munições macro-econômicas. […] As dívidas continuaram a avolumar-se durante os últimos oito anos e alcançaram níveis tais em todo o mundo que se tornaram uma fonte séria de problemas. Tornar-se-á óbvio na próxima recessão que muitas destas dívidas não serão [pagas] e isto será pouco confortável para muita gente que pensa que tem bens com valor". 

O jornalista que obteve estas declarações na véspera da abertura do recente Fórum Econômico Mundial de Davos acrescenta que o "QE e as políticas de dinheiro fácil da Reserva Federal dos EUA e seus congêneres" são uma espécie de "tóxico-dependência", em que se gasta hoje aquilo que não se possui, mas que "acaba por perder efeito" e o dia chega em que "não há dinheiro para gastar amanhã".

"Dinheiro fácil" só existiu para os grandes banqueiros e capitalistas. Na semana passada (18), a organização de caridade inglesa Oxfam publicou um relatório com o título "Uma economia para os 1%". Cita o gigante financeiro Credit Suisse para afirmar que os 1% mais ricos detêm hoje mais riqueza do que os restantes 99% da população mundial. A Oxfam acrescenta outros números impressionantes: em 2015, 62 indivíduos possuem a mesma riqueza que 3,6 bilhões de pessoas (metade da população do planeta). Desde 2010, a riqueza destes 62 multi-milionários aumentou 44%, enquanto que para a metade mais pobre da Humanidade se verificou uma quebra de 41%. 

A crise não foi, seguramente, para todos. Não só não houve “sacrifícios repartidos”, como a crise do capitalismo foi usada para promover uma autêntica pilhagem de classe que engordou muito o grande capital à custa dos povos. Os orçamentos do Estado são usados para salvar os banqueiros, mas os banqueiros nem sequer pagam impostos para financiar os orçamentos do Estado. O Jornal de Negócios online publicou uma notícia sobre Portugal com o título "As 1000 famílias que mandam nisto tudo (e não pagam impostos)". Não é um problema só português. A Reuters noticiou que "sete dos maiores bancos de investimento que operam em Londres pagaram pouco ou nenhun impostos na Grã-Bretanha no ano passado". Os sete referidos gigantes financeiros tiveram em 2014 lucros de 5,3 bilhões de dólares naquele país, mas pagaram de imposto apenas 31 milhões, ou seja, menos de 0,006% dos seus lucros. Cinco dos sete nem pagaram um penny. Quem esteja à espera que o problema se resolva com "mais regulação" ou "mais Europa" bem pode esperar sentado: entre os sete mega-caloteiros encontra-se a Goldman Sachs, de onde saiu o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi.

A nova explosão de crise em 2016 vai agravar todas as já agudíssimas contradições no seio do capitalismo mundial. Conscientes de que uma nova ronda de "austeridade" para os trabalhadores e povos "emanará do céu" para os multimilionários não é compatível com a democracia, as liberdades e a paz, setores importantes da classe dominante preparam a via da repressão, do autoritarismo e da guerra. Para os trabalhadores e povos não há outra opção, senão preparar-se para o embate.

Fonte: VERMELHO.ORG.BR

Manifestantes protestam contra genocídio de jovens negros

Pelo terceiro ano ato ocorreu na praça da Sé no dia do aniversário de São Paulo. Entidades de defesa dos direitos humanos denunciam assassinato em massa desses jovens.




Fonte: vermelho.org.br

Denúncias sobre preconceito a LGBTs aumentam quase 100%

 

O Disque 100 recebeu mais de 324 mil denúncias de violações de direitos humanos em 2015. O preconceito por orientação sexual é um dos dados que mais chamou atenção. Aumentou 94% em comparação ao último relatório. A discriminação contra a população LGBT ocorreu em grande parte na internet, em redes sociais.



Intolerância religiosa, abuso financeiro de idosos, trabalho escravo, exploração sexual infantil são outros exemplos de denúncias. Ao todo, 137 mil registros foram encaminhados a órgãos de controle e investigação. Pouco mais de 16% foram respondidos. O secretário de Direitos Humanos, Rogério Sottili, diz que o número de denúncias encaminhadas e monitoradas é satisfatório.

Fonte: vermelho.org.br

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Sobre a cidade e as pessoas

Ruas cheias de blocos de carnaval, pessoas fantasiadas, sorrisos, bicicletas e skates, uma cidade liberada para as pessoas, assim estava a cidade de São Paulo em seu 462° aniversário. Ruas fechadas para o trânsito, motoristas insatisfeitos e prefeito levando uma garrafada de um movimento que pauta justamente a mobilidade urbana, assim também estava a cidade de São Paulo em seu 462° aniversário.
Como coloca o jornalista Pedro Alexandre Sanches, em seu blog Farofafa (hospedado no site da revista Carta Capital), que compartilhamos na íntegra abaixo: “…parece evidente a qualquer bom observador que Haddad, malandramente, está expandindo pela cidade e entre as cidadãs e os cidadãos o conceito de uso público das vias públicas da cidadania. Um dia fecha aqui, outro dia fecha acolá, daqui a pouco, pluft!, está a cidade inteira presa e interditada. Ou, variando-se o ponto de vista ideológico: um dia abre aqui, outro dia abre acolá, daqui a pouco, vrah!, está a cidade toda livre e desimpedida”.
Em ano de eleição para a prefeitura, o jornalista aponta que “as urnas já estão abertas”, e para além disso, a capital paulista atravessa um momento de “choque de mentalidades”, entre os que pensam que “o carro (ônibus, caminhão, helicóptero, metrô, avião etc.) é maior que as gentes e quem pensa que as gentes são maiores que o maior avião supersônico que exista no mundo”. A ausência da grande mídia na cobertura da melhor parte da festa da cidade também é notada por Alexandre Sanches: “Os robocópteros da Rede Globo não sobrevoam os girassóis”.
Confira o texto:
O choque está nas ruas – Por Pedro Alexandre Sanches
“Esse prefeito bloqueou a cidade inteira. Eu não posso mais sair de carro”, queixa-se o homem de meia idade a sua esposa. Ambos bebem vinho e estão instalados confortavelmente num restaurante mais ou menos exclusivo de um shopping center mais ou menos exclusivo da cidade de São Paulo. Lá fora, sem tanto conforto e ao ar livre, a capital do estado de São Paulo comemora seu aniversário de 462 anos de idade.
Cá dentro, o homem e sua esposa aguardam a refeição e examinam o cardápio que têm em mãos para depor Fernando Haddad da cadeira de prefeito paulistano nas eleições que vêm aí. Ele cita primeiro João Doria Jr., em seguida Andrea Matarazzo. Lá fora, a cantora baiana Daniela Mercury já terminou de arrastar em trio elétrico um mar de gente feliz pelas ruas provisoriamente desabitadas de carros da já quase quinhentona cidade.
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Paulistanos de cá e de lá, autóctones ou alienígenas, vivemos todas nós esse choque de mentalidades. Não é a tropa de choque da Polícia Militar do governador Geraldo Alckmim, mas sim o choque de mentalidades que ganha as avenidas e os shoppings da capitania neste feriado ao mesmo tempo chuvoso e ensolarado.
O domingo, véspera do aniversário, é dia atípico mesmo para os dias de folga e feriado em SP. Começa corriqueiro, como já estamos quase nos acostumando: a dada altura a avenida Paulista se fecha para os automóveis e se abre para bicicletas, skates, patins, pés calçados e pés descalços. Às 15h, a mais emblemática avenida da cidade parece um festival de superestrelas do rock, com idosos, crianças, bebês, cachorros e patos gigantes infláveis da Fiesp ajudando a compor a plateia que também é palco.
De repente cai um temporal, prova inconteste de que o taciturno José Serra se encontra à espreita para ocupar o lugar guardado por Andrea Matarazzo na disputa que vem aí. A Paulista se esvazia como por encanto, para júbilo da mentalidade serrista. A chuva de verão para. A Paulista se enche novamente, novamente como que por encanto.
Cumprido o trajeto mais corriqueiro, vou para a novidade. Desço a colina da Paulista ate as esquinas entre as avenidas Brigadeiro Faria Lima e Rebouças, onde Daniela Mercury já começou a cantar sucessos carnavalescos (ou não) da Bahia e do Brasil. Há outra multidão atrás (e na frente) do trio elétrico, e a olho nu parece dez vezes maior que a multidão do domingo banal nas praias da Paulista.
Conforme a massa humana evolui, a engenharia de tráfego vai interditando longos trechos avenidados da Faria Lima, da Rebouças, da Brasil, da Henrique Schauman, da Consolação, à noite novamente da Paulista.
O homem do shopping tem razão: parece que Haddad bloqueou a cidade inteira nesse domingo de pré-carnaval!
Mas é aí que entra o choque de mentalidades. O oceano de gente feliz bloqueia, sim, as avenidas, mas para quem? Para os seres de duas ou de quatro patas? Para os seres de quatro patas ou de duas rodas, de duas patas ou de quatro rodas?
A certa altura, a foliã e o folião percebemos arrepiados até o couro cabeludo que a avenida Rebouças, rastejante que nem cobra pelo chão, está inteirinha livre e desimpedida para a circulação dos pedestres, das ciclistas, dos patinadores, das skatistas, dos cachorros, das crianças. A avenida está de fato bloqueada para os automóveis, mas paradoxalmente (ou não) há mais gente circulando livremente pela cidade do que haveria se o trânsito estivesse parado, cada qual no seu carrinho.
Não converso com ninguém da prefeitura para escrever este texto. Não sei se o “bloqueio” da “cidade inteira” é (como diria a verde Marina Silva) programático. Mas parece evidente a qualquer bom observador que Haddad, malandramente, está expandindo pela cidade e entre as cidadãs e os cidadãos o conceito de uso público das vias públicas da cidadania.
Um dia fecha aqui, outro dia fecha acolá, daqui a pouco, pluft!, está a cidade inteira presa e interditada. Ou, variando-se o ponto de vista ideológico: um dia abre aqui, outro dia abre acolá, daqui a pouco, vrah!, está a cidade toda livre e desimpedida.
À experiência de cada cidadã ou cidadão, seja no shopping ou na avenida, cabe definir e compreender qual posição é de mudança ou de reação, progressista ou reacionária, transformadora ou estacionária. As urnas já estão abertas, para mim e para você. Inacreditavelmente, a cidade que antes parecia ser só fígado passou pelas gestões culturais do tropicalista Juca Ferreira e do urbanista Nabil Bonduki e agora está toda fantasiada, em pleno e mero janeiro. O carnaval nem chegou e as avenidas estão apinhadas não apenas de gente “normal”, mas também de faraós, ciganas, sereios, índias, personagens de HQ, evas, adões.
Para os do lado de lá do muro e para os do lado de cá do muro (e também para quem vive acocorado em cima do muro), uma enxurrada transgressora, revolucionária, passa por nós como se fosse o rio dos subterrâneos do Anhangabaú da Felicidade. Diante do aniversário-carnaval, os conceitos de mobilidade urbana ficam momentaneamente em choque, em xeque.
O Movimento Passe Livre (MPL) não comparece aos festejos de carnaval aniversário (ou parece que comparece, mas para apenas para xingar o mundo e jogar garrafa plástica na testa do prefeito também aniversariante). Seguindo o trio de Daniela, eu torço para que tais bravos jovens estejam sim presentes na passeata do prazer, ainda que camufladas em fantasias outras que não as placas e os dizeres de ordem de sempre.
Na militância à moda antiga, do tipo que ainda manda flores e recebe bombas, o MPL-sigla deixa de perceber que, em pleno movimento, a cidade inteira “bloqueada” pelo prefeito é também um movimento de passe livre, sem sigla nem maiúsculas. O movimento, desorientado, queda-se perplexo diante do próprio enigma: menino mimado ou mulher adulta?
Os conceitos de passe livre, de livre passagem e de um mundo sem (ou com) catracas estão em cheque, em xoque. O choque de mentalidades é entre quem pensa que o carro (ônibus, caminhão, helicóptero, metrô, avião etc.) é maior que as gentes e quem pensa que as gentes são maiores que o maior avião supersônico que exista no mundo. As catracas ainda não todas, mas as urnas agora vivem abertas.
A Polícia Militar do governador queda paralisada em meio à festança.
Os robocópteros da Rede Globo não sobrevoam os girassóis.
Há famílias inteiras curtindo a marola, a maré, a maresia (apesar da crise).
O clima é pacífico e ordeiro, ainda que alucinado por hits como “Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás”, de Raul Seixas.
Apesar da paz, da harmonia, das famílias e da crise na mobilidade automobilística na “maior cidade”, o Partido da Imprensa está calado diante do domingo atípico de feriadão aniversariante.
Os black blocs, se vieram, vieram fantasiados de odalisca, padre ou jacaré.
Os anonymous estão beijando na boca atrás da árvore centenária que nem percebíamos que mora no canteiro central da Rebouças com a Paulista e a Consolação.
As artérias da maior cidade da América do Sul estão tentando se livrar do colesterol (estão?).
Enquanto os militantes do Passe Livre hostilizam o promotor da passeata do passe livre, a passeata passeia e passa livremente pelas avenidas desbloqueadas da cidade aniversariante. A chuva e o sol simultâneos demonstram que, chova ou faça sol, a refrega de 2016 será dura na cidade indecisa entre o público e a privada, entre os quadrados e as rodas, entre os bípedes e os quadrúpedes, entre o passado e o futuro.
Fonte: UJS

ECONOMIA: Jessé de Souza: Gramática do golpe modernizou-se no Brasil

Atual presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o sociólogo Jessé de Souza é conhecido pelo pensamento agudo e a argumentação desassombrada. Seu novo livro, A Tolice da Inteligência Brasileira, confirma essas características. 

Por Miguel Martins*, na Carta Capital


 
 

Ao analisar o desenvolvimento do pensamento no e sobre o País, Souza não poupa ninguém, nem mesmo Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda. Segundo ele, o pensamento culturalista brasileiro tornou-se um instrumento das elites para influenciar a classe média na demonização das instituições e da classe política, o que esconderia a verdadeira intenção da parcela mais rica do País: apropriar-se novamente do Estado brasileiro. 

Na entrevista a seguir (concedida à revista Carta Capital), Souza também critica o conceito de nova classe média criado por seu antecessor no Ipea, Marcelo Neri. Os setores médios tradicionais, argumenta, possuem privilégios não materiais inacessíveis aos novos trabalhadores. Essa classe média tradicional, acrescenta, é um dos três pilares da atual “gramática do golpe”. Os outros dois são a mídia e a Justiça, que substituiu as Forças Armadas nesta aliança.

Carta Capital: No livro A Tolice da Inteligência Brasileira, o senhor critica a perenidade dos mitos nacionais. A busca dessa identidade teria reforçado preconceitos sobre o brasileiro ser corrupto, levar tudo “no jeitinho”, ser hospitaleiro e amável, entre outros estereótipos. Neste ano de recrudescimento conservador no País, os mitos estão mais fortes?

Jessé de Souza: Os jornalistas, os professores e os livros no Brasil ainda recorrem a intelectuais que moldaram nossa interpretação em torno dessas questões. São ideias equivocadas, não valem um vintém do ponto de vista científico, mas convencem e mandam no País. Sempre que um governo popular chegou ao poder, as elites recuperaram o pensamento culturalista formulado desde 1933.

O ano do lançamento de Casa-Grande e Senzala.

Exato. A genialidade de Gilberto Freyre foi interpretar o País em uma comparação com os Estados Unidos, o grande outro do Brasil. Ele valorizou o encontro de raças e o classificou como um encontro de culturas. Como sempre perdíamos na comparação com os norte-americanos, era preciso criar um mito positivo, algo que a população pudesse aceitar e incorporar. Formulou-se então um mito que valoriza nosso corpo, sentimento e sexualidade. Embora absurdo, tendemos a aceitar que os norte-americanos e os europeus representam o espírito, a racionalidade, são mais produtivos e confiáveis, não são corruptos. Em Freyre, isso ainda é ambíguo.

Quando Sergio Buarque de Holanda reproduz esse mito no homem cordial, acaba por absorver apenas a parte negativa do antecessor, ao opor o homem cordial brasileiro ao homem racional norte-americano. Para pintar o Brasil como o país do atraso, os conflitos reais têm sido postos na sombra em nome de uma disputa entre Estado e mercado que passa a ser incensada. Não existe esse conflito. Cria-se esse falso certame para silenciar a luta de classes, na qual quem monopoliza o conhecimento e domina o capital cultural são as elites e a classe média.

Embora não se veja dessa forma, a classe média brasileira é privilegiada?

Sem dúvida. Apesar de não ter acesso ao capital econômico do 1% mais rico, a classe média tem uma herança invisível, como estímulos emocionais e a capacidade de concentração, algo que os pobres não têm. Muitos entram na escola como potenciais analfabetos funcionais, antes mesmo de sua trajetória escolar. O liberalismo defende que a escola pode resolver os problemas sociais. A questão não é, porém, apenas a qualidade do ensino, mas toda uma construção emocional, sentimental, de estar aberto ou não ao pensamento abstrato, ao cálculo, ao pensamento prospectivo. Nada disso é natural, é um privilégio. A classe média tem tempo para planejar sua carreira ao longo da vida. Por batalharem demais no presente, os trabalhadores precarizados não têm essa perspectiva. 

Há uma crítica no livro à prevalência do economicismo nas análises de Marcio Pochmann e Marcelo Neri, seus antecessores no Ipea, sobre a ascensão social dos últimos anos. Esse foco excessivo na criação de empregos e na distribuição de bens materiais tem pago um preço neste momento de crise econômica?

Esse é o ponto principal. Até 2010, só se falava em nova classe média. Passei a defender então o conceito de nova classe trabalhadora precarizada. Os trabalhadores tradicionais têm diminuído, enquanto o capitalismo financeiro ergue uma classe trabalhadora para suas próprias necessidades, não somente no Brasil, mas na China, na Rússia, em todos os locais onde há quem se disponha a fazer de tudo por muito pouco. E são esses precarizados que cresceram entre nós.

Os governos petistas não fomentaram a formação de uma nova classe média. Os batalhadores continuam sem qualquer privilégio de nascimento. A grande herança desses últimos 15 anos foi a manutenção desse processo de ascensão dos excluídos para uma classe trabalhadora, mesmo precarizada. Há inclusão no mercado, emprego formal e a possibilidade de investimento em educação para os filhos dos batalhadores. É preciso mudanças consequentes para se formar uma classe trabalhadora qualificada com alta produtividade, o grande desafio para o Brasil deixar de ser um exportador de matéria-prima. 

Muitos dos novos trabalhadores têm ficado alheios à atuação sindical, e explicam sua ascensão social mais por méritos próprios ou pela intervenção divina do que pelo sucesso de políticas públicas. Isso fragiliza a base de apoio a um governo popular?

Se a esquerda não construir uma alternativa, a única narrativa válida para os batalhadores será o pentecostalismo, que atrela em grande medida essa classe aos interesses de mercado. Isso não é, contudo, chapado. No Nordeste, essa classe percebe a relação da ascensão com os programas sociais, até porque lá a miséria anterior era muito maior. Sabem que devem a Lula. No Sudeste, a visão de que Deus ou o mérito pessoal foram mais relevantes é mais forte. Têm uma visão egoísta de mundo, atrelada a interesses de mercado. Essa própria classe não percebe quem são seus aliados políticos. O que mostra a pobreza de narrativa da própria esquerda. 

Sobre as manifestações de junho de 2013, seu livro afirma que o dia 19 foi a grande virada, com a formação de um novo pacto conservador. Como o senhor interpreta a atual crise política em face desse pacto?

 Existe uma estrutura, uma gramática do golpe no Brasil. Ele mudou, modernizou-se, mas mantém a mesma estrutura. O golpe precisa do “bumbo” tocado pela imprensa conservadora, do suporte da classe média e de um elemento constitucional para dar a aparência de legalidade à captura da soberania popular. Nos governos democráticos de Getúlio Vargas e João Goulart, esse elemento eram os militares, pois a Constituição previa a intervenção das Forças Armadas em caso de desordem. Essa gramática modernizou-se: não está ancorada mais na botina do general, mas na toga da lei. O elemento constitucional atual são as agências de controle, a Polícia Federal, os juízes justiceiros, postos para além do bem e do mal. 

Vivemos um momento crucial?

É uma esquina da nossa história. Ou aprofundamos o que conquistamos nos últimos 15 anos, um processo abortado há 60 anos, ou voltamos a um Brasil governado para 20%, aquele erguido pelo golpe de 1964. 



*Miguel é jornalista. A entrevista foi publicada originalmente na edição 876 de CartaCapital, com o título "O demolidor".
Fonte: vermelho.org.br

MUNDO: Lênin, risonho e bem humorado

Conservados nos arquivos do então Partido Comunista da União Soviética, os filmes vão de 1918 a 1921, quando Lênin dirigiu o início da construção do socialismo na URSS.

Os filmes conhecidos que registram a figura histórica de Vladimir Ilyich Lenin foram reunidos, em 1969, por Mikhail Romm, no documentário Lenin vivo, ou Lenin em vida. Postos em ordem cronológica e acrescidos de comentários, formam material indispensável ao estudo do comunismo, da União Soviética e do século 20. 

Por José Carlos Ruy


São notáveis as cenas do segundo (1920, das "21 condições" da Internacional Comunista) e terceiro (1921, da adoção da "frente única" pela IC) congressos da Comintern, que forjou o marxismo-leninismo e os partidos comunistas no século 20. 

O discurso com a voz de Lenin, no meio do documentário ("Apelo ao Exército Vermelho", pode ser lido e ouvido na íntegra aqui: http://fishuk.cc/lenin-fala4. . É uma raridade! 

Alguém disse certa vez que o pleno entendimento da dialética só é possível se houver bom humor. Pois bem, nestes filmes podemos ver um Lênin sorridente, de olhar vivaz, e quase sempre (como ele próprio preveria, segundo o testemunho de Gorki) no meio do povo e dos militantes.  


Do Portal Vermelho
Fonte do vídeo: You Tube

BRASIL: Eleição para líder do PMDB se acirra e tem disputa voto a voto

A eleição para definir o próximo líder do PMDB na Câmara ganhou dimensões maiores que o previsto até o final do ano, e os candidatos parecem disputar cada voto como se concorressem à presidência da Casa. Com 67 parlamentares, a bancada da legenda, a maior da Câmara, demonstra divisão ainda maior que em outras disputas.

Por Por Hylda Cavalcanti, na Rede Brasil Atual


 
 

E os candidatos, o atual líder, Leonardo Picciani (RJ), e o deputado Hugo Motta (PB) já iniciaram maratonas de reuniões nos estados para conversar com cada um dos colegas.

Picciani esteve duas vezes em Minas Gerais, participa de reuniões em Brasília até sexta-feira (29) e promete seguir um roteiro de viagens nas próximas semanas. Diz que pretende conversar, inclusive, com representantes de diretórios estaduais, para negociar apoio ao seu nome. Já Motta, que tem como padrinho o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), dá ênfase, neste momento, aos estados nordestinos. A exceção foi Minas Gerais, onde Motta compareceu a um encontro no final de semana. Mas ele já confirmou que dará início às visitas aos demais estados durante o período do carnaval, com a presença do próprio Cunha – que prometeu acompanhá-lo.

Nos bastidores, a grande repercussão do dia, hoje, foi a notícia de frase pronunciada por Cunha no domingo entre amigos. “Ganho essa eleição de todo jeito, nem que me ferre inteiro”, teria dito ele sobre a disputa e o empenho para alçar Motta à liderança. Para os aliados do presidente da Câmara, sua insatisfação com Picciani, que era um antigo aliado e por quem se sente traído nos últimos meses, passou a fazê-lo ver a eleição e vitória de Motta como “questão de honra”.

Será, também, um bom termômetro para o deputado testar a popularidade que ainda tem, depois das denúncias e investigações contra ele, o envolvimento na Operação Lava Jato, a retomada dos trabalhos do Conselho de Ética da Câmara, em que tramita o processo que o investiga e, principalmente, o julgamento da ação que pede o seu afastamento do Cargo – prevista para fevereiro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesse cenário turbulento, os grupos dos dois candidatos agem como sempre: em reservado, demonstram preocupação, dizem que o pleito será disputadíssimo e pedem votos. Em público, garantem contar com a maioria dos votos necessários para ganhar.

Maioria simples

Depois da desistência de Leonardo Quintão (MG), na última quinta-feira (21), a única certeza sobre o pleito é que não haverá segundo turno. Como o sistema de votação definido será por maioria simples (o equivalente à metade dos votos mais um), os cálculos da liderança do PMDB (ocupada hoje por Picciani e formada por assessores ligados a ele) são de que o atual líder conta com 37 votos garantidos. Entre os adeptos de Hugo Motta, o que se diz é que faltam 12 votos para decidir a disputa.

Duas preocupações estão ligadas ao apoio do Palácio do Planalto e aos votos que estavam garantidos para Quintão antes de ele desistir da candidatura. No caso do Planalto, a tendência sempre foi por ajudar Picciani, visto pelo Executivo como o líder ideal do partido. Mas nos últimos dias Hugo Motta tem feito jogo duplo e, apesar de ter o apoio de Cunha – que faz oposição cerrada ao governo –, pediu para ter audiências com ministros da coordenação política.

O discurso de Motta é de que discutirá as propostas legislativas encaminhadas ao Congresso da forma como for decidido pela bancada, mesmo que elas não sejam do interesse do governo. Mas estará sempre disposto a conversar e negociar com o Planalto. “Farei o que deve ser feito, como é o papel de um líder. Procurarei ouvir e conduzir a bancada do PMDB como deve ser feito. É isso que nos falta, porque é tudo o que o Picciani não tem feito”, alfinetou.

Já Picciani se mantém quieto em declarações mais ácidas e tem se preocupado no retorno de peemedebistas que estejam licenciados, caso a eleição fique mais apertada do que se espera. Um destes pode ser o ministro da Saúde, Marcelo Castro (PI).

Desgastado no governo por declarações desastrosas que tem dado sobre o combate ao zika vírus, Castro tem sido alvo de integrantes do governo, que pedem a sua saída do cargo. Mas, de certo, o que se sabe mesmo é que o ministro – que é deputado licenciado e do PMDB – deverá se ausentar da pasta por um ou dois dias para retornar à Câmara e votar a favor de Picciani. Outros nomes que estão incluídos na mesma estratégia são de deputados que ocupam secretarias no Rio de Janeiro, em Alagoas e em Mato Grosso.

Transferência de votos?

Em relação ao deputado Quintão, ficou claro já no dia seguinte à sua desistência que o parlamentar não conseguirá transferir os votos que tinham sido prometidos a ele para Leonardo Picciani, com quem fechou acordo. Isso porque Quintão se comprometeu a apoiar a recondução do atual líder, mas muitos do grupo que o apoiava fazem parte da ala oposicionista do PMDB e preferem votar em Hugo Motta.

“Não se faz o que ele fez, de última hora (sobre a atitude de Quintão). Vamos apoiar o Motta porque queremos mudar o líder que está aí, que não lidera nada, apenas reproduz os recados que recebe do governo”, diz o deputado Osmar Terra (RS). “Não esperávamos essa reviravolta porque o Quintão se lançou como candidato próprio. Se ele acha que o grupo que iria votar nele o seguirá, vai perder feio”, completa o oposicionista Darcísio Perondi (PMDB-RS). 

Fonte: vermelho.org.br

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

TRANSVIVO: NÃO USO MAIS BIQUÍNI

Ano passado tomei uma decisão importante: não uso mais biquíni. A praia é o lugar em que as desigualdade de gênero ficam evidentes, como um Apartheid: pessoas com pênis usam sunga e pessoas com vagina usam biquíni. Sempre detestei biquíni mas nunca consegui expressar bem o porquê, mas era como se aqueles poucos centímetros quadrados me penetrassem a alma furando minha dignidade. Não tinha vocabulário para me defender, só tinha a raiva. Uma raiva que foi me consumindo e me separando das pessoas. Me isolei. Não conseguia explicar. Não tinha as palavras na minha boca, mas o mal-estar me consumia.
Achava as marcas de sol em mim uma grande derrota, uma cafonice sem fim. Quando me olhava no espelho, sentia vontade de vomitar por me achar tão idiota. De uns tempos pra cá, adotei a sunga. É muito mais confortável e não fere a minha alma. Não tem fio me cortando debaixo do sovaco e nem marquinha cafona. Mas tem outras coisas.
Tem o perigo de agressão constante, tem pessoas que não me convida mais para suas piscinas, tem expulsão. Quando fico de sunga e meu peito é lido como feminino, sendo proibido e criminalizado, faço um convite. Eu te convido a aceitar o SEU corpo e a me ajudar a aceitar o meu. Te convido a cooperar com a ocupação dos corpos trans nos espaços de convivência. Te convido a entender que peito e boceta são partes do corpo humano como outras qualquer. Te convido a respeitar os direitos das mulheres e te convido a mudar a seguinte realidade: o Brasil é o país que mais mata trans no mundo.
O verão pode ser bem barra pra quem sempre escutou que o próprio corpo é errado. A estação tem esse apelo de celebração corporal, mas como faz isso quem é ensinado a se odiar? Sim, porque o que mata a gente é o ódio e ele vem de todos os lados. Da sociedade, da escola, da família… E chega tão perto que entra na gente.
Me abrir aqui, nessa coluna, é um ato de amor próprio e aos meus iguais. Eu não acho justo que nessa época do ano, que é tão BIZARRAMENTE quente em nosso país, parte da população seja simplesmente proibida de ocupar as piscinas públicas e as praias. Quantos homens trans você já viu na praia? O que parece é que para ocupar esse espaço de mínimo frescor a gente precisa ser obrigado a se vestir e comportar como pessoas CISgêneras, o que não somos. É real, não nos identificamos com o gênero que nos obrigaram a viver. E gênero, meu amor, está no biquíni e na sunga.
Quero aproveitar esse espaço para agradecer a todas as pessoas que não me deixaram ser espancado nas praias cariocas, que cooperaram comigo, que sentaram perto, que me enviaram olhares de suporte. Em especial, agradeço às mulheres. Não teria a coragem de tirar a camiseta se não tivesse vocês por perto. E para quem não entendeu ainda, a imagem é a seguinte: tenho peito, vagina e uso sunga na praia. Sou homem trans e não quero morrer de calor. Só isso. Não quero chocar ninguém. Quero ir a praia, me divertir. Eu, Ariel Nobre, 28 anos, me autorizo a vestir roupas adequadas ao meu gênero em espaços públicos. #Transvivo ou morte!
Fonte: Revista Fórum

A AIDS DOS OUTROS…

Antes mesmo do resultado de exame que transformou minha história, eu tinha consciência que HIV é coisa séria. É sério para quem tem; é sério se sei da condição de alguém; é sério se está dentro de nossa casa, de nosso ciclo de amigos e de familiares. Talvez por isso, raramente o vírus está no centro das conversas. As pessoas preferem não falar sobre esse assunto “negativo” ou entendem que o problema é dos portadores.
LadoPositivo2Realmente é um assunto íntimo. No entanto, o outro lado dessa moeda se mostra quando uma pessoa sabidamente soropositiva sai de um local e a doença vira assunto entre os demais. É curioso como isso se manifesta de diferentes formas, inclusive com a criação de fantasias sobre a vida com o HIV. Se a pessoa é “esforçada”, a disposição para o trabalho se transforma em um exemplo de superação do vírus. Se troca constantemente de emprego, é porque essa situação abala o emocional. Se engordou, é por causa dos remédios. Se emagreceu, da doença.
Geralmente, essas histórias, esse cemitério de boas ou de más intenções, não reconhecem os sujeitos que são seus personagens. A notícia de que um conhecido e sua esposa estão doentes devido à infecção por HIV pegou muita gente da minha vizinhança de surpresa. Tenho visto vários “amigos do amigo de fulano” colocando o HIV no centro das fofocas, e de uma hora para outra todos parecem saber tanto sobre a doença que chego a ficar assustado.
Antes mesmo de se reconhecer como soropositivo, o sujeito convive com uma noção sobre o que isso significa. É uma coisa cruel porque parece que vivemos diante de uma experiência única do vírus. O saber científico diz que a SIDA destrói o nosso sistema imunológico e que nossos remédios servem para colocar o mal “para dormir”, sem que a doença se manifeste em nosso corpo. Politicamente, somos todos positivos, unidos por nosso sangue, a favor do mesmo laço vermelho. Porém, não vivemos o HIV da mesma forma. É claro que temos que nos homogeneizar e brigar com unhas e dentes contra a violência social, médica e simbólica, mas chegando em casa voltamos a ser “X” com os seus problemas. E no dia a dia, vai importar mais o que amigos, familiares e vizinhos estão pensando e falando (ou calando) sobre aquilo que vive (e mata) dentro de nós.
No dos outros é refresco. É fácil. Como se trata de uma marca social, de um fardo moral que identifica e estigmatiza pessoas, a chance de “crescer” sobre o outro é irresistível. Ter o que falar dos outros é sempre melhor, mas utilizar o drama alheio para esconder os seus é uma estratégia que me faz perguntar: quem será a nossa próxima vítima? Qual será a situação que vamos simplesmente supor que tenha levado à infecção?
Fazer esse tipo de fofoca é sempre um tiro no escuro. Quando ele acerta, é ponto pra AIDS, que vira problema geral. Há ainda muito o que aprender sobre essa condição, especialmente em termos de seu impacto social. E se um vírus é capaz de apagar individualidades, precisamos parar de colocar “a Aids dos outros” na roleta russa do próximo “doente”. Isso é preconceito sim, e dos piores.
Leia a Lado Positivo em quintas alternadas, aqui n’Os Entendidos. Para falar comigo, você pode escrever para poz@osentendidos.com.
Fonte: Revista Fórum

Cunha ri da cara dos brasileiros e pede que STF paralise inquérito até que deixe comando da Câmara

Os advogados do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), solicitaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) que paralise o andamento de um dos inquéritos abertos em decorrência da Operação Lava Jato até que o parlamentar deixe o comando da Casa. Seu mandato na presidência vai até fevereiro de 2017. As informações são da Folha de S. Paulo.

O pedido foi protocolado no último dia 18 de dezembro no inquérito que tramita sob segredo de Justiça com a relatoria do ministro Teori Zavascki. De acordo com a reportagem, o documento deverá ser encaminhado para manifestação da Procuradoria-Geral da República, avaliado pelo ministro Teori e então submetido ao plenário do STF para uma decisão colegiada.

O argumento da defesa de Cunha é de que  o Supremo aplique "por analogia" o parágrafo 4º do artigo 86 da Constituição, segundo o qual o ocupante do cargo de presidente da República não pode ser responsabilizado, na vigência de seu mandato, por atos estranhos ao exercício de suas funções. Os advogados citam que Cunha é "o terceiro na linha da sucessão presidencial, na hipótese de impedimento ou vacância dos cargos de presidente e de vice-presidente da República".

Em denúncia protocolada em agosto passado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusa Cunha de ter recebido US$ 5 milhões em propina após o fechamento de contratos entre a Petrobras e empresa coreana Samsung Heavy Industries para fornecimento de navios-sondas.

Fonte: Amigos do Presidente Lula

Contraponto 18.624 - "Marina mostra os dois lados de sua face: a traição à democracia e o golpe"

Marina Silva
Por Davis Sena Filho

Marina Silva pensa que engana as pessoas ou que todo mundo nasceu ontem. Contudo, ela, ao que parece, deixou de ser “sonhática”, apesar de sonhar com um golpe contra uma presidente legalmente e democraticamente eleita. Manipuladora e camaleônica, Marina disfarça suas intenção golpista e conspira... com Aécio Neves, a quem ela apoiou no segundo turno contra Dilma Rousseff, do PT, que o derrotou nas eleições de outubro de 2014.

Marina Silva agora se autodefine como “sustentabilista progressista”, o que, definitivamente, não se sabe o que significa estas duas palavras juntas e o que ela quis dizer com isto, como sempre. Marina é a rainha do blábláblá sem conteúdo, fato este que não surpreende ninguém, nem mesmo a direita, cuja preocupação ideológica e política se resume a encher seus bolsos e explorar ao máximo os trabalhadores, razões principais de sua riqueza e de seu poder financeiro e armado em todas as épocas da humanidade.

A verdade é que Marina é um redemoinho cognitivo, porque fala muito e não diz nada com coisa nenhuma. Realmente, não se compreende, por exemplo, quando a política, que foi filiada ao PT, ao PV e ao PSB abre a boca para dizer que é “sonhática”, quando, na verdade, Marina foi cooptada pela direita, alia-se aos conservadores, bem como os apoia, não somente no discurso, mas de forma prática, como ocorreu quando firmou parceria com Aécio Neves, no segundo turno, quando Marina, definitivamente abandonou a esquerda e adentrou o campo da direita e neste espectro continua e, certamente, não sairá mais.

A diva do Itaú, da Natura e dos coxinhas de direita, que se consideram “diferentes” e “descolados”, como se tivessem “grife” e, com efeito, “chiques”, por apoiarem e votarem em Marina, aquela que na Rio + 20 e na COP-21 foi superada, porque o Governo Dilma cumpriu as metas estabelecidas pela comunidade internacional, no que concerne à preservação da biodiversidade, ao combate à poluição, à preservação das florestas, matas e rios, bem como sacramentou acordos com produtores rurais, os donos do agronegócio, no sentido de eles preservarem os ecossistemas de suas fazendas, as nascentes de rios e lagos, além das matas ciliares.

O Brasil é reconhecido e Marina jamais pensou que suas propostas seriam superadas, até porque quando ministra do Meio Ambiente do presidente Lula sua administração foi um fracasso retumbante, pois dedicado a atender às ONGs com as quais Marina se relaciona e tem influência, bem como sua atuação se dedicou à retórica ao invés de ser prática, fato que não ocorreu com seu sucessor, o deputado Carlos Minc, que em um pouco mais de um ano à frente do MMA obteve resultados mais expressivos do que Marina em seis anos. São números, índices, fatos e realidades.

Marina se associa ao golpe e, junto a Aécio, considera mais viável que o golpismo aconteça pelo TSE e não mais pelo Congresso, que, certamente, na Casa de Leis sua morte está sacramentada. E Marina sabe disso, como todo mundo. Para o bem da verdade, quem vai ser destituído do poder e depois processado vai ser o atual presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, acusado de sonegação, dentre outros crimes. Deve-se deixar claro que Cunhateve e tem ainda o apoio da grande mídia de negócios privados e de lideranças políticas do PSDB, DEM, SDD e PPS, além de outros partidos que se comportam como vagões do trem do golpe.

Marina sabe que o golpe vai ser derrotado, mas seu inconformismo e rancores políticos e pessoais contra Dilma Rousseff a transformam em uma política de estatura anã, o que a leva a se juntar ao coro dos golpistas derrotados no ano eleitoral de 2014. A verde que não é verde se transforma em uma loba de matilha prestes a perder seu território, que é o território do murmurinho, da fofoca, da política mal engendrada em maledicência e falta de juízo quanto aos interesses do Brasil, do seu povo, sem se importar ainda com a estabilidade institucional e democrática.

O impeachment nos termos apresentados pela oposição de direita é golpe, sim! E a oposição conservadora, sendo que setores dela chegam a ser fascistas, sabe que está a lutar por um golpe contra uma presidente democraticamente e legalmente constituída. A direita golpista é tão irresponsável que sabe, compreende e não se importa, porque, na verdade, nunca se importou com o Brasil, mas, sim, com seus interesses pecuniários, monetários, financeiros e econômicos, ou seja, com seu próprio bolso. Esta realidade acontece desde 1500, quando Pedro Álvares Cabral aportou na Bahia.

Marina pulou o muro e apoia o golpe. Ela corre para os braços da direita, deslumbra-se, e, equivocadamente, pensa que a casa grande, que sempre abriu suas portas à escravidão, está a recebê-la. Enganos dos enganos, a burguesia, aquele que “fede e quer ficar rica”, conforme a música de Cazuza, apenas se aproveita de situações, como ter em sua bancada pessoas ideologicamente e politicamente fracas, a exemplo de Marina Silva, Marta Suplicy e Roberto Freire, este um ex-comunista que se transformou em uma pantomima de si mesmo.

Marina apaga fogo com gasolina ao afirmar ao conservador jornal de índole golpista, Folha de S. Paulo, que “há evidências fortes de que o dinheiro de toda essa corrupção generalizada, institucionalizada, continuada, alimentou a campanha do PT”. Se isso fica comprovado, eu repito, comprovado, a chapa deve ser cassada. No meu entendimento, o processo no TSE deve ser agilizado”.

Não é uma graça a Marina? Só o PT? E o ex-partido dela, o PSB, outra agremiação que se bandeou para a direita? Até hoje o PSB não explicou a quem pertence o avião que caiu em São Paulo e matou o candidato do partido, Eduardo Campos (Alô, Polícia Federal e MP!). Além disso, como um avião de milhões de dólares não tem dono? Marina voava nele, bem como sabemos que o PSB ainda não explicou de forma incontestável de onde vinha o dinheiro para sua campanha milionária.

Além disso, todo mundo sabe, inclusive os coxinhas analfabetos políticos vestidos, ridiculamente, com camisas de Seleção Brasileira, que leem a Folha, a Veja e são espectadores passivos do Jornal Nacional e da Globo News, que o PSDB, o DEM, o PPS o SDD, dentre outras siglas partidárias, receberam dinheiro das mesmas empresas (não somente as construtoras) que financiaram o PT, sendo que, conforme o TSE, o PSDB dos tucanos derrotados e por isto transformados em golpistas receberam mais dinheiro para financiar suas campanhas do que os petistas.

Então vamos às duas perguntas que teimam em não se calar: Por que Marina Silva, em seu eterno e confuso blábláblá, não questiona o PSB e “seu” avião de luxo, sem dono, no qual ela voava lépida e fagueira? Por que a proba Marina não questiona as campanhas milionárias do PSDB, de seu aliado Aécio Neves e do DEM, o pior partido do mundo, filhote da ditadura militar e da UDN?

Não. De jeito nenhum. Seu alvo é o PT, partido onde Marina teve todas as oportunidades para ocupar cargos de expressão estadual e nacional. Todavia, neste momento, Marina Silva se torna hipocritamente e cinicamente seletiva, ao tempo que também parece sofrer de uma forte amnésia quando se trata de observar os erros e talvez os crimes eleitorais da oposição de direita da qual ela faz parte com muito orgulho, além de ser tutelada pelas ONGs internacionais e fazer parcerias com a Natura e o Itaú, financiadores de sua rica campanha eleitoral.

Marina trabalha contra o Brasil e seu poderoso agronegócio, um dos cinco mais importantes e fortes do mundo. O Brasil não é a sétima economia à toa, e não se reduz apenas à produção rural diversificada e gigantesca. O Brasil é o País poderoso que é porque se fez assim em quase todos os segmentos da economia. É por isto que a direita está desesperada e temos políticos cooptados como a Marina Silva, que no Acre, sua terra, perdeu as eleições para Dilma Rousseff e Aécio Neves. “Quem a conhece não a compra” — como diz apropriadamente o ditado popular.

Marina, que tem alma tucana, até agora não abriu o bico para falar da Samarco (a Vale privatizada), que transformou um rio inteiro, o Rio Doce, em um mar de lama. O maior desastre ambiental da história do Brasil. A “Sonhática” viu agora, de forma real, o pesadelo das privatizações e como empresários gananciosos e sem quaisquer compromissos com os interesses da sociedade se comportam e se conduzem para se locupletarem em nome de seus bolsos e cofres cheios de dinheiro.

Ah, se a Samarco (Vale) fosse empresa pública! Coitada da Dilma, do Governo do PT e até do Lula, que não está no poder. A imprensa corporativa e alienígena transformaria sua vida em um inferno ainda mais abrasador do que já é, além de vociferar para privatizar o que restou do patrimônio público brasileiro, porque o negócio é manter o Brasil como eterno País subalterno e subserviente aos ditames dos países ricos.

É desse jeitinho tosco e tacanho que funciona a cabeça colonizada, complexada e provinciana das “elites” tupiniquins. Ou seja, sempre na rabeira do que elas consideram serem suas cortes, e, consequentemente, a se beneficiarem com as migalhas “doadas” pela plutocracia internacional ao preço do subdesenvolvimento do Brasil e da pobreza do povo brasileiro.
Enquanto isso a Rede Sustentabilidade de Marina, o partido que não conseguiu se regulamentar junto ao TSE na época das eleições por incompetência, começa a agir em prol do golpe contra uma mandatária que não cometeu crimes de responsabilidade e que até agora não conseguiu governar em paz, porque a oposição há mais de um ano se recusa a descer do palanque. Trata-se do terceiro turno, que não existe. Surreal!


Marina disse à Folha que Dilma e Temer são a mesma face da moeda, o que não é a verdade. A ex-Sonhática e agora “Sustentabilista Progressista” mostra os dois lados de sua própria face: a traição à democracia, o golpe e sua cooptação total pela direita. A verdade é a seguinte: Marina Silva é golpista. Foi o que lhe restou para agradar a casa grande e quiçá, um dia, ser sua candidata a presidente. É isso aí.

Fonte: ContrapontoPIG