ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65

ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65
CAMPANHA MOVIMENTO 65

sábado, 28 de outubro de 2017

TEMER SÓ FALTA VENDER A .....2018 NELLES!

Jornal da CTB digital
Adicionar legenda

Adilson Araújo: Temer segue loteando o Brasil

 
 Foto: CNTE


Assim o valioso Carcará, área na Bacia de Santos, agora é da americana Exxon Mobil. É a mais pura consumação do golpe contra a soberania. A agenda ultraliberal de Michel Temer segue subalterna aos interesses do Império e das grandes multinacionais. 

Nesta sexta-feira (27) o governo derrubou liminar que barrou o leilão do pré-sal e deu início à venda de uma das maiores e mais estratégicas riquezas brasileiras. Ao todo, 16 petrolíferas, das quais 14 são multinacionais, disputaram as reservas com 12 bilhões de barris de petróleo de altíssima qualidade. 

Cada barril com 159 litros de óleo do pré-sal saiu para as multinacionais por menos de R$ 1,50, o que representa R$ 0,01 o litro. As petroleiras americanas Shell e Exxon Mobil, e duas estatais europeias, a Petrogal, de Portugal, e a Statoil, da Noruega, já são donas de um pedaço importante do pré-sal brasileiro. A Agência Nacional do Petróleo, Gás e biocombustíveis (ANP) esperava arrecadar R$ 7,75 bilhões, mas obteve R$ 6,15 bi. 

O sonho da pátria educadora se distancia cada vez mais, a política de conteúdo local e a indústria nacional agoniza. O revés pode dificultar mais ainda a reindustrialização do país, haja vista que as medidas liberalizantes poderão atrair mão de obra externa e frustar as expectativas de geração de empregos. Mais ainda, corremos risco de que toda a riqueza advinda do pré-sal alimente as burras de dinheiro das grandes multinacionais, já que a tendência é que todo o o resultado alcançado seja remetido para o exterior. 

Desregulamentado o trabalho, a agenda da desnacionalização do país ganha força, como resultado, o desmonte da indústria e do estado Nacional e a total subserviência aos interesses do capital.

*Adilson Araújo é presidente nacional da CTB 



Do Portal Vermelho

Temer entrega pré-sal, e valor ganho só cobre 4% do rombo fiscal

 


O grande argumento do governo é que temos um problema fiscal e os leilões seriam uma forma de obter recursos externos, que iriam para as finanças públicas. E isso é absolutamente ridículo. Você está trocando a entrega de um patrimônio nacional, estratégico, por um valor que é nada, é marginal em relação a um déficit que não vai ser resolvido. O que são esses R$ 6,15 bilhões frente aos R$159 bilhões?”, questionou.

De acordo com ele, trata-se de um “tiro no pé”, com prejuízos pra toda a população. “Só se justifica essa medida da perspectiva de quem realmente não está preocupado com um projeto de país nem em manter as reservas estratégicas nas mãos do Estado, e tem interesse em fazer a entrega desse setor estratégico para o capital internacional˜, disse Kliass.

Antes da realização das segunda e terceira rodadas de leilões do pré-sal, o governo anunciou que tinha a expectativa de arrecadar R$ 7,75 bilhões, o que já era considerado pouco por diversos especialistas. 

Os certames chegaram a ser suspensos por uma decisão liminar de um juiz federal do Amazonas, que quis afastar "qualquer possibilidade de ocorrência de danos ao patrimônio público". Tratava-se de uma ação protocolada por petroleiros, preocupados com a perda de receita tributária e com o fato de o governo abdicar de desenvolver a indústria nacional e a economia do país. 

Os trabalhadores questionavam, inclusive, os valores que o governo esperava receber, muito inferiores aos do leilão do campo de Libra, ocorrido em 2013. Mas a liminar foi derrubada pouco depois, e nem mesmo esse pouco que a gestão Michel Temer esperava amealhar foi obtido.

Petrobras sem protagonismo 

Paulo Kliass destacou que o resultado do certame não condiz com o discurso do presidente da Petrobras, Pedro Parente, que avaliou como “bem sucedida”a participação da estatal. Para o economista, o saldo do leilão comprova, na prática, o que economistas, petroleiros, engenheiros e pesquisadores denunciam faz tempo: a perda do protagonismo da Petrobras. 

Apesar do parente dizer que isso não significa um recuo, na prática, ainda que a Petrobras tenha participado, minoritariamente inclusive, de três dos leilões, sua presença ficou muito abaixo do que poderia ser. A estatal está participando de 20% apenas do total de R$ 6,15 bilhões. Ou seja, a empresa que era para ser a majoritária, senão a única em função da característica estratégica dessas áreas, fica relegada a um posto secundário”, criticou.

Ele enumerou uma série de outros agravantes que vêm juntos a essa redução de papel da Petrobras e do Estado brasileiro, como a flexibilização das regras de conteúdo nacional, a possibilidade contratação de engenheiros estrangeiros e a importação de projetos montados todos no exterior. 

Volta ao passado? 

Antes mesmo de encerrados os leilões, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, antecipou mais um passo para a entrega do petróleo nacional, revelando que quer colocar em pauta projeto que prevê fim da partilha no pré-sal. Tal regime foi implementado pelo governo Lula, após a descoberta de reservas gigantes no pré-sal. Ele garante à União uma parte da produção de petróleo e permite ao Estado um maior controle sobre as áreas licitadas. 

“Maia fala agora em fazer na lei o que o governo já está fazendo na prática, que é voltar ao regime de concessão. Há uma mistura do leilão do pré-sal com o protagonismo que Rodrigo Maia quer pegar, do ponto de vista do vácuo gerado por Temer. Ele se apresenta como sendo o protagonista de questões estratégicas, de um tipo de projeto de país”, ressaltou Paulo Kliass. 

Não precisava dar de mão beijada

Pouco depois de encerrados os certames, o governo os analisou como sendo de um "sucesso estrondoso". O presidente Michel Temer anunciou que as empresas vencedoras investirão R$100 bilhões no país. 

Para o economista ouvido pelo Vermelho, contudo, o interesse das petroleiras estrangeiras investirem no pré-sal sempre existiu, não é conquista do atual governo e não era preciso ofertar tantas benesses para que elas chegassem ao país. Quer dizer, era possível atrair o capital internacional mantendo o protagonismo da Petrobras, opinou Kliass.

“Desde que o Brasil anunciou a descoberta do pré-sal, fruto de pesquisas realizadas ao longo de décadas pela Petrobras, o mundo todo abriu o olho. O Brasil vai ter daqui para a frente uma das maiores reservas estratégicas de petróleo do mundo. E isso desperta interesse. Você não precisa oferecer todo tipo de bondade para que essas empresas venham ao Brasil, elas virão de qualquer maneira. A lógica das grandes petroleiras é ganhar dinheiro com a atividade que eles desenvovlem, que é extração, produção e transformação do petróleo. Se há isso, em perspectiva, no Brasil, elas virão”, defendeu.

Hipotecando o futuro

De acordo com ele, o que qualquer governo brasileiro deveria fazer é ter uma postura de defesa da soberania nacional e dos interesses do país. Segundo o economista, quem tornou atrativo o país para o capital internacional não foi o atual governo, mas as gestões anteriores, que estimularam o protagonismo da Petrobras, aumentaram investimentos e permitiram que fossem desenvolvidas tecnologias das águas profundas, que levaram à descoberta do pré-sal. 

“Isso lembra o protagonismo que tiveram os intelectuais e cientistas brasileiros, liderados por Monteiro Lobato, na década de 50, apostando que isso era uma área importante e que o Brasil teria um futuro ali. A gente hoje está fazendo o contrário, hipotecando o futuro que chegou, que é nosso e seguro, e oferecendo ele de bandeja para as multinacionais”, lamentou.

Para ele, da forma com que se realizaram os leilões, as empresas que aqui chegarem vão ser concorrentes da Petrobras e vão retirar recursos que poderiam ser internalizados, beneficiando a maioria da população brasileira. “Mas estamos oferecendo essa riqueza com bondades e benesses que a maioria da população brasileira não recebe do Estado, pelo menos não no governo Temer”, encerrou.



 Por Joana Rozowykwiat, do Portal Vermelho