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terça-feira, 28 de maio de 2019

Manuela d’Ávila: a luta das mulheres também é uma questão de classe

Mesa de abertura do 5º Salão do Livro Político, com a presença de Manuela D'Ávila
Mesa de abertura do 5º Salão do Livro Político, com a presença de Manuela D'Ávila
Por André Cintra

Não há “contradição entre o crescente movimento de mulheres e a luta dos trabalhadores e das trabalhadoras”. A opinião é da ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), candidata a vice-presidenta nas eleições 2018. Nesta segunda-feira (27/5), Manuela participou do debate inaugural do 5º Salão do Livro Político, em São Paulo. Sua mesa teve como tema “A Opressão da Mulher: Família, Propriedade Privada e Estado”.

Mesa de abertura do 5º Salão do Livro Político, com a presença de Manuela D'Ávila Mesa de abertura do 5º Salão do Livro Político, com a presença de Manuela D'Ávila “No Brasil, raça e gênero não são questões apenas de identidade – mas também de classe”, afirmou. “Ser mulher no Brasil não é a mesma coisa que ser mulher na Europa. Um país que oferece serviços públicos universais – como escola, creche e saúde – proporciona condições diferentes às de um país onde 70% das mulheres estão privadas de instituições públicas”, acrescentou Manuela.

Segundo a ex-deputado, esse debate – que cresce no mundo – teve destaque no Brasil durante a disputa presidencial do ano passado. Ela defendeu a articulação das mulheres em todo o País em oposição à candidatura reacionária e misógina de Jair Bolsonaro. “Até gente de esquerda chegou a dizer, embora não publicamente, que o #EleNão atrapalhou. Alguém realmente pode achar que 200 mil mulheres reunidas em torno disso foi o que causou a derrota da nossa candidatura?”, questionou Manuela, que integrou a chapa presidencial encabeçada por Fernando Haddad (PT).

Em sua opinião, o avanço das ideias conservadoras põe a luta das mulheres ainda mais em evidência. “Não podemos ignorar a existência de uma crise que não é só brasileira, mas mundial. A diminuição do Estado em diversos países, a saída pela austeridade, não pune igualmente a todos”, comentou. Sobre os desafios atuais, Manuela afirma que é preciso “avançar a consciência” da sociedade. “Hoje, somos minoria. Temos de dialogar com quem pensa diferente da gente.”

Contexto

A mesa com Manuela – uma “mesa de resistência e de crítica”, nas palavras da mediadora Maria Lucia Barroco, professora de Ética da PUC-SP – contou com a participação de mais duas palestrantes: Flávia Biroli (UnB), coordenadora do Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades (Demodê); e Maria Claudia Badan Ribeiro, doutora em História Social pela USP e autora de Mulheres na Luta Armada, Protagonismo Feminino na ALN (Ação Libertadora Nacional).

Além de Manuela, mesa teve como debatedoras as pesquisadoras Flávia Biroli e Maria Claudia Badan Ribeiro

Para Flávia, o debate sobre “o lugar reservado à agenda de gênero e à família” mudou a partir dos anos 2000, sendo influenciado por um contexto de “fortalecimento do neoliberalismo” e de “financeirização da economia global”. Nos meios católicos, a campanha contra a chamada “ideologia de gênero” ganhou força sob o papado de Bento 16 (2005-2013). Já do ponto de vista político, as elites passaram a impor um “controle maior da democracia”.

Tudo isso é pano de fundo para ofensivas como o projeto Escola sem Partido, vitrine da nova “campanha conservadora”. Segundo Flávia, “a disputa da agenda de gênero aponta a crise da ideologia neoliberal. Há um esvaziamento da busca de alternativas coletivas”. Em contrapartida, questões de ordem moral ofuscam a “desproteção social”, que é cada vez maior “em países com desigualdade tão profunda”.

Maria Cláudia, por sua vez, afirmou que “ser mulher, por excelência, é transgredir”. Com base nas ideias expressas pelo teórico alemão Friedrich Engels, sobretudo em A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado (1884), a pesquisadora indicou que, historicamente, a desigualdade de gênero tem uma origem clara: “Para Engels, a derrota da mulher ocorreu quando, dentro do matrimônio, ela passou a servir o homem. É a primeira opressão de que se tem registro”, declarou.

Autora de estudos sobre o papel das mulheres na resistência ao regime militar (1964-1985), Maria Cláudia afirma que “o código de gênero já era desafiado antes da ditadura”. A trajetória da Ação Libertadora Nacional, de todo modo, sobressai. “A linha mais horizontal da ALN permitiu que as mulheres tivessem destaque. Cada organização armada – um ambiente tradicionalmente masculino – lidava com essa questão de uma forma diferente. Mas, na ALN, as mulheres participavam de tudo”, diz. De quebra, esse protagonismo se deu num momento em que a ditadura “tentava impor uma nova visão do mundo e fechava os caminhos para o avanço das mulheres”.

Feira

O 5º Salão do Livro Político se estende até a próxima quinta-feira (30) no Tucarena – uma das dependências do Tuca (Teatro da Universidade Católica de São Paulo), na esquina das ruas Bartira e Monte Alegre, em Perdizes. Além de debates e apresentações culturais, a programação inclui uma feira de livros, com mais de 40 editoras participantes.


Fonte: Portal Vermelho

PCdoB convoca militância para mobilização nos dias 30/5 e 14/6

Foto: Karla Boughoff

A secretaria nacional de movimentos sociais do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) em circular encaminhada aos dirigentes nos estados convoca seus militantes para se mobilizarem para os atos em defesa da Educação e da Aposentadoria a se realizarem no dia 30 de maio e para a greve geral do dia 14 de junho deste ano.

Para os comunistas, os retrocessos do governo Bolsonaro e sua agenda ultraliberal e entreguistas só serão revertidas com a pressão popular.

“O momento é propício para se aproximar do povo e trazê-lo para o jogo. Aumentou a responsabilidade dos democratas, das forças progressistas, especialmente do PCdoB, com os eventos dos dias 30/05 e 14/06. Precisamos contribuir com uma ampla mobilização em Defesa da Educação e da Aposentadoria no dia 30 com vistas ao sucesso da Greve Geral dia 14”, anuncia a circular da secretaria.

Segue abaixo:

São Paulo, dia 28 de maio de 2019

Circular Mobilização Partidária
30/05 Mobilização Defesa da Educação e da Aposentadoria
14/06 Greve Geral em Defesa Aposentadoria e da Educação

Camaradas

Logo após o MEC anunciar um corte de 30% nos orçamentos das Universidades e Institutos Federais, a Educação reagiu, dia 15 de maio em todo país mais de 200 municípios, profissionais da educação e estudantes, somados a diversas organizações populares, foram às ruas defender a manutenção dos recursos e uma Educação pública, gratuita e com qualidade. Foi a maior mobilização nacional organizada contra Bolsonaro. No dia 30 de maio e 14 de junho serão dias de mobilização e Greve Nacional em Defesa da Educação e da Aposentadoria, chamadas pelo movimento estudantil e sindical, respectivamente.

Bolsonaro sentiu a pressão e irresponsavelmente dobrou a aposta, chamou seus apoiadores às ruas no dia 26 de maio para defenderem uma pauta regressiva, de ataque aos direitos e a democracia. Pendo como alvo principal a democracia, desejando assim desmoralizar e colocar os Poderes de joelho – Congresso e STF – para exercer um governo imperial sem restrições das Instituições, Leis e Constituição. Apesar de frustada a operação devido a flagrante perda de apoio popular demonstrado nas ruas, Bolsonaro mantém apoio expressivo e capacidade de mobilizar massas.

Para o PCdoB somente reverteremos a correlação de forças e imporemos uma derrota ao governo Bolsonaro e sua agenda ultraliberal e entreguista com massa nas ruas. O momento é propício para se aproximar do povo e trazê-lo para o jogo. Aumentou a responsabilidade dos democratas, das forças progressistas, especialmente do PCdoB, com os eventos dos dias 30/05 e 14/06. Precisamos contribuir com uma ampla mobilização em Defesa da Educação e da Aposentadoria no dia 30 com vistas ao sucesso da Greve Geral dia 14.

Convocamos as Direções nos estados e municípios a envidarem esforços para o êxito das mobilizações, garantindo a presença massiva dos comunistas, das frentes que dirigimos e/ou atuamos, simpatizantes e amigos do PCdoB.

Saudações

Liege Rocha
Secretária Nacional de Movimentos Sociais do PCdoB

Do Portal PCdoB

Jandira Feghali do PCdoB quer debater a reativação do Conselho Nacional de Política Cultural

O papel e a reativação do Conselho Nacional de Política Cultural, é tema de debate na Comissão de Cultura, nesta quinta-feira (30/5). O debate foi solicitado pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Segundo Jandira, o governo está analisando a nomeação e recondução de integrantes e reavaliando o funcionamento dos colegiados.
“As medidas de extinção de conselhos e a análise que vem sendo feita pelo governo em relação aos colegiados, deve ser profundamente debatida, pois é necessário evitar que os espaços de participação social, controle e deliberação das políticas, percam seu papel preponderante na promoção social e garantia de direitos”, afirmou.
Convidados:
Presidente do Fórum de Secretários Estaduais e Secretário de Cultura do Ceará, Fabiano dos Santos Piúba;
Conselheira Titular do Conselho Nacional de Política Cultural – Música Popular, Cláudia Maria Queiroz de Jesus;
Diretor do Teatro Popular Oscar Niemeyer, Alexandre de Souza Santini Rodrigues;
Produtor Cultural, Vinicius Wu;
Conselheira Titular do Conselho Nacional de Política Cultural – Arte Digital, Gabriela Silveira Barbosa.