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terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Economia Para Dieese, faltam oportunidades e igualdade aos jovens


 

Instituto observa que a maioria da população jovem do país está efetivamente procurando trabalho ou envolvida em tarefas domésticas. Solução passa por crescimento da economia e políticas públicas de emprego e educação.


"O problema não são os jovens. Chamá-los de nem-nem traz a falsa sensação de que são eles os responsáveis por uma situação de inatividade que nem mesmo é real, já que a maioria não está parada: está procurando trabalho, dedicando-se a algum tipo de curso não regular ou cuidando dos afazeres domésticos", diz o Dieese, em análise sobre o mercado de trabalho para a juventude. A expressão refere-se àqueles que nem estudam e nem trabalham, mas o instituto faz ressalvas ao termo.

No terceiro trimestre, segundo o Dieese, com base em dados do IBGE, a estimativa é de que mais de 11 milhões de jovens entre 15 e 29 anos estavam sem trabalho ou fora da escola – 24% do total. Mas apenas 8% deles não procurava trabalho ou tinha alguma atividade em casa. "A ideia de que os jovens estão nessa situação (nem-nem) por falta de vontade de trabalhar ou de estudar não se aplica na maior parte dos casos. Há evidências de que, em geral, esta é uma condição transitória."

Nas entrevistas para a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, apenas 5% dos jovens disseram que realmente não queriam trabalhar, lembra o Dieese. E 41% tinham procurado trabalho ativamente. Das mulheres, 31% disseram que não podiam trabalhar porque tinham de cuidar de afazeres domésticos. "Ou seja, na verdade, elas estavam trabalhando, sem ser consideradas força de trabalho." E ainda 6% dos jovens sem trabalho ou fora da escola frequentavam algum curso.

"É preciso considerar que boa parte desse grupo populacional sem trabalho e fora da escola está em um período de transição entre essas duas etapas, de estudos e de trabalho – momento em que se deparam, ao entrar no mercado de trabalho, com elevada instabilidade", lembra o instituto. 

Quase um quarto (24%) dos jovens considerados "nem-nem" no segundo trimestre já não estavam nessa situação nos três meses seguintes, a maioria porque começou a trabalhar. E o Dieese acrescenta que, considerado um período maior, a porcentagem de jovens que fica sem trabalho e fora da escola por quatro trimestres seguidos cai pela metade, de 24% para 12%.

Na análise, o instituto aborda também a questão da origem social: os jovens de renda menor que terminaram o ensino médio estavam mais empenhados na busca de emprego. "Praticamente metade dos que estavam no 3º ano do ensino médio em 2017 participava do mercado de trabalho no primeiro trimestre de 2018. No entanto, enquanto 32% estavam trabalhando, 15% estavam sem trabalho, fora da escola, mas procurando ativamente algum trabalho. Já entre os jovens de lares mais ricos, os percentuais eram inferiores: 13% e 8%, respectivamente", compara. 

Além disso, os jovens que vêm de lares mais pobres têm menos oportunidade de continuar os estudos e se veem "empurrados" a entrar no mercado de trabalho. "Ou seja, as origens socioeconômicas determinam as chances de matrícula no ensino superior e de conquista de trabalho."

Para o instituto, aumentar a oferta de cursos profissionalizantes não é medida suficiente, já que o mercado não consegue absorver toda mão de obra qualificada. Também não funcionam medidas como as da "reforma" trabalhista, como contrato intermitente e jornada parcial. "Em vez de resolver o problema, esse tipo de contrato cria vagas de curta duração, o que pode jogar os jovens continuamente de volta para a condição de desemprego."

Uma situação que reflete falta de oportunidades e desigualdade, conclui o Dieese. "A solução, muito mais do que uma responsabilidade individual, está na retomada do crescimento da atividade econômica e na valorização de políticas públicas de emprego que promovam trabalhos formais e estáveis; e de educação, visando ao acesso e à permanência dos jovens na escola, levando em consideração a realidade dessa população." 


 Fonte: RBA

Política - Sigmaringa Seixas morre aos 74 anos e deixa um legado de altivez


 

Morreu nesta terça-feira (25) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, o advogado e ex-deputado federal pelo Distrito Federal e constituinte Luiz Carlos Sigmaringa Seixas, aos 74 anos. Ele sofria de leucemia.



Sigmaringa Seixas era identificado com a defesa dos direitos humanos. Foi filiado ao PMDB, ao PSDB e ao PT. O advogado atuou na defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo relativo ao tríplex no Guarujá (SP).

O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, rememorou a atuação de Sigmaringa Seixas na OAB-DF, na Comissão Brasileira de Justiça e Paz e no Comitê Brasileiro de Anistia a época da ditadura cívico-militar, e classificou a trajetória de Sigmaringa de "memorável". 

O ex-ministroda Justiça, Eugênio Aragão, publicou uma mensagem nas redes sociais onde afirma  que Seixas "sempre quis o melhor para todos que o cercavam. Politicamente nunca deixou a peteca cair. Era um combatente e teve um papel fundamental na transição da ditadura para o governo civil". 

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ),destacou a trajetória de Seixas "em defesa da democracia e de presos políticos durante a Ditadura marca com altivez seu lado na História"e prestou solidariedade aos familiares, amigos e correligionários de advogado.

A deputada federal Érica Kokay (PT-DF) relembrou do amigo e companheiro de lutas. "Fez história na luta das liberdades democráticas e dos direitos humanos. Seguiremos firmes defendendo seus ideais de uma sociedade mais justa e igualitária. Sentiremos sua falta!", disse.

O vereador e ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP) classificou Sigmaringa como "um amigo certo nas horas incertas".

O advogado de defesa do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin, recebeu com muita tristeza a notícia do falecimento de  Sigmaringa Seixas. Para Zanin "ele deixa conosco muitas lições de vida e para a advocacia".

"Meus sentimentos a todos familiares e amigos de Sigmaringa Seixas, que nos deixou neste Natal. Deputado federal constituinte por mais de dois mandatos pelo PT e um incansável advogado defensor de nossos companheiros, um amigo certo das horas incertas", escreveu Suplicy.

Luiz Marinho, presidente do PT em São Paulo ex-prefeito de São Bernardo do Campo, também usou o Twitter para lamentar a morte do advogado.

"Acabamos de perder um dos grandes guerreiros da nossa trincheira: o companheiro Sigmaringa Seixas. Sig, que andava muito triste com golpe e as injustiças contra o presidente Lula, teve papel fundamental na redemocratização. Minha solidariedade à toda a família. Sig, presente!", disse Marinho.

Parlamentares de outros campos políticos também se solidarizaram. "Perdemos hoje um lutador pelos direitos individuais e coletivos e um defensor da democracia. Que Deus conforte o coração da família e amigos do deputado Sigmaringa Seixas", disse o senador Romero Jucá (MDB-RR). 


 Fonte: RBA, BR247 e ABr