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segunda-feira, 10 de junho de 2019

A Lava Jato nua e crua

 

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

"Com as revelações do site The Intercept, vem à tona a relação ilegal do ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro com os procuradores da Lava Jato, chefiados por Deltan Dallagnol".


A Operação Lava Jato, ao longo dos seus cinco anos de atuação, foi criticada por iminentes juristas e personalidades do próprio Poder Judiciário — além de integrantes dos poderes Legislativo e Executivo — por suas práticas marcadas pelo desrespeito ao Estado Democrático de Direito, sempre ressalvando a necessidade do combate rigoroso à corrupção ou a qualquer outra ilicitude. As forças democráticas em geral criticaram as afrontas ao devido processo legal e aos princípios basilares da Constituição e demais regulamentos da legalidade democrática. 

Agora, com as revelações do site The Intercept, vem à tona a relação ilegal do ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro com os procuradores da Lava Jato, chefiados por Deltan Dallagnol. De pronto, eles emitiram notas em que admitem o conteúdo das mensagens, se dizendo vítimas de vazamentos. Os filhos do presidente Jair Bolsonaro também se manifestaram, argumentando que a Lava Jato está sendo alvo de um crime. Mas, convenhamos, eles não são pessoas em condições de falar em combate ao que alegam ser crime. 

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes também se manifestaram. O primeiro afirmou que "ninguém pode ter dúvida de que os processos estão corrompidos. “Apenas coloca em dúvida, principalmente ao olhar do leigo, a equidistância do órgão julgador, que tem de ser absoluta. Agora, as consequências, eu não sei. Temos que aguardar”, afirmou o magistrado. Para Gilmar Mendes, as denúncias precisam ser apuradas. "O fato é muito grave. Aguardemos os desdobramentos", disse o ministro. 

Muitos juristas e advogados também já se pronunciaram, exigindo rigorosa apuração dos fatos, considerados infrações gravíssimas. Em nota, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Colégio de Presidentes de Seccionais manifestaram “perplexidade e preocupação” pelo fato de autoridades públicas supostamente terem sido “hackeadas”, mas enfatizaram que o caso demanda “investigação plena, imparcial e isenta, na medida em que estes envolvem membros do Ministério Público Federal, ex-membro do Poder Judiciário e a possível relação de promiscuidade na condução de ações penais”. “Este quadro recomenda que os envolvidos peçam afastamento dos cargos públicos que ocupam, especialmente para que as investigações corram sem qualquer suspeita”, afirma a nota.

O material divulgado indica três questões essenciais e serem consideradas. A primeira é que Sérgio Moro, quando atuou como juiz, agiu de forma ilícita, em total cumplicidade com os promotores. Ele orientava as denúncias, ditava procedimentos e até ordenava a sequência das operações. Tratava os procuradores como subordinados. A segunda questão é que tanto Moro quanto os procuradores afrontaram o princípio da imparcialidade. E a terceira é que Dallagnol e sua equipe não agiram como membros do Ministério Público, mas como integrantes de um comitê político, eleitoral e partidário.

Moro também se manifestou nesse sentido, conforme as revelações do The Intercept. Quando atuava como juiz, o agora ministro disse que o objetivo da Lava Jato seria “limpar o Congresso”. Sem falar nas revelações de manobras que traduzem uma verdadeira obsessão da Lava Jato para impedir a vitória de algum candidato a presidente da República do campo da esquerda nas eleições de 2018. 

Esses fatos demandam uma imperativa tomada de posição no Congresso Nacional a favor de uma apuração rigorosa. Da mesma forma, os órgãos de controle do Poder Judiciário e do Ministério Público Federal devem ser cobrados para que as infrações sejam punidas. Às organizações da sociedade civil, cada uma com suas prerrogativas, cabe o dever de exigir a restauração do Estado Democrático de Direito e a anulação dos atos praticados contra a Constituição e à revelia do arcabouço jurídico do país, como o processo de condenação e prisão do ex-presidente Lula. E que todos os infratores sejam investigados e, rigorosamente dentro da lei, punidos. 


 Da redação - Portal Vermelho

POLÍTICA Sobre Moro e a Lava Jato: "Fatos gravíssimos e não negados, sendo indispensável uma apuração ampla", defende Rubens Jr

Por: Tony Maciel* 
Deputado licenciado do PCdoB comenta escândalo envolvendo Sergio Moro e Deltan Dallagnol.
O deputado federal licenciado e secretário das Cidades e Desenvolvimento Urbano do Maranhão, Rubens Pereira Jr (PCdoB), utilizou o Código de Processo Penal para comentar a série de notícias sobre a operação Lava Jato, que envolvem o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, divulgadas pelo site The Intercept Brasil, neste domingo (9).
“O código de Processo Penal, no Art 254, diz que o juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes, se tiver aconselhado qualquer das partes. Já o Art 564 determina que a nulidade ocorrerá, dentre outras, por incompetência, suspeição ou suborno do juiz”, detalhou Rubens Júnior, que também é mestre em Direito Constitucional.
A série de reportagens publicadas pelo The Intercept Brasil, mostra que o ex-juiz federal e hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, orientou as investigações da operação Lava Jato em Curitiba por meio de mensagens trocadas pelo aplicativo Telegram com o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa.
O site afirmou que recebeu de uma fonte anônima um grande volume de mensagens trocadas no aplicativo entre membros da Lava Jato e entre o procurador Dallagnol e Moro. O “The Intercept” foi fundado pelo jornalista norte-americano Glenn Greenwald, um dos autores da reportagem.
Para Rubens Júnior, por ora é apenas uma reportagem. “Mas trazendo fatos gravíssimos e não negados. Indispensável uma apuração ampla. Sem pré-julgamentos, nem a favor, tampouco contra”, alertou. Segundo o jurista maranhense, este episódio mostra “a vulnerabilidade de todos nós em relação a uso de celulares e e-mails”.
O deputado federal licenciado ainda aproveitou uma situação hipotética para propor uma reflexão a respeito do caso. “Um juiz combinou com a defesa a estratégia para absolver um réu. A verdade veio à tona. Deve-se apenas apurar as responsabilidades dos envolvidos ou também anular o processo para termos um julgamento justo?
Por fim, Rubens Júnior defendeu como “confortável” o fato de continuar com a mesma opinião durante todos os recentes episódios sobre a condução dos poderes, tendo sempre a legalidade como base. “O respeito à Constituição Federal é o único caminho possível. Ela não comporta atalhos”, finalizou.
*Ascom Rubens Jr. 
Com pcdobnacamara.org.br

POLÍTICA - Bolsonaro mente sobre faltar recursos para benefícios, diz Oposição

Reprodução da Internet
Em sua conta do Twitter, Bolsonaro ataca parlamentares por não terem liberado crédito suplementar para o governo. Oposição impediu votação na última semana para tentar associar crédito à reposição de verbas da Educação e de programas sociais.
Bolsonaro usou suas redes sociais neste final de semana para atacar a Oposição. Em referência à decisão da última semana da Comissão Mista de Orçamento (CMO), que adiou a votação do projeto de lei (PLN) 4, que autoriza a obtenção pelo governo federal de um crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões, Bolsonaro afirmou que a Oposição “está trabalhando para inviabilizar o pagamento de benefícios do Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pagos aos deficientes e idosos pobres, Plano Safra e Pronaf”.
O novo ataque é mais uma fake news do presidente para esconder suas ações.
“O governo diz que o PLN4 é imprescindível, mas na verdade é uma burla à chamada regra de ouro. Pedem dinheiro para pagar juros, mas não podem confessar. Aí fazem chantagem e terrorismo. Para os gastos sociais o orçamento já está garantido. Governo mente mais uma vez”, rebateu a líder da Minoria, Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
O adiamento da votação na CMO foi uma decisão de deputados e senadores de oposição e do centro.
Segundo o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), os parlamentares se recusam a dar um “cheque em branco” ao Executivo.

“Queremos transparência. O governo de Bolsonaro é mestre em fake news. Nós queremos deixar claro que o recurso do PLN tem que recompor o dinheiro que Bolsonaro cortou da educação, o Minha Casa, Minha Vida, que está parado, o Bolsa Família. Queremos deixar claro quanto vai para recompor esses programas”, explicou.
A votação do texto deve ser retomada esta semana no colegiado.
Fonte: pcdobnacamara.org.br

Alice Portugal quer abolir decreto que impõe censura às universidades

 Alice Portugal diz decreto é censura às universidades

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) apresentou à Câmara dos Deputados Projeto de Decreto Legislativo que susta e torna sem efeito o decreto nº 9.756, de 11 de abril de 2019, que “institui o portal único ‘gov.br’ e dispõe sobre as regras de unificação dos canais digitais do Governo federal’.
 
O decreto objeto de contestação utiliza o pretexto de unificar os portais na internet e aplicativos móveis que contenham informações institucionais, notícias e prestação de serviços do governo federal para, na verdade, impedir que as universidades públicas tenham sites próprios na internet. “Trata-se de mais um golpe contra a autonomia universitária”, destaca Alice Portugal.

Para a parlamentar do PCdoB, o governo Bolsonaro segue implementando censura nas instituições federais e, com o decreto 9.756/2019, pretende impor que instituições federais de ensino submetam ao controle da Casa Civil e do Gabinete de Segurança Institucional todo o conteúdo que quiserem publicar. “O decreto determina que as notícias a serem divulgadas deverão passar por aprovação prévia”, denuncia Alice.

Na prática, todos os sites e aplicativos da administração federal ligados ao poder executivo serão concentrados sob um único domínio o “gov.br”. Isso significa que todas as secretarias, ministérios, autarquias — como a Anatel — fundações e instituições federais de ensino não poderão mais ter seus próprios apps e sites, sendo obrigadas a prestar seus serviços e divulgar informações por meio do novo portal único, mediante aprovação prévia do conteúdo.

Alice Portugal afirma que o governo Bolsonaro não consegue conviver com a democracia e com liberdade e faz das universidades públicas um de seus principais alvos.

Um exemplo desse comportamento antidemocrático pode ser visto na nota divulgada pelo ministro da Educação no dia 30 de maio, véspera das gigantes manifestações dos estudantes de todo o Brasil, na qual o MEC diz textualmente que “professores, servidores, funcionários, alunos, pais e responsáveis não são autorizados a divulgar e estimular protestos durante o horário escolar. Caso a população identifique a promoção de eventos desse cunho, basta fazer a denúncia pela ouvidoria do MEC”.

Fonte: Assessoria de comunicação da deputada Alice