ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65

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quinta-feira, 26 de maio de 2016

BRASIL: Nassif: Medidas de Temer e a quitação das contas de campanha


Trata-se de uma disputa histórica em torno do orçamento: os rentistas pretendendo se apossar do orçamento através da dívida pública; e a sociedade, através dos gastos voltados para a melhoria da vida da população.

Se quiser identificar a ideologia de um governo, analise onde se darão os cortes e limites de expansão dos gastos.

No caso do presidente interino, a receita é óbvia: limites para expansão de gastos sociais, mudança nas regras de vinculação de despesas para educação e saúde; e nenhum obstáculo ao nível de juros ou ao comprometimento do orçamento com encargos financeiros. As metas de redução da dívida bruta serão seguidas através dos cortes nas despesas primárias. Enquanto se mantém a excrescência herdada do governo Dilma, de uma taxa Selic de 14,25%, para uma inflação que caminha para 7% e um PIB em queda livre.

O arrocho nos gastos sociais

Vamos entender melhor as implicações dessa tentativa de desvinculação das receitas de saúde e educação.

A Constituição de 1988 vinculou à saúde 15% da receita fiscal. Grosso modo, a receita fiscal de um ano corresponde à receita do ano anterior corrigida pela inflação do período, mais um percentual mais ou menos equivalente ao crescimento do PIB.

Havia uma lógica que permitiria ao país gradativamente aumentar os gastos com saúde na medida em que o PIB crescesse. No início, haveria um sub-financiamento. Com o tempo, uma melhoria gradativa da economia, com o aumento do PIB permitindo o financiamento adequado para as novas demandas de um país em que a população envelhece e os avanços da cidadania expandem o atendimento à saúde.

A proposta do presidente interino Michel Temer é uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que pretende fixar o valor atual da receita de saúde e apenas corrigi-la pela inflação anual.

Significará congelar os gastos da saúde no pior patamar da última década.

Em 2015 e 2016 o PIB deverá cair por volta de 7% a 8% e as receitas fiscais por volta de 12%. Pela regra Temer, as despesas de saúde seriam congeladas nesse patamar mínimo. Significará uma queda de pelo menos 12% em termos reais, sobre o nível pré-crise.

Suponha que em 2014 as receitas fiscais estivessem em 100 e as de saúde em 15.

Em 2015 o PIB caiu 3,8% e as receitas fiscais caíram 5,8%. Com isso, os gastos com saúde caíram de 15 para 14,13 em termos reais. Em 2016, é provável que as receitas fiscais caiam mais 6%. Nesse caso, as despesas com saúde cairão para 13,28 em termos reais.

A PEC obrigará então que o valor seja congelado nesses 13,28 e, dali para frente, apenas atualizado anualmente.

Suponha que a partir de 2017 o PIB cresça sucessivamente, 1%, depois 2% e se estabilize em 3% ao ano – e que as receitas fiscais cresçam dois pontos percentuais acima do crescimento do PIB.

Em 2022, a relação gastos de saúde/receitas fiscais, em vez dos 15% previstos atualmente, cairá para 11,5%, congelando o valor real no patamar mais baixo das últimas décadas – como proporção da receita e do PIB.

Para um setor que padece historicamente com problemas de sub-financiamento, será um desastre completo, com o país abdicando da proposta civilizatória de universalização da saúde. É a maior ameaça ao SUS desde a sua criação. O mesmo ocorrerá com a educação pública.

Fonte: Portal Vermelho

Daniel Almeida: A hora mais escura


A hora mais escura. Charge sobre Previdência
A hora mais escura. Charge sobre Previdência

 Ficou claro que o objetivo central dos golpistas é proteger corruptos, contrariando o desejo popular de limpeza nacional. O comandante do impeachment, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, loteou o governo Michel Temer com subordinados na Casa Civil e Advocacia-Geral da União (AGU). O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), é réu em três ações do STF, alvo da Lava Jato e acusado de tentativa de assassinato. Eles representam a essência desta gestão marcada pela ilegitimidade.

O caso de Romero Jucá é ainda mais grave do que o do então senador Delcídio do Amaral em termos de obstrução de justiça. Por essa razão, o mínimo que se espera é isonomia no Supremo. A Corte deve garantir a prisão e o afastamento de Jucá do mandato no Senado.

Outra face do governo Temer, que revela as reais motivações do golpe, é o arrocho em conquistas sociais. Nem mesmo áreas cruciais, como saúde e educação, serão preservadas. Em meio a trapalhadas, idas e vindas de ministros, desmentidos, a única coisa que não muda é a agenda contra o Brasil. Essa pauta de retrocesso, que privilegia banqueiros e rentistas, jamais seria aprovada em eleições populares.

Depois de planejar reforma da previdência com idade mínima de 65 anos para aposentadoria de homens e mulheres, Temer quer mudar a Constituição para limitar o gasto público com a população. Se for aprovada essa limitação, haverá o congelamento da parcela do orçamento destinada a políticas sociais, não havendo crescimento real, mesmo que as receitas aumentem e a economia melhore. Na prática, limitar valores à correção da inflação impedirá a meta de aplicar 10% do PIB em educação, a melhoria dos serviços de saúde e investimentos em segurança, por exemplo.

Brasileiros que, inocentemente lutaram para tirar a presidenta, estão percebendo o grave engano cometido. Mas ainda há tempo de lutar e impedir o avanço desse governo que leva o país a um passado sombrio. Mais do que nunca, temos de bradar contra essa grande injustiça com Dilma e com o povo. Temos de apostar na consulta popular por meio de plebiscito para escolhermos o melhor rumo a tomar. Juntos, superaremos este momento que representa a hora mais escura da nossa história. Sobreviveremos!


*Daniel Almeida é deputado federal pela Bahia e líder do PCdoB na Câmara.
Fonte: Portal Vermelho

terça-feira, 24 de maio de 2016

"Qual é o esquema de Aécio, sr. Jucá?", pergunta Ricardo Boechat

Após o vazamento da gravação da conversa entre o ministro Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, Jucá foi afastado do cargo. Ele voltou à liderança do partido (PMDB) no Senado federal, mas algumas perguntas ficaram no ar.
Uma delas foi feita pelo jornalista Ricardo Boechat, na Band, na segunda-feira (23). “Jucá tem a obrigação de revelar o esquema do Aécio. Qual é o esquema de Aécio, sr. Jucá?”, perguntou o âncora, ao se referir ao trecho da gravação em que Jucá diz que os políticos tradicionais não têm chance nenhuma de ganhar eleição.
Confira o trecho: 
"Sérgio Machado - É aquilo que você diz, o Aécio não ganha porra nenhuma…
Romero Jucá - Não, esquece. Nenhum político desse tradicional ganha eleição, não.
Sérgio Machado - O Aécio, rapaz… O Aécio não tem condição, a gente sabe disso. Quem que não sabe?Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB…
Na conversa, o ex-ministro de Michel Temer, afirma que seria necessária uma ação política para "delimitar", conter a investigação. “Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”, disse Jucá se referindo à Operação Lava-Jato.
 
O senador Aécio Neves não se pronunciou sobre a gravação e os comentário de Jucá a seu respeito. 
Fonte: Portal da CTB Nacional

segunda-feira, 23 de maio de 2016

BRASIL: Quem não conhece o esquema do Aécio?, diz Machado em conversa com Jucá


Preocupado com as investigações, Machado, que é apontado como operador do PMDB no esquema da Lava Jato, manifesta receio com as delações: “Queiroz [Galvão] não sei se vai fazer ou não. A Camargo [Corrêa] vai fazer ou não. Eu estou muito preocupado porque eu acho que... O Janot [procurador-geral da República] está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho”, diz.

Jucá concorda e diz que o alvo é todo mundo, inclusive o PSDB. Machado escancara: “O primeiro a ser comido vai ser o Aécio [Neves (PSDB-MG).... O Aécio não tem condição, a gente sabe disso, porra. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB…”.

Jucá tenta desconversar, mas Machado continua a falar citando um suposto esquema para a eleição de Aécio como presidente da Câmara dos Deputados, entre 2001 e 2002: “O que que a gente fez junto, Romero, naquela eleição, para eleger os deputados, para ele [Aécio] ser presidente da Câmara?”. 

E completa: “É aquilo que você diz, o Aécio não ganha porra nenhuma...”. E Jucá responde: “Não, esquece. Nenhum político desse tradicional ganha eleição, não”.

Machado continua a tecer suas considerações sobre Aécio, que também não chegam a ser nenhuma novidade. “O Aécio, rapaz... O Aécio não tem condição, a gente sabe disso. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB...”



Do Portal Vermelho

BRASIL: Jucá é investigado em seis inquéritos no STF


Agência Brasil
 
 

Jucá é um dos homens de confiança de Temer e foi um dos articuladores do rompimento do PMDB com o governo da presidenta Dilma Rousseff. Nesta segunda-feira (23), a Folha de S. Paulo divulgou a transcrição de uma gravação em que Jucá confirma as manobras pelo impeachment para que Temer ocupasse o poder e buscasse um "pacto" para deter o avanço da operação Lava Jato.

Jucá é investigado oficialmente em dois inquéritos na Lava Jato no Supremo, sob a relatoria do ministro Teori Zavascki, sendo um deles chamado de "quadrilhão" que detalha o crime de formação de quadrilha no esquema de desvio de recursos da Petrobras, em benefício de diversos partidos.

Ainda segundo vazamento da grande imprensa, outra investigação em andamento está avançando. Na sexta o ministro Marco Aurélio Mello teria autorizado a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Jucá para colher informações sobre as transações realizadas entre 1998 e 2002, período do governo FHC. O inquérito investiga suposto desvio de verbas federais em obras municipais. O caso tramita no STF desde 2004.

Jucá é ainda investigado em inquérito que tramita no STF desde 2010, o qual apura “possível existência de crime de falsidade ideológica, desvio de contribuições previdenciárias e contra a ordem tributária”, relatado pelo ministro Gilmar Mendes.

Em outro inquérito relatado por Teori Zavascki, ele é alvo de uma investigação que tramita no Supremo em sigilo desde 2011.

Jucá também é investigado num suposto esquema de compra de medidas provisórias da Operação Zelotes, que tem a ministra Cármen Lúcia como relatora.

Na semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF a abertura de mais um inquérito contra integrantes da cúpula do PMDB para apurar o suposto pagamento de propina na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Nesse caso, além de Jucá, também são alvos o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Jader Barbalho (PMDB-PA). Se o inquérito for aberto, será o sétimo envolvendo Jucá. 


Com informações do Valor Econômico

domingo, 22 de maio de 2016

A História africana pode resgatar a autoestima dos afrodescendentes

A História africana pode resgatar a autoestima dos afrodescendentes

Por: Durval Arantes 
Em psicologia, autoestima é definida como a característica de uma pessoa que valoriza a si mesma, dando-lhe a possibilidade de agir, pensar e exprimir opiniões de maneira confiante. Autoestima também pressupõe uma avaliação objetiva e subjetiva que uma pessoa faz de si mesma como sendo intrinsecamente positiva ou negativa em algum grau. Ou ainda, a autoestima envolve tanto crenças quanto emoções autoassociativas.
Trata-se, portanto, de uma emoção ou de um sentimento que reflete a apreciação que uma pessoa faz de si mesma em relação à sua autoconfiança e seu autorrespeito. Através dessas percepções, podemos enfrentar desafios diversos e defender nossos interesses ante as mais variadas instâncias de nossas vidas. A autoestima é formada ainda na infância, utilizando o tratamento que se dá à uma criança como peça chave, ou seja, se uma determinada criança for sempre oprimida em relação às suas atitudes, muito provavelmente esta criança desenvolverá a “baixa autoestima” como um entendimento de si mesma. Por outro lado, se uma criança for sempre apoiada em relação à suas atitudes, dentro de parâmetros justos e edificantes de avaliação, também muito provavelmente terá a sua autoestima elevada em seu processo de amadurecimento pessoal.

Foto: Coletivo Expressão

Reflexão: Qual a importância da autoestima nas estratégias e tratativas da comunidade afro-brasileira na legitimidade de suas demandas históricas de cidadania de primeira classe?
De um histórico, onde toda a grandiosidade das tradições e estruturas Africanas foi dizimada e violentada pela colonização euro-cristã (período este massacrante e eficaz no sentido de oprimir e desvirtuar toda a essência e autoavaliação que outrora os povos da Diáspora Africana anteriormente faziam de si), o sentimento de autoestima para os afrodescendentes, notadamente os sequestrados para o Novo Continente, transformou-se profundamente, a partir do flagelo do comércio escravocrata, não obstante às muitas e honrosas páginas de resistência, ao longo do tempo.
Tornou-se, pois, em um paradigma quase que épico, na medida em que a dinâmica de vida dos Africanos e de seus descendentes na terra nova passou a “obedecer” a um modelo (ou padrão) opressivo em todos os seus aspectos e o qual viria a servir de parâmetro ou exemplo a ser seguido nesta ou naquela situação, fosse qual fosse a relação entre opressor e oprimido. As vidas dos pretos e pretas passaram a ser regidas por “normas orientadoras” de um grupo hegemônico que estabeleceu limites, a partir de preceitos, teses e doutrinas falaciosas e tendenciosas , que determinariam como um indivíduo de descendência Africana deveria agir dentro desses limites.
E, dentro desses limites, as pessoas habitantes e oriundas dos navios tumbeiros, das senzalas, dos engenhos de açúcar, das plantações agrícolas, das minas de exploração mineral, das periferias, dos morros, das favelas, dos cortiços e das comunidades passaram a ser estigmatizadas pelas elites de forma depreciadora e pejorativa.

Foto do projeto “Cansei” de Larissa Isis

Some-se a isso, especificamente no Brasil, a degradação humana e os baixíssimos índices de cidadania nos quais esses contingentes humanos certamente se inseriam, principalmente nos períodos pré e pós-abolicionistas: desconhecimento e distanciamento de sua própria História, abuso de gênero contra as mulheres, desemprego entre os homens, proibição de voto, baixa expectativa de vida, ociosidade, desamparo republicano, etc…
Sem dúvida, um ambiente histórico pouco propício para qualquer projeto de cultivo sistemático de um sentimento de orgulho e amor próprio, em um povo.
Não sem surpresa, portanto, muitos dos antepassados das gerações atuais de afro-brasileiros e afro-brasileiras introjetaram uma percepção enviesada sobre si, passando a rejeitar e subestimar a sua autoimagem e o que ela representava ante a sociedade da época.
E essa “visão equivocada de si” foi sendo passada de geração a geração, causando efeitos danosos e de longo alcance na formação e no legado psicossocial das pessoas de pele escura habitantes deste lado do oceano.
Isto posto, a autoestima das pessoas afrodescendentes precisa ser construída sobre os pilares da verdade Histórica de seu passado:
Os povos africanos são a primeira e a mais antiga etnia a caminhar sobre o planeta terra (TODAS as demais civilizações terrestres surgiram DEPOIS e A PARTIR dos contingentes humanos saídos da África), os povos Africanos inauguraram os conhecimentos de transformação de metais, estudaram e mapearam as estrelas, os ciclos da água; lançaram os fundamentos da Zoologia e da Botânica, através da observação sistemática da rica fauna verificada na imensidão do território Africano… desenvolveram técnicas de caça e pesca que são utilizadas até os dias de hoje, independentemente do uso de quaisquer tecnologias, fundaram reinos… formataram regras de linguagens e construíram pirâmides cujos níveis de sofisticação e complexidades são ainda um mistério até para o conhecimento científico contemporâneo… cobriram distâncias continentais e venceram obstáculos topogeográficos e climáticos inimagináveis… desbravaram e povoaram territórios outrora inóspitos… lançaram as bases para o aparecimento e a continuidade histórica das civilizações aborígenes, persas, gregas, romanas, ibéricas e do sudoeste asiático, todas tendo a África como ponto de origem!!!

Todo este patrimônio afro-antropológico, no entanto, foi suprimido e “desapropriado” pela dita historiografia eurocêntrica, que deslocou o eixo de entendimento do mundo para o foco de uma visão branca, capitalista e cristã. Somado a isto (ou até mesmo EM RAZÃO DISTO), acrescentem-se todas as influências filosóficas, econômicas, artísticas, acadêmicas, burocráticas e generalistas de conteúdos tendenciosos e protecionistas que visaram (e visam!) à manutenção de privilégios infundados que fundamentaram o controle dos feudos, da burguesia, das castas eclesiásticas, das forças militares, dos conglomerados e das ditaduras que cruzam o processo civilizatório do mundo, desde a Idade Média. E todos estes fatores citados, sem exceção, tornaram-se fatores de desfacelamento e prejuízo da autoestima dos povos representantes da Diáspora Africana.
O século 21 escancarou, via tecnologia virtual, o acesso e a massificação das diversas fontes de informação que oportunizam o contato dos afrodescendentes ao conhecimento real de fatos históricos. Acervo este que, antes da disseminação do mergulho à rede mundial de computadores, só estava disponível em círculos acadêmicos restritos e elitizados. De POSSE desta informação (como fator de revisão, retratação e reparação dos privilégios verificados), os movimentos representantes das demandas das populações afro-diaspóricas podem, também, fazer uso dos conteúdos resgatados via internet como plataformas de resgate e difusão da relevância histórica, social, filosófica, científica e sobretudo humanitária da África e dos seus filhos e filhas para o entendimento da existência da espécie humana sobre a face da Terra. Isso, seguramente, iniciaria um processo altruísta e revigorante no resgate da autoestima étnica de homens e mulheres de pele escura ao redor do planeta.
Após o holocausto que foi a intervenção e colonização europeia no continente Africano (cujos efeitos nefastos se fazem sentir até hoje na região), três indicadores históricos podem ser apontados como responsáveis pelos impactos corrosivos no senso de autoestima dos povos locais e de uma expressiva parte de seus descendentes ao redor do mundo, já a partir da dinâmica do ciclo escravocrata: 
1) A arma de fogo: Instrumento que abatia um foco de resistência de forma imediata: rebelou-se, fuzilava-se e encerrava-se o embate. Aqui o efeito é instantâneo e opressor pela via rápida, inclusive para o amedrontamento de outros eventuais focos de resistências próximos e imediatos.

2) O açoite físico: Mecanismo que minava um foco de rebeldia ou de resistência de forma gradual e lenta. Indiscutivelmente abusivo (e exclusivamente do ponto de vista da mão no chicote), o açoite tinha um caráter “educador”. Durante a “Grande Travessia”, no desembarque em terra firme, nos leilões de venda, na quebra e violação de vínculos familiares, no estupro sistemático e bestialização das mulheres e crianças pretas, no trabalho assalariado e implacável, na Abolição (mais imposta do que conquistada), no abandono do Estado, na perseguição das forças policiais, desde a fundação da República… o abuso físico foi um fator de implosão e deterioramento do amor próprio dos povos afro-diaspóricos.
3) A conversão às religiões monoteístas: As populações afrodiaspóricas inseridas no contexto escravocrata foram forçadas ou seduzidas a abrirem mão de suas doutrinas teo-espirituais seculares, mormente reverenciadoras da flora e das forças da natureza, para abraçarem uma outra doutrina cuja liturgia e retórica são calcadas na reverência a um poder único, no pecado, na punição, na seletividade e na penitência. A conversão religiosa de pessoas afrodescendentes às doutrinas eurocêntricas tem um efeito fisicamente menos traumático do que a arma de fogo e o açoite, mas produz resultados cataclísmicos na auto-percepção de pessoas de descendência Africana, uma vez que este fenômeno se apropria da “alma” e do discurso dessas pessoas, com a vantagem adicional de este “efeito doutrinador” ser repassado de geração para geração de uma mesma família. Um domínio e controle que se estende pelo tempo, pelo espaço e em escala geométrica. Talvez não seja de toda absurda a lógica de se afirmar que, ao defender o seu direito intrínseco (sobretudo legítimo) de defender a fé monoteísta que prega e acredita, uma pessoa afrodescendente está paradoxalmente fazendo a defesa da autoestima de uma tradição sufocante, que tira a África do centro do entendimento do que é, como é, e do “porquê é” o mundo. Em todas estas 3 instâncias do fenômeno afrodiaspórico (arma de fogo, açoite e conversão doutrinária) a autoestima ORIGINAL de pessoas Africanas e de sua descendência foi meticulosamente pisoteada, subestimada, corrompida, oprimida e relativizada.
Agora, ainda às portas do século 21, é chegado o momento de as pessoas herdeiras das tradições Africanas seculares promoverem um resgate da grandeza e da “maravilhosidade” de sua importância como pessoas e, assim, promover o revigoramento de sua autoestima.
Temos, sim, que manter o foco nas mazelas, ameaças e desigualdades que assolam a nossa gente todos os dias e em todas as facetas da sociedade moderna.
Mas temos, também, que pegar a nossa própria História pelas mãos e fazer dela um motivo de orgulho, exaltação, auto-satisfação, glória e honra.
Essa História, a nossa, rica e que abraça todo o mundo, não se inicia com a chegada dos colonizadores na Europa.
Nós NÃO SOMOS descendentes de escravos. Somos descendentes de seres humanos Africanos que foram ludibriados, manipulados e sequestrados em suas terras.

Imagem: FlinkSampa – Google Images

A nossa autoestima já reside dentro de nós. Se estava adormecida, já passou da hora de acordá-la. E que seja cedo, logo de manhã. Ao levantarmos, que cada um e uma de nós que vá para a frente de um espelho. E que só saia de lá quando amar e respeitar a imagem refletida diante de si.
Nós, filhos e filhas da Diáspora Africana, viemos ao mundo com o direito de ter sonhos e sermos felizes.
Com todo o respeito às opiniões em contrário.
Leia também:
Fonte: Mundo Negro

sábado, 21 de maio de 2016

Encontro de Blogueiros: Multidão aguarda Dilma e grita contra Temer


  

Leia também:
Ao vivo: 5ª edição do Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais 
Do Portal Vermelho, com informações dos Jornalistas Livres

BRASIL: Governo ilegítimo de Temer pode acabar com o programa Mais Médicos


www.acritica.com.br
 
 
Mais grave que isso, no entanto, é que o governo golpista pode simplesmente acabar com o programa inteiro, cancelando unilateralmente o contrato com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), alerta Hêider Pinto, ex-secretário de Gestão de Trabalho e da Educação em Saúde do governo Dilma.
 
Mas, se o programa é fruto de uma lei, de que maneira o governo golpista poderia simplesmente esvaziar o Mais Médicos, ou mesmo acabar com ele, sem passar pelo Congresso? “Basta deixar de fazer os repasses para a OPAS durante um mês, dois no máximo, e o programa morre por inanição”, alerta Hêider.
 
O governo golpista não enfrentará apenas a resistência dos movimentos sociais organizados, mas também da maioria dos prefeitos e prefeitas do Brasil. Dos mais de 5,5 mil cidades brasileiras, a maior parte está distante das capitais e dos grandes centros e, portanto, da rede de atendimento em saúde.
 
“A principal reivindicação dos prefeitos e prefeitas é manter e, se possível, ampliar o Mais Médicos. Pela lei que criou o programa, ele terminaria agora em agosto. Seria uma calamidade para as prefeituras”, diz Eduardo Tadeu, presidente da Associação Brasileira de Municípios (ABM). Foi a pedido de uma comitiva de prefeitos e prefeitas, no dia 29 de abril, que a presidenta eleita Dilma Rousseff editou medida provisória estendendo o programa até 2018.
 
Eduardo Tadeu conta que, em conversa recente com o Ricardo Barros, o ministro disse que não mexerá no programa, ao contrário do que disse à imprensa. A ABM, de toda a forma, promete fazer pressão sobre o governo e impedir o esvaziamento do Mais Médicos.
 
63 milhões atendidos
 
Criado em agosto de 2013, sob oposição de corporações médicas e forte confusão na mídia, o Mais Médicos tem hoje 18.240 profissionais médicos em atuação. Trabalham em conjunto com equipes de saúde da família. Cada equipe, pelos registros do Ministério da Saúde, atende, em média, 3.450 pessoas. Os dados são apresentados por Hêider Pinto.
 
Ou seja, 63 milhões de brasileiros são atendidos. Cada equipe de saúde da família visita uma mesma residência pelo menos a cada três meses. Em casos especiais, quando na família há um caso de hipertensão, por exemplo, as visitas são mensais. Quando um bebê nasce, as visitas podem somar quatro por mês.
 
A polêmica dos cubanos
 
Muita desinformação foi disseminada na opinião pública por conta da chegada de médicos cubanos para integrar o programa. O fato, porém, é que a contratação de estrangeiros sempre foi a terceira opção do Mais Médicos.
 
Há três editais de convocação. O primeiro, prioritário, é aberto apenas a brasileiros com diploma registrado no Brasil. O segundo, caso as vagas não sejam preenchidas pelos primeiros, é destinado a brasileiros formados no exterior. Só se sobrarem vagas, o terceiro edital é aberto a estrangeiros.
 
No primeiro edital, em 2013, apenas 11% das vagas foram preenchidas por brasileiros formados por aqui ou no exterior. Em geral, os médicos não querem trabalhar em regiões afastadas dos grandes centros, nas florestas, no sertão, nas cidades pequenas. E é para essas localidades, onde a falta de atendimento à saúde era crônica, que o programa é destinado, explica Hêider Pinto.
 
A maioria dos estrangeiros que atendeu ao chamado foi de cubanos por uma razão muito simples. Faz parte do sistema público de saúde cubano a cessão de médicos e outros profissionais da área médica a países em dificuldades. Quando o país é mais pobre que Cuba, ou enfrenta crises como terremotos ou epidemias, Cuba não cobra um único centavo.
 
Mais brasileiros
 
Com o passar do tempo, a compreensão dos médicos nascidos no Brasil a respeito do programa ampliou-se. Tanto que nos editais de 2015 e 2016, o número dos inscritos aumentou para 29%. “Isso aconteceu porque os médicos passaram a escutar os testemunhos de quem participou, de ouvir relatos de professores”, conta Hêider.
 
No entanto, algumas dificuldades em preencher as vagas apenas com médicos brasileiros permanecem. 40% dos inscritos abandonam o projeto antes de completar o prazo inicial de um ano. O mesmo ocorre na segunda modalidade de contratação, que prevê prazo de três anos de trabalho renováveis por mais três. Entre os estrangeiros, o percentual de quem sai antes do prazo é de apenas 15%, sendo que, para eles, só há uma modalidade de contratação: três anos renováveis por mais três.
 
Como são remunerados
 
De 18 mil médicos no programa, 13 mil são cubanos. Mas há 40 outras nacionalidades, sendo o segundo maior contingente o argentino. O Mais Médicos paga R$ 10 mil para cada um, livre de impostos. Os cubanos, por causa da legislação da saúde nacional de Cuba, recebem R$ 3 mil – o equivalente a uma bolsa para médicos residentes no Brasil – e os R$ 7 mil restantes são repassados à Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), um órgão da ONU, com sede em Washington, que então os repassa à Cuba. Ao mesmo tempo, os cubanos mantêm o salário que recebem do governo deles.
 
Médicos sem Fronteiras
 
Uma contradição curiosa na opinião pública se observa nos últimos tempos, especialmente depois da intensificação de propagandas da ONG internacional Médicos sem Fronteiras (MSF) na TV. Todos parecem admirar esse trabalho de médicos estrangeiros em outros países. São sete mil profissionais de saúde em diversos países do mundo, pagos com financiamentos e doações privadas.
 
“Se o nosso Mais Médicos tivesse a maioria de franceses, por exemplo, todo mundo ia achar bonito”, comenta o ex-secretário do Ministério da Saúde. “O problema é o preconceito contra Cuba, a falsa ideia de que é uma ditadura que obriga os médicos a trabalhar de graça”, completa.
 
O presidente da Associação Brasileira de Municípios acrescenta que, historicamente, os médicos brasileiros aventuram-se em apenas um terço dos municípios brasileiros. “Sem o Mais Médicos, milhões ficarão desassistidos”, garante.
 
Mais riscos de morte
 
Eduardo Tadeu lembra ainda outro risco a rondar o programa, que atende pelo nome de José Serra. Ora, mas o Serra não é ministro interino das Relações Exteriores? O que ele tem a ver com isso? “Relações Exteriores, Cuba, entende a ligação?”, responde o presidente da ABM.
 
Sandro, da CNTSS-CUT, diz que as entidades sindicais do setor saúde já estão se mobilizando, assim como os conselhos de saúde que existem por todo o Brasil. “O ataque não é só ao Mais Médicos, mas ao SUS como um todo. E a militância do SUS é aguerrida, experimentada, e tem todas as colorações ideológicas”, lembra.
 

Por Isaías Dalle - CUT
Fonte: Portal Vermelho

BRASIL: STF autoriza quebra de sigilo de Jucá, ministro de Temer


boavistaagora.com.br
 
 

Segundo o texto publicado nesta sexta, a autorização foi dada pelo ministro Marco Aurélio Mello, em inquérito que investiga Jucá e tramita no Supremo.

O peemedebista, que é senador licenciado, está sendo investigado por condutas referentes à liberação de emendas parlamentares para obras que depois teriam sido superfaturadas. 

Ele também é acusado de participação nos escândalos que são apurados nas operações Lava Jato e Zelotes.

Jucá é presidente nacional do PMDB. No meio do processo de impeachment, quando Temer se afastou do posto, foi substituído pelo senador.

Em nota, a assessoria do ministro afirmou que ele "colocou à disposição da Justiça todas as informações pertinentes ao processo".


Do Portal Vermelho

PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA ACABOU ! GOLPISTAS DO GOVERNO PROVISÓRIO DE MICHEL TEMER ACABAM COM O PROGRAMA - ELES NEGAM, MAS....


GOLPISTAS DO GOVERNO PROVISÓRIO DE MICHEL TEMER ACABAM COM O PROGRAMA - ELES NEGAM, MAS....

O MINISTRO DAS CIDADES SUSPENDEU A CONTRATAÇÃO DE CONSTRUÇÃO DE 11.250 CASAS DO PROGRAMA, ANUNCIOU QUE A DECISÃO ERA FRUTO DE UMA AUDITORIA. EM UMA ENTREVISTA AO ESTADÃO, DECLAROU QUE O PROGRAMA ESTAVA "SUSPENSO", E QUE DE 2 MILHÕES DE MORADIAS PREVISTAS, NENHUMA SERIAM CONSTRUÍDAS.

É O FIM DO PROGRAMA

MAS, diante da repercussão negativa, BRUNO ARAÚJO RECUOU e DESMENTIU a informação e anúncio por ele mesmo feito, tentando dizer que mentirosa é a MATÉRIA DO ESTADÃO.

Ocorre que BRUNO ARAÚJO tenta com MEIAS PALAVRAS, evitar DIZER TODA A VERDADE. 

Sob a CAPA de que vai apenas REVER O PROGRAMA, que o DINHEIRO não existe para construir o que foi anunciado pelo governo DILMA, e que vai fazer AUDITORIA, está a decisão de, SE DEIXAREM DE SER INTERINOS, ou seja, se DILMA for definitivamente AFASTADA, ACABAR COM O PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA.

ESSA É A INTENÇÃO, ESSA É A VERDADE, QUE BRUNO ARAÚJO DEIXOU ESCAPAR, E FOI ADVERTIDO E ORIENTADO PARA DESMENTIR.

Construir MORADIA para a PARCELA mais POBRE dos brasileiros, NUNCA FOI UMA PREOCUPAÇÃO e PRIORIDADE dessa DIREITA GOLPISTA QUE TOMOU O PODER.

AQUI A VERDADE QUE ELES DEIXARAM ESCAPAR
Governo Temer suspende todas as novas contratações do Minha Casa

VOCÊ AINDA DUVIDA ?

Novo ministro confirma suspensão do 'Minha Casa'

Temer suspende todas as novas contratações do Minha Casa - Estadão
MURILO RODRIGUES
Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, afirmou que suspensão é para analisar programa



Fonte: http://007bondeblog.blogspot.com.br/

quinta-feira, 19 de maio de 2016

EDUARDO CUNHA MANOBRA PARA VOLTAR - #+GOLPE

PAUS-MANDADOS VÃO AO SUPREMO PEDIR QUE LHES SEJA "GARANTIDO" O DIREITO DE DECIDIR O FUTURO DE SEU "GRANDE LÍDER"

Deputado aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), parlamentar afastado de suas funções e RETIRADO DA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA por decisão UNÂNIME do STF, entraram VIA texto assinado pelo PP, PSC e Solidariedade, na última segunda-feira dia - 16/05 - com uma ação no próprio Supremo Tribunal Federal pedindo que o afastamento do peemedebista seja submetido à votação no plenário da Casa.

Os partidos alegam que, "por questão de isonomia e justiça" o STF deve adotar para o presente caso, o mesmo sistema previsto para as chamadas medidas cautelares, como prisão, em caso de afastamento. Ou seja, que o Congresso deve votar em até 24 horas a manutenção ou não da decisão, respeitando-se assim a autonomia institucional do PODER LEGISLATIVO.

Cunha, que embora supostamente afastado continua MANDANDO e MANOBRANDO, (há quem diga que ele todos os dias cumpre o ritual de se apresentar como PRESIDENTE DA CÂMARA, com a diferença que conduz os trabalhos da "CASA" À DISTÂNCIA, MAIS UMA VEZ afronta à REPÚBLICA, seus PODERES e seus CIDADÃOS. 


ELE QUER VOLTAR e, se o caso for à apreciação DO PLENO do STF, tenho certeza que agora, ao menos DOIS VOTINHOS ele terá.

Fonte: http://007bondeblog.blogspot.com.br/

Por que me filiei ao Partido Comunista do Brasil

Há menos de uma semana, fomos dormir em um país e despertamos em outro. Infelizmente, tragicamente o Brasil não é mais o mesmo. Os arreganhos autoritários, reacionários e fascistas que se espraiavam pela sociedade, chegaram lá – ao Poder.
Há cinco dias, o governo popular de Dilma Vana Rousseff, eleita em 2014 com 54 milhões de votos, foi usurpado pelo vice-presidente da República, beneficiário e partícipe de um golpe do Estado reconhecido no Brasil por centenas e centenas de juristas, intelectuais, movimentos sociais e sindicais, e repudiado por milhões de brasileiros, e reconhecido no exterior pela maioria esmagadora da imprensa internacional, sem falar em organismos multilaterais como a Organização dos Estados Americanos (OEA), entre outros.
O rumo político-institucional que o Brasil começou a tomar no ano passado e um episódio extremamente preocupante que atingiu a este que escreve no início deste ano, quando fui ameaçado por autoridades  que deveriam cumprir a lei, mas que a estão usando como arma política, foram os principais fatores que fizeram com que eu tomasse uma decisão que jamais pensei que tomaria.
Para quem chega agora ao Blog e não sabe, no início de março autoridades da Operação Lava Jato fizeram ameaças veladas a este Blog por ter divulgado que a própria Operação havia vazado para a grande imprensa detalhes de sua 24a fase. Ou seja, você denuncia que estão cometendo um crime e, de forma ditatorial, é acusado de tê-lo cometido. Coisa de ditadura mesmo…
É diante desse quadro desolador de golpe de Estado e de ameaças aos direitos individuais dos cidadãos que comunico aos leitores do Blog da Cidadania que decidi me filiar ao Partido Comunista do Brasil. No vídeo abaixo dou mais detalhes sobre as razões dessa filiação.
EDUARDO GUIMARÃES

Paulo Teixeira: escolha de líder do governo mostra influência intacta de Eduardo Cunha

Para deputado federal por São Paulo, definição de André Moura, do PSC de Sergipe, confirma que governo interino é “liderado por um réu da Lava Jato”
Por Eduardo Maretti, da RBA
A escolha do deputado André Moura (PSC-SE) como líder do governo interino de Michel Temer na Câmara dos Deputados reafirma que a influência do ex-presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado do mandato pelo Supremo Tribunal Federal, continua intacta até o momento. “Isso mostra a força que Eduardo Cunha tem no governo Temer”, diz o deputado Paulo Teixeira (PT-SP). “Mostra também que temos um governo de réus que afastou uma pessoa honesta, a presidenta Dilma Rousseff.”

Moura é escolhido pelo chamado Centrão, formado por PP, PR, PSD, PRB, PSC, PTB, SD, PHS, Pros, PSL, PTN, PEN e PTdoB,, que será composto por 225 deputados.

Teixeira afirma que a escolha de Moura obedece a critérios visíveis. “Um advogado de Cunha (Gustavo do Vale Rocha) é subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil (chefiada por Eliseu Padilha). Ele (Cunha) nomeou ainda o chefe de gabinete (Carlos Henrique Sobral) do novo ministro da Secretaria de Governo e, agora, escolhe o líder do governo. É um governo de liderados por um réu da Lava Jato”, afirma Teixeira. A Secretaria de Governo é comandada por Geddel Vieira Lima. “Daí não pode sair nada de bom”, diz.

Segundo o jornal O Globo, em matéria de agosto de 2015, André Moura é “aliado de primeira hora” de Eduardo Cunha. Em junho do ano passado, diz a reportagem, “de uma só vez a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu denúncias do Ministério Público em três inquéritos contra o parlamentar, tornando-o réu sob acusação de ter praticado crimes que vão de apropriação indébita, desvio ou utilização de bens públicos do município de Pirambu (SE)”.

A eleição de André Moura para a Câmara em 2014 havia sido barrada com base na Lei da Ficha Limpa, pelo TRE-SE, mas, posteriormente, a decisão foi revertida pelo Tribunal Superior Eleitoral.

De acordo com o site Congresso em Foco, em dezembro de 2014 o TSE liberou os 71 mil votos obtidos por Moura, “que apareciam zerados devido ao indeferimento de sua candidatura”. Segundo o site, “os ministros levaram em consideração a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de suspender a condenação imposta ao (então) líder do PSC na Câmara, por improbidade administrativa, referente ao período em que administrou o município de Pirambu (SE)”.

Na semana passada, a cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos, comentou que Eduardo Cunha, “aparentemente fora” do jogo político, poderia estar “agindo na sombra”.

“Michel Temer vai depender da intervenção de Cunha na governabilidade, na questão da relação entre Legislativo e Executivo. Se não mexerem com Cunha e ele se mantiver como parceiro, facilita para Temer. Se ele ficar na ‘oposição’, vai criar problemas. Cunha está agindo na sombra”, disse a professora.

Foto de capa: Ananda Borges/Câmara dos Deputados
Fonte> Revista Fórum