ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65

ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65
CAMPANHA MOVIMENTO 65

sábado, 29 de outubro de 2022

PRESIDENTE DO CENTRO POTIGUAR DE CULTURA - CPC-RN, EDUARDO VASCONCELOS ENVIARÁ OFÍCIOS AS PREFEITURAS EM BUSCA DE APOIO SOLIDÁRIO E CULTURAL

 

"Dandara, exemplo de Resistência!"
Eduardo Vasconcelos - Presidente do CPC-RN, radialista, ativista e blogueiro.

O CPC-RN RESISTE!

O presidente do Centro Potiguar de Cultura - CPC-RN, EDUARDO VASCONCELOS, estará mantendo contatos com prefeituras potiguares próxima semana, cujo objetivo é solicitar apoio ao CPC-RN.

O mesmo irá manter contatos com prefeitos e secretários municipais de cultura e da educação falando da SOLIDARIEDADE para com a o Centro Potiguar de Cultura - CPC-RN, que passa por uma situação caótica, financeiramente falando.

O CPC-RN é uma instituição sem fins lucrativos, reconhecida como de Utilidade Pública Estadual, com sede em NOVA CRUZ!

O pedido será simbólico pessoal ou jurídico, disse, Eduardo.

É bom lembrar que dia 30 de dezembro o CPC-RN estará completando 17 anos de LUTAS, HISTÓRIA, VITÓRIAS e RESGATE DA CULTURA BRASILEIRA E EM ESPECIAL A CULTURA DO RIO GRANDE DO NORTE.

Ás primeiras regiões serão o Litoral Sul, Agreste e em seguida outras regiões, como a Metropolitana, depois Trairi, Potengi, Oeste, Alto Oeste e Seridó. Esses contatos preliminares, serão com os prefeitos.

Finalizou, Eduardo Vasconcelos.

Aplicativo e-Título deve ser baixado até (HOJE) sábado

  Foto: Reprodução

O aplicativo e-Título pode substituir o título de eleitor e o documento com foto no segundo turno das eleições. Mas a emissão da versão digital ficará suspensa no dia da votação e, por isso, precisa ser feita até sábado (29).

Quem já usou o aplicativo no primeiro turno ou em eleições anteriores, já tem o título de eleitor digital e não precisa emitir o documento novamente.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) orienta eleitores que ainda não tem a versão digital do título a se organizarem e evitarem baixar o aplicativo de última hora. É preciso ter um registro na Justiça Eleitoral para emitir o documento, que então poderá ser acessado a qualquer momento.

Com o e-Título, é possível acessar vários recursos, como consulta do local de votação, formulário de justificativa para a ausência, entre outros. O uso do aplicativo não é obrigatório e funciona como uma alternativa digital para o documento impresso com foto.

Ao abrir o aplicativo pela primeira vez, clique em "Próximo" e, depois, em "Começar no e-Título". Em seguida, aceite os termos de uso do aplicativo. Para emitir o título de eleitor digital, siga este passo a passo:

  • Insira nome, data de nascimento, CPF ou número de inscrição presente no título impresso, além de nome da mãe e do pai, se constar no RG, e clique em "Entrar no e-Título";

  • Na tela seguinte, responda a três questões para confirmar sua identidade – o aplicativo pede a alternativa correta em perguntas sobre informações como documento de identificação, cidade natal, estado, endereço, grau de instrução e número de telefone;

  • Crie uma senha – caso você já tenha usado o e-Título, insira a senha criada anteriormente (é possível criar uma nova ao clicar em "Esqueci minha senha");

  • O aplicativo pode mostrar uma tela para ativar o desbloqueio do aplicativo com o leitor de impressão digital do celular;

  • Os dados do seu título de eleitor estarão disponíveis na aba "e-Título".

  • O e-Título reúne informações como nome, número de inscrição do título de eleitor, data de nascimento, número de zona eleitoral e seção, município, nome dos pais. Há ainda um QR Code que serve para validar as informações.

Posso votar só com o e-Título?

O eleitor pode levar apenas o celular com o e-Título se estiver com a biometria em dia com a Justiça Eleitoral. Se a sua foto não estiver aparecendo no aplicativo, o aplicativo não poderá ser usado para liberar o acesso à urna.

Mesmo que não tenha foto, o aplicativo ajuda a encontrar o local de votação rapidamente, assim como a versão em papel.

Para o voto, o TSE exige a apresentação de um documento com foto, o que, além do e-Título, inclui carteira de identidade, identidade social, carteira de trabalho, carteira nacional de habilitação, passaporte ou equivalente, carteira de categoria profissional reconhecida por lei ou certificado de reservista.

O título de eleitor impresso não tem foto e, por isso, não serve para permitir a votação.

Fonte: g1

Com Potiguar Notícias

Lula supera Bolsonaro em debate e reforça favoritismo na reta final - por André Cintra


Conforme pesquisa do AtlasIntel, 51,5% afirmaram que Lula venceu o duelo, contra 33,7% que indicaram Bolsonaro como o vencedor.

Não deu para Jair Bolsonaro (PL). Se o presidente dependia de um bom desempenho no debate da TV Globo para manter vivas suas chances de reeleição, coube a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em noite inspirada, frustrar os planos bolsonaristas. O último encontro entre os candidatos ao Planalto, realizado nesta sexta-feira (28), nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, terminou com clara vantagem para o ex-presidente.

Conforme pesquisa qualitativa do AtlasIntel, Lula superou Bolsonaro em cada um dos quatro blocos de confrontos diretos. Para avaliar o desempenho dos presidenciáveis, o instituto monitorou as impressões de cem eleitores indecisos durante o debate. Na média final, 51,5% afirmaram que Lula venceu o duelo, contra 33,7% que indicaram Bolsonaro como o vencedor. Outros 14,9% não sabiam opinar.

Outro levantamento, a cargo da Quaest Consultoria, comparou as menções aos dois candidatos nas redes sociais ao longo do debate. Com Lula, houve equilíbrio: 51% das citações foram positivas, e 49%, negativas. No caso de Bolsonaro, as menções negativas (64%) suplantaram as positivas (36%). Nem mesmo o poderio bolsonarista nas redes foi capaz de encobrir a noite infeliz do presidente na Globo.

Salário mínimo

A superioridade do petista ficou evidente já na primeira rodada de perguntas, quando Bolsonaro pôs em discussão uma das pautas que mais o prejudicaram neste segundo turno: o futuro do salário mínimo. “Ao longo dos últimos dias, Luiz Inácio, o seu partido foi com toda vontade, na televisão e nas inserções de rádio, dizer que eu não ia reajustar o mínimo, que eu não ia reajustar as aposentadorias – e também que eu ia acabar o 13º, com as férias e com as horas extras. Tu confirmas isso?”, questionou Bolsonaro, recorrendo a uma colinha em sua mão esquerda.

Era a deixa para o presidente tentar negar essas ameaças – as quais, por sinal, foram gestadas no seio de seu governo. Estudo interno do Ministério da Economia estimou os impactos do congelamento do piso salarial dos trabalhadores – o documento falava em desatrelar a correção do salário mínimo da inflação anual. Para sorte dos brasileiros, a maldade do ministro Paulo Guedes foi revelada pela Folha de S.Paulo. Dias depois, o Estadão divulgou novos documentos do ministério que tratavam iguualmente de ataques a direitos trabalhistas.

Lula não apenas explicou esse dado constrangedor para Bolsonaro como também deu início à sua principal tática no debate: comparar o legado de seus dois governos (2003-2010) com a herança da gestão Bolsonaro (2019-2022). “Não sei o que nosso adversário está vendo porque a verdade nua e crua é que o salário mínimo dele hoje é menor do que quando ele entrou. A verdade é que durante o meu governo eu aumentei o salário mínimo em 74%”, disse Lula

“Ele (Bolsonaro) não aumentou o salário mínimo. Ele apenas concedeu a inflação e, em alguns anos, menos que a inflação”, lembrou o ex-presidente. “Agora é muito fácil chegar perto das eleições e prometer. Eu quero que o candidato diga claramente: por que, durante quatro anos, o senhor não aumentou o salário mínimo?”

“Conversar com o povo”

Esta foi a tônica do debate na Globo. Mesmo quando a prerrogativa da pergunta estava com Bolsonaro, Lula respondia com firmeza e procurava emendar um questionamento para seu oponente. Quando o presidente insistia em voltar à pergunta original e cobrava resposta, Lula contornava a situação com habilidade: “Eu não vim aqui para responder para o candidato. Eu vim aqui para conversar com o povo brasileiro”.

No primeiro bloco, houve até um inusitado esclarecimento do apresentador William Bonner, depois que Bolsonaro insinuou uma tabelinha entre o ex-presidente e o jornalista: “Eu de fato disse, na entrevista do Jornal Nacional, que o candidato Lula não deve nada à Justiça. Mas, como jornalista, eu não digo coisas da minha cabeça”, declarou Bonner. “Eu disse isso baseado em decisões fundamentadas do Supremo Tribunal Federal.”

Lula, particularmente afiado nos dois blocos iniciais, emendava mais indagações a Bolsonaro a cada réplica. Foi assim que ele lembrou retrocessos do governo, em especial os cortes expostos na peça orçamentária de 2023, encaminhada pelo governo ao Congresso no último mês de agosto.

“Esse homem governou por quatro anos e não deu um aumento para merenda escolar, que hoje é de apenas 36 centavos”, disse o ex-presidente, num bloco. “Por que você cortou praticamente toda verba dos programas que protegem as mulheres da violência?”, emendou Lula, dois blocos depois.

Gafe

Ao longo do debate, Bolsonaro abusou do vício de falar especificamente para sua bolha. A exemplo do que havia feito no debate da Band, em 16 de agosto, ele voltou a criminalizar moradores de favelas: “Lula, você esteve no Complexo do Alemão esses dias, não foi para ver o povo trabalhador, o povo ordeiro, 99% ou mais da população cidadãos de bem. Você esteve lá se encontrando com o chefe do narcotráfico, os chefões”, cutucou o presidente.

Detalhe: apesar de ter turbinado o Auxílio Brasil de modo temporário e oportunista, Bolsonaro continua esnobado pelo eleitor de baixa renda. Pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (27) mostra que, entre aqueles que ganham até dois salários mínimos, a vantagem de Lula para Bolsonaro disparou em oito dias – de 57% a 37% para 61% a 33%. Nem esse revés pareceu o suficiente para poupar o presidente de uma nova gafe.

Lula, para todos efeitos, não passou recibo:  “Eu fui ao Complexo do Alemão visitar gente extraordinária, porque eu sou o único presidente da República que tem coragem e moral de entrar numa favela antes e depois, ser tratado como ser humano e tratar todo mundo com respeito. Todo mundo ali (é) gente trabalhadora extraordinária, gente que quer chance de estudar, gente que não quer ser vitimado pela polícia feroz”.

Fake news

O ex-presidente, do alto de seu melhor momento em quatro debates eleitorais neste ano, continuou a ditar o ritmo do confronto, dominando a cena. Lula nem sequer permanecia no centro do palco enquanto Bolsonaro estava com a fala. Era um Lula diferente daquele que vimos no debate da Band.

Da parte de seu rival, não faltaram fake news. Sem provas, Bolsonaro acusou novamente Lula de apoiar o aborto, a legalização das drogas e a desmilitarização da polícia. Citando números fora de contexto, insinuou que seu governo foi mais bem-sucedido na questão ambiental do que a Era Lula. Não colou.

De resto, o ex-presidente manteve a calma e não deu corda à baixaria bolsonarista. Nos momentos em que o presidente trazia o tema da corrupção para o debate, Lula rebatia citando as inúmeras denúncias de rachadinhas e de compras de 51 imóveis em dinheiro vivo pela família do presidente. “O sistema está todo contra mim”, choramingou Bolsonaro. “Se você quiser um tempo, eu te dou um tempo. Descansa e conversa com a sua assessoria para a gente ver se faz um debate aqui pensando no futuro deste país”, respondia o petista.

É como se Lula, líder na pesquisa de intenções de votos, tratasse Bolsonaro como um personagem do poema de Affonso Romano de Sant’Anna: “Mentem partidariamente, / mentem incrivelmente, / mentem tropicalmente, / mentem hereditariamente, / mentem, mentem e de tanto mentir tão bravamente / constroem um país de mentiras diariamente”.

27,1 pontos de audiência

A dois dias da eleição, Lula se posicionou como o líder desse projeto de reconstrução nacional, legitimado para enfrentar e reverter os quatro anos de destruição sob Bolsonaro. O desempenho do ex-presidente no debate reforça seu favoritismo na reta final da disputa.

“A gente pode reconstruir este país, depende única e exclusivamente de você ir votar no domingo”, disse Lula, nas considerações finais. “Eu espero que tenha merecido a sua consideração e peço para você votar no 13. Vote no 13 para a gente poder voltar a consertar esse país, fazer o país crescer, gerar emprego, distribuir renda e o povo voltar a comer bem.”

Considerado o último grande evento desta campanha eleitoral, o debate na Globo alcançou 27,1 pontos de audiência média na Grande São Paulo, com pico de 29,6. O ibope, medido em tempo real pela Kantar, foi superior até ao da novela Travessia, que marcou 21 pontos, em média.

Fonte: Portal VERMELHO

Falta de moradia piora com Bolsonaro e movimentos lutam contra despejos - por Priscila Lobregatte

 

Manifestantes tomam ruas do centro de São Paulo na quarta (26). Foto: Gabriela Moncau/Brasil de Fato

Prazo de liminar do STF contra remoções termina na segunda (31) e organizações tentam prorrogação em meio à luta para garantir uma política habitacional ampla e inclusiva.

A próxima segunda-feira (31) poderá marcar um dos mais dramáticos momentos para a vida de ao menos um milhão de pessoas vulneráveis que podem ser despejadas dos locais onde moram. Ao longo desta semana, houve uma série de atos pelo país com o objetivo de tentar sensibilizar as autoridades para o drama dessas famílias e prorrogar a vigência da liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu as remoções forçadas durante a pandemia, cuja validade termina nessa data. 

As manifestações — que aconteceram na quarta-feira (26) e quinta-feira (27) em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Vitória  — integram as ações da Campanha Despejo Zero, que reúne mais de 175 entidades e organizações dos movimentos sociais. 

No dia 26, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) protocolou pedido no STF para que o prazo da liminar relativa à ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 828 seja prorrogado por ao menos seis meses. O pedido foi levado diretamente ao relator do processo, ministro Luís Roberto Barroso, que por três vezes prorrogou a suspensão das remoções. Também já houve reuniões com a presidenta da Corte, ministra Rosa Weber e com os ministros Edson Fachin e Gilmar Mendes. 

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Dentre os argumentos apresentados no pedido está, conforme noticiou o Brasil de Fato, “a situação provável de um limbo em relação a políticas públicas que pode se instalar nos últimos meses do ano, período em que as gestões atuais estarão finalizando e as novas ainda não terão assumido”.  Além da prorrogação, o Conselho pede que seja implementado um regime de transição para a retomada das reintegrações. 

Segundo dados da campanha, esse universo de quase um milhão de pessoas representa quase 190 mil famílias — número 901% maior em comparação com o início da pandemia —, mais de 153 mil crianças e 151 mil idosos. Desse mesmo total, mais de 539 mil são mulheres e mais de 593 mil são negros. Apesar da pandemia, somente entre março de 2020 e setembro de 2022, mais de 35 mil famílias foram removidas. São Paulo é o estado com maior número de famílias que podem ser despejadas, quase 57 mil, seguido do Amazonas, com 28 mil, e Pernambuco, com 20 mil.

Bolsonaro e a piora nas condições de vida

A piora nas condições de vida da população, resultante da falta de medidas e da omissão do governo de Jair Bolsonaro (PL) com relação às questões sociais e à pandemia, tem feito com que cada vez mais pessoas vivam na miséria, sem lugar digno para habitar. “Hoje temos um cenário de caos social no qual as pessoas passam fome, não têm moradia, não têm saúde, não têm seus direitos humanos mínimos respeitados”, aponta Getúlio Vargas Júnior, presidente da Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), uma das entidades que têm participado das mobilizações contra os despejos. 

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Ele salienta que a entidade defende ser fundamental “encontrar uma solução para esse conjunto de brasileiros porque, inclusive, se a gente não superar a crise, esse problema tende a crescer. Havia 500 mil pessoas nessas condições há alguns meses, hoje são aproximadamente um milhão, daqui a pouco teremos mais pessoas ainda nessa situação desesperadora”. 

Para ele, a luta pela manutenção da suspensão dos despejos é urgente neste momento, mas também é preciso que haja políticas públicas que combatam a fome, o déficit habitacional e o desemprego, entre outras questões que afetam sobretudo as parcelas mais desassistidas da população. 

“A campanha Despejo Zero é para evitar que as famílias sejam despejadas, mas isso somente não vai resolver o problema. É preciso que haja políticas públicas que garantam a retomada de produção habitacional e que a gente evite que mais famílias entrem nessa situação. Hoje, 33 milhões de brasileiros passam fome, mais de 125 milhões têm algum nível de insegurança alimentar e isso, de uma maneira ou outra, tem engrossado as ocupações, as fileiras das pessoas que não têm onde morar”. 

Neste sentido, Getúlio Vargas Júnior destaca: “Se não elegermos Lula, nossa luta será como enxugar gelo porque Bolsonaro já deixou claro qual a sua posição contra movimentos de moradia e contra a prorrogação da ADPF. Ele tem uma visão da cidade como mercadoria e não da cidade como um direito. Para eles, a propriedade é mercadoria e para nós, essa propriedade precisa cumprir sua função social”.

Fonte: https://vermelho.org.br

terça-feira, 25 de outubro de 2022

PCdoB reforça mobilização para garantir a vitória de Lula - Por Inácio Carvalho

Lula faz campanha em Pernambuco, Foto: Ricardo Stuckert

Uma plenária nacional com cerca de 800 dirigentes partidários de todos os estados brasileiros marcou a arrancada final do PCdoB para assegurar a eleição do ex-presidente Lula na disputa do segundo turno. A reunião ocorreu na noite de segunda-feira (17), de forma on line, e foi marcada pelo entusiasmo característico dos comunistas, bem como pelo sentimento de que ampliação da campanha e o reforço na mobilização são essenciais para a vitória contra Jair Bolsonaro.

A plenária teve início com uma intervenção de Walter Sorrentino, vice presidente do partido, que, ressaltando o papel de vanguarda do PCdoB, alinhou questões que considera centrais na disputa em curso. Sorrentino considera que é necessário a campanha seguir emitindo uma mensagem de amplitude, que destaque a necessidade de um consenso nacional em favor do Brasil, que incorporar os novos apoios à sua direção e acolha propostas de outras candidaturas. Ele destacou também a necessidade de reduzir, ou pelo não deixar aumentar, a abstenção. “É preciso mobilizar governadores e prefeitos para que assegurem transporte para os eleitores, reforçar as conclamações da justiça eleitoral para a necessidade de votar, além de denunciar e combater assédio de trabalhadores por patrões para que votem em Bolsonaro ou não comparecem às urnas em 30 de outubro”, afirmou o dirigente comunista. O vice-presidente do PCdoB considera que é preciso buscar o engajamento do eleitor de Lula para que ele também busque novos votos. Por fim, Sorrentino enfatizou o papel das ações de comunicação no sentido de ajudar ainda mais na ampliação da campanha, difundir as propostas de Lula e reforçar as denúncias contra Bolsonaro. Ele alertou ainda para o papel nefasto das fake news. “A guerra das fake news terá uma verdadeira derrama nas próximas duas semanas e estas precisam ser fortemente combatidas e denunciadas perante a justiça eleitoral”, enfatizou.

A presidenta Luciana Santos, ao se pronunciar, alertou que o resultado da eleição mais importante dos últimos 30 anos no Brasil ainda está por ser construído. “Nosso esforço, nosso empenho de militante devem estar destinados a construirmos nas redes e nas ruas esta vitória”, afirmou. Ela alertou que está em jogo o regime democrático no Brasil e por isso foi necessário organizar um amplo movimento para derrotar o projeto de Bolsonaro de poder. “É desta forma que esta frente ampla, ganha contornos, políticos e sociais de repudio ao projeto da extrema direita no Brasil”, enfatizou. Acrescentou também que “eleger Lula é eleger a democracia como regime político, é abrir caminhos para um processo de reconstrução nacional, envolvendo amplos setores da sociedade”.

Para a dirigente comunista, na reta final de campanha “é preciso falar dos problemas reais, da situação da economia, do desemprego, da inflação”. Ela alertou para os riscos de aumento da violência política, a disseminação de notícias falsas, chantagens contra eleitores, em especial os trabalhadores, e tentativas de encobrir os problemas reais do país. Luciana considera que é preciso atenção a tudo isso e que sejam tomadas as providências pertinentes. “De nossa parte nós devemos ter cuidados para não cair em provocações, mas também não nos intimidarmos”, afirmou.

Luciana Santos reafirmou o papel da militância comunista atuando nas ruas, argumentado, ajudando a ampliar comandos locais, agregando a novos aliados. “Pela importância do tema reforço o chamado para nos engajarmos ainda mais nesta luta que é em defesa de um Brasil democrático, desenvolvido e socialmente justo”.
A presidenta enfatizou que é preciso transmitir uma mensagem de esperança, de dias melhores para o povo. “Uma mensagem de vida, de luta de que o Brasil irá virar essa página. Esta vitória será construída por todos nós. Levantemos nossas bandeiras, colemos os adesivos e vamos falar com o povo. A vitória é nossa. Firme na luta”, concluiu.

A ex-deputada e vice-presidente do PCdoB Manuela d’Ávila também se pronunciou na reunião dando destaque para o trabalho nas redes sociais. De início, Manuela alertou que não se deve se deixar impactar pelas pesquisas e passar a semana aguardando os resultados. “É preciso estar nas redes e nas ruas, conversando com as pessoas, conquistando mais apoio para Lula. Isso é o que ajuda a definir a eleição”, disse ela. A dirigente nacional do PCdoB considera necessário reforçar o sistema difusão das propostas de Lula e também enfrentar o ataque bolsonarista, que deve aumentar seu sistema de disseminação de mentiras e desinformação. Ela alerta que a violência da campanha e dos apoiadores de Bolsonaro tende a aumentar.

Ao se pronunciar, o também vice-presidente nacional Carlos Lopes se declarou otimista com o fato de Bolsonaro, usando a máquina do governo despudoradamente, disseminando mentiras e desinformação e com uma base social expressiva, ainda enfrenta muitas dificuldades para derrotar Lula. Entretanto, Lopes destacou a necessidade de ampliação do apoio à Lula para derrotar o fascismo. “O Brasil, unido de forma ampla, vai derrotar Bolsonaro e sua horda fascista”, afirmou Lopes. O secretário nacional adjunto de Comunicação Inácio Carvalho ressaltou o papel da atuação ampla nas redes sociais e nas ruas, a necessidade de aumentar a rejeição de Bolsonaro, a denúncia e o combate às fake news e alertou para que não sejam compartilhadas, mesmo que em forma de denúncia, vídeos e fotos do atual presidente por que acaba ampliando sua mensagem. “Com uma atuação intensa nas redes e nas ruas, os comunistas ajudarão a garantir a vitória da esperança contra o atraso”, concluiu Carvalho.


Fonte: https://pcdob.org.br

Ato de apoio lota o TUCA e as ruas e mostra a força de Lula e Alckmin - por Cézar Xavier

 

Personalidades, economistas, juristas e políticos se uniram a milhares de pessoas dentro e fora do teatro da PUC, em defesa da democracia e das candidaturas de Lula e Haddad.

– Lula, Alckmin e Haddad participam do Ato em Defesa da Democracia e do Brasil, organizado pelo Grupo Prerrogativas, no Teatro Tuca, em São Paulo. Marina Silva, Simone Tebet e personalidades políticas e artísticas estiveram presentes. Foto: Ricardo Stuckert.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou na última semana de campanha levando a força das ruas para o ato realizado nesta segunda-feira (24), no Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), o Tuca. O encontro no teatro que é um marco da luta pela democracia já é tradicional nas campanhas progressistas, desde 1998.

Neste evento, o ex-presidente reuniu nomes como Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, o economista e um dos responsáveis pelo Plano Real, Persio Arida, Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo, a ex-ministra Marina Silva, e a senadora Simone Tebet, além de dezenas de lideranças, artistas, intelectuais e presidentes de partidos. Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, enviou um vídeo em apoio.

Na área externa da instituição, milhares de pessoas assistiram ao evento através de telões. A mesa principal foi composta ainda por Lúcia França, Gleisi Hoffmann, Fernando Haddad, Ana Estela Haddad, Márcio França, Geraldo Alckmin e Janja da Silva.

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Na abertura da cerimônia, chamada ‘Em defesa da democracia e do Brasil’, a reitora Maria Amalia Andery destacou que existe uma simbologia das campanhas de Lula e Haddad por escolherem estar presentes, justamente pelo Tuca ser reconhecido como palco de resistência democrática. Em 2022, a invasão da PUC por policiais da Ditadura Militar completou 45 anos.

“A simbologia das campanhas ao escolherem este teatro, esta universidade, para começar a última semana de uma campanha dura, é única, e só vocês poderiam usar. O outro lado não pode entrar em uma universidade, não há como”, opinou a reitora. “Nosso coração é de vocês, tenho certeza de que essa dupla fará o Brasil que todos almejamos“.

Retrocesso inimaginável

Emocionado pela presença de crianças entregando rosas aos presentes, Lula começou lamentando a fala de Bolsonaro sobre as meninas venezuelanas. “O atual presidente da República confundiu uma menina venezuelana de 14 anos como se ela fosse um objeto sexual. Ele, no cargo de presidente da República, jamais poderia ter tido a atitude de pedófilo que ele teve, não respeitando uma criança de 14 anos de idade”, criticou. “A consciência lhe doeu tanto que ele foi obrigado a acordar 1h da manhã para fazer uma live, quem sabe, pedindo desculpa a Deus. Porque nós não podemos perdoá-lo”.

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“Lula disse que agora é hora de derrotar Bolsonaro ou a gente vai se arrepender pelo resto da vida”, e ainda criticou: “jamais imaginei depois da nossa experiência de governo e da Constituição de 1988 que a gente pudesse ter o retrocesso que a gente teve”, afirmou, referindo-se também aos ataques baixos de Roberto Jefferson (PTB) à ministra Carmen Lúcia.

Os episódios de racismo contra Seu Jorge e Eddy Junior, que viralizaram na última semana, além do caso Roberto Jefferson, também foram citados como exemplos de situações graves que só podem acontecer em um país desgovernado. Lula então, falou que o Brasil precisa ser protagonista de sua própria história, retomar a política externa e pagar a dívida com negros, pobres e indígenas.

Lula ainda afirmou que Bolsonaro é um “cidadão anormal, um mentiroso compulsivo”. “Bolsonaro está brincando com o país. Não conversa com sindicato, com trabalhador, com movimento negro, com movimento de mulheres, com empresário sério, com prefeito, com governador”, criticou.

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“Um governo nosso não será um governo do PT. Terá que ser além. O Henrique Meirelles não era do PT, o Furlan, o Gilberto Gil, o Celso Amorim não eram do PT. Não faremos um governo do PT, faremos um governo do povo brasileiro”, disse.

Ele disse que muita gente se questiona qual é o Lula que vai voltar ao governo, aquele de antes da prisão ou depois, como se a personalidade fosse diferente. “O filho que a Dona Lindu pariu continua sendo o mesmo, o mesmo que era no sindicato, que fundou o PT, que ajudou a fundar a Central Única dos Trabalhadores, o mesmo que governou entre 2003 e 2010 com um compromisso”.

Lula reafirmou seu compromisso com a responsabilidade econômica. “Não existe milagre em economia, ninguém inventa, as coisas têm que ser feitas com muita seriedade”. Ele afirmou que, durante o seu governo, a política de inclusão social era feita sem endividar o País. O candidato lembrou que o Brasil, no seu governo, pagou a dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI), fez empréstimo a fundo e mesmo assim criou uma reserva de cerca de R$ 350 bilhões, “que é o que está salvando esse país até hoje”.

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“Nós temos responsabilidade fiscal. No nosso governo, fomos o único país do G20 que, durante oito anos, fez superávit primário”, relatou. Lula observou que o FMI “vinha todo mês” fiscalizar as contas do país e decidiu que era hora de dar um basta.  “Pagamos a dívida, emprestamos 15 milhões e fizemos uma reserva de US$ 370 bilhões, que é que está salvando o país”.

Sobre política externa, Lula voltou a afirmar que “vamos falar com a Bolívia no mesmo tom que fala com os Estados Unidos”, sem entrar na “Guerra Fria” entre os norte-americanos e a China, e voltando a conversar tanto com a União Europeia, quanto com a América Latina e a África.

O ex-presidente afirmou que o país precisa ter estabilidade e que o seu adversário na disputa pelo Palácio do Planalto não consegue oferecer isso. “Ninguém pode acordar de manhã com novidades, com surpresas. As coisas precisam ser decididas à luz do dia”, falou o petista.

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“Eu, sinceramente, estou muito confiante. Nós já provamos que é possível fazer política de inclusão social, que é possível cuidar do pobre, aumentar o salário mínimo e a massa salarial sem aumentar a inflação. Ou seja, nós já provamos que é possível fazer as coisas. Os mais necessitados terão prioridade em nosso governo”, completou Lula.

“Voltaremos a investir muito em educação, senão esse país nunca será desenvolvido, passaremos mais um século sendo o país do futuro, em pré-desenvolvimento”, explicou Lula. “O Brasil foi ter a primeira universidade em 1920, uma demonstração de que a elite política nunca teve interesse em que o pobre chegasse até a universidade”, ponderou. 

Governo dos brasileiros

Foto: Ricardo Stuckert

Alckmin pediu que a militância tenha foco nesses dias que antecedem o segundo turno, e contou que, pela manhã, virou dois votos ao conversar com eleitores no elevador de um prédio.

“Este é um momento histórico. Quase meio século depois da invasão da PUC nós estamos aqui outra vez para defender a democracia do mesmo lado daqueles jovens dos anos 1970. Estamos todos unidos para superar essa fase triste e o presidente Lula representa essa esperança. Por isso, o Bozo tem tanto medo, porque onde tem esperança e felicidade não tem ódio”, discursou o candidato à vice-presidente da República, causando risos por chamar o presidente de Bozo.

Disputando o governo paulista, Haddad destacou que é necessário derrotar o fascismo no Brasil, representado por Bolsonaro. “As pessoas perderam a noção de o quanto a gente se rebaixou tendo essa figura grotesca como presidente da República. Estamos naturalizando as coisas sem perceber. Como um ex-deputado pode ter granadas na dispensa de casa e atirar em policiais?”, questionou.

“O Lula está na frente e nós precisamos consolidar sua vitória domingo e, com um esforço de reta final, nós podemos derrotar o Tarcísio. São Paulo e o Brasil de mãos dadas, reconciliados, e podendo fazer tanto pelo nosso povo que tem pressa, porque não tem medicamento no posto, comida na mesa, nem trabalho. Domingo vamos viver o alívio de virar a página do fascismo e quem sabe a alegria infantil de viver o sonho do Brasil e de São Paulo remando juntos”, declarou Haddad.

No ato, Meirelles negou que Lula busque um “cheque em branco”, crítica comum entre setores do mercado por ele não detalhar propostas de controle fiscal. “Quem quer um cheque em branco é o Bolsonaro, que estourou a parte fiscal, levou a inflação para a lua, o Banco Central subiu a taxa de juros, tem 30 milhões de desempregados”, disse Meirelles. “O Lula não, o cheque dele está assinado. Já trabalhou, já realizou, já criou emprego, já gerou renda”, disse Meirelles.

Pérsio Arida afirmou, durante o evento, que ainda em 2018 dizia ao ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) que seria uma “temeridade” eleger Jair Bolsonaro por ser um “desqualificado” e “obscurantista”. O economista afirmou que o “Brasil teria mais chances de se tornar em uma Venezuela com Bolsonaro do que com qualquer outro”. E, defendeu, uma “ampla frente” contra o obscurantismo.

“O que está em jogo nessa eleição é muito mais do que economia, que está péssima. Mas o futuro do Brasil: um país plural, civilizado, do debate, da conversa”, advertiu o economista. “Só temos algo a fazer, é votar 13 e eleger Lula e Haddad”.

“O nosso grito é contra todo retrocesso civilizatório”, disse Simone, em pronunciamento, assim que chegou de um ato em Niterói. “Eu e Lula pensamos diferente em muitos pontos, mas há algo muito maior que nos une, o amor pelo nosso país, pelo nosso povo e pela democracia, da qual não abro mão”, argumentou a ex-candidata do MDB. “Nesse momento, Lula é único capaz de reconstruir o Brasil, na coragem, na liderança e na experiência, num grande pacto, uma frente democrática para o Brasil”, reiterou.

“Só com Lula presidente e Haddad governador podemos fazer uma grande concertação democrática e um País que vai poder articular justiça social e desenvolvimento sustentável”, disse Neca Setúbal.

Marina Silva também afirmou que a campanha de Bolsonaro está desesperada. “Ele não sabe lidar com as mulheres, eles têm medo das mulheres, têm inveja das mulheres, eles não conhecem a nossa força”, disse. “A urna eletrônica vai dar um banho de sova mesmo no Bolsonaro”, afirmou a ambientalista.

“Nós temos aqui na figura de Geraldo Alckmin o encontro entre PT e PSDB. Os históricos do PSDB estão aqui apoiando Lula porque a democracia está em risco”, disse Marina Silva, deputada federal eleita pela Rede. “Eu vi uma candidata a presidente da república terminar sua campanha e dizer ‘eu tenho lado’”, disse Marina, em referência a Simone Tebet (MDB), diante de aplausos da plateia.

Marina ainda defendeu a eleição de Haddad. “Quem defende a democracia, fica do lado da educação, dos trabalhadores, faz políticas públicas e sociais que colocam os pretos, os indígenas, nas universidades. Por isso, vamos eleger o melhor ministro da Educação governador de São Paulo, porque São Paulo tem de ter alguém que dê sustentação ao futuro governo”.

A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy iniciou sua fala também manifestando solidariedade a Carmen Lúcia. Ela ainda saudou a chegada de Simone Tebet na campanha de Lula e Alckmin. “Acredito que com sua capacidade de ampliação, de união”.

Marta ressaltou que Lula sempre respeitou todas as crenças e credos religiosos e que é o único capaz de construir consensos. E mais: terá sua vitória consagrada pelas mulheres. 

O evento foi apresentado por Monica Iozzi e Preta Ferreira, recebeu intervenções artísticas e contou com falas de Douglas Belchior, da Coalizão Negra Por Direitos, Mulheres pela Democracia, a atriz Denise Fraga, a socióloga Neca Setúbal, a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) Bruna Brelaz, e José Gregori, que é jurista. Outros juristas presentes foram Pierpaolo Bottini, Sérgio Renault, Miguel Pereira Neto, Alberto Toron, Michel Saliba, Augusto de Arruda Botelho, e outros. 

Depois do ato, Lula fez pronunciamento da varanda do TUCA para a plateia que não conseguiu entrar no evento e esperava do lado de fora. Ele pediu empenho no convencimento de eleitores a não se abster de votar. “Faltam apenas 6 dias. A gente tem que conversar com pessoas que não puderam votar. Pessoas que não foram votar. Aqui em São Paulo a Prefeitura vai dar o transporte para que as pessoas compareçam”, afirmou o petista.

Fonte: Portal VERMELHO

POLÍTICA: Como Roberto Jefferson implodiu o PTB e virou o homem-bomba de Bolsonaro - por André Cintra

Ainda que o episódio não tire votos de Bolsonaro, há pouca margem para que os temas desta reta final da campanha sejam pautados pelo presidente.

No final da década de 1970, com a anistia política e a volta do pluripartidarismo ao Brasil, a corrente trabalhista rachou de vez. De um lado, a ala encabeçada pela deputada fluminense Ivete Vargas. De outro, o grupo liderado pelo ex-governador gaúcho Leonel Brizola. Declaravam-se, ambos, herdeiros do histórico PTB, o Partido Trabalhista Brasileiro, de Getúlio Vargas e João Goulart.

Sem acordo, cada parte tratou de viabilizar seu próprio partido trabalhista e reivindicar, junto à Justiça Eleitoral, a histórica sigla PTB. A decisão coube ao general Golbery do Couto e Silva, chefe da Casa Civil no governo João Batista Figueiredo, que não tinha o menor interesse em fortalecer um opositor do porte de Brizola. Assim, em 12 de maio de 1980, por ordem de Golbery, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) entregou a Ivete, sobrinha-neta de Vargas, a mais simbólica das marcas trabalhistas.

Com o fim do bipartidarismo, a ditadura militar visava à divisão das forças oposicionistas, até então concentradas no MDB. O destino dos trabalhistas seguiu o script do regime. Enquanto Brizola se credenciou ainda mais como uma referência do campo democrático e progressista, Ivete logo costurou acordos com o regime e mostrou que o “novo” PTB tinha pouco em comum com o velho Partido Trabalhista.

Quarenta e dois anos depois, o PTB, livre de qualquer resquício trabalhista, a não ser pelo nome e pela sigla, lançou a candidatura do ex-deputado Roberto Jefferson à Presidência da República. Líder máximo do partido nas últimas décadas, Jefferson adotou, como Ivete, uma linha mais pragmática e menos ideológica. Governista por excelência, o PTB foi base das gestões Collor, FHC, Lula, Temer e Bolsonaro.

Em 2005, no episódio do “mensalão’, ele rompeu com o governo e usou as tribunas à sua disposição – na imprensa e no parlamento – para tentar chantagear Lula. Não teve sucesso. O STF (Supremo Tribunal Federal) o condenou por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, enquanto a Câmara Federal cassou seu mandato. No ano seguinte, Lula se reelegeu ao Planalto. O ex-deputado, com a condenação, está inelegível até dezembro de 2023.

Jefferson continuou a controlar o PTB com mão de ferro, mas parecia condenado ao segundo plano da política. Cada presidenciável do PSDB a receber seu apoio, nas eleições 2010, 2014 e 2020, não escondia o constrangimento nas cenas e fotos com o aliado de ocasião. O PTB, oscilando entre 22 e 25 deputados no período, era fonte significativa de tempo de TV para os candidatos majoritários.

Mas o partido fundado por Ivete Vargas começou a regredir, passando de dez deputados federais eleitos em 2018 a apenas um em 2022. Talvez para compensar o encolhimento de seu capital político, Roberto Jefferson abraçou o bolsonarismo e se tornou porta-voz de pautas conservadoras, ultraliberais e autoritárias.

Quando atos antidemocráticos – que se voltavam, acima de tudo, contra o STF – ganharam as ruas em 2020 e 2021, muitos políticos e empresários procuraram apagar suas digitais. Não foi o caso de Jefferson, que parecia descontrair-se com a volta aos holofotes. Em vídeos e postagens nas redes sociais, sem meias palavras, ele ameaçou abertamente ministros do Supremo.

Em agosto do ano passado, a pedido da Polícia Federal, Jefferson foi preso. Pesavam contra ele acusações de nada menos que 13 crimes. Após passar cinco meses encarcerado no presídio de Bangu 8, o ex-deputado teve a pena flexibilizada para prisão domiciliar, mediante algumas condições – as chamadas “medidas cautelares”. O uso das redes sociais, por exemplo, estava vetado.

Por tudo isso, sua campanha ao Planalto surpreendeu até aliados no PTB. A cassação da candidatura era questão de tempo – Jefferson nem sequer pôde comparecer a convenção que aprovou a chapa. Em 1º de setembro, por unanimidade, o TSE barrou a farsa, o que levou o PTB a indicar o desconhecido Padre Kelmon, vice de Jefferson, para substituí-lo.

Se no primeiro turno Kelmon despontou como linha auxiliar da campanha de Bolsonaro à reeleição, com um discurso ultradireitista e provocações a Lula, foi Jefferson quem roubou a cena no segundo turno. Ele rompeu o silêncio no sábado (22), ao divulgar uma gravação nas redes em que, entre outros impropérios, difama a ministra Carmen Lúcia, do STF. Além de chamar a ministra de “Carmen Lúcifer”, Jefferson disse que ela “lembra aquelas prostitutas, aquelas vagabundas arrombadas”.

Ofender ou até ameaçar membros do Supremo é um dos esportes prediletos dos bolsonaristas. A convocação do próprio presidente para os atos golpistas de 7 de Setembro, em 2021 e 2022, tinha como eixos “ultimatos” a ministros da Corte. Porém, Bolsonaro recorreu a um tom moderado e calculado no segundo turno, a fim de diminuir a rejeição a seu nome e melhorar suas intenções de votos, sobretudo entre indecisos. A fala de Jefferson destoou não apenas no tom chulo – mas também no contexto de aparente distensão.

Esses ingredientes garantiram que no domingo (23), a uma semana do segundo turno, Jefferson se tornasse o homem-bomba de Bolsonaro nesta eleição. A Polícia Federal solicitou e o STF autorizou a revogação de sua prisão domiciliar. Quando integrante da PF tentaram executar a ordem, o ex-deputado lançou tiros de fuzil e granadas contra policiais. “Não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega”, disse Jefferson.

Em meio a tamanho pandemônio, a base bolsonarista, em geral unida em momentos de confronto, cindiu-se. Uns tratavam Jefferson como herói, outros temiam o desgaste para a campanha de Bolsonaro. Após oito horas, Jefferson acabou por se render. Indiciado por quatro tentativas de homicídio, ele voltou para Bangu 8. Mas o escândalo segue vivo – a campanha de Lula já produziu materiais que cotam o caso.

A crise é desastrosa para a campanha bolsonarista porque joga o presidente numa espécie de “escolha de Sofia”, em que qualquer alternativa pressupõe sacrifícios e perdas. A princípio, ao comentar o fato, Bolsonaro criticou o ex-deputado, mas cutucou o Judiciário. Ademais, ao dizer não tinha nem mesmo uma foto ao lado do aliado, ele foi de imediato contestado por jornalistas e internautas, que inundaram a internet com imagens de encontros entre os dois correligionários.

O presidente ainda orientou o ministro da Justiça, Anderson Torres, a ir à casa de Jefferson para mediar as negociações, o que desagradou à Polícia Federal. Membros da corporação viram na ação presidencial um “teatro” para reduzir danos, não para resolver efetivamente o problema – tanto que o ministro não se dirigiu ao local.

Num segundo momento, o tom de Bolsonaro foi de condenação explícita a Jefferson, a quem o presidente chegou a chamar de “bandido”, não necessariamente por descumprir ordem judicial, mas por “atirar em policiais”. A coordenação da campanha à reeleição detectou um amplo rechaço da população ao atentado contra a Polícia Federal.

“No Twitter, 60% das manifestações no domingo sobre o caso foram contra a dupla, segundo a Arquimedes. Nos 15 mil grupos públicos de WhatsApp monitorados pela Palver, o atentado teve grande repercussão negativa”, registrou o jornalista José Roberto de Toledo, no UOL. “As palavras mais associadas a Roberto Jefferson foram ‘Bolsonaro’ e ‘polícia’.”

Em sabatina à TV Record, na noite de domingo, Bolsonaro tentou, de modo afoito e inútil, associar Jefferson a Lula e ao PT. Uma gravação do próprio presidente o desmente. “Tenho uma longa história com o Roberto Jefferson também, já fui do PTB”, diz ele em vídeo que voltou a circular na tarde de domingo. “Obviamente, partido que nos apoia estará junto conosco. Ou melhor, continuará junto conosco ao longo desse ano e de outros anos também.”

Em 2021, Bolsonaro indultou o ex-deputado Daniel Silveira (PTB), que foi condenado pelo STF. É possível que o presidente use a mesma cartada com Jefferson – mas não antes da eleição. Com a busca do voto de eleitores indecisos, essa saída está, por ora, fora de cogitação.

Ainda que o episódio não tire votos de Bolsonaro – e o Ipec aponta que suas intenções de votos seguem estáveis –, há pouca margem para que os temas desta reta final da campanha sejam pautados pelo presidente.  Não se pode sacudir demais um carro de viagem quando um homem-bomba está a bordo. Pior: é preciso torcer para que o homem-bomba colabore.

Para duelar com Lula, Bolsonaro já tentou governadores, cantores sertanejos, jogadores de futebol, influenciadores e outros atalhos. Nenhuma declaração de voto, por si só, é tão decisiva. Ainda assim, Roberto Jefferson faz valer o contraponto entre dois provérbios que revelam o papel do indivíduo nos grandes acontecimentos: uma andorinha só não faz verão, mas um único inseto é capaz de destruir a plantação.

Fonte: vermelho.org.br