ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65

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sexta-feira, 14 de outubro de 2022

PERNAMBUCO: Lula reúne multidão em Recife (PE) enquanto Bolsonaro tem ato vazio - por Murilo da Silva

 

Foto: Ricardo Stuckert

Com a candidata ao governo Marília Arraes, a vice-governadora Luciana Santos e o deputado Renildo Calheiros, Lula participou de grande ato que contrasta com o pequeno comício de Bolsonaro.

Nesta sexta-feira (14), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de um grande ato que reuniu milhares de pessoas no centro de Recife, em Pernambuco. A passeata mostrou a força de Lula em seu estado natal, onde venceu Jair Bolsonaro (PL) com 65,27% dos votos válidos contra 29,91%.

O ex-presidente foi acompanhado no ato pela vice-governadora de Pernambuco Luciana Santos (PCdoB), de deputados federais, entre eles Renildo Calheiros (PCdoB), da candidata ao governo do estado Marília Arraes (Solidariedade) e do prefeito de Recife, João Campos (PSB), entre outras lideranças, demonstrando a unidade em torno das candidaturas de Lula e Marília.

Lula e Janja com Marilia Arraes e João Campos. Foto: Ricardo Stuckert.

O grande ato promovido pela Coligação Brasil da Esperança contrasta com o comício esvaziado que Bolsonaro realizou na quinta-feira (13) também em Recife. Lula não perdeu a oportunidade, chamou o ato de Bolsonaro de “mixuruca” e falou em enviar uma foto da multidão que se reuniu para apoiá-lo: “A gente vai fazer uma foto e mandar para o Bolsonaro ver como é que se junta gente”.

Ato de Bolsonaro em Recife. Foto: Reprodução Mídias Sociais

O candidato do PT pediu para a sua militância do estado, assim como tem feito em diversos comícios pelo país, para que se atente contra as fake news nessa reta final de 2º turno. Também falou para que não caiam em provocação, como forma de evitar atos de violência que tem se espalhado pelo país por conta de política.

“Não entrem em provocação. A nossa vingança é a nossa resistência. A nossa vingança virá no voto no dia 30 de outubro”, disse Lula.

Combate à fome

Em sua fala, Lula mostrou sua indignação com a fome: “O problema não é falta de dinheiro ou falta de produto, o problema é a falta de vergonha de quem governa o país”.

De acordo com o ex-presidente, não existe explicação para o Brasil ser o terceiro maior produtor de alimentos e o maior produtor de carne do mundo e as pessoas estarem comprando restos de alimentos em açougues e revirando caminhões de lixo em busca de alimento.

Crédito para o povo

Contrário a ideia de privatizações que o ministro da economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, tanto fala, Lula falou que não pretende privatizar nenhum banco público, sendo que o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e o BNDES deverão ser utilizados para alavancar o crédito e financiamentos, caso eleito.

“Vamos criar uma política de crédito especial para o pequeno e médio empreendedor. Quem quiser ter um empreendimento, quem quiser vender alguma coisa, quem quiser fabricar alguma coisa, nós vamos ter uma linha de crédito para financiar a criatividade da mulher e do homem brasileiro e vamos estimular a economia criativa com crédito especial”, finalizou.

Fonte: Portal VERMELHO

POLÍTICA: Bolsonaro sofre desgaste sem precedentes entre evangélicos e católicos - por André Cintra

Segundo turno da eleição pôs em xeque a credibilidade de Bolsonaro junto a um dos segmentos em que o presidente e candidato à reeleição parecia trafegar com mais desenvoltura: o eleitor religioso.

“Hoje não é dia de pedir votos. É dia de pedir bênçãos.” A admoestação do padre Camilo Júnior, em plena missa de celebração à padroeira do Brasil, no Santuário Nacional de Aparecida, na quarta-feira (12), mostra os ruídos que o presidente Jair Bolsonaro tem provocado nos meios religiosos.

O tom crítico não se limitou ao padre. Entre quarta e quinta-feira (13), a Quaest Consultoria fez um levantamento de postagens nas redes sociais que associam Bolsonaro e religião. Conforme a pesquisa, 44% das menções foram negativas para o presidente, 37% foram neutras e somente 19% foram positivas. Levantamento similar feito pelo PT, restrito ao dia 12, apontou 76% de menções negativas e 10% de positivas. Os números foram divulgados pelo Blog do Valdo Cruz, no G1.

Diretor da Quaest, Felipe Nunes diz que Bolsonaro deixou o feriado de Nossa Senhora Aparecida com a imagem arranhada. Na visão de quem criticou nas redes a agenda do presidente em 12 de outubro, ele “apenas tira proveito político da religião, mas não respeita a fé e não age como um bom cristão”.

O fato é que o segundo turno da eleição pôs em xeque a credibilidade de Bolsonaro junto a um dos segmentos em que o presidente e candidato à reeleição parecia trafegar com mais desenvoltura: o eleitor religioso. Após polêmicas em série, Bolsonaro se vê às voltas com um desgaste sem precedentes entre evangélicos e católicos.

O estopim foi a divulgação de um vídeo de 2017 em que Bolsonaro discursa em uma loja maçônica – algo constrangedor (para dizer o mínimo) aos olhos de lideranças evangélicas. O pastor André Valadão foi um dos primeiros apoiadores do presidente a manifestar desconforto com a cena. De acordo com a pesquisa Ipec divulgada na segunda-feira (10), 63% dos eleitores evangélicos declaram voto em Bolsonaro, enquanto 31% preferem o ex-presidente Lula.

Como resumiu a jornalista Carol Castro, do site The Intercept Brasil, “a cena pegou em cheio uma parcela de cristãos que apoiam o presidente. Para os católicos, a maçonaria não é compatível com sua fé. E, para os evangélicos, remete ao satanismo”. Nas redes sociais, pipocaram posts em que evangélicos afirmavam que não votariam mais em Bolsonaro.

A crise se agravou no sábado (8), quando Bolsonaro foi ao Círio de Nazaré, no Pará, sem ser convidado e à revelia da organização. A Igreja Católica reagiu. Na terça (11), sem mencionar Bolsonaro diretamente, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) declarou, em nota, lamentar “a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos”.

Já no Dia de Nossa Senhora da Aparecida, o presidente levou uma comitiva de políticos e uma horda de apoiadores ao tradicional evento religioso no interior paulista. Sua presença causou tumulto em plena missa e atrapalhou a leitura da homilia.

Do lado de fora da basílica, bolsonaristas consumiam bebida alcoolica, proferiam discursos de ódio e palavras-de-ordem eleitoreiras, ameaçavam fiéis com camisas vermelhas e provocavam até representantes da Igreja. Uma equipe da TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo, foi hostilizada.

À imprensa, o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes – que chegou a ser vaiado por bolsonaristas –, denunciou a hipocrisia do presidente. “Não posso julgar as pessoas, mas precisamos ter uma identidade religiosa: ou somos evangélicos, ou somos católicos”, disparou. “Nós precisamos ser fiéis à nossa identidade católica. Mas, seja qual for a intenção, (Bolsonaro) será bem recebido porque é o nosso presidente – e é por isso que nós o acolhemos.”

Líder em intenção de votos entre os evangélicos, Bolsonaro concluiu corretamente que precisava buscar com mais assertividade o eleitor católico. Os números da pesquisa Ipec indicam que a diferença a favor de Lula é expressiva: 60% dos católicos declaram voto no ex-presidente, e 34%, em Bolsonaro.

“Bolsonaro é bem-sucedido quando produz aquela foto diante de uma multidão abraçando os valores cristãos. Mas é muito malsucedido se a gente avalia a circulação de imagens que o apresenta como um candidato desrespeitoso em relação à religião”, analisa o antropólogo Rodrigo Toniol, integrante do Comitê de Pesquisa de Sociologia da Religião. A seu ver, o presidente chega a passar a imagem de fariseu – “aquele que pretende ser religioso, mas que no fundo não é”.

Fonte: vermelho.org.br