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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Lula à BBC: Corajosamente, Dilma vai se expor ao Judas no Senado


Ricardo Stuckert/Instituto Lula
 
 

“E ela vai tentar mostrar para eles o erro que estão cometendo. Se a Dilma não conseguir convencer os 28 senadores (número necessário para evitar o impeachment), ela vai estar fazendo um gesto histórico neste país. É uma mulher de coragem se expor diante de 81 senadores e ouvir de cada um, olho no olho de cada um, a acusação e poder, olho no olho, se defender. Eu quero saber como os senadores vão voltar para casa e olhar para suas mulheres, filhos, netos. Eles vão ter que reconhecer que ilegalmente eles afastaram uma pessoa eleita nesse país. E a história não julga na mesma semana. Às vezes a história demora séculos para julgar e eu trabalho com isso. A história não termina dia 29. Ela começa dia 29”, completou.

Lula reafirmou que o processo de um impeachment é um golpe parlamentar resultado de uma manobra de uma maioria eventual que se juntou para usurpar o governo da presidenta eleita.

“As pessoas que estão fazendo isso não querem que a gente fale golpe, porque diz que é feio, que não é golpe militar. O presidente interino (Michel Temer) é constitucionalista. E ele sabe que o que eles estão fazendo é ilegal, porque a Dilma não cometeu crime e segundo porque é um golpe parlamentar”, destacou.

Sobre as investigações que o acusam de suposta obstrução da Justiça na Operação Lava Jato, Lula afirma que é alvo de mentiras.

“Tem uma coisa muito esquisita aqui no Brasil. Você tem uma investigação, eu sou vítima de acusações em que você não tem uma única prova. Eu penso que os procuradores e os delegados que acusaram estão com uma dificuldade muito grande, e a imprensa numa dificuldade maior, porque como eles mentiram muito tempo a respeito das acusações, em algum momento isso vai vir à tona, eles vão ter que provar se procede alguma das coisas que eles me acusaram”, declarou.

E completou: “Por falta de prova, eles começaram a preparar um discurso, que você deve conhecer bem, que é a teoria do domínio do fato. Ou seja, se o Lula é presidente, ele deveria saber. Não existe essa de você julgar em tese. Ou você prova ou não prova. Ou você pede desculpa ou não pede desculpa. E eu não quero nada, só quero que peçam desculpas pelas mentiras que contaram a meu respeito. Nós temos uma força-tarefa nesse processo. Que envolve um juiz, procurador e Polícia Federal. Então, você não sabe quem investiga, quem acusa e quem vai julgar. Uma mistura, todo mundo faz tudo”.


Do Portal Vermelho, com informações da BBC

PF dizia que triplex era do Lula, mas indicia verdadeira dona


O juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, e investigadores incluíram o imóvel localizado em um condomínio no Guarujá, litoral de São Paulo, no rol de “alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade” na investigação na Operação Triplo X – 22ª fase da Lava Jato – deflagrada em janeiro, e foi uma das causas das ações cinematográficas de busca e apreensão na residência de Lula e na sede do Instituto Lula, além da condução coercitiva do ex-presidente, em março deste ano.

A operação insuflou o factoide que foi exaustivamente repetido por manchetes de jornais, longas reportagens de TV e opiniões de colunistas, que entrevistaram até o vizinho do primo da sogra do porteiro do condomínio do triplex para provar que Lula era o dono. O jornal O Globo chegou a dizer em manchete que o prédio era do Lula.

As ilações também foram combustível para grampear e impedir a iminente nomeação de Lula como ministro da Casa Civil do governo da presidenta Dilma Rousseff.

Sem provas para indiciar, os investigadores dizem que vão continuar apurando a “real” propriedade do apartamento do Guarujá, em uma investigação à parte. 

A defesa do ex-presidente denuncia que Sérgio Moro impede o acesso ao inquérito do triplex que não é do Lula. “Moro emitiu três despachos consecutivos para negar o direito da defesa: primeiro afirmou que a defesa já tinha recebido os autos, o que é falso; depois voltou atrás e afinal manteve a negativa, alegando que haveria diligências em andamento”, informam os advogados.

Segundo os advogados, sem provas para sustentar qualquer acusação contra Lula, Moro conduz o processo num jogo de esconde-esconde, “indigno do Judiciário e desrespeitoso com a defesa, além de violar as garantias de um cidadão brasileiro”.

Sítio

As investigações sobre o sítio em Atibaia (SP), que também atribuem a propriedade a Lula, seguem a mesma toada. Em depoimento à Polícia Federal, o empresário Fernando Bittar reafirmou ser dono do sítio e diz ter adquirido a propriedade com recursos doados por seu pai.

Ele afirma também que fez reformas para conviver com a família do ex-presidente e receber parte do acervo presidencial. Bittar é sócio de Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente, na empresa BR4, que controla a Gamecorp.

“Bittar contou para a PF que a ideia de compra do sítio de Atibaia ‘surgiu numa reunião familiar’ entre ele, seus irmãos e o pai, Jacó Bittar – ex-prefeito petista de Campinas, amigo de Lula desde a década de 1970. ‘Para que pudessem se reunir e receber os amigos’”, segundo relata o colunista Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Lula, por sua vez, nunca escondeu que frequenta o sítio, que é de propriedade de amigos. 


Do Portal Vermelho, com informações de agências