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sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

“Bolsonaro sabia de tudo o que estava acontecendo”, diz Lula à GloboNews - por Eliz Brandão

Em entrevista, o presidente Lula enfatizou que todos os envolvidos no ato golpista e de vandalismo na Praça dos Três Poderes devem ser punidos. “Não importa a patente”.

Em uma das manifestações mais duras sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à GloboNews, criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro como incentivador das invasões às sedes dos Três Poderes. Disse acreditar que a invasão no Palácio do Planalto foi facilitada e defendeu condenação dos golpistas.

Segundo Lula, a impressão que teve foi que os golpistas estavam “acatando uma ordem e orientação” dada pelo ex-presidente Bolsonaro e que o silêncio dele sobre os atos criminosos, gera a “impressão” de que o ex-presidente “sabia de tudo o que estava acontecendo”.

“Muito tempo ele mandou invadir a Suprema Corte, muito tempo ele desacreditou do Congresso Nacional, muito tempo ele pedia que o povo andasse armado, que isso era democracia”, lembrou.

“O silêncio dele, mesmo depois do acontecimento daqui, me dava a impressão de que ele sabia de tudo o que estava acontecendo, que ele tinha muito a ver com aquilo que estava acontecendo”, disse Lula. “Possivelmente, esse Bolsonaro estivesse esperando voltar para o Brasil na glória de um golpe”.

Forças Armadas

O presidente Lula em entrevista à jornalista Natuza Nery. Foto: Ricardo Stuckert

Lula enfatizou que todos os militares envolvidos na tentativa de golpe serão punidos. “Todos. Não importa a patente, não importa a força de que ele participe”, prosseguiu. “Todos que a gente descobrir que participaram dos atos serão punidos. Terão de ser afastados das suas funções e vão responder perante a lei”.

Disse ainda que todos têm direito a votar em quem quiser, mas não se pode politizar as Forças Armadas. A instituição tem como missão defender a soberania do país.

“O soldado, o coronel, o sargento, o tenente, o general, ele tem direito de voto, ele tem direito de escolher quem ele quiser para votar. Agora, como ele é um cargo de carreira, ele defende o Estado brasileiro. Ele não é Exército do Lula, ele não é do Bolsonaro, não foi do Collor, não foi do Fernando Henrique Cardoso”, afirmou o presidente.

Ele anunciou que deve ter uma reunião com as Forças Armadas assim que voltar da viagem internacional à Argentina que fará nesta semana. E que seu intuito é que tudo volte à normalidade.

“Eu não quero ter problemas com a Força, não quero que eles tenham problema comigo. E eu quero que a gente volte à normalidade, é isso. É isso. As pessoas estão aí para cumprir as suas funções e não para fazer política. Quem quiser fazer política tire a farda, renuncie ao seu cargo, crie um partido político e vá fazer política”, acrescentou

Para o presidente, as instituições não podem ter partido nem candidato e citou por exemplo, o Supremo Tribunal Federal (STF) cuja finalidade é defender a Constituição brasileira. “A Suprema Corte não é do Lula. Sabe? Essas instituições que dão garantia a esse país não precisam ter partido e não precisam ter candidato, eles têm que defender o estado brasileiro e defender a Constituição”, explicou.

Inteligência não serviu para alerta

Na conversa, Lula sinalizou que acredita num “erro” dos serviços de inteligência do país que não o alertaram sobre a possibilidade dos ataques golpistas naquele dia. Citou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a Abin e as Forças Armadas que não serviram para alertá-lo sobre o que poderia ocorrer na capital federal.

“Nós temos inteligência do GSI, da Abin, do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, ou seja, a verdade é que nenhuma dessas inteligências serviu para avisar ao presidente da República que poderia ter acontecido isso”, afirmou, completando que “se soubesse na sexta-feira que viriam 8 mil pessoas aqui, eu não teria saído de Brasília. Eu saí porque estava tudo tranquilo”.

A entrevista do presidente Lula com a comentarista política Natuza Nery, da GloboNews, ocorreu nesta quarta-feira (18), no Palácio do Planalto. Ele falou ainda sobre a economia do país, defendeu uma reforma tributária e lembrou que seu objetivo era isentar todos aqueles que ganham até R$ 5 mil mensais do Imposto de Renda. Entre outros assuntos.

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Com agências.

Fonte> Portal VERMELHO

POLÍTICA -Lula a reitores: “Estamos saindo das trevas para voltar à luminosidade” - por Iram Alfaia

Camilo Santana, Lula e Luciana Santos com os reitores (Foto: Ricardo Stuckert).

O presidente debateu o orçamento das instituições com reitores das universidades e do instituto federais nesta quinta-feira (19), no Palácio do Planalto.

Luiz Inácio Lula da Silva disse a reitores das universidades e dos institutos federais nesta quinta-feira (19), no Palácio do Planalto, que as instituições viveram nas trevas durante quatro anos, mas que o país está saindo dessa situação. O presidente fez referência aos cortes drásticos no orçamento das instituições no governo anterior.

Lula disse que tinha orgulho de ter vivido o momento em que houve mais investimento na educação superior e defendeu reforçar o orçamento das instituições.

“Nunca um país conseguiu se desenvolver sem que antes cuidasse da educação do seu povo. Estamos saindo das trevas para a luminosidade de um novo tempo”, afirmou.

Ao lado dos ministros Camilo Santana (Educação) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Lula destacou que não existe, na história, país que tenha se desenvolvido sem antes investir em educação.

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“Não existe na história da humanidade nenhum país que conseguiu se desenvolver sem que antes tivesse resolvido o problema da formação do seu povo. Nós estamos começando um novo momento”, afirmou.

Lula lembrou que há tempo não se via um encontro entre reitores e o governo federal. “Hoje foi um dia simbólico. Retomaremos as reuniões todos os anos, para ouvir demandas e pensarmos juntos sobre nosso ensino”, disse.

“Estou alegre de estar com vocês porque temos, outra vez, a chance de mexer com a educação, a única coisa que pode fazer este país deixar de ser um eterno país em desenvolvimento e se tornar um país desenvolvido”, observou.

Houve um clima de concordância entre Lula e os reitores em dois pontos fundamentais: a recomposição do orçamento das instituições e autônima das universidades tão atacada durante o desgoverno Bolsonaro.

Neste último ponto, Lula destacou como vai agir o governo. “Não pensem que eu vou escolher os reitores que eu gosto. Quem tem que gostar do reitor são os funcionários da universidade, os estudantes. E todos os anos teremos reuniões para os reitores me cobrarem, cobrarem do ministro. Eu não farei nada sozinho, faremos juntos”, prometeu.

O presidente também cobrou maior participação das instituições na vida do país. “Nossas universidades não devem estar preocupadas só com os problemas que acontecem dentro das salas de aula. Elas também têm que estar preocupadas com os problemas que acontecem da porta pra fora, nas cidades, nos bairros”, instigou.

Inteligência brasileira

A ministra Luciana Santos destacou que o governo está resgatando valores civilizatórios e fortalecendo a democracia. “Tentaram desqualificar as universidades, mas nós estamos dizendo que as universidades têm o de maior e melhor do patrimônio da inteligência brasileira”, afirmou.

Assim, Luciana defendeu como urgente recuperar o orçamento das instituições. ” Seremos incansáveis na luta para assegurar os recursos para as atividades de ciência e tecnologia. É decisão do presidente Lula: a ciência deve ser o pilar do desenvolvimento. A ciência perpassa pelo combate à fome, pela reindustrialização e o crescimento nacional, a construção de uma arrojada agenda climática, de transição energética e de transição digital, e é com a ciência que vamos garantir uma nação independente e soberana”, disse.

“Estou impressionado com o desmonte que fizeram com a educação pública deste país. O Ministério da Educação estará de portas abertas para o diálogo, para a união, para a reconstrução”, assegurou o ministro Camilo Santana.

Fonte: Portal VERMELHO