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segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

EDUCAÇÃO Camilo no MEC deve seguir passos positivos da alfabetização do Ceará - por Eliz Brandão

Camilo é ex-governador do Ceará e Izolda a atual. Foto: Divulgação

Responsáveis pela melhoria na qualidade de ensino e aprendizagem do Ceará, Camilo e Izolda vão chefiar o Ministério da Educação do futuro governo Lula.

Convidado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a chefia do Ministério da Educação (MEC), o ex-governador do Ceará, Camilo Santana (PT), é um dos responsáveis por alavancar o Estado ao posto de melhor alfabetizador do país.

A qualidade da educação cearense, mesmo sem incentivo do governo federal nos últimos anos, é comprovada por dados oficiais do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgados em setembro deste ano. O levantamento assinala que 87 das 100 melhores escolas públicas nos anos iniciais (1° ao 5°) do ensino fundamental no Brasil são do Ceará.

Mas nem sempre foi assim, em 2007, a projeção para o Ideb nos anos iniciais do Ensino Fundamental no Ceará era de 3,2. O índice alcançado pelo Estado foi de 3,8. Mais recentemente, em 2019, o Ceará registrou 6,4. Apenas na 8ª série do ensino público – correspondente ao 9º ano – o Ceará aparece na liderança, empatado com São Paulo, com 5.2 pontos.

Reportagem do jornal O Globo aponta que as estratégias utilizadas pelo ex-governador na área como implementação de políticas públicas estratégias contribuíram fortemente para esta conquista.

Governador do Ceará entre 2015 e abril de 2022, Camilo Santana buscou estratégias para melhorar a qualidade na educação básica. Ao lado da atual governadora e futura secretária de Educação Básica do Brasil, Izolda Cela.

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“Colaboração, aprimoramento de professores e escolha de diretores por critérios técnicos e não políticos ajudaram estado a melhorar índices de aprendizagem”, destaca a reportagem.

No começo desse ano, o então governador anunciou um programa para universalizar o ensino médio integral (mais de sete horas de aula por dia) até 2026. No fim de 2022, Izolda expandiu a colaboração com os municípios da alfabetização para o segundo segmento do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano) com uma lei que apoia a universalização do tempo integral para Ensino Fundamental nas escolas da prefeitura.

Começo em Sobral

A guinada começou em Sobral, em 2001, no segundo mandato de Cid Gomes (2001-2004), irmão do ex-governador Ciro Gomes. Izolda foi escolhida secretária adjunta de Educação e tornou-se fundamental para criar um programa que fez com que o índice de alunos plenamente alfabetizados passasse de 52% em 2000 para 92,2% em 2004.

Foram definidos três eixos de ação: demissão de todos os diretores por indicação política seguido de processo seletivo técnico para os novos escolhidos; formação de professores em serviço; criação de rotinas pedagógicas em sala de aula e aprimoramento dos materiais de ensino e valorização do magistério.

Foi a base do Programa de Alfabetização na Idade Certa (Paic), implementada no estado a partir de 2007, quando Cid tornou-se governador. Em 2012, no governo Dilma Rousseff, o programa virou nacional e durou até 2018.

No ano passado, um estudo do Inep que avaliava o programa foi censurado pela presidência do instituto, sob o comando de Jair Bolsonaro. O trabalho foi liberado após decisão do TCU neste ano.

A avaliação dos pesquisadores é de que o programa atingiu o objetivo de acelerar a aprendizagem de matemática e linguagens nos primeiros anos do ensino fundamental e mostrou um efeito positivo do investimento, que na época foi de R$ 2,6 bilhões.

Com informações O Globo

Fonte: Portal VERMELHO


2022, o Ano da Virada do Movimento Sindical - por Nivaldo Santana

O ano de 2022 foi muito duro para os trabalhadores. A vitória histórica nas eleições, no entanto, abre perspectivas promissoras para iniciar um novo ciclo político.

Para o sindicalismo, o ano de 2022 entra para a história como o ano de resistência a quatro flagelos simultâneos: o governo Bolsonaro, a pandemia da Covid, a crise econômico - social e a precarização do trabalho.

Esta tempestade perfeita contra os trabalhadores e trabalhadoras tem uma causa maior, que é o governo Bolsonaro. Seu mandato de desconstrução nacional atingiu profundamente o trabalho no Brasil.

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Era uma tragédia anunciada. O programa de Bolsonaro tinha apenas dois itens ligados ao trabalho: a carteira de trabalho verde-amarela, uma modalidade de trabalho com baixos salários e sem direitos trabalhistas, e o fim da unicidade sindical.
Para escancarar seu verdadeiro objetivo, a primeira medida do governo, publicada logo depois da posse, foi acabar com o Ministério do Trabalho. Para acomodar seus apaniguados políticos, porém, recriou o Ministério totalmente desestruturado. Outro ponto desastroso do governo foi a criminosa omissão no enfrentamento da pandemia. Atraso na vacinação, negação de medidas preventivas e outras irresponsabilidades custaram a vida de quase 700 mil brasileiros.

Tudo isso ocorreu em meio à continuidade da grave retração econômica do país. Com isso, agravou-se o desemprego, a miséria e, para piorar ainda mais a situação, o Brasil voltou ao dramático mapa da fome, uma chaga que envergonha nosso país.

Por último, mas não menos importante, estes últimos quatro anos foram o período de intensos ataques ao trabalho, consequência das contrarreformas trabalhista, previdenciária e a terceirização irrestrita.

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As tais reformas ditas modernizadoras pelo conservadorismo neoliberal não geraram os empregos prometidos, retiraram direitos, enfraqueceram os sindicatos e, na prática, legalizaram a precarização do trabalho no Brasil.

Para enfrentar este verdadeiro tsunami contra os trabalhadores, o movimento sindical brasileiro avançou bastante em sua unidade, que tem na consolidação do Fórum das Centrais Sindicais o seu exemplo maior. O Fórum das Centrais Sindicais, com maior organicidade e funcionamento regular, teve importante atuação no amplo movimento de oposição ao governo Bolsonaro. Participou de importantes mobilizações e ajudou a desmascarar o governo.

O maior exemplo foi a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), realizada em abril. Organizada por dez centrais sindicais, a Conclat aprovou uma Agenda que é uma verdadeira bússola para orientar a ação sindical na atualidade.

Os pontos centrais da Agenda da Classe Trabalhadora defendem a democracia, a soberania nacional e um projeto de desenvolvimento que coloque no topo a luta pela valorização do trabalho como pilar essencial da retomada do crescimento econômico.

Essa Agenda enfatiza o desenvolvimento com protagonismo do estado, a reindustrialização, a geração de empregos de qualidade, política de valorização salarial e resgate dos direitos surrupiados pelas contrarreformas.

Esse documento foi entregue em um representativo ato político, ainda em abril deste ano, para Lula e Alckmin, então pré-candidatos, que se comprometeram a debater com as centrais sindicais a pauta do sindicalismo brasileiro.

Outro ponto de destaque no primeiro semestre foi a realização dos atos de Primeiro de Maio Unitário, organizado pelo Fórum das Centrais. Em todos os Estados, massivas mobilizações ajudaram a divulgar a agenda aprovada na Conclat.

Foi um ano de intensas mobilizações. Dentre elas, vale lembrar as ações do movimento Fora Bolsonaro, do Dia das Mulheres, do Grito dos Excluídos, do Dia da Consciência Negra e outras que serviram para acumular forças e isolar o governo.

A mãe de todas as batalhas, todavia, foram as eleições gerais de outubro. Armados com a agenda aprovada na Conclat, a campanha unitária dirigida pelas lideranças sindicais foi decisiva para eleger Lula presidente.

Com esse acúmulo de unidade, amplitude e mobilização, o movimento sindical quer, agora, participa com protagonismo da imensa obra de reconstrução nacional. E avançar para políticas de defesa do trabalho e de fortalecimento dos sindicatos.

Para tanto, o país precisa revogar as medidas regressivas que precarizam o trabalho, retomar o crescimento, gerar empregos de qualidade, voltar com as políticas de valorização salarial e restabelecer plenamente o papel dos sindicatos.

O ano de 2022 foi muito duro para os trabalhadores. A vitória histórica nas eleições, no entanto, abre perspectivas promissoras para restaurar a democracia e iniciar um novo ciclo político que coloque o trabalho no centro da agenda do país.

Fonte: https://vermelho.org.br

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