ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65

ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65
CAMPANHA MOVIMENTO 65

sábado, 31 de março de 2018

#MarçoRebelde nenhum Direito a Menos – Por Isadora Cortez

ujs feminista

O mês de março tradicionalmente é marcado por intensas mobilizações. É um momento em que fazemos reverências àquelas que abriram caminho para conquistas importantes e também um momento de fazer ecoar a nossa voz contra o machismo e contra toda forma de opressão. Para além disso, o #8M desse ano será um dia importante para que cada vez mais lutemos pelo retorno democrático no nosso Brasil e contra a retirada dos nossos direitos.
Em meio às correntes existentes do feminismo atualmente, precisamos compreender que a luta pela superação da opressão da mulher, é uma questão de classe. August Bebel em A Mulher e o Socialismo (1889) já dizia que: “Todas as opressões sociais encontram sua raiz na dependência econômica do oprimido em sua relação com o opressor. Desde os tempos mais remotos, a mulher se encontra nessa situação.” Em meio a crise do capitalismo, que se arrasta há quase dez anos, o movimento feminista passa por constantes desafios, de lutar por mais conquistas, por igualdade, por mais políticas públicas, mas sem perder de vista de que precisamos cada vez mais lutar pela nossa emancipação. Daí a necessidade da importância da luta por um novo modelo de sociedade em que possamos viver em igualdade, homens e mulheres, com plenos direitos. E não há outro caminho para a consolidação desses direitos se não for lutando pelo socialismo.
É dentro dessa perspectiva, que, somente a transformação revolucionária da sociedade, com o fim da exploração inerente ao sistema capitalista e a construção de uma nova ordem social – poderia dar eficácia aos direitos previstos dentro dos marcos legais.
Nesse dia 8 de março, é chamada para nós, a responsabilidade de denunciar as medidas neoliberais adotadas pelo governo Temer, que precarizam as nossas relações de trabalho e aprofundam as desigualdades entre homens e mulheres, vide a reforma trabalhista, aprovada no ano passado e além disso, debater um projeto de nação, não perder de vista os nossos direitos já conquistados e lutar para que não soframos mais nenhum tipo de retrocesso.
Que sejamos nós, as socialistas, feministas e emancipacionistas que vão bradar por esse país o legado de Loreta Valadares, para que encontremos os meios da liberdade e que possamos ir tão longe o quanto pudermos aos limiares de um outro mundo, sem oprimidos e sem classes.
Referências
BEBEL, August. A Mulher e o Socialismo. New York: New York Press, 1884, p.343.
Portal do PCdoB

Desemprego volta a subir e contradiz discurso pró-reforma trabalhista

A pesquisa do IBGE também apontou que o número de empregados com carteira de trabalho assinada chegou ao menor nível desde 2012

O índice de desemprego no Brasil voltou a subir (0,6%) e atingiu 12,6% no trimestre de dezembro de 2017 a fevereiro de 2018. O dado é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (29). De acordo com a pesquisa, 13,1 milhões de pessoas estão desempregadas, 550 mil a mais em relação ao trimestre anterior (12,6 milhões). 

Por Vinícius Mansur

Em um comunicado do IBGE, o coordenador de Trabalho e Rendimento, Cimar Azeredo, afirmou que o crescimento do desemprego é esperado nessa época do ano, pois existe a dispensa dos trabalhadores temporários contratados para as festas de final de ano.

Porém, o governo federal alegava que a reforma trabalhista, que entrou em vigor em novembro do ano passado, criaria seis milhões de novos empregos. A economista e professora do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Esther Dweck, discorda. Em primeiro lugar, porque a reforma feita pelo governo Temer criou, ao mesmo tempo, facilidades tanto para contratar, como para demitir. Em segundo, e principalmente, por conta do desempenho econômico.

“O que gera emprego não é uma reforma da legislação, é a economia voltar a crescer. E como está dando sinais que a economia não está com um vigor tão forte, isso reflete no desemprego”, afirmou.

Força de trabalho

Para agravar o quadro, a Pnad Contínua indica que a população fora da força de trabalho alcançou o maior nível já registrado desde o início da pesquisa, em 2012, e chegou a 64,9 milhões de pessoas, o que representa um aumento de 0,8% ou mais 537 mil pessoas em relação ao trimestre anterior. São contabilizadas nesse índice aquelas pessoas em idade economicamente ativa que sequer procuram emprego.

De acordo com a economista, quando a população fora da força de trabalho aumenta, a taxa de desemprego tende a diminuir. O aumento simultâneo de ambas reforçam a tese de que a recuperação da economia está muito mais lenta do que apregoa o governo. E, para Esther Dweck, esse quadro deve permanecer ao longo do ano.

"Porque está tão lenta? Porque não tem nenhuma política concreta de retomada de crescimento. Pelo próprio orçamento que foi aprovado, o gasto em investimento esse ano está baixíssimo, o investimento mais baixo dos últimos 10 anos. Praticamente acabou no governo federal com os investimentos em infraestrutura, aquilo que normalmente dava um impulso em ano eleitoral não está nem um pouco com cara de que vai ser forte”, concluiu.

A pesquisa do IBGE também apontou que o número de empregados com carteira de trabalho assinada chegou ao menor nível na série histórica desde 2012. Agora, são 33,1 milhões de trabalhadores com carteira, uma queda de 1,8% ou menos 611 mil pessoas em comparação ao trimestre anterior. Já o número de trabalhadores por conta própria cresceu 4,4%, cerca de 977 mil pessoas, chegando a um total de 23,1 milhões.

Fonte: Brasil de Fato