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sexta-feira, 11 de novembro de 2022

PCdoB com Lula!

 


Eleger Lula presidente e Alckmin vice é uma exigência democrática. É o caminho para retomar nossa soberania, garantir vida digna ao povo, recuperar o papel do Estado, reestabelecer direitos, prosperidade econômica e progresso social.

Caminhos para um novo mundo do trabalho - por Clemente Ganz Lúcio

Foto: Agência Brasília


Redesenhar e projetar um sistema universal de proteção social, laboral e previdenciário que garanta a todos os trabalhadores a plena seguridade para as diversas formas de ocupação é uma tarefa essencial.

Melhorar as condições e a qualidade de vida dos trabalhadores é um objetivo a ser perseguido nos próximos quatro anos. Quais os caminhos?

A base de um processo de transformação virtuoso para o mundo do trabalho é o país ter uma dinâmica de desenvolvimento econômico assentada na inovação tecnológica e na agregação de valor em toda as cadeias e estruturas produtivas, combinado com um programa de longo prazo de investimentos em infraestrutura econômica e social. Mobilizar investimentos para que as frentes de expansão e de incremento da produtividade do trabalho gerem produtos e serviços com alto valor agregado, vinculados à uma economia de baixo carbono, com uma indústria e agricultura moderna e compromissada com a sustentabilidade ambiental, onde cultura, esporte, turismo, saúde, educação e bem-estar mobilizam serviços de qualidade.

Nessa economia de crescimento produzido pelo incremento virtuoso da produtividade, expande-se os empregos e as ocupações de qualidade, com boas condições de trabalho, crescimento dos salários e dos rendimentos dos ocupados.

Essa dinâmica econômica transformadora precisa ser estimulada, sustentada e favorecida por um sistema de relações de trabalho, um sistema sindical e um sistema de proteção social, laboral e previdenciário modernos, conectados com as mudanças no mundo do trabalho e capazes de regular a forma de produzir e a distribuição do produto do trabalho.

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O desafio é desenhar processos de mudanças e de transições para esses três sistemas com o objetivo de responder às demandas de flexibilidade do trabalho e de proteção efetiva de todos os trabalhadores.

Redesenhar e projetar um sistema universal de proteção social, laboral e previdenciário que garanta a todos os trabalhadores a plena seguridade para as diversas formas de ocupação é uma tarefa essencial. Formular a articulação das políticas e programas a partir da perspectiva do mundo do trabalho é pensar a educação desde a creche até a transição escola – trabalho; é garantir durante a vida laboral a proteção de renda diante da desocupação, do acidente, do problema de saúde, da maternidade; é universalizar o acesso à aposentadoria a partir de uma certa idade, independente da contribuição. Essa concepção de sistema integrado exige articular e redesenhar os atuais programas e políticas de renda e proteção existentes, reorganizando-os e formulando novos instrumentos que garantam seguridade laboral efetiva durante toda a vida.

Essa seguridade universal e permanente é a contraface básica à demanda por flexibilidade do sistema produtivo. Cabe, portanto, a complexa tarefa de construir os mecanismos de financiamento e as regras de acesso à proteção.

A negociação permanente das regras e de monitoramento e gestão do sistema de proteção será tarefa de uma organização sindical nacional, capaz de mobilizar e de representar o interesse geral da classe trabalhadora, especialmente daqueles que hoje não têm proteção sindical e de estabelecer acordos e compromissos para garantir a efetividade das regras pactuadas. As Centrais Sindicais são o instrumento dessa representação ampliada e da representatividade que conforma os interesses em demandas e propostas desse conjunto de aproximadamente metade da força de trabalho ativa do país.

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Há a outra metade da classe trabalhadora, assalariada e que conta com a proteção sindical. O sistema de relações de trabalho que define as regras das representações e das negociações precisa colar no mundo do trabalho em mudança. As exigências de transformações na organização sindical para ampliar a base de representação, aprofundar a representatividade das entidades, favorecer a agregação em categorias por ramo, em um sistema sindical que recepciona o trabalhador ao longo de toda a sua vida laboral, independentemente das profissões e formas de ocupação que cada um venha a ter durante a vida.

Esse sistema sindical robusto, amplo e representativo deve inovar com a criação de âmbitos de negociação que estejam articulados e coordenados desde o nacional até a local / empresa, passando pelo setorial e pela cadeia produtiva.

Fortalecer a negociação coletiva significa desenvolver as regras e instrumentos dos processos negociais, subsidiar a formulação dos conteúdos negociados e tratar de resolver diretamente os conflitos. Trata-se de dar às partes interessadas a autonomia efetiva e ampla para a regulação a partir dos marcos constitucionais e legais.

Uma forma de avançar no fortalecimento da negociação coletiva é criar um órgão privado de interesse público para ser o ente que regula e faz a gestão do sistema de relações do trabalho, como por exemplo, uma agência gerida pela representação dos trabalhadores e dos empregadores, que fortaleça a negociação coletiva, o funcionamento do sistema sindical e de solução de conflito.

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A representação e a negociação dos servidores públicos devem seguir as mesmas diretrizes acima, com a devida adequação ao direito administrativo conforme projeto de lei já em trâmite no Senado Federal (PL 711/2019). Esse fortalecimento da negociação coletiva no setor publico ganharia novo patamar de efetividade se fosse desenvolvido como parte de um órgão dedicado à política de gestão de pessoas no setor público.

O desafio é implementar um processo de mudança e de transição que favoreça e estimule transformações no sentido das inovações que se busca promover. Trata-se, portanto, de construir na trajetória da história futura, por meio do diálogo social e ao mesmo tempo, o caminho e os caminhantes.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho.

Reação de mercado às falas de Lula não passa de histeria ultraliberal - por Iram Alfaia

Lula com parlamentares no CCBB (Foto: Ricardo Stuckert)

O setor financeiro entrou em polvorosas após o presidente eleito questionar “a tal estabilidade fiscal” em detrimento dos investimentos sociais.

O cientista político Sergio Abranches interpretou bem o atual momento ao dizer que “não passa de histeria ultraliberal” a reação negativa do mercado às falas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre estabilidade fiscal. No tocante ao tema, Lula disse que é preciso colocar a questão social na frente de assuntos que interessam apenas aos executivos da Faria Lima.

Aliás, a fala dele não pode causar surpresa. O presidente eleito vem exaustivamente defendendo que é preciso acabar com a fome que atinge 33 milhões de brasileiros e brasileiras. Para isso, o Bolsa Família de R$ 600 e o reajuste do salário mínimo precisam ficar fora do teto de gastos.

“Por que as pessoas são levadas a sofrerem por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal desse país? Por que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gastos, que é preciso fazer superávit, que é preciso fazer teto de gastos? Por que as mesmas pessoas que discutem teto de gastos com seriedade não discutem a questão social neste país?”, indagou Lula nesta quinta-feira (10) em discurso a parlamentares no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Ele  ainda chorou no evento ao falar sobre a pobreza: “Jamais esperava que a fome voltasse neste país”.

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O presidente eleito mandou outro recado ao sair da reunião: “O mercado fica nervoso à toa. Eu nunca vi um mercado tão sensível como o nosso. É engraçado que esse mercado não ficou nervoso durante quatro anos [do governo] Bolsonaro”, afirmou.

“Financiaram Bolsonaro e perderam. Agora querem definir o que o presidente eleito deve dizer e fazer. Em breve se adaptam ao novo ambiente e descobrem como lucrar nele”, observou Abranches.

A economista Monica de Bolle também criticou a postura dos especuladores. “Os assédios do mercado para manter o Teto iníquo e moribundo nesse momento de reconstrução do país é imoral e irresponsável. Esse tipo de assédio precisa acabar e todos precisam entender que o ‘mercado’ em sua maioria é curtoprazista e fútil”, disse a pesquisadora sênior do Peterson Institute for Internacional Economics.

Orlando Silva é deputado federal pelo PCdoB/SP. Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) avaliou a atual situação como desfaçatez. “Noticiário em manada dizendo que a Bolsa caiu e o dólar subiu porque Lula falou que o pobre tem que caber no orçamento. Conversa! Lula já disse: previsibilidade e confiabilidade. Esqueceram que teve outro problema: INFLAÇÃO DESCONTROLADA DO BOLSONARO!”, postou no Twitter

A deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT, também criticou o alarido: “Estão dizendo que o mercado reagiu mal ao discurso de Lula porque enfatizou investimentos na área social em detrimento do equilíbrio fiscal. Não foi o que ele disse. Mas onde estavam quando Bolsonaro fez a gastança na pré-campanha eleitoral? Comparem a gestão Lula com o desastre de Bolsonaro”.

Fonte: A esquerda bem informada