ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65

ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65
CAMPANHA MOVIMENTO 65

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

PCdoB DE NOVA CRUZ-RN PARTICIPA HOJE (20) DA ABERTURA DA 16ª CONFERÊNCIA ESTADUAL DO PCDOB/RN



O PCdoB de Nova Cruz, Rio Grande do Norte participa hoje (20) da Abertura da Conferência Estadual do PCdoB/RN. A abertura ocorrerá ás 19h no Plenário da Assembléia Legislativa/RN.

O PCdoB de Nova Cruz se fará presente com 2 (dois) delegados: DAMIÃO GOMES DA SILVA - Presidente e EDUARDO VASCONCELOS - Secretário de Organização. A conferência irá até amanhã (21), quando elegerá sua nova direção para o biênio de 2017/2019.

Advogados trabalhistas: "Momento é de resistir, sem temor, sem temer"

Roberto Parahyba (ao microfone) é o presidente da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas, a Abrat
Roberto Parahyba (ao microfone) é o presidente da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas, a Abrat

“A Abrat, como entidade nacional, põe-se como trincheira e conclama os advogados trabalhistas à resistência dessas medidas e políticas adotadas e a construir um novo patamar de estágio civilizatório da nossa sociedade, com um governo e um Congresso Nacional representativos dos interesses nacionais, uma imprensa democrática e independente, uma política econômica sustentável que desenvolva a indústria nacional, a geração de empregos, a democratização da distribuição de renda e, principalmente, assegure os princípios e garantias democráticos albergados em nossa Constituição”, defendem os mais de 1.300 advogados trabalhistas de todo o país que assinam a chamada Carta de Salvador.

Em entrevista ao Portal Vermelho, o presidente da associação, Roberto Parahyba de Arruda Pinto, ressaltou que os advogados trabalhistas consideram que a aprovação da reforma (lei 13.467/2017), que começa a vigorar em 11 de novembro, um retrocesso de pelos menos 100 anos.

“A relação do trabalho é desigual em sua essência. Um dos requisitos para caracterizar a relação de trabalho é justamente a subordinação, ou seja, uma das partes tem o poder de disciplinar e decidir sobre a outra. A lei [legislação trabalhista] buscava compensar essa inferioridade econômica e social com uma proteção jurídica. Uma ideia justa para equalizar as relações. No entanto, essa legislação [reforma] está promovendo um retrocesso ao século XIX, frisou Roberto. 

 

Discurso da reforma

Apesar da Justiça Trabalhista ser uma das mais céleres, Roberto lembra que um dos argumentos usados para justificar a realização da reforma era diminuir o número de ações trabalhistas. “De fato foram erigidos vários obstáculos, dentre as várias mazelas da reforma trabalhista, que dificultam o acesso à Justiça do Trabalho, inclusive até a responsabilidade sobre os honorários advocatícios e periciais, ainda que o trabalhador seja beneficiário da assistência judiciária gratuita”, disse. 

Para contestar essa medida, Roberto Parahyba cita dados do IBGE que indicam que 72% dos trabalhadores brasileiros ganham até dois salários mínimos. “A imensa maioria está sendo prejudicada e a ideia é de dissuadir os trabalhadores a reaver os valores que têm direito perante a Justiça do Trabalho”, salientou. “Esse era o objetivo e está muito claro, pois aqueles que defendem estão colocando de forma muito clara e despudorada”, acrescenta.

Outro ponto que Roberto rebate é o discurso de litigância de má-fé, ou seja, ações em que supostamente os trabalhadores buscam obter vantagens manipulando os fatos. Ele destaca que, diferentemente do que afirma os defensores dessa tese, a litigância de má-fé não é uma exclusividade da Justiça do Trabalho.

“A litigância de má-fé existe e a própria lei estabelece um remédio processual para punir tal conduta. Isso não justificaria se obstar o acesso à justiça. Se verificar um dado objetivo, vamos constatar que quase metade das ações trabalhistas, dizem respeito a verbas rescisórias, que são direitos taxativamente previstos em lei. São verbas incontroversas. Só isso já desmonta esse discurso”, argumenta.

Temer não tem legitimidade

No documento, os advogados destacam que a reforma trabalhista foi aprovada no âmbito de um quadro político, econômico e social marcado por profundas vulnerabilidades e por um governo “desprovido de qualquer apoio popular, de legitimidade questionada e abalada por uma sucessão de escândalos e denúncias de corrupção e outros crimes”.

A carta afirma que o “grande capital” tem cooptado parte do parlamento, transformando-o “como sua instância deliberativa e não dos interesses nacionais e da população que haveria de ali estar representada”.

O texto também critica a política de ajuste fiscal do governo de Michel Temer, que congelou os investimentos por 20 anos - afetando principalmente as áreas sociais como saúde, educação, segurança, habitação, transporte, entre outras -, e a privatização de empresas estatais, os leilões de jazidas do pré-sal, a outorga graciosa da base militar de Alcântara aos Estados Unidos da América. De acordo com o documento, tais medidas “não vão propiciar a retomada do desenvolvimento do País, nem a inclusão dos mais de 14 milhões de desempregados no mercado de trabalho”.

Momento é de resistir e avançar

“Esse conjunto de medidas e políticas fará com que se aprofundem a desnacionalização da economia, a concentração de renda e o retrocesso social”, enfatiza.

"Exortamos, assim, os advogados e advogadas a que não se constranjam diante dos intentos de nos calar. Não receiem os efeitos da lei ilegítima, nem restrinjam o seu papel de promotores e protagonistas das pretensões da classe trabalhadora e da sociedade brasileira. O momento é de resistir e avançar", completa o documento.

"A luta por uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária pressupõe, necessariamente, uma advocacia trabalhista cidadã, livre de peias, sem temor, sem temer", finaliza.


Do Portal Vermelho

Chefe da fiscalização do ministério: Portaria "aniquila" lista suja

Ofício assinado pelo secretário de Inspeção do Trabalho, João Paulo Ferreira Machado, e encaminhado ao ministro do Trabalho e Emprego, Ronaldo Nogueira, nesta quinta-feira (18), classifica como “manifestamente ilegais” os dispositivos da portaria de Michel Temer que trata sobre a fiscalização do trabalho escravo e pede a revogação da norma.
De acordo com matéria publicada pelo G1, a nota técnica recomenda que a pasta avalie a revogação imediata da portaria nº 1.129/2017 e diz que a medida trata a restrição da liberdade de ir e vir, um direito fundamental, como algo mais ‘sutil’ do que nos séculos 19 e 20. “Pode ser feito não só mediante coação, também pela violação intensa e persistente de seus direitos básicos, inclusive do direito ao trabalho digno”, diz a nota.
O documento questiona a decisão de restringir a decisão da divulgação e cadastro de empresas na “lista suja” do trabalho escravo ao ministro. De acordo com os técnicos, trata-se de uma afronta aos princípios da publicidade e transparência dos atos administrativos que irá “aniquilar” todo o trabalho feito até março de 2017, última vez em que o cadastro de empresas foi atualizado.

Do Portal Vermelho, com informações do G1