*Secretário-adjunto de Movimentos Sociais do Comitê Central (PCdoB)
terça-feira, 30 de julho de 2019
Manuela se coloca à disposição da Justiça no caso Vaza Jato
Foto: Reprodução
A ex-deputada gaúcha Manuela d’Ávila (PCdoB) emitiu nota na sexta-feira (26) em que confirma o depoimento prestado à Polícia Federal por Walter Delgatti Neto em que diz ter obtido o contato do jornalista investigativo Glenn Greenwald por meio da Manuela.
Em nota à imprensa, a ex-deputada, além de esclarecer o caso, se coloco à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos, diz ainda que orientou seus advogados a entregarem à polícia cópias das mensagens que recebeu e colocou seu aparelho celular à disposição da perícia.
Leia abaixo:
Nota à imprensa
Tomando ciência, pela imprensa, de alusões feitas ao meu nome na investigação de fatos divulgados pelo “The Intercept Brasil”, e por me encontrar no exterior em atividades programadas desde o início do corrente ano, esclareço que:
1. No dia 12 de maio, fui comunicada pelo aplicativo Telegram de que, naquele mesmo dia, meu dispositivo havia sido invadido no Estado da Virginia, Estados Unidos. Minutos depois, pelo mesmo aplicativo, recebi mensagem de pessoa que, inicialmente, se identificou como alguém inserido na minha lista de contatos para, a seguir, afirmar que não era quem eu supunha que fosse, mas que era alguém que tinha obtido provas de graves atos ilícitos praticados por autoridades brasileiras. Sem se identificar, mas dizendo morar no exterior, afirmou que queria divulgar o material por ele coletado para o bem do país, sem falar ou insinuar que pretendia receber pagamento ou vantagem de qualquer natureza.
2. Pela invasão do meu celular e pelas mensagens enviadas, imaginei que se tratasse de alguma armadilha montada por meus adversários políticos. Por isso, apesar de ser jornalista e por estar apta a produzir matérias com sigilo de fonte, repassei ao invasor do meu celular o contato do reconhecido e renomado jornalista investigativo Glenn Greenwald.
3. Desconheço, portanto, a identidade de quem invadiu meu celular, e desde já, me coloco a inteira disposição para auxiliar no esclarecimento dos fatos em apuração. Estou, por isso, orientando os meus advogados a procederem a imediata entrega das cópias das mensagens que recebi pelo aplicativo Telegram à Polícia Federal, bem como a formalmente informarem, a quem de direito, que estou à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos sobre o ocorrido e para apresentar meu aparelho celular à exame pericial.
Manuela d’Ávila
26 de julho de 2019
Do Portal PCdoB
O conluio da ultra direita americana com o nepotismo de Bolsonaro
Além de ato de nepotismo vergonhoso e afrontoso, a indicação de Eduardo Bolsonaro é uma manobra urdida pela ultradireita americana
O nepotismo exacerbado do Bolsonaro indicando seu filho Eduardo, o 03, para embaixador em Washington, é um problema grave, acentuado pelo enorme despreparo do 03 para o cargo. Mas a rumorosa indicação é um projeto da ultra direita americana para garantir a submissão da América do Sul aos desígnios do seu país, reduzindo esse subcontinente ao que foi em tempos passados, um quintal dos Estados Unidos.
Por Haroldo Lima*
Na História do Brasil, sempre foi marcante e insolente a ingerência dos Estados Unidos. Quando governos nacionais tiveram postura de independência, como os de Getúlio, Jango, Lula e Dilma, o Império encontrava jeitos de torpedear seus planos, sabotá-los e até derrubá-los. O golpe de 1964 foi o exemplo maior. Um porta-aviões de propulsão nuclear, o Forrestal, foi deslocado para a costa brasileira com tropas americanas prontas para desembarcar, caso houvesse resistência ao golpe.
Se, entretanto, um governo acata os ditames imperiais, se o presidente bate continência até para funcionário subalterno dos americanos, se seu ministro das Relações Exteriores em seis meses transforma o Itamaraty em acessório secundário da política dos Estados Unidos, então o Império manda, desmanda, faz festa, humilha. É o que está acontecendo agora no governo servil e aloprado do capitão reformado.
O último gesto acanalhado da súcia que comanda hoje a política externa brasileira foi o de não abastecer navios iranianos fundeados em portos brasileiros, que carregavam milho brasileiro a ser exportado. Só para bajular os americanos. Uma vergonha.
É nesse contexto que se sobreleva a propalada indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Ela é um ato de nepotismo vergonhoso e afrontoso do governo de Bolsonaro, mas não só isso, é também uma manobra urdida pela ultradireita americana, que poderá ter graves consequências para nosso país e a América do Sul. As digitais de Steve Bannon estão na origem da artimanha.
Steve Bannon é um destacado prócer da extrema direita americana. Ex-banqueiro, dirigiu um site de notícias chamado Breitbart News, descrito por ele como “a plataforma da alt-right”, direita alternativa. A revista Time disse que o Breitbart News “instilava material racista, sexista, xenofóbico e antissemita na veia da direita alternativa” (Time 18/11/2016).
Bannon afastou-se do Breitbart para assumir, em 2016, a diretoria-executiva da campanha presidencial de Trump. Em janeiro de 2017, fundou com o belga Mischaël Modrikamen uma organização a que chamam de The Moviment, destinada a respaldar e promover grupos direitistas. Eleito Trump, Steve Bannon ocupou cargo de primeiro escalão na Casa Branca, como estrategista de Trump, até abril de 2017, quando foi defenestrado por desentendimentos pessoais com o presidente, ao que consta.
A partir de meados de 2018, o ex-estrategista de Trump circula pela Europa articulando partidos nacionalistas e populistas de direita para o The Movement e incorpora no grupo um destacado direitista italiano, Matteo Salvini, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, a italiana Giorgia Meloni, líder do grupo fascista Irmãos da Itália, o holandês Geert Wilders, a conhecida direitista francesa Marine Le Pen e outros. A organização planeja ter um escritório em Bruxelas, sede da União Europeia, e Bannon declarou à Bloomberg que a proposta do The Moviment está crescendo e atingirá “outros continentes”.
A campanha presidencial no Brasil estava em curso, quando, em 4 de agosto de 2018, Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PSL de São Paulo, encontrou-se em Nova York com Steve Bannon. O Twitter do Eduardo exibiu no mesmo dia sua foto com o Steve, dizendo que tiveram “uma grande conversa”, verificaram ter a “mesma visão do mundo” e uniram-se no desejo de “somar forças, especialmente contra o marxismo cultural”. Eduardo emprega aqui a expressão “marxismo cultural”, cunhada pela extrema-direita americana a partir de ideias originalmente expostas por Adolf Hitler, no seu Mein Kampf.
Eduardo informou ainda, na mesma ocasião, que Bannon deliberou ajudar a campanha de seu pai, em “atividades de inteligência, ações na internet e análise de dados”. (Wikipédia) A campanha de Bolsonaro notabilizou-se pelo uso abusivo de “fake news”.
Talvez seja a partir desse momento que Rubens Ricúpero, ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos e ex-ministro da Fazenda, registra que Eduardo Bolsonaro passou a dirigir “na América do Sul o movimento de extrema-direita de Steve Bannon”. Dito movimento, observa Ricúpero, é “uma seita de extremistas que os americanos chamam de lunatic fringe” (franja lunática, ou borda lunática, em tradução livre) (UOL, 18/07/2019).
A propalada indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada em Washington é tida, ademais, como patrocinada também pelo empresário Clifford Sobel, ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, no Brasil de 2006 a 2009, durante o governo de George W. Bush. Sobel é próximo ao presidente Donald Trump e ao assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton (Estadão, 12/07/2019).
Foi com entusiasmo que Steve Bannon saudou a eventual indicação de Eduardo para o posto mais importante da diplomacia brasileira no exterior, vendo nisso oportunidade de crescimento do The Moviment, apesar de Eduardo ter de “provavelmente” deixar a chefia do grupo na América do Sul, porque “o cargo de embaixador vai lhe tomar 100% do tempo” (CP, Porto Alegre).
Assim, tem inteira procedência a indagação do velho diplomata de carreira Ricúpero: “Como poderia ele (Eduardo) representar todos os brasileiros se é o representante de uma seita?”.
Contudo, a ideia de representar todos os brasileiros não é a preocupação do presidente. Ele pensa que o embaixador representa a sua pessoa, não a Nação. “Pretendo beneficiar um filho meu, sim. Pretendo, está certo. Se puder dar um filé mignon ao meu filho, eu dou” (FSP 18/07/2019).
A indicação do embaixador para Washington tem ainda um caminho a percorrer. Passará por uma sabatina e duas votações secretas no Senado. Pressões e campanhas devem ser feitas intensamente para impedir que a direita americana, mancomunada com o desejo nepotista do presidente dar um filé mignon ao seu filho 03, ponha como embaixador do Brasil nos Estados Unidos o chefe para a América do Sul de uma sua seita reacionária. Será uma grande vitória para o Brasil.
* Haroldo Lima, engenheiro, foi deputado federal (PCdoB-BA) e diretor geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). É membro da Comissão Política Nacional do PCdoB.
segunda-feira, 22 de julho de 2019
A suspensão dos remédios gratuitos prejudica
Mais de 30 milhões de pacientes dependem dos remédios que tiveram a produção suspensa pelo governo Bolsonaro. São medicamentos para combate ao câncer, doenças hematológicas, inflamatórias e outras enfermidades raras, que eram distribuídos gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
O Ministério da Saúde suspendeu contratos com sete laboratórios públicos nacionais para a produção de 19 medicamentos. Mais uma prova que a saúde não é mesmo prioridade para o governo Bolsonaro.
Os laboratórios produtores, que são públicos, fabricam os remédios como parte de uma parceria com o ministério. Os preços chegam a ser 30% menores do que os praticados pelo mercado.
Associações que representam os laboratórios estimam perda anual de, pelo menos, R$ 1 bilhão para o setor, além do risco de desabastecimento, que afeta a população mais carente. É um absurdo.
Com informações de bancariosbahia.org.br
RESSALVA OPORTUNA: NÃO SE PODE DAR AOS DALLAGNOIS E POLICIAIS UM PODER ARBITRÁRIO SOBRE A VIDA DE OUTREM.
O casuísmo que favoreceu o torturador Sérgio Fleury...
Quero deixar aqui registrado um contraponto de Jânio de Freitas às críticas que se fazem ao ministro Antonio Dias Toffoli pela polêmica decisão que tomou, como plantonista de férias do Supremo, cujo efeito imediato foi o de sustar as investigações de delitos presumivelmente cometidos pelo primeiro filho Flávio Bolsonaro.
Concordo plenamente que, em tese, a decisão é correta e necessária. Mas, seu timing inspira justificadas suspeitas de que tenha sido algo como a chamada Lei Fleury, medida tomada pela ditadura militar apenas e tão somente para livrar a cara do tocaieiro do comandante Marighella, evitando sua prisão preventiva imediata por envolvimento com o tráfico de drogas.
Leiam e avaliem:
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"O dano causado à mal denominada Justiça e ao Ministério Público pelo juiz transgressor e sua impunidade, como pelos procuradores atrás de lucros, por ora não pode ser estimado. Nem as revelações do Intercept terminaram ainda, longe disso.
...pode ser comparado à decisão que beneficiou Flávio Bolsonaro?
Mesmo assim, há mais do que o suficiente para admitir a providência do presidente do Supremo, Dias Toffoli, tão hostilizada nos últimos dias.
À parte seus aspectos jurídicos, ainda por serem muito mais discutidos, funciona em proteção aos cidadãos essa medida que susta as investigações com uso, sem autorização judicial, de informações pessoais cedidas por entidades financeiras, como Banco Central e, em geral, Coaf, Receita. Não é justo deixar à sanha de dallagnois e policiais qualquer poder arbitrário sobre a vida de outrem.
Dispomos de farta exposição de abusos, inclusive criminais, a que os cidadãos ficam sujeitos se juízes, procuradores, promotores e policiais não estiverem submetidos a vigilância e limitações.
Não há por que dispensar o pedido de autorização judicial. Nos casos em que é feito, o comum é a pronta resposta do juiz. Diferente na escala, a autorização judicial é o mesmo que cabe à Câmara e ao Senado, na apreciação dos projetos do governo, para que se tornem leis, ou não.
A sede de poder arbitrário que procuradores, promotores e policiais exibem é suficiente, por si só, para que lhes seja negado ou retirado. É o que Moro e Dallagnol ensinam —sem querer".
(trecho da coluna dominical do Jânio de Freitas)
por celsolungaretti
quinta-feira, 11 de julho de 2019
REFORMA DA PREVIDÊNCIA - Alice pede anulação da votação por vícios regimentais
Foto: Richard Silva - PCdoB na Câmara
Por: Portal Vermelho |
A vice-líder da minoria, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) apresentou questão de ordem nesta quinta-feira (11) na sessão da Câmara para pedir a anulação da votação da reforma da previdência. A parlamentar afirmou que Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao registrar o voto, descumpriu o Regimento Interno da Casa.
Richard Silva - PCdoB na Câmara
O artigo 17, § 1º, afirma que o "presidente não poderá, senão na qualidade de membro da Mesa, oferecer proposição, nem votar, em Plenário, exceto no caso de escrutínio secreto ou para desempatar o resultado de votação ostensiva".
Dessa forma, o presidente não poderia votar e nem defender a proposta, uma vez que a votação da PEC 06 não foi secreta e não houve empate.
“A votação se deu com vícios regimentais. Maia interferiu no processo, quando deveria ter uma posição imparcial. O resultado da votação não convalida o vício formal do processo. Portanto, independente do resultado da votação, ela deva ser anulada”, disse Alice.
Maia não acatou a questão de ordem da parlamentar, alegando que presidentes anteriores abriram precedentes. Alice garante que irá recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara contra esse descumprimento do regimento, a fim de que a votação seja realmente anulada.
Filiações fortalecem projeto eleitoral do PCdoB em Caicó no RN
Concorrendo com o momento de crescimento e fortalecimento do Partido Comunista do Brasil no Estado do Rio Grande do Norte, o comitê municipal do PCdoB em Caicó realizou um ato importante de filiação. A legenda recebeu nesta quinta-feira (4), importantes lideranças populares do município, entre elas, a professora Sandra Kelly, diretora do CERES em Caicó.
Com a presença do vice-governador do Estado do RN, Antenor Roberto, a sigla anunciou ainda a pré-candidatura da professora à prefeitura de Caicó.
Além de representantes do PT, PSB, PHS, PSB e dos presidentes estadual do PCdoB/RN, Divanilton Pereira, e do comitê municipal de Caicó, Joseilson Ferreira, o ato contou com a presença do vice-prefeito de Caicó, Marcos do Manhoso, dos vereadores Zaqueu (PHS), Zé Filho (PRP), Andinho (PRP) e Ivanildo (PRP), e do vice-prefeito de Currais Novos, Anderson Alves (PCdoB).
PCdoB: Paulo Henrique Amorim era um lutador em defesa da democracia
A presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, emitiu nota de pesar pela morte do jornalista Paulo Henrique Amorim, de 77 anos, ocorrida na madrugada desta quarta-feira (10), no Rio de Janeiro, vítima de um enfarto fulminante. A nota destaca que o jornalista era um lutador em defesa da democracia.
Segue a nota abaixo:
“O PCdoB recebeu com tristeza a notícia do falecimento do grande jornalista Paulo Henrique Amorim. Profissional exemplar e premiado, ele também era um lutador em defesa da democracia. Sua contribuição à sociedade brasileira é imensa. Ele fez uma luta sem tréguas em defesa da soberania e do desenvolvimento do nosso Brasil.
Paulo Henrique Amorim exerceu com raro talento a capacidade de conjugar críticas fortes com um humor inteligente. Hoje o país e o jornalismo perdem uma de suas mais inteligentes vozes.
O PCdoB manifesta sua solidariedade à sua companheira Geórgia e à toda a família”.
Luciana Santos
Presidenta Nacional do PCdoB
Vice-governadora de Pernambuco
domingo, 7 de julho de 2019
Eles foram apontados como aliados da Lava Jato FACHIN E FUX DEVERIAM SER CONSIDERADOS SUSPEITOS PARA JULGAR AÇÕES ENVOLVENDO LULA
(Foto: Agência Brasil)
"Com as provas documentais do Intercept, é preciso estabelecer, em definitivo, a suspeição tanto de Luiz Fux como de Edson Fachin no julgamento dos processos do ex-presidente Lula", avalia o colunista Jeferson Miola; "Não há lugar a dúvidas quanto à suspeição deles"
Nos diálogos divulgados pelo Intercept fica claro que a força-tarefa da Lava Jato, chamada de organização criminosa por Gilmar Mendes, celebrava a conquista de ministros do STF em apoio ao bando deles como troféus ganhos.
Os motivos exatos para que ministros do STF se declarassem antecipadamente e a priori favoráveis aos atos da Lava Jato, mesmo conhecendo os ilícitos e atropelos de policiais, procuradores e juízes, é algo muito sério que precisa ser desvendado e esclarecido.
Afinal, em nenhuma democracia do planeta seria admissível agentes públicos ou privados manterem ministros da Suprema Corte com coleira no pescoço ou com o “rabo preso”, como popularmente se diz.
Em 22 de abril de 2016, apenas 5 dias depois da aprovação do impeachmentda Dilma na Câmara dos Deputados naquilo que um jornalista português chamou de “assembleia de bandidos comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha”, Deltan comentou num chat com seus comparsas ter conversado “mais uma vez” com o ministro Luiz Fux. “Reservado, é claro”, complementou Dallagnol.
Fux, vale lembrar, é aquele juiz que se notabilizou por tranquilizar interlocutores prometendo “matar no peito” decisões do interesse de clientes.
Dallagnol expôs que Fux elogiou Moro na “queda de braço” com o ministro Teori e “Disse para contarmos com ele para o que precisarmos, mais uma vez. Só faltou, como bom carioca, chamar-me pra ir à casa dele rs. Mas os sinais foram ótimos” [sic].
Moro então vibrou: “Excelente. In Fux we trust”.
Depois da repercussão negativa deste diálogo “heterodoxo”, Fux tentou tergiversar, mas acabou antecipando sua devoção a Moro: “Tenho profundo respeito pelo magistrado” – como se o grave episódio tivesse a ver com respeito, cordialidade, urbanidade ou bons modos.
Em 13 de julho de 2015 – portanto, menos de 1 ano antes do relato sobre o alvissareiro encontro com Fux –, um exultante Dallagnol já tinha relatado aos comparsas o resultado de um encontro com outro ministro do STF: “Caros, conversei 45 m com o Fachin. Aha uhu o Fachin é nosso”.
É impossível não repetir a celebração de Dallagnol como torcida na arquibancada: “Aha uhu o Fachin é nosso”. O Fachin, no caso, é nada menos que ministro da Suprema Corte do Brasil.
A frase é chocante. Imaginemos uma situação inversa, em que um procurador descobre uma mensagem em que Marcola, o chefe do PCC, celebra com seus comparsas: “Aha uhu o Fachin é nosso”. Seria inaceitável, naturalmente, e produziria os efeitos legais cabíveis.
O entusiasmo do Dallagnol não é fortuito. Em junho de 2019, no julgamento do habeas corpusimpetrado pela defesa do Lula arguindo a suspeição do Moro, mesmo com a ajuntada das revelações do Intercept ao pedido de habeas corpus, Fachin disse não ver razões para deixar de apoiar Moro [sic].
Vendo em retrospectiva, pode-se certificar que, de fato, Fachin nunca poupou esforços para ser do “time da Lava Jato” no Supremo.
Menos de 15 dias depois da morte de Teori Zavascki, Fachin colocou-se à disposição para mudar de turma e substituir o falecido colega como relator da Lava Jato [aqui].
Como a coincidência é um fenômeno marcante no regime de exceção, por uma conjunção de “coincidências algorítmicas” do sistema de sorteios do STF, não é que Edson Fachin acabou sendo definido como relator da Lava Jato na Suprema Corte? Apenas mais uma coincidência, não mais que outra coincidência! [aqui]
Com as provas documentais do Intercept, é preciso estabelecer, em definitivo, a suspeição tanto de Luiz Fux como de Edson Fachin no julgamento dos processos do ex-presidente Lula.
Não há lugar a dúvidas quanto à suspeição deles. A participação processual deles em qualquer questão que envolva interesse da defesa do Lula estará prejudicada. Enquanto um deles revela “profundo respeito pelo magistrado”, outro diz não ver razões para deixar de apoiar Moro.
É hipócrita dizer que Lula foi condenado em todas instâncias, porque na verdade o Lula foi condenado por um sistema totalmente contaminado.
O que se conhece do material do Intercept é apenas o começo – talvez menos de 8% do total – mas o suficiente para revelar, desde logo, o envolvimento de altas autoridades na conspiração para viabilizar o projeto de poder da extrema-direita.
Ainda estão sendo aguardados milhares de áudios e documentos que, por certo, trarão à superfície mais bastidores do STF, STJ, TRF4, da PF, da Globo etc e das manobras engendradas em momentos-chave como, por exemplo, o 8 de julho de 2018, dia que Moro abandonou as férias em Portugal para impedir a execução do mandato judicial de soltura do Lula [aqui].
Fonte: brasil247.com
REFORMA DA PREVIDÊNCIA - Mobilização popular pode barrar PEC da Previdência no Plenário
Lula Marques/Agência PT
Ministro de Bolsonaro Onyx Lorenzoni durante a votação da Reforma da Previdência
Por: Christiane Peres
Comissão especial aprova relatório de Samuel Moreira (PSDB-SP) sobre a Reforma da Previdência. Após análise de destaques, texto será analisado no Plenário da Câmara.
Após cinco horas, a comissão especial que analisa a Reforma da Previdência (PEC 6/19) aprovou, por 36 votos contra 13, nesta quinta-feira (4), o texto-base do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). Ainda faltam os destaques para o texto seguir para análise do Plenário. Deputadas comunistas lamentaram o resultado, pois entendem que as diretrizes da proposta original do governo Bolsonaro foram mantidas.
As parlamentares defendem mobilização popular para barrar texto no Plenário da Câmara. Em transmissão ao vivo, após a divulgação do resultado da votação, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), mostrou a festa feita por deputados do PSL. Para ela, a festa foi “tímida”, mas explicita a alegria daqueles que “comemoram a retirada de direitos dos mais pobres”. “É um cheque em branco que está sendo dado aqui. É lamentável. Isso tudo para entregar a Previdência ao mercado financeiro”, lamentou.
A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) também criticou a postura da base governista. “Estão comemorando a desgraça dos trabalhadores”, disse. “Essa reforma vai mudar a vida de milhões de brasileiros. É um tiro do governo Bolsonaro na Previdência dos mais pobres do país”, completou.
A líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), lembrou que o resultado na comissão já era esperado, visto que a aprovação no colegiado se dá por maioria simples, e que a votação desta quinta-feira não significa garantia de aprovação no Plenário da Casa.
“Temos tempo de luta, tempo de resistência e de derrotar essa reforma no Plenário. Precisamos de mobilização, as pessoas precisam ir às ruas para pressionar os parlamentares favoráveis ao texto”, afirmou.
Informações direto da Liderança do PCdoB em Brasília
Daniel Almeida pede investigação e saída de Moro do cargo de ministro
Confira o vídeo:
O líder do PCdoB na Câmara, Daniel Almeida (BA), pede investigação e saída de Sérgio Moro do cargo de ministro e diz que as revelações comprovam que não há mais condições do ex-juiz se manter na pasta da Justiça.
Segundo ele, os novos vazamentos não deixam dúvidas sobre as ações ilegais do então juiz Moro. Para a normalidade da democracia no país, o deputado diz que a única saída é a demissão de Moro.
Fonte: PCdoB na Câmara
Venezuela era alvo político de Sérgio Moro, revela novo vazamento
A imagem de Sérgio Moro como um juiz implacável no cumprimento da lei e que agiu sem nenhum interesse político já está deteriorada. Em mais uma parceria com o The Intercept Brasil, a Folha de S.Paulo revelou neste domingo (7) novo vazamento de conversas que demonstra que, a pedido de Moro, em agosto de 2017, integrantes da força-tarefa se mobilizaram para expor informações sigilosas sobre a Venezuela.
O vazamento de novas conversas no Telegram, entre Moro e o procurador Deltan Dallagnol, indica que o objetivo era dar uma resposta política ao governo de Nicolás Maduro que enfrentava uma grave crise política com seus opositores.
Confira o diálogo:
Moro – Talvez seja o caso de torna pública a delação dá Odebrecht sobre propinas na Venezuela. Isso está aqui ou na PGR?
Dallagnol – Concordo. Há umas limitações no acordo, então vamos ver como fazemos. Mais ainda, acho que é o caso de oferecer acusação aqui por lavagem internacional contra os responsáveis de lá se houver prova.
Haverá críticas e um preço, mas vale pagar para expor e contribuir com os venezuelanos.
Moro -Tinha pensado inicialmente em tornar público;
Acusação daí vcs tem que estudar viabilidade.
Dallagnol - Faz o sinal e ok.
Segundo a reportagem, em 2016, quando decidiu colaborar com a Lava Jato, a Odebrecht disse ter pago propina para fazer negócio na Venezuela, mas informações foram mantidas sob sigilo por determinação do STF.
Em 2017, Deltan indicou que os procuradores poderiam contornar o limite do sigilo. Moro demonstrou mais preocupação com a divulgação. Alguns procuradores demonstraram preocupação com os efeitos da divulgação naquele país. Mas para Deltan os objetivos políticos justificavam a divulgação.
A reportagem revela ainda que a Transparência Internacional defendeu a abertura de processo contra as autoridades da Venezuela e chegou a discutir o assunto com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
“FHC veio conversar comigo no final e disse que é uma boa ideia”, disse o diretor da Transparência Bruno Brandão em mensagem a Deltan pelo Telegram, em outubro de 2017.
O juiz Luiz Antônio Bonat, que substituiu Moro, disse aos procuradores, em abril deste ano, que o caso da Venezuela não compete a sua jurisdição.
Fonte: Portal Vermelho
Orlando Silva destaca reprovação sobre a conduta de Sérgio Moro
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) disse neste domingo (7) que a pesquisa Datafolha revelou números que precisam ser bem avaliados pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro.
As conversas nada republicanas entre o então juiz e o procurador Deltan Dallagnol, divulgadas pelo The Intercept Brasil, deixaram o país perplexo com Moro orientando, indicando testemunhas e protegendo possíveis acusados na Operação Lava Jato, ou seja, algo totalmente incompatível com a ética da magistratura e o Código do Processo Penal (CPP).
“É bom Sergio Moro descer do Olimpo para a planície e explicar as ilegalidades cometidas como juiz da Lava Jato. O Datafolha mostra que a imagem dele foi afetada, 58% reprovam sua conduta, chegando a 73% entre os mais jovens. 58% querem que suas decisões sejam revistas”, lembrou Orlando Silva.
Para o deputado, São números importantes, que mostram a preocupação da sociedade com a escalada do estado de exceção. “Na democracia, os fins não justificam os meios. Conduta ilegal é punida. E não adianta apelar paro o Faustão ou fazer teste de popularidade no Maracanã com ingresso a 1000 reais”, disse, referindo-se ao apresentador do Globo que passou orientações de comunicação ao ex-juiz.
Da redação
Portal Vermelho
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