ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65

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domingo, 10 de abril de 2016

João Bosco e Aldir Blanc convocam para ato em defesa da democracia no dia 11

Cresce a mobilização contra a trama golpista de setores da elite inconformados com as políticas de combate às desigualdades dos últimos anos.
Agora os compositores consagrados da MPB João Bosco e Aldir Blanc convocam para o ato “Cultura pela Democracia”, nesta segunda-feira (11), nos Arcos da Lapa, Rio de Janeiro, às 17h, no histórico palco da Fundição Progresso.
Veja o que dizem os músicos:

Entre muitas atividades espelhadas pelo país cokm a participação de muitos artistas, Chico Buarque e Wagner Moura lançaram um manifesto e fizeram o mesmo convite. Tudo porque está programado para às 17h desta segunda, a votação do parecer do relator da comissão que analisa o impeachment, Jovair Arantes (PTB-GO), na Câmara dos Deputados.
Autores de clássicos da MPB como “O bêbado e a equilibrista”, consagrada na voz de Elis Regina como o hino da anistia política de 1979. A dupla também é responsável por “Mestre sala dos mares”, que conta a saga do marinheiro negro João Cândido na luta contra o racismo.
Na voz de Elis Regina "O bêbado e a equilibrista" (Aldir Blac e João Bosco):
Além de “Kid Cavaquinho”, “De frente pro crime”, Ronco da cuíca”, entre muitos outros grandes sucessos. “A gente viveu a ditadura, o arbítrio, a tortura e a gente não quer isso de volta”, menciona Blanc.
O movimento “Cultura pela Democracia” contribui para a mobilização das forças sociais progressistas, democráticas e populares contra o golpe aos direitos conquistados da classe trabalhadora e às liberdades democráticas.
Tanto que o ator gaúcho Antonio Carlos Falcão afirma que “para mim, não tem outra forma de pensar como artista, a não ser se engajar nos movimentos políticos, sociais, se importar com o país e usar isso como força para ajudar o movimento”.
Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy

Golpistas sentem a força das manifestações populares e Veja faz editorial surpreendente

O site Brasil 247 comentou editorial da revista Veja (que começa perder o status da mais panfletária do país para a IstoÉ), onde a publicação da editora Abril reconhece que o impeachment não passará na votação do plenário da Câmara dos Deputados. A semanária de (des)informação aponta três pontos principais para a derrota iminente:
1) O impeachment não passará na Câmara dos Deputados.
2) Não há lisura no processo que vem sendo conduzido na casa.
3) Eduardo Cunha abriu o processo por vingança, confirmando o que vem sendo dito tanto pela presidente Dilma Rousseff como pelo ministro José Eduardo Cardozo.
Para a revista, "desmoralizado por propinas e contas secretas na Suíça, Cunha com sua presença, contamina a lisura do impeachment". E "faz parecer, como alegam petistas e sequazes, que a corrupção é apenas um pretexto para tirar Dilma do poder. Pior: deu ao governo a chance de alegar, com razão, que o processo de impeachment só foi instalado na Câmara por um ato de 'vingança' de Cunha. Brasília inteira sabe que, de fato, o deputado se revoltou com a recusa do PT em preservar seu pescoço da guilhotina na comissão de ética."
Também afirma que "Cunha é o aliado errado. Se, por algum infortúnio, o impeachment de Dilma não prevalecer na Câmara, os políticos que aceitaram a aliança com Cunha talvez tenham algo a dizer aos milhões de cidadãos que lamentarão a derrota".
O editorial da publicação da família Civita mostra que as forças democráticas e populares brasileiras unidas podem impulsionar o país para a frente e impedir qualquer retrocesso. Se os deputados querem mesmo ouvir a voz das ruas aí vai: "Não Vai Ter Golpe".
Nem os discursos dos oposicionistas na Comissão do Impeachment na Câmara apresentam qualquer acusação de ilítico que se possa levar em conta contra a presidenta Dilma.
Pesquisa mostra Lula em curva ascendente
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No sábado (9), o Datafolha publicou uma pesquisa sobre a corrida presidencial, na qual o ex-presidente Lula mostra crescimento, espantoso para quem não acompanha o movimento popular que de umas semanas para cá tomou as ruas do país contra o golpe.
Em todos os cenários Lula cresce e os três possíveis candidatos do PSDB caem. Com Aécio, Lula aparece me primeiro com 21% e o tucano com 17%. Quando o candidato do PSDB é Alckmin, Lula aparece com 22% em empate técnico com Marina que tem 23% das preferências no momento, mas a candidata aparece ou estagnada ou em queda.
Virou piada na internet um ato falho do jornal Folha de S.Paulo onde diz que a candidata Marina "subiu" fortemente de 23% para 23%.
No cenário 3, com Serra candidato do PSDB, Lula fica com a preferência de 22% das eleitoras e dos eleitoras, empatado com Marina. Já com os três tucanos na disputa a situação de Lula fiaca ainda melhor. O petista sai do empate técnico e aparece com 21%, enquanto Marina aparece em segundo lugar com 16%.
A pesquisa, realizada entre os dias 7 e 8, mostra também queda de sete pontos percentuais, em menos de um mês, no apoio ao impeachment, eram 68% há três semanas e agora são 61%. Outro dado importante de se notar é que 40% dos pesquisados escolhem Lula como o melhor presidente da história do país.
Parece que a força das ruas começa atingir à população brasileira e que a classe trabalhadora começa a entender o prejuízo que seria um golpe de Estado no país. 
Portal CTB - Marcos Aurélio Ruy  com Datafolha, Jornalistas livres, Brasil 247 e Portal Vermelho

A produção fabril e Manoel de Barros

Manoel de Barros descobriu que a riqueza está presente nas coisas simples, e que essa riqueza libera o homem para usufruir o que a vida tem de desconhecido.

Por José Carlos Peliano


A invenção da semana foi uma maneira inteligente de nos fazermos lembrar que a vida deve ser levada por etapas, dia a dia. De segunda a domingo e assim sucessivamente. Se bem que há diferenças: a sexta feira é o melhor dia da semana, porque traz logo em seguida o descanso de sábado e domingo, e domingo à noite o período do limbo, porque abre no dia seguinte, segunda feira, a semana de trabalho.

Assim, a repetição das semanas nos faz instruir que cada dia é um novo dia, quando se abrem possibilidades de não só encerrar ações e atividades anteriores assumidas, quanto nos favorece com chances de novas ações e possibilidades para melhorar de vida. E segue o barco dias afora.

O resultado final é o de nos entronizar na tessitura da vida social e econômica, incluindo na primeira as dimensões política e cultural. Repetir cada dia de cada semana como nova janela de admissão à vida que nos sobrou da noite passada. Nessa repetição, entretanto, há duas maneiras de vê-la.

Na vida ocidental, industrial e urbana, aos poucos sendo incorporada também a área rural, a tradição trazida desde o advento da máquina na produção de bens e serviços, combinada com a religião reiterada pelos arautos do progresso material, martela a convicção assumida pelos cidadãos de toda a parte desse planeta de que se deve repetir, repetir, repetir, cada dia de toda semana, para que se faça o mesmo de modo mais eficiente, eficaz e produtivo. Lucrativo ao final das contas.

Na percepção fina, arguta e sábia de Manoel de Barros, o grande poeta mato-grossense, hoje ordenhando nuvens e borboleteando estrelas, todos nós, ao contrário do peso imposto pelo trabalho secundado e minutado pelo relógio, devemos repetir, repetir, repetir, cada dia de toda semana, para que se faça o mesmo de modo diferente, mais criativo, prazeroso e suficiente.

Entre esses limites deve estar a melhor maneira de levar a vida, embora o peso do espirito capitalista supere o espírito Manoelista, claro! Dirão os engravatados e as customizadas, que Manoel era avoado, desparafusado, um “poeta” entre aspas mesmo. Para esses, Manoel era moldado em barros, diversificado, imponderável, daí não entender o primado e o propósito da produção fabril repetitiva e sequenciada.

Não é verdade, porém, que ele desconhecia a repetição e o sequenciamento. Tanto conhecia que vislumbrou e utilizou em sua vida a repetição para sequenciar outras formas diferentes de ver, entender e refazer o mundo. E não é a isso que o sistema japonês de produção industrial chegou perto ao rever a sequência fordista? Reorganizou a linha de montagem em ilhotas produtivas no chão da fábrica para produzir o mesmo de forma diferente?

Só que, por suposto, prevaleceu o espírito capitalista: produzir o mesmo de forma diferente mais eficiente, eficaz e produtivo porém. E ao final, escusado outra vez dizer, mais lucrativa.

O espírito Manoelista foi achado na natureza, diretamente dos bichos, das árvores, das águas dos regatos, das sombras das lagartixas, enfim, foi formado pela observação da simplicidade, da temporalidade e da “economicidade” da harmonia reinante no meio ambiente. 

Manoel de Barros foi um ambientalista autodidata, além de humanista e fazendeiro do ar, como diria Drummond. Aprendeu, em suas palavras, “renovar o homem usando borboletas”, que “a maior riqueza do homem é a sua incompletude”, e que não aguenta “ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 horas da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis …”.

Manoel contrapõe viver com simplicidade ao viver pelo consumismo extremado. Descobriu a sua maneira, como tantos outros, que a riqueza está presente nas coisas simples, sejam elas quais forem. Essa riqueza libera o homem para descobrir a vida e dela usufruir o que ela tem de desconhecido, bom e melhor. Especialmente a relação social com todos os outros seres vivos da natureza.

Subjugou o tempo ao seus interesses, desejos e maquinações. Não ficou prisioneiro do relógio que não lhe dava tempo para ter tempo para fazer o que queria, mesmo sendo coisa alguma. O dia a dia lhe valia mais que as imposições da cultura, tradições e costumes. Um rebelde com causa.

Sua economia de tempo lhe rendeu uma das obras mais ricas, intrigantes e brilhantes da poesia brasileira. Nossa literatura não seria a mesma sem ele. Aprendeu a brincar com as palavras que lhe vinham da observação aguçada e engenhosa dos mundos: ao seu redor e ao seu interior.

Um poeta que mostrou como a vida econômica poderia ser mais salutar e justa e menos desigual. Era um dos 99% pelo pouco que lhe fazia viver, mas um do grupo do 1% pelo muito que retirava do pouco que tinha. Não lhe interessava consumir coisas padronizadas, mas apenas coisas sem vitrines. Não lhe interessava acumular notas e valores financeiros, mas tão somente notas e valores pantaneiros.

Seu programa pessoal de austeridade incluía não ter mais que o necessário para andar, vestir, alimentar, manter a casa, trabalhar e passear. Viver era sua maior recuperação social e econômica, com os amigos, com os seus bichos, com a natureza. Especialmente com o amigo que pouco falava, mas encantava pássaros.

Ao contrário da austeridade da Sra. Lagarde, da turma do FMI, dos senhores do BCE e da União Europeia, além do recém eleito [presidente argentino Maurício] Macri. Todos eles não leram Manoel de Barros, mas se enlamearam no barreiro que fizeram nos países aos quais recomendaram ou aplicaram a austeridade financeira.

Estudo da Universidade Católica da Argentina mostrou que, com a chegada de Macri ao poder, a pobreza no país deu um salto de 29% de dezembro do ano passado para 34,5% agora em março. Cerca de 1,4 milhão de argentinos foram responsáveis pelo aumento dos pontos percentuais da pobreza.

O aumento da pobreza veio pela desvalorização da moeda argentina em 30%, além da inflação resultante do corte de subsídios e do aumento do gás em torno de 300% e da tarifa de água perto de 375%. Nesse pacote de austeridade entra também o aumento da tarifa de ônibus e do preço final da gasolina.

A austeridade de Manoel de Barros era para si próprio, mas no sentido de viver bem e melhor com pouco, já a austeridade de Macri e demais integrantes do 1% é a de retirar dos outros, dando-lhes inflação e desemprego. 

Há que se ensinar o poder do remediado, mas afluente de vida, Manoel de Barros, desde o jardim da infância para derrubar a visão hegemônica do austericídio dos endinheirados, mas miseráveis de vida.



 Fonte: Carta Maior
C/ Portal Vermelho

O plano ultraliberal do pós-impeachment

Quebra-cabeças: Michel Temer, Eduardo Cunha, José Serra, Fernando Henrique, Armínio Fraga e Henrique MeirellesQuebra-cabeças: Michel Temer, Eduardo Cunha, José Serra, Fernando Henrique, Armínio Fraga e Henrique Meirelles

"Uma Ponte Para o Futuro’, o eventual Plano de Reconstrução Nacional apresentado pelo vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), para assumir o Palácio do Planalto, caso se consolide o golpe institucional do impeachment da ex-guerrilheira da VAR-Palmares Dilma Vana Rousseff Linhares, é ultraliberal, concentracionista e com conteúdo neoliberal.

Por Renato Dias*, especial para o Vermelho


| "A estratégia para eventual era pós-Dilma
Rousseff inclui a adoção de reformas
liberais, com a diminuição do tamanho
do Estado, a retirada de direitos dos
trabalhadores e a abertura comercial". |

O pacote contém a proposta, a ser aprovada ainda no Congresso Nacional, de elevar a idade mínima de aposentadoria para 65 anos de idade, para os homens. Mais: de 60 anos, para as mulheres. Uma Reforma da Previdência que nem o príncipe dos sociólogos, Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP), conseguiu aprová-la durante o seu reinado – 1995-1998 e 1999-2002.

Medidas liberais
Michel Temer, com a bênção do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), campeão em aparições nas Operações da Lava-Jato e do Panamá Papers, quer também liquidar com os porcentuais de despesas obrigatórias, como as destinadas às áreas de Saúde e de Educação. Assim como reduzir o número de impostos pagos pelos empresários.

- Para aumentar os ganhos de capital.

‘O Plano Para o Futuro’, elaborado por liberais ligados ao PMDB, PSDB, PPS e DEM, prevê a definição de concessões preferenciais para a Petrobras. A empresa está envolvida em grave escândalo de corrupção, investigada pela Operação Lava-Jato, Força-Tarefa do Ministério Público Federal, Polícia Federal, sob a coordenação do juiz federal de Curitiba, Sérgio Moro. 

- Flexibilização das leis trabalhistas.

Sonho da Fiesp

É o sonho de consumo da Fiesp, que patrocinou tanto o golpe de Estado civil e militar de 1964, uma noite que durou 21 anos, como definem Camilo Tavares e Flávio Tavares, quanto a jornada de desestabilização do Brasil, em 2016, em conspiração que envolve os grandes conglomerados de comunicação, a fina flor do capital e até setores do Judiciário brasileiro.

As mudanças na legislação trabalhistas poderão ser o fim do décimo terceiro salário, das férias anuais, do fim de semana remunerado, do FGTS, redução da licença-maternidade, assim como o término da licença paternidade. As medidas defendidas pela Fiesp propõem ainda que as convenções coletivas prevaleçam sobre as normais legais. Com ataques aos direitos sociais.

Deus-Mercado

Caso suba a rampa do Palácio do Planalto, Michel Temer poderá estabelecer o fim das indexações para salários e benefícios previdenciários. Perdas reais para os trabalhadores urbanos e rurais. A estratégia do velho PMDB e aliados – Leia-se: Michel Temer, Eduardo Cunha, José Serra, Fernando Henrique Cardoso e Armínio Fraga – é a seguinte:

- Execução de políticas públicas de desenvolvimento centradas na iniciativa privada, no mercado, com privatizações aceleradas e ampliação do ritmo de concessões. A previsão é do fim do regime de partilha no setor de óleo e gás e a retomada do regime anterior, à época de Fernando Henrique Cardoso, ex-amante de Míriam Dutra, do sistema de concessões.

O cenário desenhado pelos economistas de linhagem neoliberal ungidos pelo Palácio do Jaburu, em caso de mudança do titular da presidência da República, cuja votação do pedido de impeachment está previsto ainda para o mês de abril de 2016, contempla a adoção de reformas liberais e o velho bordão neoliberal de redução do tamanho do Estado Nacional.

- Com cortes nos programas sociais focados nos excluídos.


 
| A Fiesp patrocinou tanto o golpe de Estado civil e militar de 1964,
uma noite que durou 21 anos, quanto a jornada de
desestabilização do Brasil, em 2016, em conspiração que
envolve os grandes conglomerados de comunicação,
a fina flor do capital e até setores do Judiciário. |


*Renato Dias é jornalista, sociólogo, especialista em Políticas Públicas, mestre em Direito, Relações Internacionais e Desenvolvimento pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás [PUC-GO]. É autor de livros sobre a ditadura civil e militar [1964-1985], luta armada e socialismos. É repórter especial do jornal Diário da Manhã.
Fonte: Portal Vermelho