ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65

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quarta-feira, 10 de agosto de 2016

No AM, 4 mil candidatos de partidos sem CNPJ podem ficar fora da eleição

TRE-AM alertou sobre prazo final para informar CNPJ no diretório municipal dos partidos (Foto: Adneison Severiano/G1 AM) - Adneison Severiano
Do G1 AM

Com reforma eleitoral, diretórios municipais são obrigados ter CNPJ próprio.
Registro deve informar existência jurídica até o dia 15 de agosto.

Cerca de 4 mil políticos poderão ficar de fora das eleições municipais deste ano no Amazonas caso os partidos não informem o número do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de seus órgãos de direção municipais/comissão provisória até o dia 15 de agosto. O procedimento é obrigatório para obtenção do registro de candidatura na Justiça Eleitoral. Na sexta-feira (8), o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) informou que 350 diretórios municipais de partidos estão pendentes.
De acordo com o TRE-AM, por serem considerados pessoas jurídicas de direito privado, os partidos políticos devem possuir um número de CNPJ para atestarem a própria existência jurídica.


A exigência está prevista na Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nº 23.465/2016. A regra entrou em vigor neste ano e é uma das ações novas para ampliar o controle sobre os recursos usados na campanha.

"Antes os partidos usavam o CNPJ dos diretórios estaduais. Com a reforma eleitoral os diretórios municipais, agora, são obrigados ter seu próprio CNPJ. Um dos objetivos é ter um controle mais eficaz dos gastos dos candidatos. O TSE e os Tribunais Regionais estão preocupados com repasse de valores indevidos para candidatos", disse o diretor-geral do TRE, Messias Andrade.
Caso não cumpram a exigência, os partidos terão seu registro suspenso no cadastro de partidos da Justiça Eleitoral. O impedimento no ano de eleições municipais significa que os partidos não poderão realizar nenhum ato, inviabilizando a participação nas eleições e, consequentemente, não poderão lançar candidatos este ano.
"Se consideramos uma média de dez candidatos por diretório são entre 3.500 e até 4 mil candidatos que poderão ser impedidos de fazer o registro de candidatura. A maioria dos diretórios pendentes, atualmente, é do interior do estado. Estamos acompanhando diariamente a situação e fizemos essa divulgação para tornar pública essa situação, que a cada dia se agrava para os próprios candidatos", informou Messias Andrade.
O secretário judiciário do TRE-AM, Waldiney Siqueira, destacou a falta de CNPJ impedirá abertura conta bancária do diretório municipal do partido.
"A ausência de CNPJ do órgão municipal, além de impedir a abertura de conta bancária, acarretará a suspensão de sua vigência, o que afetará a legitimidade das convenções partidárias no município e ensejará o indeferimento do registro do partido e de seus candidatos no município onde se disputa o pleito", ressaltou.
Regularização
A comissão provisória ou o diretório municipal do partido para se regularizar precisa dirigir-se à Receita Federal para obter a inscrição no CNPJ e, em seguida, informar a numeração ao TRE, por meio do Sistema de Gerenciamento de Informações Partidárias (SGIP), disponível no site do TRE-AM, até o dia 15 de agosto. A lista de órgãos partidários pendentes pode ser acessada na página do TRE-AM na internet.

Fonte: G 1

Globo e golpistas mergulham o Brasil no abismo

Eduardo Cunha, José Serra e Jucá ao fundo -
Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado
Dois fatos políticos de relevância olímpica foram olimpicamente ocultados pela Rede Globo no Jornal Nacional desta segunda-feira olímpica, 8 de agosto de 2016. A Globo esconde dos brasileiros as delações com o potencial explosivo de derrubar o governo usurpador e levar seus integrantes para a cadeia.

Por Jeferson Miola*, na Carta Maior

O primeiro fato: a decisão de Gilmar Mendes, juiz tucano no STF, de abrir processo para extinguir o PT. Embalado pelo espírito fascista da ditadura golpista de 1964, Gilmar quer eliminar do sistema partidário brasileiro o Partido que tem quase 2 milhões de filiados e que recebeu 54.501.318 votos na última eleição presidencial. Um fato de tal gravidade jamais poderia ser escondido.

O segundo fato ocultado foi o vazamento da delação que revelou a propina de R$ 10 milhões que Michel Temer mandou a Odebrecht entregar aos sócios golpistas Eliseu Padilha, Chefe da Casa Civil, que embolsou R$ 4 milhões em dinheiro vivo, e Paulo Skaff, presidente da FIESP, que levou R$ 6 milhões, também em dinheiro vivo. A delação também mostrou a propina de R$ 34,5 milhões recebida pelo Chanceler usurpador José Serra.

Quem revelou o escândalo da propina multi-milionária paga aos golpistas não foi nenhum veículo da imprensa não-hegemônica. A divulgação saiu das páginas da insuspeitamente golpista revista Veja, muitas vezes beneficiária em primeira mão dos vazamentos seletivos feitos por agentes da PF, do MP e do Judiciário.

É evidente que este escândalo, com o potencial explosivo de derrubar o governo usurpador e levar seus integrantes para a cadeia – fosse esse, evidentemente, um tempo de normalidade democrática e institucional – somente foi vazado porque seus autores confiam que exercem controle total da situação e das instituições políticas, policiais e judiciais.

É ilusório pensar que esta denúncia tenha algo a ver com princípios éticos ou morais ou com o ideal de “limpeza” da política apregoado por procuradores da Lava Jato, que agem como verdadeiros pregadores da nova ordem, pura e livre de pecados.

O vazamento é uma operação calculada; é parte do jogo de disputas, chantagens e de acomodação de interesses no interior do bloco golpista.

Aqueles que se beneficiam do vazamento têm consciência de que a divulgação deste escândalo monumental não reverterá o curso do golpe e não derrubará o governo usurpador de Michel Temer. Em outras palavras: o golpe está consolidado, e o novo regime golpista, que se assenta na criminalidade e na solidariedade criminosa, já administra as tensões internas.

Este estágio “orweliano” da realidade brasileira não seria alcançado sem a participação da Rede Globo, com o corpo e a alma, no golpe.

A Globo joga um papel decisivo na consolidação do golpe, como jogou no de 1964. O papel nocivo da Globo à democracia é exercido quando deturpa a realidade que publica, mas sobretudo quando esconde criminosamente a realidade.

Esses acontecimentos são a demonstração olímpica de que o Brasil está sendo outra vez mergulhado no abismo do arbítrio e do obscurantismo.



*Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial.

Portal Vermelho