ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65

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CAMPANHA MOVIMENTO 65

terça-feira, 28 de julho de 2020

Flávio Dino propõe a Bolsonaro um Pacto Nacional pelo Emprego


Para governador, é necessário reunir, numa mesma mesa, o presidente da República, governadores, empresários e sindicalistas.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), enviou nesta segunda-feira (27) um ofício ao presidente Jair Bolsonaro para propor, formalmente, a criação de um Pacto Nacional pelo Emprego, a ser lançado “em caráter de urgência”. Segundo Dino, com a pandemia do novo coronavírus e a escalada do desemprego no País, é necessário reunir, numa mesma mesa, o presidente da República, governadores, empresários e sindicalistas.
A sugestão do governador foi motivada pela confirmação de que as taxas de desocupação devem crescer no Brasil, conforme declarou à Folha de S.Paulo Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica do governo Bolsonaro. “O desemprego já aumentou – os dados é que não mostram isso”, afirmou ele. “Esse problema que vai afligir duramente a sociedade brasileira. Em setembro, os índices de desemprego vão dar um repique grande.”
Diante do que chamou de “cenário desafiador”, Flávio Dino se dirigiu a Bolsonaro. “Gostaria de sugerir uma reunião liderada por V. Exa. com os governadores e os presidentes das confederações empresariais e centrais sindicais para que possamos construir um ‘Pacto Nacional Pelo Emprego’, com medidas emergenciais de geração de emprego e renda”, escreveu o governador. Em sua opinião, é necessário agilizar “a apresentação de propostas para proteção dos pequenos e microempresários, assim como um plano de obras públicas”.
Leia abaixo a íntegra da proposta de Flávio Dino:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
A pandemia causada pelo novo coronavírus impôs aos governantes desafios de ordem humanitária, sanitária e econômica sem precedentes.
No Brasil, o último boletim Focus divulgado pelo Banco Central aponta uma estimativa de retração do PIB de 5,95% em 2020, a maior queda de nossa história.
O desemprego no país subiu para 12,9%, indicando o fechamento de milhões de postos de trabalho com relação ao trimestre anterior, segundo dados divulgados pelo IBGE no último dia 30 de junho. O mesmo instituto aponta que mais de 700 mil empresas fecharam as portas até a primeira quinzena de junho.
Conforme entrevista publicada hoje, o Sr. Secretário de Política Econômica do Ministério da Economia antecipa que haverá crescimento da taxa de desemprego no 2º semestre.
Penso que precisamos planejar com urgência medidas para evitar o cenário projetado pela citada autoridade federal.
Considerando este cenário desafiador, gostaria de sugerir uma reunião liderada por V. Exa. com os governadores e os presidentes das confederações empresariais e centrais sindicais para que possamos construir um “Pacto Nacional Pelo Emprego”, com medidas emergenciais de geração de emprego e renda.
Neste encontro, também seria de extrema importância a apresentação de propostas para proteção dos pequenos e microempresários, assim como um plano de obras públicas, indispensável para recolocar o país no rumo do crescimento.

A Igreja contra Bolsonaro: bispos lançam Carta ao Povo de Deus

Documento, assinado por 152 arcebispos e bispos da Igreja Católica, acusa o presidente de “incapacidade e inabilidade” para enfrentar as múltiplas crises vividas pelo País.
Nada menos que 152 arcebispos e bispos da Igreja Católica assinaram um dos mais fortes ataques ao governo Jair Bolsonaro. O documento, intitulado Carta ao Povo de Deus, acusa o presidente de “incapacidade e inabilidade” para enfrentar as múltiplas crises vividas pelo País – política, econômica, social e sanitária.  
“As reformas trabalhista e previdenciária, tidas como para melhorarem a vida dos mais pobres, mostraram-se como armadilhas que precarizaram ainda mais a vida do povo”, aponta o texto. “É insustentável uma economia que insiste no neoliberalismo, que privilegia o monopólio de pequenos grupos poderosos em detrimento da grande maioria da população.”
Os bispos também denunciam o viés genocida do governo, agravado pela política ultraliberal do Ministério da Economia, sob a tutela de Paulo Guedes. “O sistema do atual governo não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma ‘economia que mata’ (…), centrada no mercado e no lucro a qualquer preço”, reforça o texto.
Carta ao Povo de Deus seria publicada na última quarta-feira (22) pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Porém, como não houve consenso sobre o teor do documento, o documento veio a público como uma manifestação coletiva dos 152 arcebispos e bispos – mas não um gesto institucional da CNBB.
Leia abaixo a íntegra:
Carta ao Povo de Deus
Somos bispos da Igreja Católica, de várias regiões do Brasil, em profunda comunhão com o Papa Francisco e seu magistério e em comunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que no exercício de sua missão evangelizadora, sempre se coloca na defesa dos pequeninos, da justiça e da paz. Escrevemos esta Carta ao Povo de Deus, interpelados pela gravidade do momento em que vivemos, sensíveis ao Evangelho e à Doutrina Social da Igreja, como um serviço a todos os que desejam ver superada esta fase de tantas incertezas e tanto sofrimento do povo.
Evangelizar é a missão própria da Igreja, herdada de Jesus. Ela tem consciência de que “evangelizar é tornar o Reino de Deus presente no mundo” (Alegria do Evangelho, 176). Temos clareza de que “a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus. A nossa reposta de amor não deveria ser entendida como uma mera soma de pequenos gestos pessoais a favor de alguns indivíduos necessitados […], uma série de ações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência. A proposta é o Reino de Deus […] (Lc 4,43 e Mt 6,33)” (Alegria do Evangelho, 180). Nasce daí a compreensão de que o Reino de Deus é dom, compromisso e meta.
É neste horizonte que nos posicionamos frente à realidade atual do Brasil. Não temos interesses político-partidários, econômicos, ideológicos ou de qualquer outra natureza. Nosso único interesse é o Reino de Deus, presente em nossa história, na medida em que avançamos na construção de uma sociedade estruturalmente justa, fraterna e solidária, como uma civilização do amor.
O Brasil atravessa um dos períodos mais difíceis de sua história, comparado a uma “tempestade perfeita” que, dolorosamente, precisa ser atravessada. A causa dessa tempestade é a combinação de uma crise de saúde sem precedentes, com um avassalador colapso da economia e com a tensão que se abate sobre os fundamentos da República, provocada em grande medida pelo Presidente da República e outros setores da sociedade, resultando numa profunda crise política e de governança.
Este cenário de perigosos impasses, que colocam nosso País à prova, exige de suas instituições, líderes e organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados. Somos convocados a apresentar propostas e pactos objetivos, com vistas à superação dos grandes desafios, em favor da vida, principalmente dos segmentos mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta e violenta. Essa realidade não comporta indiferença.
É dever de quem se coloca na defesa da vida posicionar-se, claramente, em relação a esse cenário. As escolhas políticas que nos trouxeram até aqui e a narrativa que propõe a complacência frente aos desmandos do Governo Federal, não justificam a inércia e a omissão no combate às mazelas que se abateram sobre o povo brasileiro. Mazelas que se abatem também sobre a Casa Comum, ameaçada constantemente pela ação inescrupulosa de madeireiros, garimpeiros, mineradores, latifundiários e outros defensores de um desenvolvimento que despreza os direitos humanos e os da mãe terra. “Não podemos pretender ser saudáveis num mundo que está doente. As feridas causadas à nossa mãe terra sangram também a nós” (Papa Francisco, Carta ao Presidente da Colômbia por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente, 05/06/2020).
Todos, pessoas e instituições, seremos julgados pelas ações ou omissões neste momento tão grave e desafiador. Assistimos, sistematicamente, a discursos anticientíficos, que tentam naturalizar ou normalizar o flagelo dos milhares de mortes pela COVID-19, tratando-o como fruto do acaso ou do castigo divino, o caos socioeconômico que se avizinha, com o desemprego e a carestia que são projetados para os próximos meses, e os conchavos políticos que visam à manutenção do poder a qualquer preço. Esse discurso não se baseia nos princípios éticos e morais, tampouco suporta ser confrontado com a Tradição e a Doutrina Social da Igreja, no seguimento Àquele que veio “para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).
Analisando o cenário político, sem paixões, percebemos claramente a incapacidade e inabilidade do Governo Federal em enfrentar essas crises. As reformas trabalhista e previdenciária, tidas como para melhorarem a vida dos mais pobres, mostraram-se como armadilhas que precarizaram ainda mais a vida do povo. É verdade que o Brasil necessita de medidas e reformas sérias, mas não como as que foram feitas, cujos resultados pioraram a vida dos pobres, desprotegeram vulneráveis, liberaram o uso de agrotóxicos antes proibidos, afrouxaram o controle de desmatamentos e, por isso, não favoreceram o bem comum e a paz social. É insustentável uma economia que insiste no neoliberalismo, que privilegia o monopólio de pequenos grupos poderosos em detrimento da grande maioria da população.
O sistema do atual governo não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma “economia que mata” (Alegria do Evangelho, 53), centrada no mercado e no lucro a qualquer preço. Convivemos, assim, com a incapacidade e a incompetência do Governo Federal, para coordenar suas ações, agravadas pelo fato de ele se colocar contra a ciência, contra estados e municípios, contra poderes da República; por se aproximar do totalitarismo e utilizar de expedientes condenáveis, como o apoio e o estímulo a atos contra a democracia, a flexibilização das leis de trânsito e do uso de armas de fogo pela população, e das leis do trânsito e o recurso à prática de suspeitas ações de comunicação, como as notícias falsas, que mobilizam uma massa de seguidores radicais.
O desprezo pela educação, cultura, saúde e pela diplomacia também nos estarrece. Esse desprezo é visível nas demonstrações de raiva pela educação pública; no apelo a ideias obscurantistas; na escolha da educação como inimiga; nos sucessivos e grosseiros erros na escolha dos ministros da educação e do meio ambiente e do secretário da cultura; no desconhecimento e depreciação de processos pedagógicos e de importantes pensadores do Brasil; na repugnância pela consciência crítica e pela liberdade de pensamento e de imprensa; na desqualificação das relações diplomáticas com vários países; na indiferença pelo fato de o Brasil ocupar um dos primeiros lugares em número de infectados e mortos pela pandemia sem, sequer, ter um ministro titular no Ministério da Saúde; na desnecessária tensão com os outros entes da República na coordenação do enfrentamento da pandemia; na falta de sensibilidade para com os familiares dos mortos pelo novo coronavírus e pelos profissionais da saúde, que estão adoecendo nos esforços para salvar vidas.
No plano econômico, o ministro da economia desdenha dos pequenos empresários, responsáveis pela maioria dos empregos no País, privilegiando apenas grandes grupos econômicos, concentradores de renda e os grupos financeiros que nada produzem. A recessão que nos assombra pode fazer o número de desempregados ultrapassar 20 milhões de brasileiros. Há uma brutal descontinuidade da destinação de recursos para as políticas públicas no campo da alimentação, educação, moradia e geração de renda.
Fechando os olhos aos apelos de entidades nacionais e internacionais, o Governo Federal demonstra omissão, apatia e rechaço pelos mais pobres e vulneráveis da sociedade, quais sejam: as comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, as populações das periferias urbanas, dos cortiços e o povo que vive nas ruas, aos milhares, em todo o Brasil. Estes são os mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus e, lamentavelmente, não vislumbram medida efetiva que os levem a ter esperança de superar as crises sanitária e econômica que lhes são impostas de forma cruel. O Presidente da República, há poucos dias, no Plano Emergencial para Enfrentamento à COVID-19, aprovado no legislativo federal, sob o argumento de não haver previsão orçamentária, dentre outros pontos, vetou o acesso a água potável, material de higiene, oferta de leitos hospitalares e de terapia intensiva, ventiladores e máquinas de oxigenação sanguínea, nos territórios indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais (Cf. Presidência da CNBB, Carta Aberta ao Congresso Nacional, 13/07/2020).
Até a religião é utilizada para manipular sentimentos e crenças, provocar divisões, difundir o ódio, criar tensões entre igrejas e seus líderes. Ressalte-se o quanto é perniciosa toda associação entre religião e poder no Estado laico, especialmente a associação entre grupos religiosos fundamentalistas e a manutenção do poder autoritário. Como não ficarmos indignados diante do uso do nome de Deus e de sua Santa Palavra, misturados a falas e posturas preconceituosas, que incitam ao ódio, ao invés de pregar o amor, para legitimar práticas que não condizem com o Reino de Deus e sua justiça?
O momento é de unidade no respeito à pluralidade! Por isso, propomos um amplo diálogo nacional que envolva humanistas, os comprometidos com a democracia, movimentos sociais, homens e mulheres de boa vontade, para que seja restabelecido o respeito à Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito, com ética na política, com transparência das informações e dos gastos públicos, com uma economia que vise ao bem comum, com justiça socioambiental, com “terra, teto e trabalho”, com alegria e proteção da família, com educação e saúde integrais e de qualidade para todos. Estamos comprometidos com o recente “Pacto pela vida e pelo Brasil”, da CNBB e entidades da sociedade civil brasileira, e em sintonia com o Papa Francisco, que convoca a humanidade para pensar um novo “Pacto Educativo Global” e a nova “Economia de Francisco e Clara”, bem como, unimo-nos aos movimentos eclesiais e populares que buscam novas e urgentes alternativas para o Brasil.
Neste tempo da pandemia que nos obriga ao distanciamento social e nos ensina um “novo normal”, estamos redescobrindo nossas casas e famílias como nossa Igreja doméstica, um espaço do encontro com Deus e com os irmãos e irmãs. É sobretudo nesse ambiente que deve brilhar a luz do Evangelho que nos faz compreender que este tempo não é para a indiferença, para egoísmos, para divisões nem para o esquecimento (cf. Papa Francisco, Mensagem Urbi et Orbi, 12/4/20).
Despertemo-nos, portanto, do sono que nos imobiliza e nos faz meros espectadores da realidade de milhares de mortes e da violência que nos assolam. Com o apóstolo São Paulo, alertamos que “a noite vai avançada e o dia se aproxima; rejeitemos as obras das trevas e vistamos a armadura da luz” (Rm 13,12).
O Senhor vos abençoe e vos guarde. Ele vos mostre a sua face e se compadeça de vós.
O Senhor volte para vós o seu olhar e vos dê a sua paz! (Nm 6,24-26).
Fonte:  https://vermelho.org.br

domingo, 26 de julho de 2020

Lembrar de Mandela e de Mao Zedong, por Haroldo Lima

O nome de Mandela foi trazido pelo governador Flávio Dino como fonte de inspiração, pelo menos para uma parte dos brasileiros. O líder maranhense tem esquadrinhado a realidade oposicionista fracionada à cata de uma saída. Como nordestino sabe como é verdadeira uma das leis de Murphy, a de que “o ruim pode piorar”, o que nos remete à outra que diz que “tudo relegado à própria sorte tende ir de mal a pior.”
Por Haroldo Lima*
Mandela é exemplo pródigo em variadas questões, como nas batalhas políticas que exigem tenacidade, na compreensão de que a luta contra ideias retrógradas deve estar integrada à luta pela construção de um estado nacional e democrático, no otimismo com que aponta futuro luminoso em meio às intempéries do momento.
Existe, contudo, uma situação em que a postura avocada do líder sul-africano é de fato paradigmática, que é a sua posição ao sair da prisão de 27 anos. Aí, livre, famoso e prestigiado em seu país e no mundo, o Mandiba, como carinhosamente seu povo o tratava, não se deixou levar por qualquer postura inflexivelmente rancorosa e vingativa. Ao contrário, optou pelo difícil caminho de unir a maior parte da gente de seu país para pôr abaixo o apartheid, este sim, seu inimigo indefectível. Flávio Dino observa que Mandela decidiu “priorizar mais o futuro dos cidadãos do que o “julgamento” de erros do passado”. Em consequência, empenhou-se na arregimentação de forças díspares, formando uma frente notavelmente ampla que o elegeu Presidente da República e viabilizou a derrocada do odiento regime de segregação racial.
A lembrança do exemplo de Nelson Mandela desperta uma outra recordação, espetacular e absolutamente educativa, a de Mao Zedong após a Longa Marcha, em outubro de 1935.
A retirada épica que começara com mais ou menos 100.000 pessoas, chegou a Yenan, no norte da China, com 20.000 sobreviventes, depois de percorrer em um ano cerca de 10.000 km. O Exército chinês, sob o comando de Chiang Kai-shek, que dera combate mortal aos retirantes durante toda o tempo, chegara também na mesma região, e se instalara em Sian, bem perto de Yenan. O assalto final ao que restava dos comunistas estava sendo preparado. Foi quando o Japão começa a ampliar a invasão da China.
Os comunistas sob a direção de Mao Zedong percebem a mudança na situação e propõem ao Exército até então inimigo mortal um pacto: suspensão das hostilidades e união de forças para enfrentar o Japão. Chiang Kai-shek não aceita a trégua proposta. Seu Estado Maior, em posição contrária, prende-o. Como o Japão avançava, a posição de Chiang Kai-shek é considerada de traição nacional e prepara-se seu julgamento. Ele poderia ser condenado à morte, que era a pena por traição.
Os comunistas sabem desses fatos. Percebem que, matando Chiang Kai-shek naquela hora, o Exército regular se dividiria, o trauma seria grande e o Japão se aproveitaria de tudo. Despacham então para Sian uma comissão chefiada por um exímio negociador Zhou Enlai, com o objetivo de impedir a condenação e morte do Chiang Kai-sheck e selar com ele um acordo para enfrentarem juntos o Japão. E isto foi feito. No curso da luta, crescem as forças dos comunistas. Em 1949 o Japão é expulso, os comunistas tomam o Poder, Chiang Kai-sheck foge.
As experiências não devem ser copiadas, pois as circunstâncias são sempre diferentes. Tentar traslada-las é caminho certo para o erro. Mas erro sério também é o menosprezo às lições gerais das experiências passadas. .
Quando Flávio Dino aponta o caminho seguido por Mandela para derrotar o apartheid e quando, na mesma linha, rememoramos aqui a façanha dos comunistas chineses para expulsar os japoneses e chegarem ao Poder, o que se quer é acentuar que o passado nunca é esquecido, mas que as frentes politicas progressistas se constroem em função de objetivos futuros, de programa, e não de avaliações do passado.
O quadro político brasileiro é delicado. Circunstâncias internacionais e nacionais estão deteriorando o amálgama do bolsonarismo, mostrando-o como uma horda obscurantista e miliciana que ameaça o país. Seu potencial de recuperação, contudo, paira latente e seu poder destrutivo, que tanto prejuízo já nos deu, pode crescer.
Do lado do Brasil, está seu povo, heterogêneo, diversificado, com sonhos nacionais e que, na luta e em frente ampla, pode levar de roldão as falanges bolsonaristas, autoritárias, neofascistas, negacionistas, lambe-botas de americanos.
De Mao Zedong a Mandela, quando o objetivo a atingir é imperioso e elevado, o caminho é o da frente necessária.
*É engenheiro, ex-diretor-geral da ANP, membro do Comitê Central do PCdoB e foi deputado federal na Assembleia Constituinte.

ALÍRIO E GLÊNIO - HOMENS VALOROSOS - Por GEORGE CÂMARA


DEMOCRACIA: Debate relembra legado dos militantes comunistas Glênio Sá e Alírio Guerra 30 anos após tragédia

A trajetória e o legado dos militantes comunistas Glênio Sá e Alírio Guerra serão lembrados neste domingo (26), data que marca os 30 anos do acidente de automóvel ainda cercado de mistérios que vitimou os dois dirigentes do PCdoB do Rio Grande do Norte, em 26 de julho de 1990.
O bate-papo em formato de live será transmitido a partir das 17h, no canal do Youtube do PCdoB/RN. O debate será conduzido pelo presidente municipal da sigla Christian Vasconcelos e terá a participação de Jana Sá, filha de Glênio, e Eveline Guerra, viúva de Alírio, além de dirigentes do PCdoB, incluindo os dois únicos sobreviventes do acidente na década de 1990, Valdo Teodósio e Antenor Roberto, atual vice-governador do Rio Grande do Norte.
Glênio, Alírio, Valdo Teodósio e Antenor Roberto iam de Currais Novos a Jaçanã, no interior do Rio Grande do Norte, para uma atividade de campanha que não estava na agenda e foi comunicada a partir de um telefonema que ninguém consegue mais identificar, quando o carro deles colidiu com um opala de placa fria. O motorista fugiu e nunca foi encontrado. A família de Glênio Sá acredita que o acidente foi forjado em razão de vários acontecimentos ocorridos após a tragédia. Entre eles um documento obtido após a abertura dos arquivos da ditadura militar, durante o governo Dilma Rousseff, que comprova que Glênio vinha sendo monitorado pelo menos uma década após a lei da anistia, em 1979.
Natural de Caraúbas (RN), Glênio Sá foi o único potiguar a participar da mítica Guerrilha do Araguaia, principal ação de luta armada contra o regime militar durante os anos 1960/1970.
No livro “Memórias de uma Guerra Suja”, o ex-delegado do DOPS Cláudio Guerra, faz referência a um acidente automobilístico no interior do Nordeste forjado pelos militares. O ex-agente da ditadura disse em depoimento à Comissão da Verdade que não lembra o nome do militante assassinado, mas não há notícias de outro “acidente” envolvendo um comunista morto após colisão entre veículos na mesma época relatada por Guerra.
Filha de Glênio Sá, a jornalista e pesquisadora Jana Sá vai reconstituir a morte do pai num documentário a ser lançado após a pandemia.
Além de Jana, o legado de Glênio permanece na luta e defesa pela memória dele em Fátima Sá, Gilson e Beatriz, que nasceu após a morte do avô. Já a trajetória de Alírio teve sequência nas batalhas de Eveline, João Pedro, Manoela e Júlio Borges.
Homenagens
Vários vídeos relembrando a trajetória de Glênio e Alírio serão exibidos durante a transmissão da live neste domingo com depoimentos de familiares, amigos, dirigentes do PCdoB e correligionários. Entre as personalidades que renderam homenagens aos ex-dirigentes comunistas está o ex-deputado federal e ex-presidente do PT José Genoíno, que participou e lutou, ao lado de Glênio Sá, na Guerrilha do Araguaia.

sábado, 25 de julho de 2020

PCDOB/RN - PRESIDENTE DIVANILTON PEREIRA CONVIDAM OS CAMARADAS - AMIGOS E FAMILIARES PARA PARTICIPAREM DA LIVE QUE HOMENAGEARÁ OS SAUDOSOS ALÍRIO GUERRA E GLÊNIO SÁ - DOMINGO (26)

O Partido Comunista do Brasil tem uma importante tradição na luta política no Rio Grande do Norte.

Os ideais de sua fundação em 1922 e a elaboração de caminhos pela efetivação de seu programa agregaram  milhares de militantes e filiados em todo o país.

Uma permanente construção que requer convicção e dedicação militante de líderes de algumas gerações.

Em nosso estado, dentre outros, destacam-se Alírio Guerra e Glênio Sá.  Abnegados pela causa socialista e a defesa do povo potiguar.

Fatidicamente, perdemos eles há 30 anos. Em pleno exercício das suas jornadas de lutas no dia 26/07/1990.

Para saudá-los e resgatar o seu legado ideológico e militante, convidamos os Camaradas, amigos e familiares para participarem dessa live que os homenageará.

Grande abraço
Divanilton Pereira
Presidente do Comitê Estadual do PCdoB/RN


PCdoB lança ação nacional de arrecadação com vistas às eleições 2020

O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) lançou, em reunião virtual realizada nesta quarta-feira (22), com a participação de 250 pessoas entre dirigentes estaduais, municipais e pré-candidatos do PCdoB, a ação nacional de arrecadação financeira.
Sob a coordenação do secretário nacional de Administração e Finanças, Ricardo Abreu Alemão, a reunião contou com a participação da presidenta nacional da legenda, Luciana Santos que fez um pronunciamento de abertura do evento falando sobre a conjuntura.
A reunião contou ainda com intervenções iniciais dos secretários, Fábio Tokarski (Organização) e Adalberto Monteiro (Comunicação), além da exposição de Oswaldo Napoleão, coordenador da ação nacional de arrecadação pela secretaria de Administração e Finanças, que em comum, ressaltaram que o êxito da ação de arrecadação só acontecerá com a participação dos dirigentes em todo o país.
Ricardo Alemão fez uma exposição mais centrada na própria ação, anunciou que o tema da campanha será “impulsione a democracia, faça sua doação para o PCdoB e o movimento 65” com objetivo de fortalecer a presença do PCdoB através das páginas oficiais dos comitês municipais nas redes sociais.
Alemão comentou que fundamentalmente a campanha eleitoral este ano deverá ocorrer de forma digital. “Como estamos vivendo relativo isolamento social, houve grande impulso na vivência digital. E nestas eleições mais ainda, a campanha será marcada pela internet e atuação nas redes sociais”.
Fundo Partidário e Eleitoral
O dirigente ressaltou o avanço democrático que foi o fim do financiamento empresarial e o funcionamento público e cidadão, da aplicação dos recursos públicos na campanha eleitoral, com a participação das pessoas físicas.  Entretanto, segundo o dirigente, os recursos públicos são importantes, mas são insuficientes para cobrir todas as candidaturas em todo o país. Por isso, será necessário fazer uma ação para que o Partido possa arrecadar recursos próprios. “A nossa meta é arrecadar dezena de milhões de reais de agora até dezembro para a gente superar os recursos públicos. Dessa forma, os dirigentes partidários devem se organizar para ir à luta para captação de outros recursos próprios”.
 Ricardo Abreu Alemão
A explanação do dirigente informou que essa ação se dará em duas fases, a primeira perpassa a fase da pré-campanha que vai até dia 26 de setembro, e tem como mote receber as doações para os comitês municipais investirem em suas contas nas redes sociais.
Segundo Alemão, a ideia é que o recurso caia na conta do PCdoB municipal, para dar visibilidade às lutas políticas do partido, defendendo a frente ampla, as gestões públicas, as pré-candidaturas e o fora Bolsonaro.
A segunda fase da campanha vai do dia 27 de setembro, quando começa a campanha eleitoral propriamente dita, até o dia 15 de dezembro. Somente neste período, contou o dirigente,  o municipal pode investir nas candidaturas.
Ricardo Alemão alertou que, conforme a legislação eleitoral, não se pode impulsionar recursos partidários no período da pré-campanha, somente com recursos próprios pode-se fazer a divulgação e o impulsionamento nas páginas virtuais do comitê municipal na internet.
Colaboradores recorrentes
Com essa campanha é possível construir uma sólida e permanente rede de colaboradores recorrentes. Essa deve ser o legado dessa ação, expressou Alemão, com “progressiva independência financeira”.
Outro ponto importante, segundo o dirigente, é que independentemente dessa ação, os dirigentes continuem participando e incentivando a contribuição no Sistema Nacional de Contribuição Militante (Sincom). “Mas agora é focar nessa ampliação de captação, concentrar nesse público externo. Nos simpatizantes, eleitores e amigos com o poder aquisitivo maior”, explicou.
Alemão orienta a necessidade de se buscar as relações políticas com possíveis contribuintes que tenham uma renda maior. “Criar uma relação e comprometer ela com financiamento da campanha e conseguir as doações pontuais ou recorrentes. Esse é o objetivo nosso. É preciso dedicação de cada um”, sublinhou o secretário de Finanças.
Ação da Comunicação
O secretário nacional de Comunicação, Adalberto Monteiro fez uma explanação da ação de marketing que será desenvolvida neste período e ressaltou a relevância da pauta para sustentação financeira do PCdoB no período eleitoral.
Segundo ele, essa ação servirá para qualificar o PCdoB na esfera digital. “Essa ação ela tem um mote que tem por finalidade a arrecadação e fortalecer a capacidade de presença nas redes sociais e é um bem que vai permanecer conosco, o que a gente construir nos servirá para a batalha seguinte”, salientou o secretário.
 
Na exposição do plano de ação da campanha, Adalberto falou dos objetivos, forneceu os argumentos, as justificativas e as ferramentas que serão usadas pela comunicação. Segundo ele, a campanha se dará por intermédio das lideranças, dos dirigentes e dos pré-candidatos em cada localidade e para isso, “a ação de marketing se dará em âmbito nacional e municipal, de modo interligado, mas, com produção de peças nos dois polos”, explicou.
A ação de comunicação consistirá na criação da identidade visual, na ação de marketing nacional e local e na renovação da plataforma doe.pcdob.org.br.
Programa como ferramenta
Já o secretário de Organização, Fábio Tokarski, ressaltou que o tema da arrecadação financeira é complexo e mais complicado numa situação de crise. “Somos chamados a tratar de um tema complexo numa situação complexa”. Para ele, o momento vivido pelo país, de pandemia, de crise financeira forçou “uma concentração de renda ainda maior e um empobrecimento dos trabalhadores. E o nosso partido defende exatamente essa turma”.
Porém, o ex-secretário nacional de Finanças e de Planejamento do PCdoB, reforça que o período eleitoral não é momento para lamentações. “A força das nossas ideias tem que ter base material. Onde se tem força política, se tem capacidade de arrecadar”.
Dessa forma, Fábio levanta que o PCdoB tem a melhor ferramenta que é o seu programa. “Um programa amplo, apresenta saídas para o país, ele propõe esperanças. As pessoas contribuem para construir um futuro novo para o país”. Segundo ele, “mesmo na crise as nossas lideranças se acendem!”.
Pilares que financiam as ações do PCdoB
Oswaldo Napoleão que irá coordenar a ação a partir da secretaria de Administração e Finanças do PCdoB iniciou sua intervenção abordando as finanças de forma mais geral. Para ele, “é fundamental termos em tela onde se assenta o financiamento partidário”. São três os pilares que sustentam o partido, afirmou.
O primeiro pilar é o fundo partidário e eleitoral, com base nas eleições da bancada federal, e “fruto dos nossos serviços prestados ao Brasil. Onde os comunistas jogam um papel fundamental”.
O outro pilar “é fruto de conquistas das nossas militâncias”, que são os recursos da nossa contribuição militante e o terceiro, segundo Oswaldo, “é esse que as vezes deixamos de lado que é o recurso dos amigos, dos simpatizantes, os eleitores do nosso partido e dos pré-candidatos, que provém a partir do papel político que o Partido desenvolve e representa na sociedade”.
Ação a partir das cidades
Oswaldo destaca que a ação nacional de arrecadação deve ser feita a partir das cidades, cujo objetivo deve ser de atingir outras parcelas da sociedade. “Nós precisamos atuar para dentro da sociedade, das comunidades, nos ambientes onde nós desenvolvemos nossa luta pelos direitos do povo, desenvolvimento nacional, e por cidades democráticas e socialmente justas”.
“Esse incremento será dirigido diretamente para campanha eleitoral”, entretanto, lembra que a contribuição militante deve continuar. “Nós temos que manter essa contribuição, pois ela também será usada na campanha eleitoral”, lembrando que toda a produção do PCdoB é sustentada por esse recurso, além de parte do recurso que sai ainda para apoiar a estruturação dos comitês estaduais, salienta.
“A nossa ferramenta permite que possa pedir o recurso, por cartão de crédito e boleto bancário atendendo as todas as normas legais”. Oswaldo explicou que o recurso será enviado para a conta do municipal, informando quem são os doares originários, e o mesmo emitirá recibo, ou seja,” os mecanismos serão amarrados legalmente”.
Oswaldo finalizou dizendo que essa “é uma ação partidária, ou seja, deve ser realizada por todos!”
A reunião de lançamento da ação contou ainda com intervenções dos dirigentes nos estados e pré-candidatos nos municípios com perguntas e opiniões sobre a ação.
Do Portal PCdoB

GLÊNIO SÁ E ALÍRIO GUERRA, PRESENTE!!!

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Araguaia - Relato de um guerrilheiro
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Um Homem Imprescindível : Vida e Morte de Alírio Guerra - YouTube
Alírio Guerra
O Partido Comunista do Brasil tem uma importante tradição na luta política no Rio Grande do Norte.

Os ideais de sua fundação em 1922 e a elaboração de caminhos pela efetivação de seu programa agregaram  milhares de militantes e filiados em todo o país.

Uma permanente construção que requer convicção e dedicação militante de líderes de algumas gerações.

Em nosso estado, dentre outros, destacam-se Alírio Guerra e Glênio Sá.  Abnegados pela causa socialista e a defesa do povo potiguar.

Fatidicamente, perdemos eles há 30 anos. Em pleno exercício das suas jornadas de lutas no dia 26/07/1990.

Para saudá-los e resgatar o seu legado ideológico e militante, convidamos os Camaradas, amigos e familiares para participarem dessa live que os homenageará.

Grande abraço,
Divanilton Pereira
Presidente do Comitê Estadual do PCdoB/RN

Imagens do Google

Um Homem Imprescindível : Vida e Morte de Alírio Guerra

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Fiocruz ainda aguarda assinatura do governo Bolsonaro para começar a produzir vacina de Oxford

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (Foto: Reuters | Sara Price/Pixabay)
O anúncio da cooperação foi feito há 25 dias, mas até agora ainda não foram assinados, pelo Ministério da Saúde, o termo de transferência de tecnologia e o certificado de recebimento de doses para a primeira remessa de produção.

247 - A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou nesta quarta-feira (22) que ainda não recebeu autorização do governo Jair Bolsonaro, por meio do Ministério da Saúde, para produzir no Brasil vacinas desenvolvidas pela Universidade de Oxford contra o coronavírus.

O ministério diz que dialoga com a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca com o objetivo de encontrar um modelo de contratação do desenvolvimento da vacina que seja “viável“. A parceria entre Brasil e AstraZeneca para a produção do medicamento foi divulgada no dia 27 de junho, mas o acordo segue sem assinatura.
Para que o combinado seja formalizado, é preciso a assinatura de documentos que tratam da encomenda de tecnologia, transferência de tecnologia e do recebimento de doses para a primeira remessa da produção local. 
Somente após a assinatura desses tratados e a autorização da Anvisa, o Brasil passará a produzir as vacinas.
Leia a nota do Ministério da Saúde:
“O Ministério da Saúde, por intermédio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), segue discutindo os termos do acordo com a empresa AstraZeneca, para viabilizar o melhor modelo de contratação do desenvolvimento da vacina, de sua tecnologia de produção e adequando os termos da encomenda tecnológica. Mais detalhes sobre o acordo serão disponibilizados tão logo seja firmado.
O estudo no Brasil está na fase 3 da etapa clínica de desenvolvimento em humanos, que testará a eficácia em 5000 participantes de pesquisa brasileiros, nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Este estudo iniciou a inclusão de participantes de pesquisa em 23 de junho e não possui ainda dados preliminares.
Com relação ao registro e incorporação da vacina, informa-se que seguirão os ritos previstos em legislação específica. O Ministério da Saúde segue acompanhando os resultados de estudos de vacinas para Covid-19 à medida que forem disponibilizados.”
Fonte: BRASIL 247