ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65

ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65
CAMPANHA MOVIMENTO 65

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Fátima Bezerra: É hora de virarmos a página na história do RN


.
A senadora recebeu o apoio de Lula e da presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, à sua pré-candidatura ao governo estadual
Foi com muita emoção que a senadora Fátima Bezerra firmou compromisso de fazer uma campanha militante, de pé no chão e com responsabilidade durante o lançamento da sua pré-candidatura ao governo do Rio Grande do Norte
“Assumo essa pré-candidatura com muita responsabilidade e também com muita ousadia. Esse é um estado bonito e de gente honesta, mas que foi governado durante muitos anos pelas mesmas oligarquias. Chegou a hora de virarmos essa página na história do Rio Grande do Norte e fazermos um governo diferente, com a marca do modo petista de governar, inspirado pelo modelo que o povo já conhece aplicado por Luiz Inácio Lula da Silva”, declarou a um auditório lotado no Hotel Holliday Inn, em Natal, na sexta-feira (27).
A presidenta nacional do do PT, senadora Gleisi Hoffmann, presente no evento, falou sobre o contexto de “instabilidade democrática” em que se darão as eleições. Ela reafirmou que o partido vai lutar “até as últimas consequências” pela candidatura do ex-presidente Lula e afirmou que a candidatura de Fátima “vai significar a saída do poder daqueles políticos que não têm compromisso com o povo do RN e do Brasil”.
“Eu quero muito que a Fátima e o Lula sejam eleitos para, juntos, acabarmos com a crise no RN e no Brasil. O Rio Grande do Norte pode se orgulhar, porque vai ter uma governadora de luta que vai fazer a diferença”, disse Gleisi.

Lula envia carta de apoio à Fátima

No encontro estadual, o PT-RN também realizou o lançamento simbólico da pré-candidatura de Lula à Presidência da República. Em carta enviada à Fátima, o ex-presidente convoca a militância a “andar de rua em rua e bater de porta em porta” para elegê-la governadora ainda no primeiro turno.
Lula disse ainda: “Vamos construir uma grande vitória com o suor de cada um e cada uma de vocês, conscientes do imenso desafio que a história do RN e do Brasil colocou em nossas mãos”.
Fátima reiterou que Lula é vítima de uma injustiça, mas afirmou que “queiram ou não os poderosos, ele vai ser candidato e vai voltar a governar o Brasil”.
“O povo do RN não vai apostar no novo que já nasce velho nem se deixar enganar pelas aparências. Nosso povo merece ser feliz, merece ter outro modelo de gestão, com foco no desenvolvimento com inclusão social, no emprego, nas oportunidades para a juventude e em uma saúdeeducação e segurança pública que funcionem”, afirmou a pré-candidata.
Com auditório lotado de militantes e simpatizantes ao PT, PCdoB e PHS, o evento contou com a participação dos pré-candidatos e pré-candidatas do PT, da presidenta nacional, senadora Gleisi Hoffmann, do deputado federal Marco Maia (PT-RS), da pré-candidata ao senado Zenaide Maia (PHS-RN), do presidente nacional da UBES Pedro Gorki, da coordenada da CUT-RN Eliane Bandeira e do presidente do PT-RN Júnior Souto.
Por Nicole Tinôco, da Comunicação Elas por Elas no RN

Fatima Bezerra fala sobre aliança PT, PHS e PC do B

Eleição provoca racha entre advogados que assinaram impeachment

 

Juntos no golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff, em 2016, os advogados Janaína Pascoal e Miguel Reale Junior vivem um momento de crise na relação. O motivo é a aproximação da advogada com o deputado Jair Bolsonaro (PSL), que a convidou para ser vice em sua chapa.


"Recebi com muita tristeza a aproximação de Janaína com Bolsonaro. Há uma contradição dele com a democracia. É impossível que qualquer democrata vote no Bolsonaro", disse o jurista Miguel Reale Junior ao Estadão. 

Reale é orientador de Janaina no mestrado e doutorado de direito da USP e convidou a advogada em 2015 para elaborar o documento do pedido do impeachment encomendado pelo PSDB, que pagou R$ 45 mil a advogada pelo parecer do documento.

Fundador do PSDB, Reale hoje está no Podemos e é cotado para ser vice na chapa de Alvaro Dias na disputa presidencial. A aproximação de Janaína ao ultraconservador Bolsonaro deixou Reale frustrado.

Na sessão do Senado em apreciou o impeachment ele chegou a criticar Bolsonaro pelo elogio que o deputado fez durante sessão ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-Codi, órgão da repressão política durante a ditadura militar. 

"Eu disse em nome dos três (que assinaram o pedido) que era lamentável que o impeachment tenha servido para que ele (Ustra) fosse homenageado", lembrou o jurista.

Depois da aproximação de Janaína com Bolsonaro, Reale cortou relações e não fala com a advogado há cerca de um ano. Segundo fontes da grande mídia, Janaina teria dito aos aliados do PSL que foi pressionada a desistir do pedido de impeachment por Reale. para dar centralidade ao pedido feito pela OAB. 

As eleições revelaram um racha nos antigos aliados de golpe. A filha do jurista, Luciana Reale, usou as redes sociais para alfinetar Janaína. "Sua peça, Janaina, era inepta. Se não fosse o aditamento do meu pai não teria passado. Você e o Bolsonaro se merecem", disse ela que integra o grupo direitista Vem Pra Rua. 

O pré-candidato a governador de São Paulo pelo Novo, Rogério Chequer, que também integra o Vem Pra Rua, disse que "é difícil entender" a aproximação de Janaína com Bolsonaro. 


Do Portal Vermelho, com informações de agências

Descrença na política, a arma da direita para se manter no poder

 
Foto: Antonio Augusto/ Câmara dos Deputados

Sem capacidade de organizar majoritária quantidade de signatários a seu favor, estratégia é desmobilizar o eleitor, sobretudo o mais crítico, para que proteste por meio do voto branco, nulo ou mesmo a abstenção.

Por Marcio Pochmann*, na Rede Brasil Atual


A eleição geral de 2018 – a oitava desde 1989 – apresenta-se circunscrita a uma importante contradição. Não obstante a sua significância para o desbravamento do impasse gerado com o golpe que possibilitou a trágica ascensão do governo Temer, a população indica elevado grau de descomprometimento e descrédito com a política.

Pesquisa realizada no ano passado pelo Instituto Paraná indicou, por exemplo, que quase três quartos dos eleitores brasileiros não repetiriam, em 2018, o mesmo voto concedido a deputado federal nas eleições de 2014. Naquele ano, embora o país possuísse um total de 141,8 milhões de eleitores, somente 97,2 milhões deles votou para deputado federal, ou seja, apenas 68,5% dos brasileiros em condições de votar.

Ao se considerar somente os votos recebidos pelos 513 deputados federais eleitos em 2014 (58,1 milhões), nota-se que a Câmara representa, no seu conjunto, menos de 41% do total dos eleitores. Resta ainda considerar que dos 513 deputados federais, somente 36 deles alcançaram o chamado coeficiente eleitoral, sendo os demais 477 eleitos por meio de votos transferidos de outros candidatos.

Ao se contrastar o perfil da Câmara Federal com a composição da sociedade brasileira pode-se perceber o enorme contraste. Mesmo representando mais de 51,5% do total da população, as mulheres mal alcançam 10% do total dos deputados federais, assim como a população não branca possui menos de um quinto do total do parlamento brasileiro.

No mesmo sentido da sub-representação política, encontra-se, por exemplo, a classe trabalhadora, uma vez que os empresários, por não alcançar nem mesmo 5% da população ocupada, detêm quase 45% do total dos deputados federais. Também os 12,3 milhões de trabalhadores da agricultura familiar não conseguem registrar dez deputados federais, enquanto cerca de 40 mil grandes proprietários rurais alcançam uma bancada com quase 40% do total da Câmara Federal.

A representação política desconexa em relação à composição da população e o descrédito da política decorrem direta e indiretamente da experiência acumulada de duas décadas de forte presença do financiamento empresarial das campanhas eleitorais. A contaminação do poder econômico no processo de escolha da representação política terminou por deslocar o candidato do eleitor em direção ao financiador privado.

Em consequência, o avanço da fragmentação partidária foi imediatamente acompanhado pela formação de burocracias especializadas na formação de verdadeiras máquinas eleitorais – capazes de agenciar campanhas cinematográficas – e de força de trabalho voltada para a conquista mecanicista e sem compromisso com o voto. Com isso, o deputado federal, salvo as exceções, foi gradualmente se tornando uma espécie de vereador federal, comprometido com a agilização de recursos orçamentários aos seus feudos políticos, por meio das emendas, cada vez mais impositivas.

Das antigas candidaturas ideológicas, compromissadas com causas e opinião sobre questões de ordem nacional, passou-se à mediocridade do parlamentar de senso comum, sem cara, nem personalidade que possa colocar em risco a sua releição. Enfim, uma profissão, sem vocação, quase um negócio a serviço do seu próprio interesse, cada vez mais distante do sentido de população e nação.

Expressão disso foi a manifestação de baixo nível e desqualificação verificada durante a votação do impeachment da presidenta Dilma na Câmara Federal. Quanto tempo faz que o parlamento federal se distancia da função de ser a verdadeira caixa de ressonância da população e do sentido de nação?

Essa situação, contudo, não deixa de ser a própria expressão da visão predominante da direita. Sem capacidade de organizar majoritária quantidade de signatários a seu favor, ela trata de desmobilizar o eleitor, sobretudo o mais crítico, para que proteste por meio do voto branco, nulo ou mesmo com a própria abstenção.

Dessa forma, a minoria dos votos da direita cresce em proporção, frente ao avanço da descrença política. Nesta circunstância, o protesto construtiva é escolher melhor e votar, pois do contrário, o voto nulo, em branco, ou a abstenção podem simplesmente favorecer a permanência justamente daqueles que a população mais repulsa.

Pesquisa realizada pelo Diap aponta que as eleições vêm permitindo a renovação cada vez menor para a Câmara Federal. No ano de 2014, por exemplo, a taxa de renovação foi de 44% dos deputados federais, enquanto foi de 62% nas eleições de 1989. Para este ano, por exemplo, a expectativa parece indicar menor renovação, podendo consolidar, inclusive, o perfil parlamentar ainda mais conservador e desconectado do conjunto da população e do sentido de nação. 


*Marcio Pochmann é professor do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, ambos da Universidade Estadual de Campinas