O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse
nesta terça-feira (20) que a força-tarefa da Lava Jato é um avanço para o
Brasil, mas que precisa “acabar com o exibicionismo e de fazer denúncias por
motivações políticas”.
Renan citou como exemplo o episódio envolvendo o ex-presidente
Lula na semana passada. “A Lava Jato tem a responsabilidade de separar o
joio do trigo e precisa acabar com esse exibicionismo, que vimos agora no
episódio do presidente Lula e em outros episódios. Precisa fazer denúncias que
sejam consistentes. Porque isso, em vez de dar prestígio ao Ministério Público
retira prestígio do Ministério Público e obriga o Congresso Nacional a pensar
numa legislação que proteja garantias, que facilite a investigação”, afirmou.
“Nada vai deter a Lava Jato, mas a Lava Jato precisa acabar com
esse processo de exposição das pessoas sem culpa formada. É preciso fazer
denúncias consistentes e não fazer denúncia por mobilização política. Com isso,
o país e as instituições perdem”, comentou.
Renan Calheiros negou que soubesse da articulação realizada no
Plenário da Câmara na noite de segunda-feira (19) para votação do PL 1210/2007.
A proposta modifica a legislação eleitoral, abrindo caminho para uma possível
anistia para o crime de caixa 2.
Ele
aproveitou para defender uma reforma política que comece pela cláusula de
barreira, passe pela proibição da coligação proporcional e defina regras
transparentes para o financiamento de campanha.
“Qual
é o grande problema no Brasil? Temos mais de 30 partidos no Congresso e nessa
eleição mais de 530 mil candidatos disputando. Imagine financiar esse número
todo de candidatos com recursos públicos num momento que o país precisa de
dinheiro para saúde, educação, segurança…. Isso não seria bom”, afirmou.
Foto de Capa: Jane de
Araújo/Agência Senado
Fonte: Revista Fórum