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terça-feira, 14 de setembro de 2021

A Mãe do Brasil é indígena: uma marcha de mulheres biomas da Terra Pindorama. - Por Potiguar Notícias

Apesar de estarmos enfrentando a pandemia da COVID19, desde o dia 7 de setembro, 5 mil mulheres indígenas de 185 povos ocuparam o gramado da Funarte, em Brasília, na II Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, que teve como tema “Mulheres originárias: Reflorestando mentes para a cura da Terra”.

Na chegada, todas nós e as nossas lideranças indígenas femininas da Amazônia, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica, Caatinga e dos Pampas fomos credenciadas e testadas para a Covid-19, dentro da parceria com Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz DF e RJ), Ambulatório de Saúde Indígena da Universidade de Brasília, Secretaria de Saúde do DF e Hospital Universitário de Brasília. 

Nossa delegação do RN, contou com 25 pessoas das aldeias Katu, Sagi, Jacu e Tapará, sendo 20 mulheres e 5 homens. Dentre as mulheres indígenas, 4 do contexto urbano que atuam como militantes em favor da causa dos povos originários do RN.

A II Marcha Nacional das Mulheres Indígenas contou com uma série de atividades que denunciava não só as violências sofridas por nós mulheres indígenas, como também trouxe a força da ancestralidade, rituais, acolhimento e diversidade, em um momento de celebração e reencontro.

Dessa forma, a Segunda Marcha das mulheres indígenas de todo o Brasil, configurou um chamado das irmãs, das guerreiras da Terra Pindorama.

Sobretudo, foi um encontro das mulheres biomas da Amazônia, do Serrado e da Caatinga, para reflorestar esse Brasil. Todas as regiões representadas por diversas delegações de todo o território brasileiro, lutando pela mesma causa em nome da vida.

Quem achava que mulher indígena só entendia das coisas da roça e da mata, se enganou quando viu do que somos capazes quando mexem com os nossos direitos humanos e ancestrais e criam leis colonialistas para nos prejudicar.

Nem a Pl 490 e nem a tese do Marco temporal, estratégias da bancada ruralista, deteram a garra de nós mulheres. Saímos das aldeias e das cidades, para somarmos força e ocuparmos Brasília num só grito: "Demarcação já!"

As vozes e os maracás de mais de 5 mil mulheres, de várias etnias, ecoaram de norte a sul do Brasil, em todas as redes sociais.

Dias anteriores a marcha, além de termos de suportar o clima quente e seco desta época em Brasília, sofremos com as ameaças à nossa dignidade física e de nossas famílias, por sujeitos fascistas nas redes sociais. Fomos também aterrorizadas durante horas por caminhoneiros amigos dos ruralistas, que fizeram comboio de caminhões ao redor de nosso acampamento. Eles buzinavam dia e noite para alertar do que nos fariam se fizéssemos nossa marcha, mas nós mantemos a calma com o apoio de nossas irmãs coordenadoras e as mulheres sábias organizadoras de nosso movimento.

Enquanto eles nos ameaçavam com mensagens nas redes sociais, cada etnia ali representada, permanecia em cânticos, ritos e rezos de suas distintas culturas, reversando durante o dia todo.

Assim, nos alimentamos com a proteção de nossos encantados e de nossos parentes, fortalecendo o nosso corpo/mente e espírito. O terrorismo teve que dar lugar para a nossa força espiritual e ancestral, com as quais construímos a nossa marcha na manhã do dia 10 de setembro. Foi uma festa colossal!! Um momento Porangeté! Lindíssimo de ver e viver!

A correnteza de mulheres saiu do acampamento localizado na Funarte, seguindo pelo Eixo Monumental e pela via W3 Sul em direção à Praça do Compromisso, local onde, no dia 20 de abril em 1997, o indígena Galdino, Pataxó Hã-Hã-Hãe, foi assassinado.

Durante a marcha, mesmo aqueles que ignoram a luta dos povos tradicionais, tiveram que testemunhar nossa valentia e determinação nas ruas de Brasília.  Muitas pessoas vinham nos acompanhar, saiam das lojas, as janelas das casas se abriam quando passávamos. Alguns acenavam com gestos de torcida e empatia à nossa luta, enquanto outros faziam gestos ofensivos contra nosso ato democrático.

Seguíamos marchando, cantando, bradando nossos gritos de guerra e maracás com júbilo e honra. Levamos diversas faixas e cartazes com palavras de ordem contra a violência de gênero, contra o marco temporal, contra a invasão do garimpo, agronegócio e dos grandes empreendimentos que provocam a destruição socioambiental dos biomas. Destacamos em coro e nas faixas carregadas por nós, a demarcação dos nossos territórios.

            Nossa marcha teve algumas paradas para saudações públicas e falas de nossas irmãs guerreiras que no carro de som mediavam canções e chamadas de luta.  Também houve o momento em que algumas guerreiras deram uma surra no boneco que fizeram representando o Presidente Bolsonaro. Elas o arrastaram pelas ruas como forma de protesto contra o genocídio e contra os projetos de leis que ameaçam a vida dos povos indígenas.

Ao chegarmos na Praça do Compromisso, local do memorial ao indígena Galdino, queimado por jovens da classe média brasiliense enquanto dormia no abrigo de uma parada de ônibus, seus familiares celebraram sua memória com orações e cânticos.

Enquanto do outro lado, o boneco simbolizando a imagem de Jair Bolsonaro que colocou num cargo de confiança um dos criminosos do assassinato do parente Galdino, foi queimado como ato de repúdio a covardia e injustiça feita ao sangue indígena que até hoje vigora.

Na medida em que as parentes ateavam fogo no boneco, a multidão gritava:- fora Bolsonaro".  Nesse instante, Sônia Guajajara, liderança indígena da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga) e coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), falou com toda firmeza: - “Juntos queimam o racismo, a violência contra as mulheres e para que nunca mais um indígena seja queimado vivo nesse país!”

Esse ato de protesto, expressa o desejo das mulheres indígenas por justiça, pedimos que parem com as violações dos direitos dos povos tradicionais, que cessem com o feminicídio, discriminação e preconceito.

Nossa marcha marcou o encontro de anciãs, mulheres adultas e jovens, algumas como eu, participando pela primeira vez de uma mobilização deste tipo. Esse encontro demarca o presente da luta indígena, onde todas as gerações, e avós, mães, filhas e netas, são protagonistas nos processos de luta em defesa dos seus territórios e mutuamente se firmam como guerreiras e lideranças.

As guerreiras originárias cantaram e gritaram, dançaram e balançaram seus maracás e mais uma vez demonstraram para toda sociedade brasileira e para o movimento indígena como todo, que estão presentes na luta pelos seus territórios e em busca de respeito pelos seus corpos indígenas

Que nenhuma gota a mais de sangue indígena seja derramado, que nenhuma lei seja criada para prejudicar nossos povos desta Terra Pindorama chamada Brasil.

Somos mulheres indígenas, originárias, somos os biomas desta terra!

Por isso, o mundo não se esqueça que a força das mulheres indígenas é feita de água, Terra, fogo e ar!

A mãe do Brasil é indígena!

Somos guerreiras de nossas ancestralidades e ninguém irá nos calar!

Aûîébeté!  

Toykove Kunhâguera!

“Voto pelo impeachment de Bolsonaro”, afirma presidente da CPI

(Roque de Sá/Agência Senado)

O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que Bolsonaro não fez nenhum “recuo” com sua carta, após estimular atos golpistas no 7 de setembro e atacar o Supremo Tribunal Federal (STF).

“O presidente nunca fez autocrítica em relação à imunização de rebanho, em relação à China. Foi fazer agora, depois de cinco meses que estamos falando. A natureza do presidente Bolsonaro é aquele escorpião que pega carona, atravessa o rio e depois pica aquele que deu a carona”, disse Aziz em entrevista ao UOL News, nesta segunda-feira (13).

O senador declarou que votaria no impeachment de Bolsonaro caso ele fosse pautado na casa.

“Votaria sim (pelo impeachment), não só pelo que ele falou dos ministros do Supremo, mas principalmente na atuação dele na omissão da pandemia. Não chegamos agora a 600 mil mortes à toa”, afirmou Omar.

No dia 19 de julho, em entrevista no mesmo UOL News, perguntado sobre o assunto, Aziz afirmou que não defendia o impeachment de ninguém.

Contudo, os atos golpistas de Bolsonaro fizeram muita gente mudar de ideia.

Na última terça-feira (7), Bolsonaro participou de atos golpistas em Brasília e em São Paulo. Na capital paulista, xingou de “canalha” o ministro do STF, Alexandre de Moraes, e disse que não iria mais cumprir decisões assinadas por ele.

As falas de Bolsonaro foram bastante criticadas, até que na quinta-feira (16), ele encenou um “recuo” ao divulgar uma carta, escrita por Michel Temer, em que diz que não teve intenção de atacar as instituições.

Em março de 2019, Temer foi preso em São Paulo por corrupção. O Ministério Público Federal acusou Temer de receber propina de R$ 1 milhão. Depois a prisão do ex-presidente foi relaxada.

Sobre as manifestações do último domingo (12), Aziz afirmou que houve uma grande representatividade por parte de quem foi, apesar de um público menor. O senador criticou aqueles que se recusaram a participar do ato pensando nas eleições a presidente da República em 2022.

“De um lado houve pessoas querendo o impeachment do presidente e, do outro, já pensando em candidaturas à presidente da República, e isso não é bom”, disse o senador.

Os atos de domingo foram organizados por organizações como o MBL (Movimento Brasil Livre) e o Vem Pra Rua. Durante os atos em São Paulo, vários políticos, líderes sindicais e estudantis discursaram, como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), o ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta (DEM), a senadora Simone Tebet (MDB-MS), líder da bancada Feminina no Senado, o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), o fundador do Novo, João Amoedo, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), senador José Aníbal (PSDB-SP), a presidente da UNE, Bruna Brelaz, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), ex-candidato a prefeito de São Paulo, a deputada Tabata Amaral, e a deputada estadual Isa Pena (PSOL).

Omar Aziz defendeu que as investigações iniciadas pela CPI continuem nas outras instâncias de poder e instituições controladoras pelo país.

“(O relatório) vai desnudar as omissões e o não comprometimento em relação à doença, a forma como foi tratada a doença. Sempre dizia, nós não queremos vingança, queremos justiça, e o relatório vai vir fazendo justiça às quase 600 mil mortes que tivemos. Não tem outra forma. Será muito contundente em relação a esses atores principais, que eram responsáveis por ter feito o enfrentamento da pandemia”, disse o presidente da CPI.

Ele enfatizou que, além da PGR, o relatório também será enviado aos presidentes da Câmara, do Senado, do TCU (Tribunal de Contas da União), do STF (Supremo Tribunal Federal), do STJ (Superior Tribunal de Justiça), além das defensorias públicas estaduais. Aziz também citou instituições internacionais e até o Tribunal Penal Internacional, que fica em Genebra, na Suíça,

“Não podemos achar que vamos entregar um relatório e ele vai ficar adormecido. Iremos entregar, sim, o relatório a tribunais internacionais. Ontem, se ventilou um senador ser destacado para entregar em Genebra”, assinalou.

O presidente da CPI assinalou que entre as possíveis autoridades que serão apontadas como investigadas no relatório final está “metade do primeiro e segundo escalão do Ministério da Saúde”. “Pessoas que tiveram uma participação direta na forma irresponsável como foi conduzida a pandemia”.

“A CPI é a primeira parte, a segunda parte é aprofundar as investigações, porque tem muitos locais que a gente não tem como chegar além do que a CPI vai mostrar; e a terceira parte, tenha certeza absoluta que esses óbitos que tiveram no Brasil será feita justiça contra aquelas pessoas que cometeram equívocos e erros”, assinalou Aziz.

Fonte: https://pcdob.org.br


CPI indica que Bolsonaro foi apresentado a Tolentino por Ricardo Barros

Bolsonaro, Marcos Tolentino e Ricardo Barros (Foto: Reprodução do Twitter)

Marcos Tolentino é apontado como dono “oculto” da FIB Bank, empresa que não é banco, mas deu aval para Precisa Medicamentos vender a vacina Covaxin ao Ministério da Saúde, uma operação fraudulenta envolvendo um contrato de R$ 1,6 bilhão

Dono de um emaranhado de empresas envolvidas em falcatruas, o empresário e advogado Marcos Tolentino permaneceu em silêncio, nesta terça-feira (14), ao ser questionado sobre sua relação com Bolsonaro. Ele é apontado como dono “oculto” da FIB Bank, empresa que não é banco, mas deu aval para Precisa Medicamentos vender a vacina Covaxin ao Ministério da Saúde, uma operação fraudulenta envolvendo um contrato de R$ 1,6 bilhão.

De acordo com levantamento feito pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), mesmo sem capacidade financeira, a FIB deu garantias de R$ 80,7 milhões para o contrato atendendo o amigo e líder de governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), quem o próprio presidente responsabilizou pelas negociações ao receber a denúncia do deputado Luís Miranda (DEM-DF) e o seu irmão, Luís Fernando Miranda, servidor da pasta da Saúde.

O relator perguntou ao depoente se foi o líder do governo na Câmara quem o apresentou ao presidente, mas ele usou o direito concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para permanecer em silêncio em indagações que possam lhe incriminar.Mais cedo, o empresário afirmou que conhece o presidente desde quando ele era deputado federal, mas sem laços de amizade. Confirmou que já esteve com os filhos Flávio (senador) e Eduardo (deputado) em eventos sociais, mas negou conhecer Jair Renan, o filho mais novo.

Proprietário da Rede Brasil de Televisão, Tolentino confirmou que acompanhou, presencialmente, parte do depoimento do deputado Barros à CPI. Ele afirmou que fez isso após convite do próprio parlamentar. Também disse que recebeu o convite durante encontro com Barros. Para Omar Aziz (PSD-AM), presidente do colegiado, isso é indício de uma relação de amizade entre os dois. 

https://vermelho.org.br