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domingo, 22 de janeiro de 2023

Governo Lula avança no combate ao desmatamento na Amazônia - por Iram Alfaia

Fiscais do Ibama combatem desmatamento e garimpo de cassiterita na Terra Indígena Tenharim do Igarapé Preto, Amazonas (Foto: Vinícius Mendonça/Ibama)

São medidas positivas o reestabelecimento do plano de prevenção e controle do desmatamento, e proibição da exploração de madeira nas terras indígenas.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, diz que o combate ao desmatamento na Amazônia já é uma realidade no governo Lula. Ele destacou como medidas importantes o reestabelecimento do plano de prevenção e controle do desmatamento, e a revogação do ato que permitia exploração de madeira nas terras indígenas.

Além dessas ações, houve a reativação do Fundo Amazônia e a criação da Comissão Interministerial Permanente de Prevenção e Controle do Desmatamento.

Presidida pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, a comissão será composta por representantes de outras 18 pastas, entre eles a própria ministra do Meio Ambiente; o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; e a ministra de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.

Leia mais: Marina Silva prevê Fundo Amazônia com mais de US$ 10 bilhões em recursos

No caso do Fundo Amazônia, Marina anunciou que o programa pode ultrapassar os US$ 10 bilhões em recursos. “Queremos ampliar o fundo e vamos nos esforçar para captar mais. Quem sabe podemos ultrapassar [os US$ 10 bilhões]”, disse.

A ministra afirmou que o potencial de ampliação do fundo é muito grande: “Neste momento, nós estamos identificando vários parceiros e prospectando formas de ampliar esses aportes por meio da iniciativa privada, da filantropia e dos governos”.

Criado em 2004, o plano de prevenção e controle do desmatamento tem como objetivo de reduzir o desmatamento e criar as condições para a transição para um modelo de desenvolvimento sustentável na Amazônia Legal.

“Estruturado para enfrentar as causas do desmatamento de forma abrangente, integrada e intensiva, o plano tem como norte três eixos temáticos: ordenamento fundiário e territorial, monitoramento e controle ambiental e fomento às atividades produtivas sustentáveis. A retomada do plano de ação estabelece medidas e ações entre ministérios que devem ser atualizadas anualmente ou quando necessário”, diz nota do Ministério.

A revogação da norma que permitia a exploração de madeira em terras indígenas é outra medida importante do governo no sentido de coibir o desmatamento. A instrução normativa foi revogada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

A norma consentia que grupos não indígenas participassem do manejo florestal e aprovava diretrizes e procedimentos para elaboração, análise, aprovação e monitoramento de Plano de Manejo Florestal Sustentável no interior das terras indígenas.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Foto: Ricardo Stuckert)

Desmatamento 2023

O governo precisa reverter os dados críticos do desmatamento registrados nos quatro anos de Bolsonaro. Segundo dados do Imazon, foram devastados na região nesse período 35.193 quilômetros quadrados, um aumento de quase 150%. O tamanho é maior do que os estados de Sergipe e Alagoas juntos.

Caso esse ritmo não seja interrompido, a plataforma de inteligência artificial PrevisIA estimou que a Amazônia poder este ano mais 11.805 km² de mata nativa. A área representa quase 10 cidades do Rio de Janeiro.

Desenvolvida pelo Imazon em parceria com a Microsoft e o Fundo Vale, a ferramenta já mostrou uma assertividade de quase 80% na previsão de desmatamento em 2022, o que a consolida como uma tecnologia relevante para auxiliar nas ações de proteção à floresta.

Governo socorre Yanomamis e combaterá garimpo - por Cezar Xavier

Ministério da Saúde declara emergência em território yanomami. Lula diz que vai levar transporte e atendimento médico. ‘Desumano o que eu vi’, diz Lula em Roraima.

Os Yanomami vivem uma crise sanitária que já resultou na morte de 570 crianças por desnutrição e causas evitáveis, nos últimos anos, sendo que 505 tinham menos de 1 ano.

A contaminação por mercúrio verificada na população ocorre devido ao impacto das atividades de garimpo ilegal na região. Entidades acusam o governo Bolsonaro de tentativa de genocídio, pelo modo como abandonou estas populações, durante a pandemia, também.

O presidente criticou ainda o governo anterior por permitir que a situação se agravasse. “Sinceramente, o presidente que deixou a presidência esses dias, se ao invés de fazer tanta motociata, tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse povo não tivesse abandonado como está”, argumentou.

“É desumano o que vi aqui”, afirmou Lula, diante da emergência por causa de casos graves de desnutrição de crianças. O presidente anunciou algumas medidas para ajudar a população da região. A melhoria do transporte oferecido aos indígenas, segundo ele, será a primeira providência.

O presidente criticou ainda o governo anterior por permitir que a situação se agravasse. “Sinceramente, o presidente que deixou a presidência esses dias, se ao invés de fazer tanta motociata, tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse povo não tivesse abandonado como está”, argumentou.

O presidente também disse que quer montar um plantão médico nas aldeias: “A saúde precisa ir até a aldeia, não esperar que as pessoas se locomovam até a cidade. Fica mais fácil a gente transportar dez médicos do que 200 indígenas que estão aqui”.

Garimpo e genocídio

Por fim, afirmou que vai trabalhar para acabar com o garimpo ilegal. “Eu posso dizer para você é que não vai mais existir garimpo ilegal. E eu sei da dificuldade de se tirar o garimpo ilegal, já se tentou outras vezes, mas eles voltam.”

“Mas nós vamos levar muito a sério de acabar com qualquer garimpo ilegal e mesmo que seja uma terra que tenha autorização da agência para fazer pesquisa, eles podem fazer pesquisa sem destruir a água, a floresta e sem colocar em risco a vida das pessoas que dependem da água para sobreviver”, afirmou Lula. “É importante as pessoas saberem que esse país mudou de governo e o governo agora vai agir com a seriedade no tratamento do povo que esse país tinha esquecido”, completou.

Em 2020, o primeiro ano da pandemia, o garimpo ilegal avançou 30% na Terra Yanomami. Segundo relatório produzido pela Hutukara Associação Yanomami (HAY) e Associação Wanasseduume Ye’kwana (Seduume), a área total devastada pelo garimpo é de 2.400 hectares.

O Ministério da Justiça, comandado por Flávio Dino, disse hoje que vai determinar a abertura um inquérito. 

Fonte: Portal VERMELHO