ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65

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CAMPANHA MOVIMENTO 65

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Lula abandona tática de poupar Ciro Gomes e abre nova frente na briga por votos - Por Beatriz Bulla e Giordanna Neves

Em mais uma recalibragem na estratégia eleitoral, a campanha do PT à presidência abandonou a tática de poupar Ciro Gomes (PDT) de ataques e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu nesta terça-feira, de maneira escancarada, a disputa por eleitores que não apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL) e tampouco pretendem votar no petista. Sem citar o nome de Ciro, terceiro colocado nas pesquisas, Lula estimulou o comando de sua campanha a trabalhar pela vitória ainda no primeiro turno, com atração do ‘voto útil’ em torno de seu nome. Em declaração a aliados acompanhada pela imprensa, Lula falou sobre os demais adversários em pronunciamento - e não apenas sobre Bolsonaro, como costumava fazer - e disse que “tem candidato” que não consegue “juntar gente” em comício na rua.

“Eu quero dizer que, de todas as eleições, nunca tivemos a chance de resolver no primeiro turno como temos nessas eleições. E a gente não tem que ter vergonha de dizer isso, se falta apenas um tiquinho”, disse Lula. “O que nós precisamos é aumentar a nossa capacidade de trabalho (...). Nós ainda não demos visibilidade à campanha de rua e é preciso que a gente dê”, afirmou.

O roteiro em busca da vitória no primeiro turno engloba outras estratégias, além da tentativa de atrair novos eleitores anti-Bolsonaro que hoje preferem Ciro ou Simone Tebet (MDB). A campanha aposta em aumentar a frequência e o tom dos ataques a Bolsonaro, concentrar esforços nos três Estados do Sudeste, distribuir mais material de campanha e ampliar a mobilização de rua a partir do dia 10 de setembro. O direcionamento foi definido na reunião do comando da campanha nesta terça-feira, 6, e explicado pelo deputado federal José Guimarães ao fim do encontro.

Na busca pelos eleitores de Simone e Ciro, a campanha petista acredita que uma das narrativas importantes será o discurso de que há risco para a democracia caso Bolsonaro vá para o segundo turno e que possível questionamento ao resultado das eleições será mais difícil no primeiro turno, quando também são eleitos deputados e senadores. Os desdobramentos do ato realizado neste 7 de setembro devem dar o tom de como o PT pretende explorar esse assunto.

Até então, Lula orientava seus aliados a “manter o pé no chão” sobre a possível vitória no primeiro turno. Mas, além de ver a campanha estacionada nas pesquisas de intenção de voto - embora em patamar confortável -, o movimento de candidatos da chamada terceira via nas últimas semanas orientou a mudança de rota petista.

Fonte: www.msn.com

No país do bolsonarismo, empresa faz promoção de armas pelo 7 de Setembro - por Priscila Lobregatte

Foto: reprodução/redes sociais

Reflexo de um Brasil marcado pelo incentivo ao uso de armas emanado pelo próprio presidente, Taurus faz promoção de fuzis e carabinas para “comemorar” a Independência.

No Brasil de Bolsonaro, o uso de armas de fogo foi banalizado de tal maneira que uma empresa do ramo se sente à vontade para usar o 7 de Setembro como mote para a promoção de fuzil e para o lançamento de uma linha especial em comemoração aos 200 anos da Independência. O saldão bizarro foi oferecido pela Taurus. 

Em suas redes sociais, a empresa publicou anúncio da “Semana Brasil” — espécie de Black Friday criada por Jair Bolsonaro em seu primeiro ano de mandato — de 2 a 12 de setembro, durante a qual estão sendo oferecidas “condições especiais” para a compra de carabinas e fuzis — com capacidade para 30 tiros, de uso militar e policial e que, de acordo com a Tauros, seria também utilizada em “campeonatos, treinos e lazer”.

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Além disso, o site da empresa anuncia, para às 9h do dia 7 de Setembro — mesmo horário que estão sendo programados atos em Brasília e no Rio de Janeiro — o início da venda de “uma coleção de armas exclusivas para comemorar os 200 anos de Independência do Brasil”. No cano dessas armas, está gravado “já raiou a liberdade no horizonte do Brasil”, trecho do Hino à Independência.

A “promoção” é mais uma peça lamentável que compõe o cenário de crescimento exacerbado no número de armas em circulação no Brasil, estimulada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus seguidores, o que vem criando um ambiente de ódio propício ao uso da violência, inclusive no campo político. 

Desde que tomou posse, Jair Bolsonaro editou 19 decretos, 17 portarias, duas resoluções, três instruções normativas e dois projetos de lei que flexibilizam as regras para ter acesso a armas e munições. Até julho deste ano, havia mais de um milhão de armas de fogo nas mãos dos CACs (caçadores, atiradores e colecionadores), crescimento de 187% em relação a 2018, segundo dados do Exército obtidos via LAI (Lei de Acesso à Informação) pelo Instituto Sou da Paz e Instituto Igarapé.

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Nesta segunda-feira (5), o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminares que suspendem decretos do presidente Jair Bolsonaro (PL), limitando assim a posse de arma de fogo e a quantidade de munições que podem ser adquiridas.

Seguindo essa mesma linha de tentar evitar atos de violência durante as eleições, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, no dia 30, por unanimidade, proibir o porte de armas em um raio de 100 metros dos locais de votação. A única exceção é para integrantes de forças de segurança que estiverem trabalhando, desde que autorizados pelas autoridades eleitorais competentes.

Fonte: https://vermelho.org.br

Governo pode ter violado lei ao entregar dados dos brasileiros aos bancos - por Iram Alfaia

Lei Geral de Dados coloca o Brasil na linha de frente da economia mundial - Reprodução da internet.

O Ministério da Economia permitiu que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) tenha acesso aos dados biográficos e biométricos dos brasileiros.

A Coalizão Direitos na Rede (CDR), uma articulação da sociedade em defesa do acesso à internet, liberdade de expressão e privacidade com proteção de dados pessoais, considerou que o governo Bolsonaro pode ter violado a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) ao entregar aos bancos informações sobre os cidadãos brasileiros.

Por meio de acordo, o Ministério da Economia permitiu que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) tenham acesso aos dados biográficos e biométricos dos brasileiros. As informações, que estão no banco de dados da Identidade Civil Nacional e da plataforma gov.br, foram entregues a título de “degustação experimental”.

“As entidades da Coalizão de Direitos na Rede entendem que a medida do governo federal que autoriza compartilhamento de dados sensíveis com instituições bancárias tem potencial para violar a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais”, diz nota do grupo.

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De acordo com a organização, os dados que constam na Identidade Civil Nacional envolvem larga parcela da população brasileira, inclusive dados biométricos, considerados sensíveis nos termos da LGPD.

Após recurso da CDR, o Ministério Público Federal (MPF) reconsiderou o arquivamento da investigação e instaurou inquérito civil sobre o acordo. Os dados biográficos e biométricos são data de nascimento, nome da mãe, impressão digital, foto de rosto, entre outros.

A entidade diz ainda que os termos dos documentos, por exemplo, não permitiam identificar quais eram exatamente as operações de tratamento de dados envolvidas.

“Tampouco eram claros sobre a delimitação de base legal para essa operação de tratamento de dados, uma das exigências estabelecidas pela LGPD, tampouco era possível delimitar qual o interesse público por trás do intercâmbio de dados pessoais sensíveis detidos geridos por órgãos públicos com instituições bancárias”, diz a CDR.

Em nota, o Ministério da Economia informou que “com relação ao inquérito que trata dos acordos de cooperação celebrados entre a Secretaria de Governo Digital e a Febraban e ABBC, informamos que a ANPD e o TCU já apreciaram os referidos atos e se manifestaram, em suas respectivas competências, pela legalidade dos mesmos e arquivamento dos processos”.

Fonte: https://vermelho.org.br

Lula vai ao Rio de Janeiro para desidratar dois enclaves bolsonaristas - por André Cintra

Eleitorado fluminense e eleitorado evangélico estão na mira da campanha. Lula fará agenda na Baixada Fluminense e em São Gonçalo.

Depois de concentrarem agendas em São Paulo e Minas Gerais, os principais candidatos à Presidência da República nas eleições 2022 se voltam para o Rio de Janeiro. Conforme as últimas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (SP) e o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL), estão em empate técnico no estado, que é o terceiro maior colégio eleitoral do Brasil.

É Bolsonaro quem abre o tour dos presidenciáveis pelo território fluminense. Nesta quarta-feira (7), ele participará de uma motociata da Praia do Flamengo até a Avenida Atlântica, em Copacabana. Nesse ponto, ocorrerá mais um controverso comício com viés giolpista. Embora o pretexto “oficial” do evento seja celebrar o bicentenário da Independência do Brasil, o público se divide. Há desde apoiadores que querem prestigiar a candidatura à reeleição até seguidores que vão defender abertamente o fechamento do STF (Supremo Tribunal Federal) e um golpe de Estado – o que é inconstitucional.

Integrantes da campanha já levaram a Bolsonaro pesquisas internas segundo as quais a aceitação ao presidente piora diante de discursos e atos antidemocráticos. Mas a estagnação do candidato na disputa e a influência de aliados mais extremistas podem levar Bolsonaro a realizar mais um Sete de Setembro golpista, tal como em 2021. Uma outra agenda sua no estado está prevista para sábado.

Lula, por sua vez, faz comício na quinta-feira (8), em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Na sexta-feira (9), ele se reúne com pastores evangélicos, em São Gonçalo. Recuperar eleitores do estado é a prioridade da campanha. Nas quatro vitórias presidenciais do PT – duas com Lula (2002 e 2006), mais duas com Dilma Rousseff (2010 e 2014) –, o Rio sempre deu mais votos à esquerda.

Esse cenário se alterou – e muito – em 2018, quando Bolsonaro teve 68% dos votos válidos no Rio, contra 32% do petista Fernando Haddad. Esperava-se que o PT perdesse esse predomínio, já que o ex-capitão fez carreira militar e política no estado, elegendo-se deputado federal por sete mandatos consecutivos. Mas a diferença de votos surpreendeu.

Agora, quatro anos depois, o cenário é de equilíbrio. Ainda que Bolsonaro possa ser novamente o mais votado em seu domicílio eleitoral, o Rio deixou de ser um reduto inexpugnável. Há uma semana, levantamento do Ipec apontava Lula numericamente à frente entre os eleitores fluminenses: 39% a 36%. Como a margem de erro é de três pontos percentuais, eles estão empatados tecnicamente.

Lula, portanto, tentará desidratar um pouco mais o enclave bolsonarista. Na realidade, dois enclaves: o eleitorado fluminense e o eleitorado evangélico. Em São Gonçalo, o ex-presidente quer lançar mais acenos aos fiéis, além de gravar vídeos para o horário eleitoral e para as redes sociais. Conforme o Valor Econômico, “a intenção é reunir líderes evangélicos das mais variadas vertentes, e a tendência é que não haja pastores ‘estrelas’ – e, sim, representantes de igrejas menores”.

O presidente do PT-RJ, João Maurício de Freitas, reforça que a importância de reconectar o ex-presidente aos eleitores locais. “São Gonçalo é o segundo maior colégio do Rio e recebeu recursos importantes de Lula, que reconhece a importância política da cidade ao marcar essa agenda. E a Baixada Fluminense, onde será o comício da véspera, recebeu diversos investimentos do PAC”, declarou Freitas ao Valor. “Lula vai fazer um balanço do passado e dar perspectivas do futuro.”

Fonte: https://vermelho.org.br