ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65

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sábado, 9 de março de 2019

Em teu seio, ó liberdade!

Por Rozana Barroso, Diretora de Escolas Técnicas da UBES. 
Nesse carnaval as palavras de ordem cheias de insatisfação com o Governo Federal, ecoaram nas ruas de todo o país. Fantasia de laranja, cartazes contra a reforma da previdência e outros diversos tipos de manifestações que em sua maioria, se faziam penduradas, estampadas e coloridas no corpo daquelas que até na pele, usavam adesivos para dizer que não é não.
As mulheres brasileiras foram protagonistas desde os bloquinhos de rua até o desfile da Mangueira, escola campeã do carnaval 2019, que em suas bandeiras estampou Marielle Franco e Leci Brandão, mostrando a força e determinação da maior parcela da população nacional. Isso nos dá um breve gostinho do que serão os quatro anos de lutas intensas em defesa dos direitos do povo. Mais uma vez, a caneta para continuar escrevendo essa história se encontra nas mãos fortes, de quem cerra o punho e dá significado para o oito de março.
No entanto, o dia internacional da mulher nos traz mais uma vez para a reflexão de nossas diferenças e do que isso se dá na luta diária. A diferença entre querer usar short sem ser julgada como fácil porque o “ideal” é ser bela, recatada e do lar e ter medo de usá-lo porque limitam sua imagem a ele por conta da hipersexualização, precisa ser analisada de novo, de novo e de novo. A insegurança da mulher negra se forma com crateras que nos machucam desde a nossa infância. A desigualdade, falta de educação, desemprego, vulnerabilidade e ainda menos assistência nos casos de violência e estupro, junto de todas as formas racistas que o sistema faz com que nos tratem, nos transformam em mulheres duras por fora e extremamente assustadas por dentro. Por isso é muito mais difícil explicar para a minha mãe sobre a importância desse dia, ela não se sente representada, bem vinda e inteligente para compor atos como esse.
O nosso norte não deve ser mais e nem menos do que exigir justiça, desde a luta contra o feminicidio, até a luta em defesa dos direitos das trabalhadoras. A reforma da previdência por exemplo, é um dos maiores absurdos e acerta em cheio a base dessa pirâmide. São nessas pautas que usar ou não o short devem se encontrar, e de mãos dadas construir as reivindicações que objetivam a emancipação das mulheres. Assim, o nosso trabalho de base fica lúcido e o nosso debate passa a ser mais entendível e inclusivo com as mulheres pobres e pretas. A liberdade que carregamos em nossos seios não é só sobre mostrá-los quando quisermos, mas também sobre a garra de quem há anos sonha em ver seu povo livre.
Fonte: UJS

Mulheres em seu Dia Internacional debatem a igualdade no Paraguai

Assunção, 8 mar (Prensa Latina) Visualizar os avanços do país e da região para garantir a igualdade de gênero no âmbito trabalhista será o objetivo do I Foro Internacional pela Igualdade Trabalhista que se celebrará hoje nesta capital.

A iniciativa faz parte das atividades do Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (Mtess) do Paraguai pelo Dia Internacional da Mulher e conta com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), no ano de seu centenário, e da ONU Mulheres Paraguai.

Os organizadores informaram que seu objetivo essencial é visualizar os avanços, fatos e compromissos do país e da região para garantir a igualdade de gênero no âmbito trabalhista.

Segundo as fontes, os temas a tratar no encontro internacional que iniciará em Assunção estão vinculados com a formulação do centenário da OIT, relativa às mulheres no trabalho.

A mesma tem por objetivo compreender melhor e abordar os motivos pelos quais o progresso para fazer realidade o trabalho decente para as mulheres é lento.

Também o conclave debaterá sobre quais são as ações que dos governos, do setor privado e das organizações civis e sindicais devem adotar em conjunto para garantir um futuro melhor para as mulheres no trabalho.

Segundo seus organizadores, o Foro abordará quatro aspectos que fazem que na região persistam várias frentes de desigualdade entre mulheres e homens: a discriminação, incluindo os estereotipos que obstaculizam o acesso ao trabalho decente.

Também os baixos salários, a divergência salarial, a falta de reconhecimento, a distribuição desigual do trabalho e seu subvalorização e a violência e o assédio.

tgj/cw/jcfl
Fonte: https://www.prensalatina.com.br

Política Manuela d'Ávila e sua menina no Dia da Mulher na Bahia

 Caetano Velozo prestigiou Manuela no lançamento de seu livro
Foto: Facebook Manuela Davila
-    Caetano Velozo prestigiou Manuela no lançamento de seu livro

Algo novo vai surgindo no cenário político e cultural brasileiro, e pode ser semente de coisa grande". 

Por Haroldo Lima*

As manifestações pelo Dia da Mulher na Bahia demonstraram a garra com que as mulheres vão lutando, de norte a sul do país, contra o aniquilamento em curso de seus direitos. Vaias, denúncias, palavras de ordem, cantos foram constantes na passeata que percorreu o eixo central político tradicional da capital baiana, sua Avenida Sete de Setembro. 
 
Manuela participou da manifestação de mulheres em Salvador  I  Foto: Fernando Udo

O clamor que se levantava era todo contra o execrável governo federal, e especialmente contra seu presidente, o machista, racista e pornográfico Jair Bolsonaro. 

A reforma da Previdência era estigmatizada com força, pois as baianas, a exemplo das mulheres de todo o Brasil, sentem ser elas as mais atingidas nesta traiçoeira reforma.

Em momentos variados, grupos diversos levantavam bandeiras gerais, como a exigência do “Lula Livre”, a elucidação do assassinato da Marielle Franco, o enfrentamento do feminicídio, o respeito à soberania da Venezuela. 

A liderança da passeata estava com as mulheres, mas era grande a participação de homens solidários com as reivindicações levantadas, que eram pleitos das mulheres mas assumidos por toda a população brasileira. 

Tudo isto que agitou o centro de Salvador na tarde de ontem, era o que tinha de comum com o que se viu nas inúmeras outras passeatas realizadas pelo Brasil afora. Mas na Bahia, houve algo mais. 

O desavisado que fosse ao início da noite ao Porto da Barra, para sufocar seu cansaço e vitalizar suas energias nas bem regadas mesas dos muitos bares lá existentes, ficaria surpreso com uma fila quilométrica de gente que estava ali para comprar um livro, o livro de Manuela D´Ávila, “Revolução Laura”. Mais espantado ainda ficaria quando percebesse que naquela enorme e animada fila estavam jovens, em grande quantidade, mas não só, lá se espraiava também gente de diversas gerações, membros de organizações políticas mas, sobretudo, pessoal que não participava de partido algum, todos, entretanto, rebelados contra a situação que predomina no país e unidos no desejo de ver Manuela D´Avila, conversar com ela, com ela tirar uma selfie, com ela sorrir e dizer-lhe “vá em frente, estamos com você”, “adorei lhe conhecer”.


A fila que serpenteava pelo Porto da Barra se desenvolvia pelo meio da rua, onde não passa carro, e terminava na porta de uma casa, mas na rua, onde estava a Manuela, autografando livros. Sim, todo o lançamento da Revolução Laura foi na rua, no Porto da Barra, perto do lugar onde a primeira capital do Brasil foi fundada em 1549. 

Um assanho de repente mexeu mais ainda aquela turma que não parava: chegou Caetano Veloso. Selfies e mais selfies, que é a forma atual de extravasar satisfação pelo encontro, manifestar alegria e registrar fatos para recordações futuras. A percussão do maracatu bateu mais forte, negras e negros evoluíam na contagiante coreografia afro. Era uma festa. 

Estive lá. Há décadas freqüento coisas desse tipo na cidade da Bahia, na minha Salvador. As coisas de que falei acima, as frases que transcrevi entre aspas, eu as vi, eu as escutei. Posso dizer que nunca na Bahia houve algo desse tipo, com essa envergadura, com essa heterogeneidade. 

Algo novo vai surgindo no cenário político e cultural brasileiro, e pode ser semente de coisa grande. Afinal, é uma comunista do PCdoB, quem está puxando atos com tal amplitude. 

Agarrada com suas idéias de transformação, de democracia, de progresso, de liberdade, a Manuela apresenta tudo isso de forma diferente, jovial, moderna, indiscriminada, bonita, inteligente, vibrante, autentica e firme. E assim, aglutina multidões.

Manuela se apresenta agarrada com um ideário libertário e feminista e agarrada com Laura, a filha que com ela protagoniza a Revolução Laura, que ainda não tem quatro anos e que quando nasceu seu pai, poeta e compositor, fez uma música dizendo “menina, você resgatou o sol que um eclipse me roubou”. 

Os 400 livros que chegaram para o lançamento logo se esvaíram. Precisou ser anunciado que ainda em março, ao fim do mês das mulheres, haverá na Assembléia Legislativa da Bahia outra oportunidade para se ter acesso à Revolução Laura.

Como haverá lançamentos em diversas outras cidades, Salvador já mostrou qual é a bitola esperada nesses próximos eventos, a amplitude, a grandiosidade e a coisa nova.

 *Haroldo Lima é da Comissão Política Nacional do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil.
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