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quinta-feira, 8 de junho de 2017

No discurso, Eunício diz não ter pressa em votar reforma trabalhista

Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Renan Calheiros (PMDB-AL)

Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Renan Calheiros (PMDB-AL) - Foto: Sobral de Prima


A declaração do senador foi feita após ser indagado sobre a eventual aprovação de um requerimento de urgência para que o texto pudesse ser votado no plenário antes de terminar o trâmite na CAS.

“Eu espero que, pelo menos, passe nas comissões de mérito. Não fiz um compromisso com o governo, nem com a liderança nem com ninguém, mas tenho um compromisso comigo mesmo de que devemos valorizar as comissões e, como presidente da Casa, ao definir o encaminhamento para duas comissões de mérito, eu vou aguardar. Se houver um requerimento de urgência, eu vou pedir paciência”, disse Eunício.

O relatório da reforma trabalhista, do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), foi aprovado na terça (6) pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e está agora na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Seguindo o rito, o relatório deve ser lido pelo colegiado e somente depois será votado. Mas ainda deve passar pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Eunício disse que não há motivo para ter pressa na votação, pois Congresso deve funcionar pelo menos até o dia 13 de julho, antes do recesso parlamentar. “Para que o açodamento para votar essa matéria? Por que não permitir que a oposição exponha, dispute, reclame, faça o papel da própria oposição e os que discordam tenham o seu posicionamento?”, disse.

Mas segundo fontes, um dos motivos desse discurso de suposta tranquilidade tem nome: Renan Calheiros. Eunício estaria tentando costurar uma trégua entre Renan e Michel Temer.

A revista Veja afirmou que Temer convidou Eunício e Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, para visitar desabrigados das enchentes que castigaram Alagoas. Diante da situação que poderia agravar a crise entre os dois, Eunício iniciou uma intermediação ligando para Renan para avisar da visita. Em seguida, o próprio Temer procurou Renan.

A desaceleração de Eunício teria como objetivo manter a trégua com Renan, ainda que nos bastidores atue pelo trâmite de urgência como quer o governo. 

Outro motivo seria o julgamento da chapa Dilma-Temer, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Eunício disse que o processo não atrapalhará as votações no Senado, mas a decisão do tribunal tem impacto direito nas votações do governo, tanto é que as atividades do Seando foram encerradas assim que o TSE deu início ao julgamento, nesta terça (6). 

Ainda sobre a tramitação da reforma, ao defender que seja seguido o roteiro, Eunício Oliveira também acenou com a possibilidade de que o texto da reforma trabalhista não seja debatido na CCJ, segundo ele por não se tratar de uma comissão que vai analisar o mérito da matéria. “A CCJ não analisa o mérito, é a constitucionalidade. Assim pode ser nomeado um relator para proferir um parecer sobre a constitucionalidade diretamente no plenário”, disse.

A reforma trabalhista altera diversos dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), entre eles o que possibilita a prevalência do acordado sobre o legislado; o fim da contribuição sindical obrigatória e a ajuda do sindicato na rescisão trabalhista, além da regulamentação do teletrabalho, com prestação de serviços fora das dependências do empregador.



Do Portal Vermelho, Dayane Santos, com informações de agências

Paim: Retirar direitos trabalhistas pode aumentar violência

 
Agência Senado


Paim lamentou que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) tenha aprovado, por 14 a 11, a reforma trabalhista (PLC 38/2017). Para ele, é impossível entender o placar, apesar de todos os senadores terem considerado a proposta ruim.

Uma explicação possível, segundo o senador, é o desejo de alguns de mostrar que está tudo bem, apesar da crise política e da baixa popularidade do presidente Michel Temer.

“O que que é isso? E o Senado vota, dando uma de avestruz. Aquela história de enfiar a cabeça na areia para ver a tempestade passar. A tempestade não vai passar. O Senado tem que agir. É impossível que não tenhamos condição de o presidente desta Casa, que eu respeito, senador Eunício, de chamar os líderes para uma conversa séria”, afirmou o senador. 


Fonte: Agência Senado