A Aliança Pela
Água, o Coletivo de Luta Pela Água, o Greenpeace e o Instituto Brasileiro de
Defesa do Consumidor (Idec) divulgaram nesta terça (13) um relatório em que
apontam indícios de violação de direitos humanos na gestão hídrica do estado de
São Paulo. O documento atribui ao governo falta de planejamento e afirma que os
efeitos da escassez poderiam ser minimizados caso as autoridades assumissem a
gravidade da situação.
O relatório foi encaminhado à relatoria da
Organização das Nações (ONU) para Diretos Humanos, Água e Saneamento. Segundo
o relatório, houve falta de transparência nas informações sobre os cortes de
água, falta de planejamento, superexploração dos mananciais, redução de
investimento em tratamento de esgoto, e aumento indevido da tarifa.
O documento diz que faltou e ainda falta um plano de emergência para a
capital paulista: não há plano destinado a hospitais, escolas, e para órgãos
públicos em caso de falta de água e de agravamento da crise.
"O governo tem responsabilidade na medida em
que não atendeu aos avisos e aos próprios documentos oficiais que anunciavam a
possibilidade dessa crise. [A responsabilidade] vem desde não ter adotado
medidas de precaução previstas na legislação e previstas em documentos
oficiais, até a forma como lidou com a crise, com falta de transparência, com
obscuridade, negando, e até ridicularizando, aqueles que estavam alertando para
o perigo”, disse Rafael Poço, da Aliança Pela Água.
Segundo Poço, a entrega do documento à relatoria da
ONU é importante principalmente para dar visibilidade internacional à crise.
"Apesar da atuação das organizações, ainda não conseguimos passar a
proporção da crise que vivemos. Acionar a ONU é uma forma da gente tentar fazer
isso", disse ele.
Em nota, a Secretaria de Saneamento e Recursos
Hídricos do estado disse que o relatório é um documento parcial, sem
embasamento técnico e que acusa equivocadamente somente um ente da federação de
um problema que atingiu todo país.
Do Portal Vermelho, com G1 e Agência Brasil