ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65

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domingo, 16 de outubro de 2022

ELEIÇÕES 2022: FHC, Tebet, Amoêdo, Serra, Marina: Apoio a Lula cresce entre ex-presidenciáveis - por Da redação

Entre os 25 nomes que apoiam Lula estão os dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff; Bolsonaro recebe o apoio de 6 ex-candidatos, entre eles Fernando Collor.

No sábado (15), o fundador e ex-presidente do partido Novo, João Amôedo, declarou voto em Lula (PT) no 2º turno das eleições. Com isso, a lista de ex-candidatos à presidência – entre eles os eleitos Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) – que apoiam Lula chegou a 25 nomes. Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro (PL) reúne seis apoios, contando o do ex-presidente Fernando Collor (PTB). A lista foi compilada pelo portal UOL com ex-candidatos desde 1989, ano que marca o início das eleições diretas após a ditadura militar.

Confira quem já foi candidato e declarou abertamente que votará em Lula:

  1. Ciro Gomes (PDT) – concorreu em 1998, 2002, 2018 e 2022;
  2. Cristovam Buarque (Cidadania) – concorreu em 2006;
  3. Dilma Rousseff (PT) – concorreu e venceu em 2010 e 2014;
  4. Eduardo Jorge (PV) – concorreu 2014;
  5. Fernando Gabeira (PV) – concorreu em 1989 (não falou concretamente sobre voto em Lula, mas destaca a necessidade de tirar Bolsonaro da presidência);
  6. Fernando Haddad (PT) – concorreu em 2018;
  7. Fernando Henrique Cardoso (PSDB) – concorreu e venceu em 1994 e 1998;
  8. Geraldo Alckmin (PSB) – concorreu em 2006 e 2018;
  9. Guilherme Boulos (PSOl) – concorreu em 2018;
  10. Heloísa Helena (atual Rede) – concorreu pelo PSOL em 2006;
  11. Henrique Meirelles (atual União) concorreu pelo MDB em 2018;
  12. Ivan Pinheiro (PCB) – concorreu em 2010;
  13. João Amoêdo (Novo) – concorreu em 2018;
  14. João Goulart Filho (atual PCdoB) – concorreu pelo PPL em 2018;
  15. José Serra (PSDB) – concorreu em 2002 e 2010;
  16. Leornado Péricles (UP) – concorreu em 2022;
  17. Luciana Genro (PSOL) – concorreu em 2014;
  18. Marina Silva (atual Rede) – concorreu pelo PSB em 2014;
  19. Mauro Iasi (PCB) – concorreu em 2014;
  20. Roberto Freire (Cidadania) – concorreu pelo PCB em 1989;
  21. Rui Costa Pimenta (PCO) – concorreu em 2002, 2010 e 2014;
  22. Simone Tebet (MDB) – concorreu em 2022;
  23. Sofia Manzano (PCB) – concorreu em 2022;
  24. Vera Lúcia (PSTU) – concorreu em 2018 e 2022;
  25. Zé Maria (PSTU) – concorreu em 1998 e 2014.

No dia 19/9, Lula participou de encontro com os candidatos à Presidência da República em outras eleições, ocasião em que oito estiveram presentes, contando com o vice da Coligação Brasil da Esperança, Geraldo Alckmin.

Confira os apoiadores declarados de Bolsonaro:

  1. Espiridião Amin (PP) – concorreu pelo PPR em 1994;
  2. Fernando Collor (PTB) – concorreu pelo PTN e venceu em 1989;
  3. Guilherme Afif (PSD) – concorreu pelo PL em 1989;
  4. Pastor Everaldo (PSC) – concorreu em 2018;
  5. Padre Kelmon (PTB) – concorreu em 2022;
  6. Ronaldo Caiado (União Brasil) – concorreu pelo PFL em 1989.
Fonte: Portal VERMELHO

Bolsonaro “bateu no teto” e pode até perder votos evangélicos, diz especialista - por André Cintra

Para Vinicius do Valle, diretor do Observatório Evangélico, o “discurso moralista” de Bolsonaro – “esse discurso do medo”, que tomou conta da campanha eleitoral – “já conquistou quem tinha de conquistar”

Com templos em campanha desde março, é improvável que o presidente Jair Bolsonaro (PL) consiga ampliar suas intenções de votos no eleitorado evangélico. “Parece que ele bateu no teto”, afirma o cientista político Vinicius do Valle, diretor do Observatório Evangélico.

Na opini.ão de Valle, um dos maiores especialistas no tema, o “discurso moralista” de Bolsonaro – “esse discurso do medo”, que tomou conta da campanha eleitoral – “já conquistou quem tinha de conquistar”. Em entrevista ao Valor Econômico, o cientista político projeta que o presidente terá, no máximo, 65% dos votos evangélicos.

“Essa é a minha hipótese – a de que ele (Bolsonaro) já bateu no teto e que quem era suscetível a esse discurso já foi ganho por ele e, portanto, haveria pouca margem de manobra. Eu acho que mais do que 60%, 65% da votação entre evangélicos ele não alcança”, diz.

Ao estudar a relação do presidente com esse segmento mais religioso do eleitorado, Valle concluiu que a discussão moral e religiosa foi a forma como Bolsonaro ganhou parte dos eleitores de baixa renda, tradicionalmente mais próximos à esquerda.  “É um governo mal avaliado em termos econômicos, sociais – e que consegue um diálogo com as famílias de baixa renda a partir do discurso moral para quebrar a hegemonia do discurso econômico.”

A seu ver, o ex-presidente Lula, embora lidere com folga as pesquisas junto ao eleitor que ganha até um ou dois salários mínimos, depende mais das pautas tradicionais da campanha. “Quando a agenda é social e econômica, favorece ao candidato de oposição, ao Lula. Quando a agenda é moral, por estarmos em um país conservador e pela relação de Bolsonaro com líderes religiosos, aí a vantagem é do atual presidente.”

Segundo Valle, o eleitor pobre não é necessariamente conservador. “Mas, nas regiões interioranas e nas periferias, há um tipo de cultura diferente dessa cultura cosmopolita das grandes cidades, mais aberta para um conjunto de ideais no campo progressista. Há uma penetração do discurso religioso nas periferias por vários meios”, afirma.

Nas regiões mais vulneráveis, a igreja se torna uma “uma rede de proteção” onde “circulam bens materiais e simbólicos, vagas de emprego, indicações, ajuda emocional. Tudo isso acaba fazendo com que as igrejas tenham um papel muito importante nesses lugares” e sejam “a principal rede de sociabilidade presente entre as classes populares”.

É como se as igrejas fossem praticamente a única referência mais concreta para esses segmentos da população. “Entre as classes médias, há várias redes – as redes das universidades, dos locais de trabalho. Mas nas periferias a gente tem a rede religiosa como a principal rede de apoio das pessoas”, afirma Valle.

Em contrapartida, a recente ofensiva de Bolsonaro junto aos católicos, com visitas a Aparecida e ao Círio de Nazaré, não deve surtir efeito eleitoral. “A adesão dos católicos a ele (Bolsonaro) tende a ser um pouco menor”, analisa, lembrando, que, no Brasil, prevalecem os chamados “católicos não praticantes”.

“Para eles, não é a visão religiosa que pauta, por exemplo, sua visão política. Os evangélicos são mais pautados pela identidade religiosa, que está mais suscetível à influência do pastor, ainda que não possa ser retratado um grupo homogêneo”, compara. “Os evangélicos são mobilizados enquanto identidade religiosa. O evangélico vai mais ao culto – ele é religiosamente mais engajado.”

Apesar dessas diferenças, o presidente tem pouca margem para ampliar seu eleitorado entre evangélicos e católicos mais conservadores. “A campanha eleitoral dentro das igrejas tem uma intensidade forte desde março. Os pastores estão fazendo campanha eleitoral desde março”, diz. “Isso alimenta uma questão: quem não foi convencido até agora pode ser convencido nesta reta final? Há margem para isso?”

Se Bolsonaro “bateu do teto” entre os evangélicos, fica mais clara a obsessão de sua campanha em avançar no eleitor católico. Mas Valle não descarta o risco de o presidente ser vítima do que ele chama de “efeito bumerangue” – ou seja, o eleitor mais religioso se cansar da exploração eleitoral da fé.

“Esse segmento religioso poderá passar a ter um sentimento de que a religião está sendo usada. Há um cansaço nas igrejas e isso vem sendo notado em diversas pesquisas”, diz o cientista político. “Hoje se percebe que tem uma parcela do eleitoral religioso que fala ‘eu estou indo pra igreja, mas não estou encontrando conforto espiritual, porque estão falando muito de política’”.

Assim, não se pode sequer descartar a possibilidade de Bolsonaro perder um pouco dos votos evangélicos que ele tanto buscou para chegar à Presidência da República. Pesquisa Ipec divulgada na segunda-feira (10) o aponta com 63% de votos entre os eleitores evangélicos, contra 31% de Lula.

Fonte: Portal VERMELHO