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sábado, 9 de novembro de 2019

Política Lula: "Não vamos permitir que eles destruam o nosso país"

 Uma mutidão acolheu Lula no sindicato que o formou como liderança social e política
Uma mutidão acolheu Lula no sindicato que o formou como liderança social e política

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, voltou a reunir milhares de pessoas em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que retornou ao local depois ser libertado na tarde desta sexta-feira (8) após a decisão do STF que considerou inconstitucional a prisão de réus condenados em segunda instância. No discurso que encerrou o ato em sua homenagem, Lula criticou o presidente Bolsonaro e afirmou que é preciso resistir ao desmonte do país.


O ex-presidente Lula voltou à sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, exatos 581 dias depois de sair do mesmo lugar preso pela Polícia Federal por determinação do então juiz federal Sergio Moro, que o havia condenado num processo judicial eivado de irregularidades denunciados pelo advogados de defesa e confirmados pelas revelações do site The Intercept. No dia 7 de abril de 2018, ao anunciar para a multidão presente ao sindicato há mais de 24 horas, que iria se entregar, Lula afirmou que ele já não era mais apenas um homem, mas uma ideia e as ideias não podem ser presas. Neste sábado (9), ele voltou a reafirmou a ideia e disse que está disposto a andar pelo país para ajudar a recuperar o país.

Diante de milhares de pessoas que ocuparam as ruas em torno do sindicato e cercado por dirigentes e parlamentares de partidos de esquerda, lideranças sindicais e do movimentos sociais, velhos amigos dos tempos em que dirigiu a entidade, Lula afirmou que “é uma questão de honra a gente recuperar esse país. A gente tem que seguir o exemplo do povo do Chile e resistir.” Afirmou que pretende juntar sua experiência de 74 anos à energia de quem tem 30 anos para fazer muita luta, todos os dias, para brigar pelo país. "Aos 74 anos de idade eu não posso ter ódio mais no meu coração. Eu estou de bem com a vida e vou lutar nesse país”, enfatizou Lula, relembrando os tempo de Lulinha paz e amor.

Com a experiencia de já ter participado de várias caravanas e de cinco campanhas eleitorais como candidato, Lula afirmou que está disposto a andar pelo país. Na sua opinião “não é possível que a gente viva nesse país vendo cada dia mais os ricos ficarem mais ricos e os pobres ficarem mais pobres." O ex-presidente acredita que “só iremos salvar esse país se a gente tiver coragem de fazer um pouco mais. Nós estamos vendo o que está acontecendo com o Chile, que é o modelo de país que o Guedes quer construir.” Lula disse ainda que ëles tem que explicar por que eles estão apresentando um projeto econômico que vai empobrecer ainda mais a população brasileira”e destacou o retrocesso provocado pelo governo Bolsonaro demonstrado pela pesquisa recente do IBGE onde está dito que 50% da população está ganhando 413 reais por mês

Sobre sua condenação pelo juiz da Lava Jato, Lula disse que a única objetivo foi retirará-lo da disputa eleitoral de 2018. “O que eles não sabem é que um povo como vocês não depende de uma pessoa, mas é um coletivo. Cassaram o Lula e o Haddad quase foi eleito.”, afirmou. Apesar de ter obtido sua liberdade, o ex-presidente não desistiu da luta na justiça. "Nós ainda não ganhamos nada. O que nós queremos agora é que seja julgado um habeas corpus anulando todos os processos feitos contra mim, porque já existe argumento suficiente pra provar que o Moro é mentiroso.”, destacou.

Demonstrando ter clareza que a luta não se restringe apenas ao Brasil, Lula lembrou que na Bolívia Evo Morales foi eleito para quarto mandato, mas a direita, a exemplo do que fez no Brasil em 2014 contra Dilma Rousseff, não quer aceitar o resultado. Destacou ainda a luta em curso no Chile, contra o modelo excludente que impera naquele país, lembrou a vitória de Alberto Fernandez contra Maurício Macri, na Argentina, e enfatizou que “nós temos que ser solidários ao povo da Venezuela. Quem decide o problema do país é o povo do seu país. O Trump não foi eleito para ser xerife do mundo."

Ao final, Lula afirmou que pretende fazer um pronunciamento à nação dentro de algumas semanas. Afirmou que pretende reunir com muitas pessoas para analisar mais detalhadamente a situação do Brasil e apresentar algumas ideias para ajudar a superar as dificuldades que o Brasil vive.

Encontro com o PCdoB

Liderados pela presidenta Luciana Santos, dirigentes do PCdoB tiveram encontro com Lula

Antes de subir ao palanque de onde discursou para as milhares de pessoas que foram homenageá-lo, Lula ficou um longo tempo na sede do sindicato. Entre as muitas pessoas com quem esteve, recebeu uma delegação de membros do Comitê Central do PCdoB liderada pela presidenta nacional, Luciana Santos e composta por Renato Rabelo, presidente da Fundação Mauricio Grabois; Jandira Feghali, deputada federal; Vanessa Grazziotin, ex-senadora; Carina Vitral, presidenta da União da Juventude Socialista (UJS); Flávia Calé, presidenta da Associação Nacional dos Pós-Graduandos, acompanhada da filha Aurora, e Rubens Diniz, ex-dirigente da Organização Continental Latino Americana de Estudantes. O PCdoB é autor da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 54, que, junto outras duas ações, uma da OAB e outra do Patriota, foram julgadas pelo STF na quinta-feira (7) e possibilitaram a libertação de Lula.

 Da redação do Portal Vermelho

#LULALIVRE ‘Estou com mais coragem de lutar do que quando saí daqui’, diz Lula em pronunciamento histórico

“Estou com 74 anos e não tenho o direito de ter ódio no meu coração", disse Lula

Ex-presidente convoca mobilização nas ruas para que o país enfrente o ataque a direitos promovido por Bolsonaro. "Ele foi eleito para governar para o povo, não para milicianos"

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está de volta à luta política e tem como questão de honra brigar para recuperar o país. Esse foi, em síntese, o recado de seu discurso histórico, proferido em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC,, em São Bernardo, na tarde deste sábado (9), depois de ter sido solto ontem após 580 dias preso na sede da Polícia Federal em Curitiba.

“Estou com mais coragem de lutar do que quando saí daqui. Lutar para que o trabalhador tenha carteira assinada, tenha direito de reunir a família, fazer um churrasco e tomar uma cervejinha, que é o que deixa a gente feliz”, afirmou para a multidão que se aglomerou em frente ao prédio do sindicato.

“Veja que não estou pedindo nem pra todo mundo ser corintiano. Pode ser palmeirense, santista, são paulino, pode ser flamenguista, mas a única coisa que estou pedindo pra vocês é o seguinte: eu vejo todos os companheiros que estão aqui reclamar que está difícil levar o povo para a rua, tem gente que fala que precisa derrubar o Bolsonaro, impeachment. Esse cidadão foi eleito. Democraticamente nós aceitamos o resultado da eleição. Esse cara tem um mandato de quatro anos, agora, ele foi eleito para governar para o povo brasileiro, e não para governar para os milicianos”, criticou.

Lula de volta aos braços do povo, repetindo a cena do dia de sua prisão, em abril de 2018, quando discursou no mesmo local / foto: RBA

“Ele não pode fazer investigação do que fizeram para matar a Marielle.  Não é a gravação do filho dele que vale. É preciso que haja uma perícia séria para que a gente saiba definitivamente quem foi que matou a nossa guerreira, amada Marielle, a grande vereadora do Rio de Janeiro, grande companheira defensora das mulheres”, destacou Lula sobre o caso em que o presidente Bolsonaro interferiu nas investigações da morte da vereadora, depois que veio à tona que Élcio de Queiroz, um dos supostos executores, esteve no seu condomínio horas antes do crime.

“Estou com 74 anos e não tenho o direito de ter ódio no meu coração. Eu não sabia que ia me apaixonar, eu estou com 74 anos, energia de 30 anos e tesão de 20. Eu não tenho que ficar nervoso. A única coisa que me motiva é governar para o povo necessitado”, disse ainda Lula.

Ele também falou sobre os próximos passos de sua defesa no judiciário. “O que queremos é que seja julgado no STF o habeas corpus anulando todos os processos contra mim. O Moro é mentiroso, o Dallagnol é mentiroso. Tudo o que o Intercept fala foi escrito pela minha defesa antes. Foi para me tirar da disputa eleitoral”, disse o ex-presidente em referência aos processos da Lava Jato contra ele.

Ao iniciar o pronunciamento, pouco antes das 15h, Lula criticou a Rede Globo. “Você não têm dimensão do que significa o dia de hoje. Lá em cima está o helicóptero da Rede Globo para falar merda outra vez sobre o Lula e sobre nós”, afirmou.

Relembrando o dia de sua prisão, 7 de abril de 2018, o ex-presidente, quando parte da militância do partido se manifestou contrária a que ele aceitasse a prisão, Lula disse que “quando o homem tem clareza do que quer, e sabe que seus algozes estão mentindo, eu tomei a decisão de ir lá eu preciso provar que o juiz não era juiz, mas um canalha que estava me julgando”.  Ele também disse que o  procurador Deltan Dallagnolmontou uma quadrilha”, inclusive para pegar dinheiro da Petrobras.

Fonte: Rede Brasil Atual - RBA