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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

SECRETÁRIO MUNICIPAL DE ORGANIZAÇÃO DO PCDOB DE NOVA CRUZ ESTEVE HOJE (18) COM ANTENOR ROBERTO, PRESIDENTE DO PCDOB ESTADUAL EM NATAL

Após visita a minha mãe querida, Margarida Vasconcelos, que se encontra em recuperação no PAPI, estive com o Camarada e Presidente do PCdoB Estadual, Antenor Roberto.  Aproveitando para colocar a conversa em dia. Antenor é um militante pelas causas sociais, uma referência socialista no nosso estado Potiguar.

Antenor ficou de nos visitarmos brevemente. 

Eduardo informou que o PCdoB de Nova Cruz pretende lançará vários candidatos a vereadores no pleito desse ano. Hoje o PCdoB tem diretório e vem crescendo a casa dia com novas filiações.

BRASIL: 15 anos do Fórum Social Mundial: outro mundo é possível e necessário

Fórum Social Mundial 2016
Fórum Social Mundial 2016

O Fórum Social Mundial surge em 2001 como uma importante articulação de resistência e luta dos povos contra a avalanche neoliberal que tomou conta do mundo nos anos 90. Faz o contraponto ao Fórum Econômico de Davos, reunião anual da plutocracia capitalista, laboratório das políticas neoliberais impostas aos povos e nações.

Por André Tokarski*



A próxima edição do Fórum acontece em boa hora. O temário geral proposto, “balanço, desafios e perspectivas da luta por um outro mundo possível”, no momento em que se celebram 15 anos de FSM, pode construir leituras convergentes e ações unitárias nesse momento de enfrentamento da grave crise capitalista e da ofensiva reacionária no Brasil e na América Latina. O exercício didático de recompor o quadro geopolítico e econômico e as lutas dos movimentos sociais em 2001, ano da primeira edição do FSM, e confrontá-lo com a atual conjuntura no Brasil e no mundo, 15 anos depois, para além de fazer um balanço do FSM em si, revela que um outro mundo, anticapitalista e de paz, não é só possível, mas também necessário.

A realização da primeira edição do Fórum em Porto Alegre não foi aleatória. Os anos 90 e o início dos anos 2000 foram tempos de intensa luta no Brasil e em toda América Latina, contra a implementação das políticas neoliberais. Os movimentos sociais brasileiros vinham embalados pela realização da “Marcha dos 100 mil” em Brasilia e das inúmeras lutas contra as privatizações, o desmonte do Estado, o desemprego e as péssimas condições de vida que atingiam a grande maioria do povo. As lutas travadas em solo brasileiro chamavam atenção em todo o mundo. Naquele janeiro de 2001, Davos reunia o conclave do capitalismo imperialista e neoliberal, Porto Alegre virava a capital dos povos em luta de todo o mundo.

Em meio a tamanha diversidade de opiniões e ideias que circularam ao longo desta rica experiência, duas bandeiras importantes são elemento de unidade no Fórum e permanecem atuais: a luta por construir uma alternativa ao capitalismo e a defesa da paz e da autodeterminação dos povos.

Ao longo de 15 anos o Fórum passou pelo Brasil, Índia, Venezuela, Quênia, Senegal, Tunísia e chegará ao Canadá em agosto deste ano. O processo de construção e mobilização do FSM se relacionou diretamente com os principais acontecimentos políticos vividos na América Latina neste período. 

A eleição de Lula em 2002 ajudou a embalar uma serie de vitórias eleitorais de forças progressistas e de esquerda em todo o continente latino-americano. Brasil, Venezuela, Argentina, Uruguai, Bolívia e Equador, ao lado de Cuba e de outros países da América Central e Caribe constituíram um polo alternativo ao neoliberalismo, promovendo vultuosas transformações sociais, econômicas e políticas ao lado de um inédito processo de integração solidário e soberano.

O FSM ajudou a projetar o papel de Lula e do Brasil como líder global dos países pobres e em desenvolvimento. No Fórum de 2003, Porto Alegre viu mais 100 mil pessoas marcharem contra a ALCA , o FMI e guerra no Iraque. Um chamado do FSM ajudou a construir grandes mobilizações contra a invasão militar norte-americana no Iraque. A luta contra a ALCA também ganhou força, até ser definitivamente sepultada em novembro de 2005, na Cúpula da Américas, em Mar del Plata, Argentina, com a presença dos então presidentes Lula, Hugo Chavez e Nestor Kirchner. Ao invés da histórica submissão às grandes potências, hora rendidos à Europa, hora aos interesses norte-americanos, a derrota da ALCA foi o nascedouro de alianças soberanas entre os países latino-americanos e da perda de poder dos EUA em nossos territórios. Ali estava contido o embrião da UNASUL, da CELAC (Comunidade de Estados Latino-americanos e caribenhos) e de uma nova etapa do Mercosul.

Olhando apenas para a América Latina o balanço das lutas travadas no FSM é extremamente positivo. Uma ideia geral pode sintetizar o conjunto da obra e colocar no primeiro plano marcas e signos desse período: houve melhora significativa em todos os indicadores sociais e econômicos onde triunfaram vitórias eleitorais de forças populares, democráticas ou revolucionárias.

Mas os desafios e perspectivas apontam para uma alteração na correlação de forças do continente, com uma tendência de fortalecimento da direita reacionária. Tal mudança está imbricada com a evolução e agravamento da crise internacional do capitalismo, de curso ainda indefinido. As grandes potências, representantes da oligarquia financeira, são os causadores da crise e tentam transferir os prejuízos desta para os trabalhadores e para as nações em desenvolvimento, atacando os direitos trabalhistas e impondo pacotes de austeridade fiscal cujos unicos beneficiários são os bancos e o mercado financeiro. Esse processo se desenvolve por uma intensa e complexa batalha que se expressa no campo político, econômico e militar.

Ao traçar um paralelo entre a crise de 1929 e a atual crise nota-se, em sua gênese, a desregulamentação do mercado financeiro, a redução dos salários, o desemprego em massa, o ataque à democracia e o surgimento de expressões políticas de ódio e da intolerância. Em 1929, o resultado foi a ascensão do nazi-fascismo e a Segunda Guerra Mundial. Hoje, observamos manifestações exasperadas de ódio, racismo e xenofobia, além de uma escalada de agressões militares e de violações dos direitos humanos por parte das grandes potências.

A agenda neoliberal não foi capaz de recuperar a atividade econômica no mundo a patamares anteriores ao período da crise. Se fracassou no campo econômico parece triunfar na esfera política. Os estados nacionais operam sobre estreita margem de manobra tendo seu poder cada vez mais reduzido diante da onipotência dos mercados financeiros. É preciso recuperar a primazia da política e romper com o dogmatismo neoliberal, de que não há outra saída, senão praticar planos de austeridade e retirar direitos sociais.

Mais uma vez o Fórum Social Mundial é chamado a construir a unidades dos povos na luta anti-capitalista, em defesa do progresso social e da paz. Os movimentos sociais brasileiros tem cumprido um papel decisivo. Realizamos ao longo do ano de 2015 mobilizações unitárias e crescentes em defesa da democracia – contra a tentativa golpista de sacar Dilma da presidência da república -, em defesa dos direitos sociais e por uma nova política econômica, capaz de retomar o desenvolvimento e a geração de empregos.

Cabe aos participantes do FSM e, em especial, à Assembleia de Movimentos Sociais, que será realizada no dia 23/1, no encerramento do Fórum, a construção de lutas unitárias para enfrentar a crise do capitalismo, as crescentes agressões militares das forças imperialistas e a ofensiva da direita da América Latina. Merece atenção e solidaridade de todas as forças democráticas e progressistas os ataques sofridos pelos governos de Dilma, no Brasil, e Nicolas Maduro, na Venezuela, por parte da direita golpista e reacionária destes países. 


*André Pereira R. Tokarski foi presidente nacional da UJS (2010/2014), atualmente é secretário de Juventude e de Movimentos Sociais do PCdoB.

BRASIL: Cardozo rebate Cunha: É melhor ele se explicar em vez de se vitimizar

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, rebateu às declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que diz que as investigações que encontraram as cinco contas na Suíça, entre outras revelações, não passam de um complô entre o governo e a Procuradoria-Geral da União (PGR) contra ele.


Valter Campanato/ Agência Brasil
Ministro José Eduardo Cardozo rechaçou as ilações de Cunha
Ministro José Eduardo Cardozo rechaçou as ilações de Cunha

Para o ministro, Cunha se faz de vítima e recomendou que, antes de fazer ilações contra o governo, ele tem que esclarecer as denúncias de que é alvo. Segundo Cardozo, Cunha "inventa teses".

"Seria melhor o presidente da Câmara explicar à opinião pública as acusações que lhe são dirigidas ao invés de se vitimizar inventando teses de conluios que nunca existiram", afirmou o ministro em entrevista à Folha de S. Paulo deste domingo (17).

Cardozo também repeliu as insinuações feitas por Cunha em entrevista também concedida à Folha em que afirma que a responsabilidade dos vazamentos seletivos é do governo, citando especificamente o caso do vazamento de mensagens do ex-presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro.

De acordo com o ministro, o inquérito aberto para apurar vazamentos de mensagens de Pinheiro de "fato tinha como vítimas várias pessoas, como o ministro Wagner e o próprio Eduardo Cunha".

"Não entendo a razão pela qual ele ficou tão incomodado com a abertura deste inquérito. É estranho. Mas, se houver outro vazamento ilegal contra ele não investigado, como já disse, ele pode representar para mim pedindo apuração. Ele sabe como fazer. Já fez antes. E sempre foi atendido como manda a lei", rebateu. 


Do Portal Vermelho, com informações de agências

BRASIL: Assassinado pela ditadura, morte de Manoel Fiel Filho completa 40 anos

Agência Brasil
 
 

O assassinato de Manoel Fiel Filho naquele 17 de janeiro de 1976, na carceragem do DOI-Codi do 2º Exército, em São Paulo, não teve a mesma repercussão da morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida menos de três meses antes no mesmo local e em circunstância semelhante.



Assim como Vladimir, Fiel foi morto sob tortura dos agentes da ditadura. A imprensa só soube do acontecido três dias depois, após a divulgação de uma nota lacônica pelo 2º Exército informando que o metalúrgico havia cometido suicídio.

Apesar da pouca repercussão, o vazamento do assassinato do metalúrgico irritou o presidente Ernesto Geisel, que mandou demitir o comandante do 2º Exército, general Ednardo D’Ávila Mello, o que não interrompeu com as violações aos direitos humanos nos porões da ditadura.

Em entrevista à Agência Brasil a mulher e as filhas de Manoel Fiel Filho relataram os momentos de apreensão que antecederam o assassinato de Fiel Filho. “Meu marido morreu e salvou a turma que estava presa lá [no DOI-Codi]”, disse Thereza Fiel àAgência Brasil, ressaltando que o assassinato do marido provocou mudanças no tratamento dado aos presos políticos da época.

Ela contou que, como fazia todas as manhãs, Manoel Fiel Filho acordou cedo, banhou-se, tomou café e foi para a Metal Arte, no bairro da Mooca, na cidade de São Paulo, onde trabalhava como prensista. Era uma sexta-feira, 16 de janeiro de 1976, e, por volta do meio-dia, dois homens, sem qualquer ordem judicial, o retiram do trabalho, foram com ele até a sua residência, na Vila Guarani, revistam a casa em busca de exemplares do jornal Voz Operária, do Partido Comunista Brasileiro (PCB), nada encontram e, sob os olhares apreensivos da mulher, Thereza Fiel, levam o metalúrgico para o Destacamento de Operações e Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). “Ele me deu um beijo na testa e foi embora. Eu falava: ‘Não leva ele, não", disse Thereza, ao lembrar que o marido chegou a dizer que voltaria logo. "E ele nunca mais voltou".

Após o sequestro de Fiel, Thereza reuniu toda a família, incluindo as duas filhas, e peregrinou por várias delegacias de polícia em busca de informações do companheiro. “Um conhecido da Polícia Civil disse que ele estava na Operação Bandeirantes [grupo criado em 1969 pelo Exército, com apoio de empresários para coordenar todas as operações dos órgãos de repressão] e que só se entrava lá com ordem do presidente da República”.

Thereza soube da morte do marido no dia seguinte, sábado, 17 de janeiro de 1976. Por volta das 22 horas, um carro parou em frente à casa. "Desceu um fulano com um saco de lixo preto na mão". Ele disse: '‘Essa aqui é a roupa dele, e ele está morto'."

Um bom marido

Um marido trabalhador e amoroso. É assim que Thereza, hoje com 83 anos, relembra Manoel. “Trabalhava na firma e ainda me ajudava em casa. Era bom demais. Atencioso, me ajudava bastante. Adorava as filhas. Marido igual àquele não se acha mais”, disse, emocionada.

Manoel saiu de Quebrangulo, em Alagoas, em 1950 em busca de uma vida melhor em São Paulo. Trabalhou como padeiro e cobrador de ônibus antes de se tornar metalúrgico, exercendo a atividade de prensista na mesma empresa por 19 anos. Embora a família não soubesse, ele era responsável pela difusão do jornal Voz Operária, do Partido Comunista Brasileiro, e pela organização do partido entre os operários das fábricas do bairro da Mooca, conforme relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV).

A morte do metalúrgico ocorreu menos de três meses após o assassinato do jornalista Vladimir Herzog, em outubro de 1975, no mesmo local e em circunstâncias parecidas, sob a versão oficial de suicídio. 

As mortes em sequência de Herzog e de Manoel Fiel Filho, foram para Clarice Herzog, viúva do jornalista, uma demonstração de como a impunidade acobertava as ações criminosas dos agentes da ditadura.

“A impunidade era tão grande. Eles se sentiam tão poderosos que podiam mostrar aquela foto do Vlado enforcado com pé no chão e o Fiel Filho enforcado, sentado numa privada. É uma vergonha, porque nem se preocupavam em fazer uma farsa bem-feita, porque a impunidade para eles era total”, disse 


Fonte: Agência Brasil