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terça-feira, 13 de outubro de 2015

Conheça os super-ricos e saiba como você financia a fortuna deles - André Forastieri - R7 e Portal Vermelho

Os super-ricos brasileiros. 

(Como diminuir a desigualdade, parte 1)

Os ricos do Brasil são muito mais ricos do que você imagina. São super-ricos. E ficam mais e mais ricos a cada dia que passa. Existem duas razões principais para isso. Os impostos da classe média e dos pobres vão para o bolso dos ricos. E os ricos pagam menos imposto que a classe média e os pobres. 

Por André Forastieri, em seu blog no R7
Só agora a gente está entendendo quem são os super-ricos do Brasil. A análise tradicional, feita com as pesquisas do IBGE, não dão conta da realidade. Um novo estudo realizado pelos economistas Rodrigo Orair e Sérgio Gobetti, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), chega mais perto. Eles analisaram os dados das declarações de imposto de renda das pessoas físicas. As conclusões são chocantes.

Segundo o IBGE, a renda média do 1% mais rico do país foi de R$ 214 mil em 2012. Mas segundo o estudo do Ipea, a renda anual do 1% mais rico é aproximadamente R$ 575 mil. Explicação: o IBGE não capta toda a renda das pessoas mais ricas, que tem muitas rendas provenientes do capital (como aplicações financeiras, aluguéis, lucros e dividendos).

R$ 575 mil já é uma boa grana: mais de R$ 40 mil por mês. Mas esses 1% ainda não são a elite. Os super-ricos do Brasil ganham acima de 160 salários mínimos por mês. São 0,05% da população economicamente ativa.

Os super-ricos brasileiros possuem um patrimônio de R$ 1,2 trilhão. Isso é 22,7% de toda a riqueza declarada por todos os contribuintes do Brasil. Essas 71.440 pessoas têm renda anual média de R$ 4.17 milhões, uns R$ 350 mil por mês. Tiveram em 2013, ano analisado pela pesquisa, um rendimento conjunto de R$ 298 bilhões.

E em 2015? Não sabemos, mas é seguro dizer que estão bem mais ricos que em 2015. Quem tem muito capital investe e recebe rendimentos financeiros enormes. Os juros no Brasil são sempre muito altos, mas agora estão estratosféricos. Trabalhar não tem nada a ver com a fortuna crescente dessa turma. Neste nível de renda, trabalha quem quer, não porque precisa.

Qual o negócio mais lucrativo e seguro do Brasil? Emprestar dinheiro para o governo. No Brasil, como na maioria dos países, as contas públicas não fecham no final do ano. Se você tem muita grana, não precisa de criatividade para enriquecer mais e mais. Basta comprar títulos públicos do governo, que paga juros altíssimos para financiar sua dívida. E de onde vem esse dinheiro para pagar os juros? Do Tesouro Nacional, dos impostos que todos os brasileiros pagam.

Mas alguns pagam mais que outros. O detalhe mais cruel sobre a desigualdade brasileira está aí. Os super-ricos brasileiros, esses que ganham mais de 160 salários mínimos por mês, pagam só 6,51% de sua renda de imposto de renda. Você leu certo. Um assalariado que ganhe R$ 5 mil por mês paga 27,5% de imposto de renda. A elite paga 6,51%, como demonstra o estudo do IPEA.

Como isso é possível? É que 65,8% da renda total desses super-ricos são rendimentos considerados isentos e não-tributáveis pela legislação brasileira. É o caso dos dividendos e lucros. Na prática, o imposto de renda aqui só é progressivo do pobre até a classe média, que é justamente a fatia da população que mais paga imposto de renda. É uma receita perfeita para aumentar cada vez mais a desigualdade social no Brasil. É garantia de injustiça, ignorância, violência. E até de atraso em outros campos. Se fala muito que o Brasil tem pouca inovação tecnológica, mas quem vai arriscar capital investindo em inovação, se você pode faturar com juros altos e não pagar quase nada de imposto?

Essa bizarria cruel é criação brasileira. Todos os países decentes, sejam ricos ou emergentes, tributam todos os rendimentos das pessoas físicas. Não interessa se a renda do salário, de aluguel ou de dividendos. É o justo. É o mais eficiente para o bom funcionamento dos países.

O estudo do Ipea não captura com precisão absoluta a pirâmidade social brasileira. Não dá conta de dinheiro escamoteado, de caixa 2 ou remessas enviadas ao exterior. Mas já dá uma noção do tamanho do escândalo. Agora, como é focado no Imposto de Renda, não leva em consideração outra grande injustiça do nosso sistema tributário, que são os impostos indiretos.

Os super-ricos pagam o mesmo imposto sobre produtos que você, eu ou a vovó que recebe Bolsa Família. Pagam o mesmo imposto pelo arroz, o café, o remédio, o fogão. Isso significa que proporcionalmente o pobre paga muito mais imposto a classe média. E infinitamente mais que a elite.

Os super-ricos não são os vilões dessa história. As regras estão aí para beneficiá-los. Não é ilegal. Certamente há na elite gente que topa abrir mão de suas vantagens, em benefício de quem mais precisa... Mas, como era de se esperar, existem super-ricos que atuam diretamente para que esse estado de coisas continue exatamente assim: juros altíssimos e taxação mínima. Basta isso para os donos do capital ficarem mais e mais ricos a cada ano que passa, sem trabalho, sem esforço, sem contribuir para o país.

Os super-ricos têm muito poder. Influenciam muito no debate político e econômico. Abundam na imprensa argumentos a favor de que as coisas se mantenham como são. E são super-ricos os financiadores das campanhas da maioria dos políticos, claro.

A recessão radicaliza a injustiça. Penaliza o trabalhador e o empreendedor, o importador e o exportador, o estudante e o aposentado. Esta recessão não veio do espaço sideral. Foram tomadas decisões erradas no passado? Claro, muitas, desde 1500. Mas não dá para mudar o passado. O futuro felizmente está ao nosso alcance.

Esse ano e os próximos serão muito difíceis. O cenário internacional é hostil. O cobertor está curto. É imoral e improdutivo continuar enriquecendo 0,5% com o dinheiro dos impostos dos 99,5%. Enfrentar os privilégios dos super-ricos é a pauta política e econômica fundamental de 2015 e dos próximos anos. O resto é resto.

Fonte: http://coletivizando.blogspot.com.br/
 

PCdoB Luciana Santos - Presidenta Nacional - "PCdoB, 93 ANOS DE CONQUISTAS, LUTAS NA DEFESA DO SOCIALISMO E DO POVO BRASILEIRO - Eduardo Vasconcelos

Artistas e estudantes unidos em defesa da meia-entrada no Brasil

Pela primeira vez, direito terá regras claras e definidas em todo o território nacional
O decreto 8537 da Presidência República regulamentou na última terça-feira (6) a lei 12.933/2013, estabelecendo as regras para o direito à meia-entrada em eventos culturais e esportivos de todo o país. Pela primeira vez, a meia-entrada será exercida da mesma forma em qualquer estado e município do Brasil. Antes da aprovação da nova lei, apenas as legislações locais regiam o acesso a esse direito.
Para a presidenta da UNE, Carina Vitral, a regulamentação vem no curso de uma luta histórica dos estudantes. “É a afirmação de um direito fundamental  para nós estudantes e que, pela primeira vez, será definido por regras claras e comuns em todo o país. A meia agora volta a ser meia de verdade. A falsificação das carteiras de estudante e o completo descontrole do acesso à meia-entrada fez com que os produtores culturais aumentassem o preço dos ingressos. Aí, era aquela história que todos conhecemos: a meia tem preço de inteira e a inteira é o dobro”, explica
Carina acredita que, após a regulamentação, não haverá espaço para as irregularidades e distorções no acesso à meia, que se proliferaram após a medida provisória 2208 de 2001, que permitiu a qualquer associação, empresa ou organização emitir as carteiras.
“Até aqui estávamos convivendo com os efeitos dessa medida provisória, que permitia a qualquer organização ou mesmo empresa emitir as carteiras de estudante, de forma indiscriminada. Agora é a hora de extinguir as falsas carteiras e falsos estudantes dos eventos culturais e esportivos. Para isso, cobraremos a devida fiscalização das autoridades”, anuncia a estudante.

ARTISTAS E PRODUTORES

O ator e presidente da Associação de Produtores de Teatro Independentes (APTI), Odilon Wagner, acredita que a regulamentação é um avanço, por representar o resultado de quase dez anos de negociação no Congresso Nacional. “O direito à meia-entrada trará justiça para todos os lados. Antes da lei nacional, até cursos de adestramentos de formigas poderiam produzir as carteiras de estudante. Agora, temos uma regra clara, estabelecida, para garantir o acesso daqueles que realmente estudam”, afirma.
Na opinião de Wagner, a meia praticada hoje é “mentirosa”. Segundo ele, a irregularidade do setor faz com que os produtores aumentem vertiginosamente o valor do ingresso integral, o que também será revisto. “Os artistas e os estudantes foram os protagonistas desse processo, precisamos agora denunciar as práticas abusivas e fazer com que a lei seja cumprida”, diz.

MAIS SEGURANÇA COM O DOCUMENTO DO ESTUDANTE

A partir de agora, a identificação do estudante para a meia-entrada precisará seguir um padrão nacional definido pelas entidades nacionais UNE, UBES e ANPG, regido por estritas medidas de segurança e fiscalização. Toda a rede do movimento estudantil, de centros acadêmicos, diretórios centrais, uniões estaduais e municipais, poderão emitir o documento nacional do estudante adequado ao padrão nacional. As entidades investiram na consolidação de um sistema transparente e seguro para atender às demandas da nova legislação e assegurar o direito dos estudantes de todo o país. O Documento do Estudante das entidades possui certificação digital e passou a ser produzido a partir de padrões rigorosos, de forma a evitar fraudes e garantir o cumprimento da lei.
> Saiba mais sobre o Documento do Estudante aqui: www.documentodoestudante.com.br

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: Prazos regimentais podem levar votação de contas de Dilma para próximo ano

 
Coletiva de imprensa com membros da comissão. Presidente da CMO, sen. Rose de Freitas (PMDB-ES)
Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados
Rose de Freitas: relator das contas será alguém capaz de analisar tecnicamente e de dialogar com todas as correntes
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) só votará neste ano as contas presidenciais de 2014 se os prazos regimentais forem encurtados. Se isto não ocorrer, a apreciação deve ser transferida para o próximo ano, a partir de fevereiro, no retorno dos trabalhos legislativos.
A análise foi feita nesta quinta-feira (8) pelos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros. “O trâmite é lento”, reconheceu Cunha.
As contas presidenciais do ano passado foram julgadas nesta quarta pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que recomendou a rejeição por desrespeito à Constituição e às normas fiscais do País. O parecer do TCU será discutido agora no Congresso, a quem cabe a palavra final sobre a rejeição.
A análise das contas na comissão seguirá os prazos definidos pela Resolução 1/06. A norma determina que o colegiado tem até 77 dias corridos, contados a partir do momento em que o parecer prévio do TCU é lido no Plenário do Senado, para discutir e votar um relatório, que pode pedir a rejeição, confirmando a recomendação do tribunal; ou a aprovação, com ou sem ressalvas.
Se o documento do TCU chegar nesta sexta, e for lido no mesmo dia no Plenário do Senado, o prazo final vai cair em pleno Natal (25 de dezembro), três dias após o término dos trabalhos legislativos. Pela Constituição, o Congresso encerra as atividades do ano às 23h59 do dia 22 de dezembro e retoma no dia 2 de fevereiro do ano seguinte. Qualquer votação no período derecesso depende de autoconvocação congressual, que precisa da aprovação da maioria absoluta dos deputados (257) e dos senadores (41).
No Congresso
Depois de passar pela comissão, o relatório das contas ainda será votado no Plenário do Congresso Nacional, em data que é definida exclusivamente por Renan Calheiros. “Todo julgamento, inclusive político, tem de se submeter às regras e prazos. Esses prazos, de uma forma ou de outra, vão ter que ser observados”, disse Renan.

Se a votação for transferida para o próximo ano, haverá ainda a possibilidade de que a análise seja feita por uma nova composição da Comissão de Orçamento, que, a cada ano, no final de março, é integralmente renovada. Isso obrigaria a indicação de um novo relator e da recontagem de todos os prazos.
Sem relator
Nesta quinta-feira, a presidente da Comissão de Orçamento, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), voltou a dizer que ainda não definiu o nome do parlamentar que irá relatar as contas de 2014. Como já havia dito ontem, ela afirmou que vai escolher um nome “com perfil técnico” e capacidade de diálogo entre os integrantes da comissão.

O colegiado é formado por 31 deputados e 10 senadores titulares, e igual número de suplentes. Todos são candidatos ao posto de relator. Havia a expectativa de que Rose escolhesse um senador, já que o relatório das contas de 2013, em análise na comissão, está a cargo da deputada Flávia Morais (PDT-GO), mas a senadora disse que não se prenderá ao rodízio.
“Vou pensar mais no perfil dele. Tem que ser alguém que seja capaz de analisar tecnicamente e de dialogar com todas as correntes o seu relatório”, afirmou Rose.
Cronograma
As matérias que tramitam na Comissão de Orçamento possuem cronogramas de análise. Isso acontece, por exemplo, com os projetos do orçamento e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Tradicionalmente, porém, os prazos são ultrapassados devido à própria dinâmica política do colegiado e às interferências do governo no processo legislativo. O projeto da LDO de 2016, que deveria ter sido aprovado, pelo cronograma inicial, em julho, ainda aguarda deliberação.

No caso das contas julgadas ontem no TCU, Rose acredita que o tratamento será diferente, com pressão da oposição para seguir o cronograma à risca, e até mesmo para antecipar as datas, permitindo a votação na CMO ainda neste ano. “Pela importância que tem todo esse processo, acho que o relator não descumprirá o prazo”, afirmou.
A senadora adiantou que não dará prazo extra para o relator, que terá de seguir o que determina a resolução. A norma permite à presidente substituir o relator que não entregar o parecer no prazo previsto.

CONTINUA:

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Pierre Triboli - Fonte: Agência Câmara Notícias