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segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Movimentos Ato na Cinelândia protesta contra destruição do Museu Nacional

Foto: Vitor Vogel

“Não queimem nossa história” diziam cartazes durante o protesto realizado nesta segunda-feira (3) na Cinelândia após a destruição do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro. A manifestação denunciou a política de corte de verba do atual governo que atingiu o museu. Após o ato político, os manifestantes saíram em passeata.

Por Railídia Carvalho

“É bom que digamos ao Brasil e ao mundo que o povo se mobiliza pela cultura e pelo patrimônio brasileiro”, afirmou durante o ato a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ). 

A parlamentar esteve na manhã desta terça no Museu Nacional, o mais antigo do país com 200 anos. 90% do acervo em exposição foi destruído. 

“Quando vemos aquele prédio que é o símbolo da cultura, da ciência, da educação. Aquela labareda, aquele fogo é a cara do Brasil. Daquela quadrilha que ocupou o palácio do planalto”, completou Jandira.

Representantes da União da Juventude Socialista (UJS), União Nacional dos Estudantes (UNE) e Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) também participaram do ato. 

Em entrevista ao portal Vermelho nesta terça, a presidenta da Associação Nacional dos Pós-Graduandos, Flávia Calé, afirmou que o descaso com o Museu Nacional não é um caso isolado. “Temos o abandono da Ciência e da Cultura no país”.

O protesto na Cinelândia foi o segundo ato realizado nesta terça-feira em protesto contra o incêndio no Museu. Mais cedo, manifestantes fizeram um ato de luto em frente ao Museu e foram reprimidos com bombas de efeito moral e gás de pimenta (foto).

Fonte:: vermelho.org.br

Brasil PT-PCdoB-Pros entram com representação criminal contra Bolsonaro

 

Foto reprodução

"É inadmissível que um candidato a presidente pregue o assassinato de quem não pensa igual a ele", diz a nota publicada no site do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, que anuncia que a coligação “O povo feliz de novo” (PT/PCdoB/Pros) entrou com representação criminal, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), contra o deputado federal Jair Bolsonaro, candidato à presidência da república pelo PSL, por ameaça.


A coligação também ingressou com notícia crime pelos crimes de injúria eleitoral e incitação ao crime.

"Conforme comprovado por vídeo em ato realizado no Acre, Bolsonaro fez gesto de “fuzilamento” e chamou seu público a, em suas próprias palavras, “fuzilar a petralhada toda aqui do Acre”. O ódio destilado pelo deputado, em sua campanha da raiva e da truculência, parece não encontrar limites, incitando ao assassinato de cidadãos progressistas", acrescenta a nota.

Segundo a coligação, o candidato cometeu o crime de injúria eleitoral – quando ocorre a ofensa à honra subjetiva de alguém durante a propaganda eleitoral, ou visando a propaganda -, ameaça e incitação ao crime de homicídio.

"Vale notar que Bolsonaro já é réu no STF pelo crime de incitação ao estupro e foi denunciado também por racismo. Basta de ódio", conclui.

Bolsonaro tentou dissimular o seu discursos. A assessoria do deputado federal destacou que o gesto "foi uma brincadeira, como sempre".

Mas seu gesto fascista está longe de ser uma brincadeira. De cima de um trio elétrico, enquanto discursava para apoiadores no último sábado (1º/9), ele "empunhou" um tripé de câmera como se fosse uma arma e disparou contra seus adversários petistas. "Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre. Vamos botar esses picaretas para correr do Acre. Já que gostam tanto da Venezuela, essa turma tem que ir para lá. Só que lá não tem nem mortadela. Vão ter que comer capim mesmo", disse Bolsonaro. 

Nas redes sociais de Lula foi postado um vídeo em que o ex-presidente discursa no velório do ambientalista Chico Mendes. "Tem gente que acha que falar em matar petistas no Acre é ‘brincadeira’. Lula no velório do saudoso Chico Mendes"

Chico Mendes foi assassinado em 22 de dezembro de 1988, com tiros de escopeta no peito na porta dos fundos de sua casa, quando saía para tomar banho, por fazendeiro incomodados com a sua luta pela preservação ambiental.

Fonte: Portal Vermelho - PCDOB NACIONAL

Economia Candidatos à direita defendem ajuste que sufoca a cultura

 

“O sucateamento da cultura, da educação e da pesquisa não vai ser revertido sem a revogação do teto de gatos”. A avaliação é de Ana Luíza Matos de Oliveira, economista e professora visitante da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO). Para ela, o incêndio no Museu Nacional tem tudo a ver com a política de austeridade fiscal. Ela destaca que, apesar dos resultados negativos, candidatos ao Planalto ainda insistem no caminho do ajuste fiscal.

Por Joana Rozowykwiat

“Estamos vendo o impacto direto, na qualidade de vida das pessoas, dessas políticas de austeridade fiscal, que retiram recursos de áreas estratégicas. E, infelizmente, vimos esse incêndio, que é também causado por isso. Essa política não está dando certo e tem candidato que está propondo a continuidade”, disse Ana Luíza. 

A referência é a postulantes situados à direita do espectro político, como Geraldo Alckmin, Jair Bolsonaro, João Amoêdo, Marina Silva, Henrique Meirelles e Álvaro Dias, que defendem o ajuste fiscal. 

Tragédia anunciada

O incêndio que destruiu 90% do acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro, o mais antigo do país, chamou a atenção para a difícil situação das instituições culturais, de educação e pesquisa no país. Nos últimos anos, os cortes no orçamento têm sido drásticos, comprometendo manutenção e funcionamento. 

De acordo com levantamento da Comissão Mista de Orçamento da Câmara dos Deputados, nos últimos cinco anos, os repasses da União ao Museu Nacional - que é subordinado à UFRJ - caíram 34%. Se, em 2013, o museu executou pagamentos da ordem de R$ 979 mil, no ano passado esse valor recuou para R$ 643 mil. Em 2018, os repasses não chegam a R$ 100 mil. 

O reitor da UFRJ, Roberto Leher, criticou a falta de recursos para a manutenção do patrimônio público. "Todos sabíamos que o prédio estava em condições vulneráveis. Eram necessárias intervenções sistêmicas”, disse.

“O Brasil precisa avaliar para onde estamos caminhando. Não existe nenhuma linha de financiamento dos ministérios da Educação e Cultura para prédios históricos tombados pelo patrimônio histórico. Sofremos queda brutal de orçamento, de R$ 140 milhões no custeio nos últimos quatro anos. (...) No orçamento de 2019 a sociedade brasileira vai aferir se vamos ter ações objetivas ou se vamos sofrer até a próxima tragédia", completou.

Cortes sufocam a Cultura

A falta de financiamento escancarada pela tragédia no museu carioca é uma realidade que atinge diversas áreas. Segundo o documento Austeridade e Retrocesso – Impactos da Política Fiscal no Brasil, em 2014, o Ministério da Cultura havia terminado o ano com R$1,02 bilhão liberado em seu orçamento discricionário. Em 2017, o valor foi reduzido para R$553,4 milhões, uma perda real de mais de 45% em apenas três anos. 

O documento indica que a aprovação da Emenda Constitucional (EC) 95 deve achatar ainda mais os recursos da cultura. A EC estabeleceu que os gastos primários do governo só poderão aumentar, no máximo, o equivalente à inflação do ano anterior, uma regra que deverá vigorar por 20 anos. Como alguns gastos obrigatórios do governo terão que continuar crescendo, como é o caso da Previdência, a tendência é a de que as outras áreas sejam ainda mais prejudicadas. 

Sem reparação

“Estamos num momento de completo desinvestimento na Cultura. Houve diversos cortes de gastos no Ministério da Cultura, a partir de 2015, e especialistas avaliam que, nos próximos anos, a pasta pode até mesmo se extinguir, se continuar essa velocidade de cortes em seu orçamento”, afirma Ana Luíza Matos de Oliveira.

De acordo com ela, a queda no orçamento resulta no sucateamento de museus, de universidades e da pesquisa científica. “Esse é o quinto incêndio que ocorre na UFRJ nos últimos anos, e isso é fruto de uma falta de investimento na universidade, na educação, na cultura e na pesquisa”, criticou.

Ela ressaltou que o orçamento do celebrado Programa Cultura Viva, que chegou a R$100 milhões, hoje caiu para R$12 milhões de reais, por exemplo.

“O programa está sendo sucateado. Todas as autarquias ligadas ao MinC - o Iphan, a Ancine, etc - estão sofrendo cortes duros desde 2015 e isso tem impacto na política de cultura, na preservação, na conservação dos nossos museus, do nosso patrimônio. E são coisas que a gente não vai poder reconstruir. O incêndio destruiu a Luzia [esqueleto mais antigo já encontrado nas Américas] e fósseis de dinossauros que resistiram 11 mil anos. Isso não tem como reconstruir”, lamentou.

Revogar o teto de gastos

Segundo a economista, o processo de desmonte da cultura só pode ser revertido com a revogação da EC-95. E as eleições que se avizinham terão papel decisivo nesse sentido, já que a iniciativa dependerá muito de quem chegar ao Planalto. 

“Há um corte claro, se a gente pegar os programas de governos dos candidatos, entre quem são aqueles que defendem a manutenção da EC-95 e quem fala que é preciso revê-la justamente porque é preciso ampliar os gastos sociais, que são uma demanda da sociedade brasileira”, disse. 

Ana Luíza mencionou que Guilherme Boulos, Ciro Gomes, Lula e Fernando Haddad são críticos ao teto de gastos e propõem uma mudança de curso na política fiscal. “Isso não está presente no programa dos outros candidatos. É fundamental revogar a EC-95 para conseguir ampliar recursos nessas áreas”, reiterou.

Austeridade não dá certo

Além dos efeitos sociais negativos – que atingem desde a cultura, até a saúde e a educação –, as políticas de austeridade não têm dado bons resultados para a economia. Anunciado pelo atual governo como remédio para a crise, o ajuste fiscal não tem sido capaz de resgatar o crescimento, gerar emprego e renda. 

“O resultado do PIB do segundo trimestre mostrou isso. Há praticamente uma estagnação da economia brasileira no primeiro semestre. E isso é fruto também dessa política, que não é capaz de incentivar o consumo, o investimento, a criação de empregos. Enfim, não consegue colocar a economia para crescer”, encerrou. 

Dados anunciados pelo IBGE na última sexta (31) mostram que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no último trimestre foi de apenas 0,2%. E, embora estatisticamente o desemprego tenha recuado um pouco, aumentou o número de desalentados, ou seja, de pessoas que desistiram de procurar emprego diante da dificuldade de achar uma vaga. Além do mais, a maior parte dos postos que foram criados são de trabalho informal, indicando aumento da precariedade.

 Do Portal Vermelho