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quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Ato em defesa do Passe Livre para os estudantes

Reunião com Temer deixa base otimista com placar de votação

 
Arte: Álvaro Portugal/PCdoB na Câmara

“Nós deveremos ter entre 260 e 270 votos. Esse grupo que esteve com o presidente fez uma reanálise com todos os partidos. Se a gente tiver uma votação expressiva, é lógico que vai refletir nas votações futuras, a reforma tributária, a reforma da Previdência e outras”, disse o vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP). Em agosto, foram 263 votos favoráveis ao arquivamento da denúncia.

O parecer do relator Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), contrário à admissibilidade da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), foi aprovado na Comissão de Constituição e de Justiça (CCJ) por 39 votos a 26. O governo precisa de 172 votos, ou seja, um terço mais um dos 513 deputados, para impedir que a Câmara autorize o Supremo Tribunal Federal (STF) a investigar o presidente da República e os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha.

Na saída do encontro, ocorrido na noite desta segunda-feira (23) no Palácio da Alvorada, Mansur também comentou a postura de parlamentares de partidos da base do governo que, na avaliação dele, não têm sido fiéis.

“Acho que essa, possivelmente, seja a última chance de partidos que se dizem aliados e parlamentares que se dizem aliados estarem na base do governo. Quem estiver conosco, estará. Quem não estiver conosco, vai estar fora do governo. Tem muito parlamentar que está na base do governo e vota contra. Temos que privilegiar quem está votando conosco”, afirmou.

Para o líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), há consenso entre os líderes da base do governo sobre a inconsistência da denúncia contra o presidente. “Os líderes têm a convicção plena de que a denúncia é inepta, não tem sustentação jurídica e por isso a perspectiva é extremamente positiva. Inclusive com uma perspectiva de termos uma votação ainda melhor do que na primeira denúncia. Isso foi o que nos passaram todos os líderes de cada uma das suas bancadas”, afirmou.

Mansur também falou sobre a liberação de emendas para parlamentares, frisando que o governo tem a obrigação de liberar os recursos tanto para base quanto para a oposição. “Muitas vezes você tem um parlamentar que recebeu uma promessa de liberar determinada emenda pra saúde, infraestrutura. E muitas vezes esse recurso não saiu. Eu defendo [a liberação], até porque obrigatoriamente nós temos que liberar emendas tanto para a oposição quanto para a situação, que se libere essas emendas rapidamente. Ajuda, claro que ajuda [na votação]”.

Rito

Para que seja aberta a sessão desta quarta-feira, é necessário que no mínimo 342 deputados tenham registrados presença no painel eletrônico. Os aliados de Temer não demonstraram preocupação com o quórum mínimo e pretendem trabalhar para colocar o maior número de deputados no plenário.

A votação será por chamada nominal, por ordem alfabética, por estado, alternadamente do Norte para o Sul e vice-versa. Concluída a votação e tendo votado ao menos 342 deputados, será proclamado o resultado. Para que a Câmara autorize o STF a iniciar as investigações contra o presidente e os ministros são necessários, no mínimo, 342 votos contrários ao parecer de Andrada.


Fonte: Agência Brasil

Jandira Feghali: Não podemos perder para um balcão de negócios


Assim como na votação da primeira denúncia contra Michel Temer, em agosto, líderes do PCdoB, PT, PDT, PSB querem evitar que o governo alcance o quórum mínimo, de 342 deputados, para dar início à sessão de quarta-feira (25) que votará a segunda denúncia contra o peemedebista e dois de seus ministros – Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral – pelos crimes de obstrução de justiça e organização criminosa.

Segundo a vice-líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o governo está premiando deputado só para dar presença, garantindo assim, quórum em seu benefício. 

“Eles querem acelerar a votação para acabar com essa exposição amanhã. Se o governo quer votar rápido, nossa tática é o oposto. Cada dia que ganhamos é menos um voto que ele tem, porque a exposição cresce. A acusação é muito grave e as provas são robustas. Além disso, tem mais delações a caminho. Então, o tempo nos favorece. Nós não podemos perder para um balcão de negócios”, destacou a parlamentar.

Segundo o líder da Minoria, José Guimarães (PT-CE), a responsabilidade do quórum é do governo e à Oposição cabe um trabalho de diálogo com cada parlamentar, mostrando que o acatamento da denúncia é o melhor caminho. “Cada dia estamos ampliando nossas forças, pois as insatisfações são crescentes e o governo está apavorado. Não há vitória certa do governo”, completou Guimarães.

Na estratégia de sangrar o governo, a presidente nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), relembrou a impopular agenda do peemedebista e suas ações para se salvar das denúncias. Segundo ela, as reformas trabalhista e previdenciária, a recém revogada portaria do trabalho escravo, as privatizações de hidrelétricas em Minas e a tentativa de entregar a Eletrobras são alguns dos exemplos do que Temer representa e o povo já não aguenta mais. 

“Ele é reprovado por mais de 90% da população e se sustenta apenas em negociatas. O povo brasileiro já não quer mais saber dessa agenda entreguista, de desmonte do Estado brasileiro”, afirmou.

A Oposição também anunciou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), liberou parte das galerias do Plenário para que manifestantes favoráveis e contrários à saída de Temer acompanhem a votação da denúncia. Segundo o líder do PSB, Júlio Delgado (MG), a galeria será dividida em três espaços: um para imprensa, um para militantes contra Temer e outra para militância favorável ao presidente.


 Do PCdoB na Câmara