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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

BRASIL: Roberto Amaral: Por que o Brasil não deslancha?

Na economia globalizada, sob o império do capitalismo monopolizado e o reino do sistema financeiro, condicionada por acordos tarifários e comerciais e o protecionismo imposto pelos grandes mercados consumidores, além da guerra entre blocos, a indústria nacional precisa de estratégia, desenvolvimento de produto, logística e gestão da produção –além de tecnologia de fabricação.

Por Roberto Amaral*, em seu blog


É a conditio sine qua non para um mínimo de competitividade, mesmo no mercado interno. Mas, no Brasil, o desenvolvimento cientifico e tecnológico é relegado a segundo plano pelas chamadas elites, especialmente as empresariais, com impacto nas políticas governamentais, descontínuas, à mingua de estratégia.


Assim, quando o desafio da economia do desenvolvimento é dominar a tecnologia de ponta nos setores industriais, quando os insumos principais deixam de ser bens físicos e cedem lugar ao trabalho intelectual, ao conhecimento, quando a mão-de-obra barata e farta deixa de ser fator decisivo na composição do preço, a produtividade, de que decorrem os ganhos de mercado, torna-se o resultado da equação tecnologia-mão de obra qualificada (leia-se conhecimento).

É bastante conhecer as transformações que se operam, por exemplo, na produção industrial da China e da Índia. A polaridade subdesenvolvimento versus desenvolvimento cede espaço à disjuntiva dominante versus dominado, a saber, mundo produtor de tecnologia versus mundo dependente de tecnologia (os novos subdesenvolvidos).

A economia e a política hegemônicas são a economia e a política ditadas pelos países altamente industrializados, distinguidos pelo conteúdo tecnológico de seus produtos, e a tecnologia cada vez mais se torna estratégica e decisiva tanto para a economia quanto para as políticas de poder que determinam a geopolítica e as estratégias de blocos e guerras, imperialismo, dominação e tudo o mais.

É assustador que o Brasil, um dos maiores territórios do mundo com população de 200 milhões de habitantes, participe com apenas 1,4% da produção mundial científica em engenharia. A Coreia do Sul, devastada pela guerra nos anos 50 e hoje com população que é um quarto da nossa, responde por 4,5% desse mesmo total; nas áreas de engenharia elétrica e eletrônica e em engenharia mecânica, a produção coreana é quatro vezes maior que a do Brasil.

Não há milagres, nem o atraso é determinismo. Simplesmente não há desenvolvimento sem aumento da produtividade, que, hoje mais do que nunca, depende da produção e aplicação do conhecimento. Nessa sociedade a inovação é sistêmica, contínua, correndo mesmo à frente das demandas de mercado, o que requer estoque de conhecimento e capital. Quanto mais o mundo se globaliza, mais se tornam importantes os mercados consumidor e produtor nacionais como demonstram os exemplos contemporâneos dos EUA e da China.

O Brasil dispõe de quase tudo o que requer o desenvolvimento econômico e a soberania – território, mercado consumidor em expansão, recursos naturais, população, e estabilidade institucional. Por que a coisa não funciona? A industrialização cobra de seus agentes alta tecnologia/inovação que, por seu turno, depende de uso intensivo de capital e de recursos humanos qualificados. E investimentos em pesquisa, de que o empresariado nacional se afasta como o diabo da cruz.

Aqui, contrariando a trajetória dos países que deram certo, nosso desenvolvimento científico e tecnológico está restrito às universidades públicas e nelas aos cursos de pós-graduação, que produzem milhares de dissertações e teses, mas tem pouquíssimas patentes depositadas no exterior. Entre as 20 maiores instituições depositárias de patentes, cinco são universidades públicas.

Os pesquisadores que atuam em pesquisa e desenvolvimento estão nas universidades. Por quê?

Porque a empresa brasileira não os absorve, porque não investe nem em pesquisa científica nem em inovação, em contraste com o mundo desenvolvido, onde cabe ao setor produtivo privado a fixação de pesquisadores no setor industrial. Essa, a primeira distorção. A segunda, dela derivada, é o fato de a pesquisa, no Brasil, desviada para a vida acadêmica, descolar-se de qualquer projeto de desenvolvimento nacional estratégico.

Enquanto exportamos minério de ferro para importar trilhos da China, chegamos, em 2006, a publicar 35 mil dissertações e 10 mil teses, mas sem qualquer correspondência no registro de patentes. Nosso investimento em CTI em relação ao PIB é de três a cinco vezes menor do o de qualquer país à nossa frente. Há estreita relação entre os investimentos empresariais e o volume de patentes registradas, e esse fato não temos como superar.

A comunidade universitária desenvolve suas pesquisas com ênfase na produção acadêmica, quase sempre dirigida pela linha das revistas científicas internacionais. A Academia produz a partir de seu foco, pois não conhece as prioridades nacionais. E as temos? São poucos os cientistas e pesquisadores brasileiros trabalhando em empresas.

Nos EUA, 80% dos pesquisadores estão em empresas e só 15% em instituições de ensino. Na Coréia e no Japão, 75% estão no setor privado. Na Alemanha, 75% dos cientistas trabalham nas indústrias, 18% nas universidades e 10% no governo. No Brasil, o percentual de cientistas e engenheiros trabalhando diretamente nas indústrias é de apenas 10%.

A universidade, assim, se vê na contingência de formar o cientista e ter de recebê-lo de volta, para a atividade docente, porque o mercado privado não o absorve. Essa distorção teria evidente correspondência na formação de nossos profissionais. O caso das engenharias é exemplarmente lamentável. O Japão possui 17 engenheiros para cada 100 mil habitantes, os EUA 9,5 e a China 13,8.

18% das exportações brasileiras são produtos de média e alta intensidade tecnológica, contra 46% da China / Crédito: Wikimedia
18% das exportações brasileiras são produtos de média e alta intensidade tecnológica, contra 46% da China / Crédito: Wikimedia
Temos apenas 2,8 engenheiros para cada 100 mil brasileiros. Em 2011 formamos 45 mil engenheiros, a Coréia, 80 mil, com seus 49 milhões de habitantes. No mesmo período, 60% dos engenheiros americanos com doutorado trabalhavam em empresas; aqui, 2%.
O Brasil possui somente 60 mil cientistas, um para cada três mil habitantes, 20% do que carece. Já os EUA apresentam um milhão de cientistas, um para cada 300 habitantes, ocupando o 42% lugar no ranking de uso de tecnologias.

Talvez tudo isso explique o fato de 40% das exportações brasileiras serem commodities primárias de baixo ou nenhum valor agregado, e só 18% produtos de média e alta intensidade tecnológica, contra 46% da China. Nosso quadro é o inverso dos desenvolvidos.

Não pode ser grande a expectativa de reversão do quadro, pois a crise econômica estimula o antipioneirismo e o rentismo de nossos empresários, que preferem pagar royalties a investir em pesquisa. De outra parte a clamorosa e crônica crise do ensino, em todos os graus, e a destruição da escola pública de segundo grau: temos escolas do século XIX, professores do século XX e alunos do século XXI, espantados.

O PISA mensura o desempenho em leitura, matemática e ciências de estudantes de 15 anos em todo o mundo; em 2009, o Brasil ficou em 57º lugar!

O país avançou na democratização da universidade e abriu o acesso a milhões de jovens. Não obstante o crescimento das matrículas das escolas públicas nos dois governos Lula, o fato é que apenas 15% do alunado superior estuda, hoje, em universidades públicas. Na Grande São Paulo, o ensino privado chega a absorver 93% do alunado universitário, 56% dos quais são cotistas. Ocorre, e eis a tragédia, que o ensino universitário privado é, no geral, de baixa qualidade, pouco investe em cursos técnicos e não investe em pesquisa.

A universidade brasileira, como um todo, não conhece a cultura da inovação. Se conhecimento gera conhecimento, a ignorância nada gera; se tecnologia gera tecnologia, sua ausência é o atraso. 


*Roberto Amaral é cientista político e ex-ministro da Ciência e Tecnologia entre 2003 e 2004
Fonte: vermelho.org.br

Maior parte da população mundial repudia o capitalismo

Uma nova pesquista internacional realizada pelo Instituto Legatum e a empresa YouGov revelou que a maior parte da população mundial, tanto nos países desenvolvidos como nos países "emergentes", se expressam de maneira negativa sobre o sistema capitalista.


Reprodução
Ilustração de como funciona o capitalismoIlustração de como funciona o capitalismo

Com a finalidade de investigar a atitude do público ante o sistema capitalista, os especialistas entrevistaram habitantes de três países desenvolvidos (Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido) e quatro "emergentes": Brasil, Tailândia, Indonésia e Índia.

Em cada um desses países, a maioria das pessoas entrevistadas concordou com a ideia de que nas sociedades capitalistas os pobres se tornam mais pobres e os ricos, mais ricos. Por exemplo, nos Estados Unidos, 55% responderam desta forma. 

Ao mesmo tempo, a população do Reino Unido, Brasil, Alemanha e Estados Unidos não espera que seus filhos tenham uma situação econômica melhor, mais segurança e mais saúde.

Por outro lado, existe uma crença quase universal de que as maiores empresas do mundo não conseguiram crescer de maneira "honesta".


Fonte: Russia Today
Com vermelho.org.br

INTERNAUTAS RACISTAS PODEM PEGAR OITO ANOS DE PRISÃO - ATAQUES A TAÍS ARAÚJO


Após depoimento de atriz, 30 pessoas terão sigilo quebrado por ofensas a Thaís Araújo

Atriz que foi alvo de comentários racistas prestou depoimento nesta quarta-feira


Indignação contra atos racistas na INTERNET, e prisão dos autores de comentários dessa natureza, precisa ser um constante. Não é possível só agir quando artistas da GLOBO são atacados.

Após o depoimento da atriz Taís Araújo, nesta quarta-feira (4), na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, a Polícia Civil do Rio decidiu quebrar o sigilo de cerca de 30 perfis de usuários de redes sociais suspeito de terem direcionados comentários racistas em uma imagem publicada pela atriz.

De acordo com os investigadores, os perfis pertencem a pessoas que residem nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. O diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada, Renato Oliveira, determinou a investigação do caso após tomar conhecimento dos comentários.

"O crime é de injúria racial, feito por representação, e com aumento de pena por ser veiculado na internet. Ela veio para cá para autorizar o início das investigações", afirmou o delegado Alessandro Thiers, delegado da DRCI.


A pena para quem comete o crime de injúria racial pela internet pode chegar a quatro anos de detenção. Caso haja comprovação de uma formação de quadrilha, a pena dos envolvidos pode chegar a oito anos.

Fonte: 007ConeXãoBlogs