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domingo, 19 de maio de 2019

RETROSPECTIVA: Antenor Roberto é governador interino do Rio Grande do Norte

 Governador em exercício, Antenor Roberto (2º da direita para a esquerda), junto com membros do PCdoB que atuam no governo estadual

 Governador em exercício, Antenor Roberto (2º da direita para a esquerda), junto com membros do PCdoB que atuam no governo estadual

Militante comunista desde 1981, Antenor é membro do Comitê Central do PCdoB.


Pela primeira vez, na atual gestão, o Rio Grande do Norte foi administrado por um militante do Partido Comunista do Brasil. No caso, o vice-governador, Antenor Roberto, que assumiu interinamente a chefia do executivo Estadual, na quarta-feira (3) até a última segunda-feira (8). 

A transmissão de cargo aconteceu em razão da viagem da governadora Fátima, que estava em missão oficial para Boston/EUA, onde proferirá palestra, no dia 6, sobre “Aprendizagem: Caminhos para uma Educação Pública de Qualidade”, na Conference at Harvard & MIT 2019.

Integrante da chapa encabeçada pela ex-senadora Fátima Bezerra (PT), única mulher eleita no último pleito para comandar um executivo stadual, Antenor é militante histórico do PCdoB, tendo presidido a legenda no Estado em vários períodos.

Em afetuosa mensagem postada em rede social, Fátima Bezerra declara ter “orgulho e alegria de passar o cargo a Antenor”, e confia em que o vice-governador, juntamente com o secretariado, assumirá a gestão plenamente, “com todas as prerrogativas que a Constituição lhe assegura”.

Por sua vez, agradecendo a confiança, Antenor declarou receber a missão com “honra, alegria e serenidade”. Afirmou, ainda, que a substituição de uma política e gestora da envergadura de Fátima representa “o momento mais elevado e de maior responsabilidade que a vida política e militante lhe apresentou”.

Nas redes sociais de ambos, muitos votos de êxito, e reconhecimento à atuação, competência e capacidade política e profissional de Antenor. 

Trajetória

Antenor Roberto Soares de Medeiros, nasceu em 7 de junho de 1961, no município de Currais Novos/RN. Formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN e é procurador do Estado do Rio Grande do Norte. Na militância política, começou atuando no movimento estudantil, presidindo o Centro Acadêmico de Direito e o Diretório Central dos Estudantes (DCE). Filiou-se ao PCdoB em 1981, onde foi responsável por várias secretarias, também presidindo o Comitê Estadual em várias gestões. Atualmente faz parte do Comitê Central do PCdoB, eleito durante o 12° Congresso em 2009.

Antenor Roberto é o terceiro comunista a assumir um Governo no RN. O primeiro foi o operário José Praxedes, durante Insurreição Comunista de 1935, protagonizada pela Aliança Nacional Libertadora, que durou apenas quatro dias. O segundo membro do Partido a assumir a chefia do Governo do Estado foi o então vice-governador, Fabio Dantas, durante a gestão de Robson Faria (2015-2018), no período de 24 a 28 de junho de 2015.


 De Natal, Christian Lira e Manoela Macedo, da assessoria da Vice-governadoria.
Adaptado pelo PCDOB DE NOVA CRUZ/RN, 19/05/2019.

Política Maria Thereza Goulart: uma mulher vestida de silêncio

 
Livro reconstitui a trajetória de Maria Thereza Goulart, a bela gaúcha que chegou ao poder com Jango. Biografia que leva o título "Uma mulher vestida de silêncio" resgata a história da ex primeira dama.

Por Bertha Maakaroun – Estado de Minas


“A sua respiração ofegante e em alto volume tomava conta do quarto. Um som horrível. Maria Thereza deu a volta na cama e foi para o lado dele. Tentou acordá-lo. Jango estava com a boca aberta, buscando ar de maneira aflita, mas não conseguia respirar. Segurava com força o travesseiro. Deu um gemido mais alto e seco. Maria Thereza começou a sacudi-lo e gritou o seu nome.

Como ele não reagia, saiu correndo em busca de ajuda.” Naquela madrugada de 6 de dezembro de 1976, aos 57 anos, morria o ex-presidente da República João Belchior Marques Goulart (1918-1976), em sua fazenda La Villa, no município argentino de Mercedes. Única testemunha, o relato é de sua esposa, Maria Thereza Fontella Goulart. O casal se preparava para migrar para a Europa, deixando para trás 12 anos de exílio entre Uruguai e a Argentina, numa América do Sul tomada por ditaduras violentas, cujas lideranças democráticas estavam ameaçadas pela Operação Condor.

Dois dias antes, Jango, como era chamado, havia vendido gado num leilão em Arbolito, no Uruguai, e recolhido US$ 280 mil, com os quais planejava reiniciar a vida em Paris, ao lado da esposa. Os filhos, João Vicente e Denize, ameaçados de sequestro por grupos paramilitares que atuavam no Cone Sul extorquindo empresários, já estavam em Londres. A maleta com o dinheiro do gado viria a ser roubada em meio ao tumulto que se seguiu à sua morte. Mas não o seu último sonho: Jango, que tanto acalentara um retorno ao Brasil, atravessaria num esquife a ponte Augustin Justo, que ligava Paso de Los Libres, na Argentina, a Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. E mesmo morto, só encontrou o seu descanso ao lado de Getúlio Vargas, no cemitério de São Borja, após o último confronto com o regime militar, que resistia em deixá-lo retornar ao país, temendo a reação popular no adeus ao líder trabalhista.

A história de Maria Thereza ganha corpo e forma na obra de Wagner William, biografia que leva o título Uma mulher vestida de silêncio – A biografia de Maria Thereza Goulart, pela editora Record.

“Foram 12 anos de pesquisas, em arquivos desclassificados no Uruguai e Brasil, diversos documentos – entre eles o diário de Maria Thereza –, que se somaram a mais de 100 entrevistas”, explica o autor. A obra não só reconstitui o contexto histórico e cultural da mulher dos anos 1950 e 60 – como sobretudo, recupera a trajetória dessa filha de pais fazendeiros dos pampas gaúchos, nascida possivelmente em 1936 – à época os pais frequentemente alteravam as datas de nascimento dos filhos.

Maria Thereza fora educada para ser uma discreta mãe de família e dona de casa. Em 11 de dezembro de 1950, por volta dos 14 anos, semanas antes da posse do eleito Getúlio Vargas à Presidência da República, ela conheceu em São Borja o homem com quem se casaria cinco anos depois. Jango, à época, um empresário bem-sucedido, amigo pessoal de Getúlio, com quem convivera muito proximamente a partir de 1946, quando o presidente, apeado do poder, mergulhara em sua fazenda Itu, vizinha à estância São Vicente, de Jango.

Dezoito anos mais nova do que Jango, Maria Thereza viveria discretamente dedicada aos filhos e ao marido, quando este exercia a vice-presidência no governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) e nos quase sete meses da meteórica presidência de Jânio Quadros. Enquanto Jango representava o Brasil na China, ela se encontrava em férias em Lloret del Mar, na costa espanhola, acompanhada dos filhos Denize e João Vicente, quando ambos foram surpreendidos com a renúncia.

Na montanha-russa que marcaria a sua vida, aos 26 anos a primeira-dama Maria Thereza salta subitamente ao centro da cena social, exercendo fascínio e marcando época por sua beleza. Orientada pelo costureiro Dener, que vai ensiná-la a descobrir o próprio estilo, era apontada pela mídia nacional e internacional como uma das primeiras-damas mais belas do mundo. Da revista O Cruzeiro às internacionais Time, Paris Match e Stern, o interesse por essa mulher rendeu inúmeras capas e manchetes. Rivalizava em elegância com Jacqueline Kennedy e Grace Kelly, de Mônaco.

Em recepções oficiais, foi galanteada por chefes de estado e, segundo Wagner William registra na obra, abertamente assediada pelo então presidente da Iugoslávia, Josip Broz, o Tito (1892-1980), quando em visita ao Brasil.

AO LADO DO MARIDO NO PALANQUE

Na presidência de Jango, a imagem pública de Maria Thereza esteve sempre associada ao marido, aos filhos e à representação do papel à época encarnado pelas primeiras-damas – festas e recepções. Entretanto, ela marca um ponto de inflexão, ao participar em 13 de março de 1964, ao lado de Jango, no comício na Central do Brasil, no Centro do Rio de Janeiro, para defender as chamadas reformas de base. “Era uma época em que havia uma mínima participação da mulher na política. Ela quebrou isso ao subir no palanque”, assinala o autor Wagner William. Naquele comício em que 200 mil participaram e precipitaria a articulação do golpe, Jango encerrou o seu discurso: “Não apenas pela reforma agrária, mas pela reforma tributária, pela reforma eleitoral ampla, pelo voto do analfabeto, pela elegibilidade de todos os brasileiros, pela pureza da vida democrática, pela emancipação, pela justiça social e pelo progresso do Brasil”.

Na madrugada de 2 de abril de 1964, o golpe militar já se consumara e Jango partira para o Rio Grande do Sul. Com os filhos pequenos, Maria Thereza deixaria a Granja do Torto de madrugada, com uma pequena valise. Deixou para trás todos os pertences pessoais, inclusive joias, que seriam saqueados até por aqueles que se diziam amigos e por outros oportunistas de plantão. Partia para o exílio no Uruguai, com escala na Fazenda Racho Grande, em São Borja.

Três perguntas para...

Denize Goulart, filha de Jango e Maria Thereza, graduada em história.

Como era o seu relacionamento com o seu pai, Jango?

Foi meu melhor amigo. Um homem sensível, exemplo de pai, político, com uma trajetória de luta pela democracia, pela soberania nacional e pela justiça social. Ele foi um ser humano generoso.

Em 12 anos de exílio, apesar de tantas traições, tanta solidão, nunca ouvi dele uma palavra contra ninguém. Enquanto nós, muitas vezes, queríamos que brigasse com algumas pessoas, não aceitando determinadas coisas. Meu pai, um fazendeiro rico, foi um visionário, que acreditava que uma sociedade justa só se daria se os trabalhadores tivessem oportunidade e pudessem viver com dignidade. Para a elite, que nunca aceitou, esse comportamento era visto como uma traição. Getúlio Vargas e meu pai tinham visão muito avançada para a época. Talvez não fossem compreendidos. Era visão grandiosa da política, da sociedade e do trabalho, que tem de ser dignificante. Eram brilhantes e podiam ver a sociedade de forma grandiosa.

Como foi a decisão de seu pai de enviá-los a Londres, em 1976? 

Havia ameaças de sequestro. Eram grupos paramilitares que atuavam naquele momento em todos os países do Cone Sul, principalmente na Argentina. E a própria ditadura não tinha controle sobre eles.

Em determinado momento, pegaram membros de um grupo que se intitulava Associação Argentina Anticomunista. Bom, anticomunistas se diziam todos. Prenderam algumas pessoas desse grupo e chegaram a declarar que um dos planos era sequestrar os filhos de João Goulart. Meu pai ficou desesperado e disse que não ficaríamos mais na Argentina. Foi um período no exílio em que o cerco começou a fechar sobre ele, que já não tinha mais espaço para morar no Uruguai nem na Argentina. Ao mesmo tempo, tentava articular a possibilidade de volta para o Brasil. Mas ele estava vendo dificuldade, porque sabia que seria preso.

O que pensa sobre as circunstâncias da morte de Jango?

Para mim continua em aberto. Não posso dizer que foi assassinado pela Operação Condor, pois as investigações não são conclusivas. Sempre vai pairar essa dúvida. Até hoje achamos estranho. Ele estava bem, havia estado em Londres em outubro. Voltou e morreu em dezembro nesse violento contexto político. Não foi feita autópsia. Os governos argentino e brasileiro, as autoridades deveriam ter exigido a autópsia de um ex-presidente da República, exilado por força de uma ditadura.

TRECHO DO LIVRO

“Na Granja do Torto, uma espera cruel. Maria Thereza foi ao quarto de João Vicente e Denize a fim de se certificar de que os dois dormiam. Ouvia pelo rádio a notícia de que o Congresso declarou vaga a Presidência. Só pensava em Jango, perguntando a si mesma onde ele estaria. O silêncio a deixava mais nervosa. Falou para os amigos que estavam a seu lado, Maria Elisa, João José, Etelvina, Virgílio, Oscar Seraphico, Pedro e Terezinha, que deixassem o lugar, mas ninguém saiu. Barros Carvalho telefonou e conversou rapidamente com ela.

Uma nova ligação. Era Dener:

Estou triste e preocupado com tudo que está acontecendo. As notícias no rádio são terríveis.

Acho que vou precisar sair do Torto.

A senhora vai nos deixar? Que horror! Estou muito triste! Por favor, me mande notícias de onde a senhora estiver. Quero continuar sendo seu amigo. Mande um grande abraço ao presidente e, amiga, para onde for, não vá vestida de marrom.

Mesmo após a conversa com Dener, ela não arrumou as malas. Apenas esperava. O telefone tocou novamente. Tancredo reforçou o pedido para que ela ficasse calma, afirmando que Jango estava bem, e repetiu o aviso que Darcy lhe dera, sobre o avião. Alertada pela segunda vez, Maria Thereza aceitou preparar uma mala...”

Portal Vermelho

Arquibancada - Zé Maria, 70, e Biro-Biro, 60: dois ídolos de um tempo que se perdeu

Clodoaldo, Rivelino, Pelé, Tostão e Zé Maria: o lateral que fez história no Corinthians se sagrou tricampeão mundial no México, em 1970
A foto que ilustra este texto foi tirada por Domício Pinheiro, fotógrafo do Estadão que cobriu a Copa do Mundo de 1970. Aí estão Clodoaldo, Rivelino, Pelé e Tostão, titulares da melhor Seleção Brasileira de todos os tempos – o timaço que voltou do México com o tri mundial e a conquista definitiva da Taça Jules Rimet. Mais à direita, aparece um jovem lateral da Portuguesa, reserva do capitão Carlos Alberto Torres. Seu nome: José Maria Rodrigues Alves. Seu apelido: Zé Maria.

Por André Cintra
Domício Pinheiro

Ontem (sábado) (18), o “Super Zé”, também apelidado de “Cavalo de Aço”, fez 70 anos, conforme recordou, em nota, o CDC (Coletivo Democracia Corinthiana). Mas também foi aniversário de outro ídolo do Timão, o volante Biro-Biro (Antônio José da Silva Filho), que completou 60 anos e foi igualmente lembrado, com justiça, pelo CDC. Diferentemente de Zé Maria – que voltou a ser relacionado para uma Copa e até disputou algumas partidas no Mundial-1974, na Alemanha –, Biro-Biro jamais foi convocado para a Seleção Brasileira.

Esta talvez seja a diferença mais óbvia entre as carreiras desses jogadores. De qualquer maneira, creio não haver, na história do Corinthians, dois nomes com mais curiosidades comuns. Para começo de conversa, como já disse acima, os dois nasceram em um 18 de maio e, portanto, fizeram aniversário ontem. 

Eles se tornaram ídolos – e até xodós – da torcida corinthiana, mas não necessariamente eram jogadores decisivos, inspirados, cracaços. Ao contrário, sobressaíram mais pelo preparo físico, pela raça, pela entrega em campo. Jogaram, ambos, por outros clubes, mas são profundamente identificados com o Timão. Estão entre os cinco atletas que mais atuaram com a sagrada camisa alvinegra. Zé Maria realizou 598 partidas pelo Corinthians, e Biro-Biro, 590.

Embora tenham sido campeões paulistas por quatro vezes, cada um deles é lembrado por um título em especial. Zé Maria integrou elenco que, em 1977, ajudou o Corinthians a quebrar o tabu de 23 anos sem títulos – ele cobrou a falta que resultou no histórico gol de Basílio. Já Biro-Biro ficou particularmente marcado pelo Campeonato Paulista de 1982, em que, na final, fez dois gols contra o São Paulo. 

Muitos jogadores do Corinthians concorreram à Câmara dos Vereadores de São Paulo – os últimos, salvo engano, foram Marcelinho Carioca, Dinei e Wladimir. Mas só Zé Maria e Biro-Biro venceram também nas urnas. E há mais coincidências: um e outro foram eleitos quando ainda eram jogadores e tinham acabado de conquistar um Paulistão – Zé Maria em 1982, com 33 mil votos, pelo PMDB, e Biro-Biro em 1988, com 39 mil votos, pelo PDS.

O ponto mais convergente entre os dois é que não se fazem mais ídolos como eles. Zé Maria permaneceu no time profissional do Corinthians por 13 anos, e Biro-Biro, por dez. Há cada vez menos registros de atletas que se vinculam tão intensamente – e por um período tão prolongado – a um único clube, nacional ou estrangeiro. 

Se a economia brasileira naufragou nesta década – com uma prolongada recessão seguida de estagnação –, a economia do futebol brasileiro patina há mais de 20 anos. Na bola, o Brasil não acompanhou o salto exponencial de outros mercados, sobretudo a Europa Ocidental – mas também gigantes econômicos sem tradição no futebol, como Estados Unidos e China. Perdemos jogadores até para países do segundo escalão do futebol e da economia – a Ucrânia e o Uzbequistão, por exemplo.

Celebremos, pois, Zé Maria e Biro-Biro, por eles e por um tempo que se perdeu – basicamente os anos 70 e 80 do século passado. Há sempre um ou outro trunfo nas coisas do tempo presente. Mas os ídolos de hoje, embora continuem a vir das camadas populares, “esquecem” suas raízes com a mesma rapidez com que sonham em deixar o clube e o País.

Fonte: Portal Vermelho

Política - Na contra-mão de Bolsonaro, Flávio Dino defende escola integral

 

Governador do Maranhão defendeu investimentos na educação pública durante palestra na Inglaterra.

Matéria do jornal O Imparcial informa que o governador Flávio Dino (PCdoB-MA), à frente da gestão que criou 49 escolas de tempo integral no Maranhão e que reduziu índices de violência na ordem de 63% na Região Metropolitana da capital São Luís, defendeu os investimentos em educação e a consolidação de uma Política Nacional de Segurança na palestra realizada neste sábado (18), na London School of Economics and Political Science, em Londres.

A participação foi parte da programação da edição 2019 do Brazil Forum UK, que busca construir diálogos para uma agenda construtiva para o país. O governador do Maranhão defendeu a aplicação de leis como as que criaram, em 2018, o Sistema Único de Segurança Pública e o Fundo Nacional de Segurança Pública.

“São ferramentas imprescindíveis para que nós tenhamos a alavancagem de investimentos na direção correta, medidas de qualificação e aprimoramento da polícia, da ação do sistema de segurança pública”, afirmou o governador, que também ressaltou a importância do enfrentamento a questões sociais ligadas aos índices de violência nas grandes cidades.

“Ao mesmo tempo é preciso combater as causas sociais que levam à violência, sobretudo agora a recessão econômica, o desemprego, e investir em escolas, juntando as duas visões principais sobre segurança pública, nós chegamos ao caminho correto”, completou.

No evento, estiveram reunidos especialistas e autoridades de diferentes pontos de vista e setores da sociedade para debater questões essenciais e urgentes ao desenvolvimento econômico, social e ambiental do Brasil. O governador do Maranhão fez a palestra “Justiça e Segurança Pública: a relação entre o Judiciário e Políticas Públicas de Segurança”.

Fonte: Portal Vermelho

Política - Presidenta do PCdoB defende ampliação das mobilizações

 

Para a presidenta do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Luciana Santos, o presidente Jair Bolsonaro dobra a aposta na confrontação e flerta abertamente com o autoritarismo. 


Fortalecer as mobilizações e a frente democrática 

Por Luciana Santos*

Nesta última sexta-feira, 17, o presidente Jair Bolsonaro lançou uma cartada perigosa. Pelas redes sociais, fez um chamado aos seus apoiadores para se engajarem numa manifestação cujos alvos são o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) — instituições indispensáveis ao regime democrático.

O presidente endossa a fantasia de que há um complô das corporações do Estado contra seu governo. Chancela a visão de que é impossível governar nos marcos de um regime democrático. Então, a saída que aponta, ao que parece, é tentar arrastar o país para uma aventura autoritária e para tal busca adeptos.

Bolsonaro e seu governo estão, em certa medida, isolados. Isso se constata. Porém, essa condição de isolamento não provém de nenhuma conspiração, tal como ele e seus filhos disseminam. A responsabilidade é do presidente, de suas concepções políticas reacionárias, que enxerga inimigos por toda parte, inclusive dentro de seu próprio governo e da base partidária que o sustenta. Bolsonaro despreza o diálogo, amaldiçoa a política, e estabelece o ódio e a intolerância como regra.

O isolamento, também, vem da tomada de consciência de largos setores da sociedade de que os graves problemas do país não estão na agenda do governo. A economia está estagnada, a recessão volta a bater à porta. Bolsonaro quando eleito, sob euforia do mercado, projetava um crescimento da econômica de 2,4%, hoje, por consequência de seu projeto e de sua pura incapacidade, o Produto Interno Bruto (PIB), uma vez mais, não ultrapassará 1%. O desemprego não para de crescer, já atinge a 13,4 milhões de pessoas. 

Diante disto, Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, não anunciam nenhuma medida para impulsionar a retomada do crescimento e a geração de empregos. Privilegiam os interesses do sistema financeiro, que cresceram, somente neste primeiro trimestre 22,3%. Essa total falta de perspectiva de melhora revela o fracasso da agenda ultraliberal do governo. 

A recente turnê nos Estados Unidos dá demonstrações de que Bolsonaro está se tornando persona non grata nos círculos diplomáticos. No país de seu principal aliado externo, foi chamado de penetra e encontrou somente portas fechadas. Talvez esta seja a imagem mais desoladora do que é ser um vassalo em política internacional. 

É pequeno o respaldo do governo no Congresso Nacional. Até agora não conseguiu aprovar nenhum projeto importante por pura incapacidade. 

A situação política do presidente se agrava com as investigações do Ministério Público nas contas do senador Flávio Bolsonaro, onde há indícios de lavagem de dinheiro e de conexão com as milícias. O presidente Jair Bolsonaro que busca se apresentar com outsider,e de forte critica a política, no entanto não foram suficientes seis meses no governo para que a máscara do Mito de combate a corrupção e a violência caíssem. 

Neste ambiente de esgarçamento da base de apoio social e política do governo, veio a boa-nova do último dia 15 de maio, quando se deram as grandes passeatas em defesa da Educação e das universidades, contra o corte de verbas. Foram manifestações amplas, massivas, de caráter cívico, as maiores contra este governo até aqui.

Ao ver o povo na rua, democraticamente defendendo seus direitos, diante da perda crescente de governabilidade, vendo-se como num beco sem saída, o presidente dobra a aposta na confrontação e flerta abertamente com o autoritarismo.

Diante desse fato, eleva-se a importância de uma convergência de amplas forças políticas, sociais, econômicas e culturais em torno da defesa da democracia e dos direitos. Não podemos subestimar as ameaças de Bolsonaro. Obra do desespero, cortina de fumaça ao seu fracasso, de qualquer modo, tais investidas precisam ser eficazmente repelidas.

Devemos reforçar ainda mais a agenda de mobilizações do campo democrático, popular e patriótico em defesa da Educação e da aposentadoria, vinculando-as, fortemente, ao rechaço da ameaça autoritária de Bolsonaro e de defesa do regime democrático.

Recife, 18 de maio de 2019

*Presidenta do Partido Comunista Brasil-PCdoB