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domingo, 2 de abril de 2023

O caráter dos que lutaram contra a ditadura - por Urariano Mota

Em trechos do seu romance “A mais longa duração da juventude”, Urariano Mota reflete sobre o caráter dos lutadores contra a ditadura brasileira.

Eu estava refletindo há pouco e vi que o admirador reflete o seu caráter nas pessoas que ele admira. O caráter dos ídolos está no admirador. Ainda que este não realize os grandes feitos dos seus ídolos, essa admiração revela o homem que os admira. Assim, quem eleva Mussolini ao posto de grande homem, é fascista ou simpatizante de fascismo. Na sua admiração se revela. Quem admira Marx é uma pessoa comunista ou de esquerda ou democrata. E quem admira Machado de Assis e seu dicionarista José Carlos Ruy, assim como eles gostaria muito, se Deus fosse camarada, de fazer obra semelhante. E quem, numa escala miserável e medíocre, admira Bolsonaro, assim como o criminoso revela a própria ignorância e fascismo.

Essas reflexões me vêm a propósito do caráter dos lutadores contra a ditadura brasileira. E para não me alongar, destaco trechos do meu romance “A mais longa duração da juventude”, cujo título é uma promessa que espero ter, numa felicidade, quem sabe talvez, realizado. Aos trechos:

“Selene continua:

– Mas o que são as dificuldades para a vitória do socialismo, companheiro?

– Fale baixo, companheira – Célio sussurra, entredentes, atrás.

Selene o encara, na iminência de lhe enviar um raio. Mas sufoca a fulminação, e sem lhe responder continua num tom menor:

– O que são nossas dificuldades frente ao heroísmo do vietcongue?

Então eu, como um pequeno-burguês convertido ao novo evangelho, à pregação apaixonante da revolução pergunto já conquistado:

– O que posso fazer?

Selene me olha e responde rápido:

– Me pague uma sopa.

Peço e pago uma. E mais uma cerveja para nós. Mas ao chamar o garçom, Célio intervém:

– Eu troco minha cerveja por uma sopa. Pode ser?

– Claro, pode – e me digo: ‘foi-se embora meu cinema de sábado’.

Ao chegar a sopa, densa, de macarrão e carne, Selene a aplaude. O garçom sorri para a mocinha esfomeada. Ela também sorri para o garçom. Então, com a colher que vai ao prato e volta em brevíssimos intervalos de tempo, ela nos fala, deliciada:

– Sem sopa não há revolução…   

Então a advogada Gardênia anotará da entrevista com Vargas: ‘Ele era um tipo romântico, ingênuo’. O que isso queria dizer? Ali na sala está corporificado para ela: de braços abertos, Vargas protege a companheira e a filha. No diário da advogada: ‘eu conversei com ele que fugisse, ao que ele se negou dizendo que isso não faria, porque zelava pela segurança da filha e da esposa’. E Vargas, na defesa sem armas, na imaginada que pode dar às pessoas do seu extremado carinho, registra o diário da advogada: ‘Eu pedi que ele deixasse a criancinha sob meus cuidados. Ele me falou que não ia levar Nelinha para uma aventura, porque ela era uma pessoa frágil, e seria também assassinada. Aí era pior, porque a menina ficaria órfã, sem ninguém’.

Nesse ponto flagramos a pessoa, a coragem e terror de Vargas: a consciência de que será morto. Mas não só morto a tiro, de bala. Morto depois de intensa tortura e sofrimento. Aqui entra o ponto nevrálgico, ele sabe que não demora ser brutalizado, se continuar no Recife. Mas não deseja que a sua mulher o acompanhe, na hipótese de fuga ou adiamento da execução. Se ele é o condenado, por que atrair, dividir o inferno com quem ama?

– Fuja, fuja, Vargas. O momento de escapar é agora – fala a advogada.

Mas ele, o homem ‘romântico ingênuo’, não quer. À distância podemos ver a lógica fria do heroísmo em lugar do romântico, penso. A advogada Gardênia lhe atribui a qualidade de romântico porque ele defende de modo absoluto a integridade física da companheira. Um caso de paixão de enamorado, talvez. E acrescenta o ingênuo, porque ele se nega a receber o oferecimento prático do mundo real, a saber: fugir, salvar-se, para depois em segurança avaliar o estrago que deixa. Mas não estamos preparados para ver a grandeza no instante em que ocorre. Ou melhor, só vemos o grande quando ele nos impacta de modo bárbaro. Por exemplo, Gregório Bezerra sendo espancado a golpes de ferro na cabeça pelas ruas do Recife. Na sua altiva resistência vemos. Mas não enxergamos que o heroísmo vem antes da tragédia. Na decisão que antecede o desfecho não vemos a grandeza. O próprio Vargas, naquela hora em que abre os braços no apartamento de Gardênia, nada vê de excepcional. Ele apenas age para defender pessoas do seu amor, age apenas por justiça. Não levará para a desgraça a companheira querida e sua Krupskaia. Não permitirá que corram riscos maiores que viver com um ‘terrorista’. E ameniza a própria bravura com uma fórmula prosaica:

– Talvez eles nem me peguem agora. É tempo de eu vender livros pedidos pelas escolas. Com o dinheiro da comissão, eu fujo. Entendeu, doutora? Mas fique com os meus documentos. Se a situação apertar, já estão com a senhora

Aperta a mão da advogada e sai. Desce pelas escadas para melhor refletir, como se no tempo entre o quarto andar e o térreo houvesse um acréscimo de vida. E vem parando nos trechos intermediários, a retardar a sua hora, até alcançar a portaria e sair para a Rua Sete de Setembro. Agora, é o mundo real sem mais discussão filosófica. E o real são ele, Daniel e Fleury…….

O horror das mortes em 1973 é o retrato do seu último instante físico. Não é justo resumir uma vida humana assim. Sobre um animal sentimos a brutalidade: ‘O novilho continuava lutando. A cabeça ficou pelada e vermelha, com veias brancas, e se manteve na posição em que os açougueiros a deixaram. A pele pendia dos dois lados. O novilho não parou de lutar. Depois, outro açougueiro o agarrou por uma pata, quebrou-a e cortou-a. A barriga e as pernas restantes ainda estremeciam. Cortaram também as patas restantes e as jogaram onde jogavam as patas dos novilhos de um dos proprietários. Depois arrastaram a rês para o guincho e lá a crucificaram; já não havia movimento’. Se essa infâmia narrada magistral por Tolstói nos fere quando pensamos no gado, o que diremos de pessoas no matadouro?

Penso em Vargas e seu sacrifício, o heroísmo que ninguém notou. Morto como mais um boi, gado abatido qualquer. Se não lhe comemos a carne, comemos a sua grandeza, porque o defecamos em nova brutalidade. Onde está Vargas, onde buscar Vargas? Ele está na sala da advogada Gardênia, quando ela lhe propõe a fuga, que corra e suma antes de ser morto, e ele se nega porque Nelinha era muito frágil? Ele está no ônibus, quando luta febril ao vislumbrar a sua última hora, da qual possui a certeza, e para ela caminha ainda assim? ‘Nelinha está salva’, ele se fala. ‘Ela continuará a viver. Ela e a minha filhinha continuam. Venham, malditos’. E nisso, ao expressar também a crueza do seu isolamento, pois não estava ‘organizado’, sem vínculo direto com organização clandestina, onde buscar o terrorista Vargas? Desta maneira ele ficou adiante, conforme o viu a advogada Gardênia:

‘Vargas, que eu conhecia muito, estava também numa mesa, estava com uma zorba azul-clara, e tinha uma perfuração de bala na testa e outra no peito. E uma mancha profunda no pescoço, de um lado só, como se fosse corda, e com os olhos abertos e a língua fora da boca’. Vargas teria sido puxado por corda para o matadouro? Aos bois partem o rabo, rompem a cartilagem, para assim ele arremeter para o lugar onde o sangram. A homens arrastam? Nos laudos da ditadura, não há uma narração da dor. Mentirosos, chegam a ocultar a causa mortis, ao esconder lesões, ao eufemizar a barbárie. Tudo que falam é uma adaptação do cadáver à fraude da repressão política. É nessas circunstâncias que cresce o valor do depoimento da advogada, que testemunhou e preencheu as lacunas, o vácuo dos laudos tanatoscópicos:

‘Soledad estava com os olhos muito abertos, com expressão muito grande de terror. A boca estava entreaberta e o que mais me impressionou foi o sangue coagulado em grande quantidade. Eu tenho a impressão que ela foi morta e ficou algum tempo deitada e a trouxeram, e o sangue quando coagulou ficou preso nas pernas, porque era uma quantidade grande. E o feto estava lá nos pés dela, não posso saber como foi parar ali, ou se foi ali mesmo no necrotério que ele caiu, que ele nasceu, naquele horror’.

Leia também: Uma condenação da tortura e morte na ditadura

Fonte: Portal VERMELHO

59 anos depois, narrativa do Golpe de 64 segue em disputa - por André Cintra

 

Enterro do estudante Edson Luis, assassinado pelos militares. Foto: Arquivo Nacional/Correio da manhã.


39% dos brasileiros dizem não confiar nos militares, conforme pesquisa divulgada em fevereiro.

O Largo General Osório, na região da Santa Ifigênia, no Centro de São Paulo, abrigou um dos principais órgãos da repressão na ditadura militar brasileira (1964-1985). Ali funcionou o temido Deops-SP (Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo), ou apenas Dops, palco de prisões, torturas e assassinatos à margem da lei.

Seu chefe mais conhecido foi Sérgio Paranhos Fleury, delegado da Polícia Civil e torturador profissional. As execuções de Carlos Marighella e Carlos Lamarca, bem como a Chacina da Lapa – que provocou a morte de três dirigentes nacionais do PCdoB –, contaram com sua participação. Em 1º de maio de 1979, Fleury morreu afogado no mar de Ilhabela, após cair de uma lancha.

Quem visita hoje o número 66 do Largo General Osório não encontra mais uma instituição militar ou policial – mas, sim, o Memorial da Resistência. A história do que ocorreu em seus porões é contada agora pelo ponto de vista das vítimas, não dos algozes – o que garante um raro e pujante exemplo de ressignificação histórica, em favor da democracia.

O Forte de Copacabana, instalado na ponta de uma das praias mais famosas do mundo, na zona sul do Rio de Janeiro, não teve sorte igual. Foi lá que, em julho de 1922, a Revolta dos 18 do Forte desnudou de vez as contradições da República Velha e viu emergir o movimento tenentista.

Num ano já marcado pela Semana de Arte Moderna (em fevereiro) e pela fundação do Partido Comunista do Brasil (em março), a insurreição dos tenentes cariocas comprovava a crescente inquietação no País. Novas revoltas tenentistas sobrevieram, incluindo a épica Coluna Prestes. A agitação culminou na Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas, com o apoio dos tenentistas.

Mas quem vai hoje ao Forte de Copacabana, a despeito da vista e do ambiente agradáveis, precisa ter coragem. O Museu Histórico do Exército, construído em suas dependências, espalha relatos laudatórios – e algumas mentiras – sobre o Exército brasileiro.

Dois episódios sobressaem na narrativa militar: a Guerra do Paraguai e o Golpe de 64. Em primeiro lugar, a caserna não usa tais nomenclaturas. O maior conflito armado na América do Sul é chamado internamente de Guerra da Tríplice Aliança, enquanto o golpe de Estado que derrubou o presidente João Goulart não passa de um “movimento revolucionário” ou simplesmente “revolução”.

No caso da guerra, tudo teria começado devido à tirania do presidente paraguaio, o marechal-ditador Francisco Solano López, que ousara invadir o Mato Grosso. Pouco se fala sobre os antecedentes desse suposto estopim, como a manobra golpista que, com o apoio do Brasil, defenestrou Bernardo Prudencio Berro (aliado de Lopez) da presidência do Uruguai. O fato de o Paraguai ser, à época, um “emergente” econômico sem saída para o mar sequer é citado.

Tampouco se mencionam os crimes de guerra cometidos pelo Exército brasileiro contra o povo, em especial o genocídio sem precedentes na região. A Tríplice Aliança matou cerca de 280 mil paraguaios, muito notadamente os homens – a população masculina do Paraguai quase foi reduzida a pó. Havia localidades no país com 20 mulheres para cada homem.

Sobre o Golpe de 64, os guias do museu no Forte de Copacabana não se avexam de repetir ladainhas de 59 anos atrás, como a suposta ameaça comunista representada pelo governo João Goulart – a “república sindicalista de Jango”. Quem conhece o bê-á-bá do movimento comunista no Brasil sabe que o início dos anos 1960 foi um período de intensas divergências internas, tensões e cisões.

O museu frisa que a quartelada teve o apoio dos empresários, da mídia, do Congresso, do STF (Supremo Tribunal Federal), etc. Mas omite que, quando esse apoio se esvaiu, as Forças Armadas ignoraram a opinião pública e apelaram a atos institucionais, censura, cassações, fechamento do Congresso, intervenções no Judiciário, prisões, mortes, etc., etc., etc.

Cinquenta e nove anos depois, a narrativa do Golpe de 64 segue em disputa. O legado da ditadura é criminoso, e não heroico. É um legado de medo e terror que a cúpula das Três Forças teima vergonhosamente em negar, destruindo e ocultando documentos, falseando a História e protegendo torturadores. Os quatro anos de governo Jair Bolsonaro (PL) representaram uma espécie de recaída moral de parte dos militares, que passaram a celebrar o Golpe de 1964 não como protocolo – mas como uma inspiração.

As ameaças autoritárias de Bolsonaro, a ocupação dos quarteis e de rodovias por bolsonaristas extremados, o golpe frustrado de 8 de janeiro – nada disso teria ocorrido sem a complacência desses setores das Forças Armadas. A população – que tinha uma visão indulgente dos militares – agora se divide: 39% dos brasileiros dizem não confiar neles, conforme pesquisa AtlasIntel divulgada em 1º de fevereiro passado.

Daí a sensatez do comandante do Exército, Tomás Paiva, que ameaçou de punição todo e qualquer militar da ativa que comemorasse nesta sexta-feira (31) a passagem dos 50 anos do Golpe de 64. Daí o acerto do governo Lula em recriar a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, que foi esvaziada e depois extinta por Bolsonaro. A ditadura acabou formalmente há 38 anos, mas sua memória segue viva e assustadora, dentro e fora das Forças Armadas.

Fonte: Portal VERMELHO

O caráter dos que lutaram contra a ditadura - por Urariano Mota


A ministra do Esporte, Ana Moser, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante apresentação da Taça da Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2023. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, nesta quinta-feira (30), em Brasília, que o governo federal está à disposição da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para somar esforços pela candidatura do Brasil à sede da Copa do Mundo feminina de futebol, em 2027.

A declaração foi dada durante evento no Palácio da Alvorada, para apresentação da taça da Copa do Mundo 2023, a ser realizada na Austrália e na Nova Zelândia. O troféu está percorrendo os 32 países que vão disputar o torneio, entre 20 de julho e 20 de agosto. A seleção feminina do Brasil busca um título inédito.  

“O governo, através da Presidência, através do Ministério do Esporte e através do Itamaraty, estará à disposição da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para fazer o necessário para que a gente consiga trazer, em 2027, a Copa do Mundo Feminina para o Brasil”, afirmou Lula.

“Será um evento motivador da construção de uma consciência política junto ao povo brasileiro, para que entenda a participação da mulher efetivamente em todos os cantos que ela puder participar, onde quiser, do jeito que quiser”, acrescentou.

Lula também destacou as condições de infraestrutura que o país dispõe atualmente, melhores do que as de 2014, quando o país sediou a Copa do Mundo masculina. “Agora, você tem quase tudo pronto. Tem uma obra de infraestrutura urbana melhor do que a gente tinha em 2014. Tem estádios muito bons”.  

Estratégia Nacional

Durante o evento, Lula também assinou o decreto que cria a Estratégia Nacional para o desenvolvimento do futebol feminino no país. O programa, sob responsabilidade do Ministério do Esporte, prevê medidas de promoção do desenvolvimento do futebol profissional e amador no país, ampliação dos investimentos e formação técnica para meninas e mulheres no mercado da bola. 

“A estratégia é uma iniciativa transversal, que aborda princípios da agenda social deste governo: a equidade de gênero, o combate ao racismo e a redução das desigualdades. Essa abrangente agenda encontra no esporte, e em particular neste Ministério do Esporte, uma ferramenta importante. No caso do futebol feminino, a gente conta sempre com a parceria da CBF e das federações estaduais”, afirmou a ministra do Esporte, Ana Moser.

Entre as ações, o programa pretende fomentar a participação das mulheres em posições de gestão, na arbitragem e na direção técnica de equipes, além da instalação de centros de treinamento específico para as mulheres, com metodologias próprias e diretrizes pedagógicas adaptadas às necessidades femininas. O decreto determina que, em 120 dias, seja elaborado um diagnóstico da situação atual do futebol feminino no país e um plano de ações até 2025 para a implantação da estratégia.

“O futebol feminino em si traz um histórico de muitas dificuldades, de preconceitos, invisibilidade, que impõe barreiras que persistem em afastar as mulheres da prática do esporte, seja por lazer e mesmo em âmbito profissional”, observou a ministra. 

A Estratégia Nacional inclui ainda, segundo ela explicou, a “promoção de uma cultura competitiva sadia, evolução da consciência, autoestima e integração social” das mulheres. Também pretende desenvolver mecanismos efetivos de “desmobilização de comportamentos intolerantes e violentos contra meninas e mulheres nos estádios de futebol ou fora deles”. 

“A CBF está muito feliz com projetos que possam estar cada vez mais inserindo a mulher no esporte, principalmente no futebol, e sempre vai ser parceira, procurando se alinhar para aquilo que possa fortalecer o futebol feminino, não só para as atletas, mas para toda cadeia do futebol feminino”, afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

Edição: Kleber Sampaio

Portal VERMELHO


Caso das joias: Bolsonaro vai depor na Polícia Federal em 5 de abril - Por ANDRÉ CINTRA

Foto reprodução

A Polícia Federal (PF) investiga se Jair Bolsonaro (PL) cometeu crime de peculato ao se apropriar ilegalmente das joias doadas ao governo brasileiro. Se for condenado, o ex-presidente pode pegar de dois a 12 anos de prisão, além de ter de pagar multa.

O peculato ocorre quando um funcionário público está encarregado de administrar um bem (dinheiro público ou objeto móvel apreciável), mas o subtrai ou desvia, mediante abuso de confiança, para proveito próprio ou alheio. No caso de Bolsonaro, as joias – que foram oferecido - as por autoridades da Arábia Saudita – não foram declaradas formalmente, a exemplo de outros presentes de luxo.

Segundo o Blog da Andreia Sadi (G1), a PF “deve ouvir Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid (ex-ajudante de ordens da Presidência), o ex-chefe da Receita Julio Cesar Vieira Gomes e outras sete pessoas ao mesmo tempo – em salas separadas –, no inquérito que investiga o caso. O depoimento foi marcado para 5 de abril, às 14h30”.

No final de 2022, pouco antes de encerrar o mandato no Planalto,  Bolsonaro ordenou sua equipe a tentar liberar um kit de joias avaliado em R$ 16,5 milhões. O conjunto foi apreendido pela Receita Federal em 2029, após o desembarque da comitiva brasileira que fora à Arábia Saudita. Bolsonaro também se apropriou de um relógio da Chopard e outro Rolex que não foram declarados.

Fonte: Portal VERMELHO