ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65

ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65
CAMPANHA MOVIMENTO 65

sábado, 27 de outubro de 2018

Vitória da democracia ao alcance das mãos

 
Foto: RICARDO STUCKET

A cada hora, desde os últimos três dias, cresce, se agiganta a onda pró democracia. Ela traduz uma tomada de posição de amplos setores da sociedade brasileira contra a ameaça de retrocesso civilizatório representada pelo candidato da extrema direita, Jair Bolsonaro.

Há um rumor nas ruas, nas casas, nas redes sociais. Há um rumor por toda parte, as pessoas se movimentam em ritmo de urgência, de emergência. Há um mutirão de milhões pedindo e virando votos.

A mensagem é uma só: a democracia corre risco e só há um meio de salvá-la: votar, assegurar a vitória da chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila. 

Até último minuto das eleições de domingo (28), vamos ampliar e intensificar esse mutirão. A vitória da democracia é plenamente possível! O voto que falta depende de você!

As pesquisas de intenções de votos detectaram isso, traduzindo em números o que se vê e se ouve nas ruas. Há, sem dúvida, a ampliação da tomada de consciência de que o arbítrio, a cultura da violência, a destruição da institucionalidade democrática e a entrega do patrimônio nacional não podem vencer. 

Só há meio de dizer SIM a democracia; e NÃO a volta da ditadura: Votar 13!

Os pronunciamentos de Bolsonaro e sua claque, reiterando o que que para alguns poderia parecer simples desatinos, não deixaram margens de dúvidas de que eles apenas voltaram a manifestar o que realmente pretendem fazer, caso ganhem as eleições. O presidenciável fascista deu um ultimato à democracia com a declaração de guerra à Constituição ao dizer, com todas as letras, que pretende banir a liberdade de imprensa, de manifestação e de organização partidária. 

Por obra do destino, no mesmo dia apareceram as declarações do seu filho, o deputado federal paulista Eduardo Bolsonaro, ameaçando o Supremo Tribunal Federal (STF) — dias depois, reforçadas em outro vídeo, este de um pronunciamento dele na Câmara dos Deputados —, complementando a sentença do pai. Não por acaso, nesse ambiente de torpezas ditatoriais, militares da reserva que apoiam a candidatura fascista despejaram impropérios contra a democracia. Na soma dos arroubos, foram ameaçados o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em seguida, para favorecer Bolsonaro a autonomia das universidades foi pisoteada.

Esses fatos causaram forte indignação e deixaram claro, para quem não tinha a real dimensão que a chapa Bolsonaro-Mourão representa um risco real à Constituição e à democracia.

Os pronunciamentos tresloucados do bolsonarismo contribuíram bastante para impulsionar essa onda, mas é preciso considerar a força da chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila, que conseguiu romper a armadura da candidatura do capitão fascista. Com isso, ficaram ainda mais explícitos o seu despreparo para ser presidente da República e a sua plataforma política baseada na apologia à tortura, à violência e ao arbítrio. Não resta mais dúvidas de que ele é um semeador de ódio e obstinado algoz da democracia. 

Essa é a síntese dessa onda democrática, um intensa mobilização, na escala de milhares e milhares de pessoas, que ocupa as redes sociais, ruas e praças, que chega às famílias, às igrejas, aos locais de trabalho e não para crescer. À militância progressista cumpre, nessas horas finais da campanha, mobilizar pelo menos os 15% dos eleitores que, segundo os pesquisadores, não definiram o voto ou estão propensos a migrar para a chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila. 

Embora Bolsonaro ainda ostente a dianteira nas pesquisas de intenções de votos, essa posição está visivelmente em declínio. Derrete. Nesse ambiente, surge a importância de se fazer uma espécie de mutirão nacional para pedir votos não para um partido ou posição política, mas em defesa da democracia e da pátria. Dizer que votar 13 é votar pelos direitos do povo, pelo futuro da nação, pela soberania nacional, pela civilização. Não se pode, nesse momento decisivo, se omitir um segundo sequer na missão de conquistar os votos necessários para a vitória da chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila. 

 Do Portal Vermelho

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Jandira Feghali: Aos que se importam

 
É difícil saber como começa uma ditadura ou quanto tempo vai durar. Mas ela dá sinais, por vezes bem fortes, como agora. Vai se infiltrando em corações e mentes fazendo-os crer que o país chegou ao fundo do poço. Que é preciso mão firme para solucionar os graves problemas enfrentados.

Por Jandira Feghali


Elegem um fantoche para canalizar seu desejo de poder e fazem da sociedade um alvo fácil para que, subliminarmente, o pensamento único impere. Depois de instalado, ele justifica qualquer tipo de conduta.

A ditadura militar no Brasil durou 21 anos. De 1964 a 1985, promoveu a censura, torturas, desaparecimentos e assassinatos. Atacou direitos sociais com uma explosão de concentração de renda e promoveu uma forte redução do salário mínimo, que foi rebaixado ao seu menor valor de todos os tempos. Um custo altíssimo pago com sacrifícios e vidas. Foi a luta de pessoas perseguidas e comprometidas com a liberdade que impôs a resistência ao regime autoritário e permitiu que ele tivesse um fim. Foram as pessoas taxadas de comunistas e terroristas que não se calaram e denunciaram as atrocidades cometidas. 

Hoje, 33 anos nos separam do dia em que comemoramos a fim da ditadura e muitos sequer se recordam dos dias difíceis. Os mais jovens, intocados pela violência por ela provocada, talvez se identifiquem com os que pretendem transformá-la em mero "movimento". Mas, nem todos perderam a capacidade de se importar. O país está dividido sim. Mas não entre honestos e corruptos. Esquerda e direita. Petistas e antipetistas. O Brasil está assistindo o embate cada vez mais nítido entre os que se importam e os que não se importam com a democracia. 

Há um número grande de pessoas que precisam ser acordadas para o risco de perder sua liberdade de pensar e agir.

Aos que, conscientemente não se importam, não há o que ser dito. Eles sabem do precipício em que podemos cair, mas incorporaram de tal maneira o discurso do ódio que já se tornaram impermeáveis a qualquer tipo de argumento. Dirijo-me aos que se importam. E, acredito, são maioria. Aos que não viveram uma ditadura, mas são capazes de entender seus efeitos danosos para toda a sociedade. Aos que conviveram com o regime militar sendo, em maior ou menor grau, por ele afetados. Aos que ainda estão em dúvida diante das urnas.
A esses me dirijo. 

Não se deixem enganar pelo discurso de que estamos na normalidade democrática. Há um desequilíbrio evidente entre o poder de massificação da mensagem de nosso opositor e nossa capacidade de resistir às mentiras veiculadas. Enquanto eles se utilizam de todos os meios, lícitos e ilícitos, para convencer os eleitores de que são a "salvação da pátria", nós cumprimos nosso papel de dialogar e alertar para o que está por trás dessa verdadeira avalanche de fakenews. 

Enquanto eles fogem do debate, nós estamos nas ruas todos os dias defendendo nossas propostas e tentando evitar o estado de exceção. Defendemos o direito à divergência, o pluralismo político, o livre pensar, o direito de livre associação, organização e de culto. As liberdades, a diversidade cultural e humana, sem preconceitos de qualquer tipo. E por isso, somos defensores da paz.

Jamais aceitaremos a tortura, o estupro, a violência, o banimento, o exílio, a prisão arbitrária como métodos de ação do Estado ou a serem protegidos por ele. 

É momento dos que se importam saírem do conforto da neutralidade. Sem medo. Apenas com a certeza de que não podemos compactuar com os que querem sair da caserna para comandarem a política e com a grave ruptura democrática apresentada pela candidatura Bolsonaro.

Os que se importam fizeram toda a diferença nos anos de chumbo. Estou confiante que farão a diferença agora e não permitirão que a semente da ditadura germine. Dia 28 de outubro é dia de se importar! Por nós mesmos, por nossos filhos e filhas, pelo Brasil que sabemos pode voltar a combater as desigualdades e a fome! Pelo Brasil altivo e soberano! Pelo Brasil da paz e da vida! Pela democracia e pela liberdade é HORA de VIRAR! Haddad e Manuela 13!

Fonte: Portal Vermelho

Publicitários lançam manifesto pró-Haddad em favor da democracia

 

Um grupo de publicitários criou um manifesto contrário a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) e colocando Fernando Haddad como a única opção democraticamente viável neste segundo turno das eleições presidenciais. É a primeira vez na história do Brasil que a categoria se posiciona em uma eleição presidencial.


“Repudiamos o discurso de ódio e, como formadores de opinião e criadores e propagadores de ideais, é nossa responsabilidade, moral e ética, nos mobilizarmos em defesa das minorias, por um país livre de intolerância, preconceito e discriminação”, diz um trecho do documento.

O manifesto reúne milhares de assinaturas de profissionais da categoria e está aberto à adesão. Os profissionais interessados em aderir, precisam enviar o nome completo para democraciaacimadetudo.2018@gmail.com.

Leia a íntegra: 


DEMOCRACIA ACIMA DE TUDO

Centenas de profissionais do mercado publicitário, abaixo-assinados, de diferentes ideologias políticas, vêm, por meio desta, tornar pública a nossa posição a favor da democracia, da liberdade de expressão e dos direitos humanos.

Repudiamos o discurso de ódio e, como formadores de opinião e criadores e propagadores de ideais, é nossa responsabilidade, moral e ética, nos mobilizarmos em defesa das minorias, por um país livre de intolerância, preconceito e discriminação.

Não podemos ficar imparciais diante da situação que vivemos no Brasil, em que a disputa é entre valores humanitários e ideias antidemocráticas.

Vale destacar o movimento em nossa própria classe, cujo passado (e presente) machista, racista, xenofóbico e homofóbico, finalmente, deve caminhar em direção a um futuro mais justo.

Independente da posição política de cada um de nós, somos todos contra a violência, a censura e a instauração de um governo autoritário e antidemocrático. Dessa forma, sendo coerentes com tais valores, nesse momento crítico de nossa história, a única opção é o voto em Fernando Haddad..

Fonte: Portal Vermelho

Gilmar pede cautela e diálogo após ofensiva contra universidades

 

Carlos Moura/SCO/STF

Após 29 universidades serem censuradas e invadidas por agentes do Estado nesta quinta-feira (25), o ministro do STF, Gilmar Mendes, pediu em evento ‘cautela’ em ações realizadas pela justiça contra as universidades. Segundo ele, é preciso fazer uma reavaliação para que haja uma “relação dialógica e menos repressiva”.

Nesta sexta-feira (26), que esteve em evento na Uninove, na capital paulista, e afirmou ser necessário ter uma relação mais dialógica e menos repressiva no que se refere aos casos de ações contra as universidades.


"É preciso que façamos uma reavaliação para não valorizarmos uma ação repressiva e que possamos valorizar uma relação mais dialógica. Nós precisamos ter uma relação dialógica e menos repressiva", falou.

Gilmar disse que as universidades são vitais para o pensamento e que a sociedade precisa lidar essas manifestações "com certa compreensão e tolerância" e que não são todas as que traduzem manifestações de apoio a partidos políticos ou políticos.

O ministro disse também que em um segundo turno a temperatura das discussões políticas "sobe demais" e que nesse contexto os juízes eleitorais recebem diversas manifestações e tomam a maior parte das decisões quase que de forma monocrática, sem levar ao colegiado. 

Gilmar afirmou que nas universidades há "ebulição" de ideias mesmo fora do período eleitoral e isso tem que ser relativizado. "Não é incomum, nós mesmos (ministros do STF) vamos a eventos universitários e somos recebidos com protesto. Isso faz parte do processo democrático ", considerou.


Do Portal Vermelho, com informações do Uol

Racismo e intolerância: Universitária é estuprada em Fortaleza

 

Uma jovem negra, aluna da Universidade de Fortaleza(Unifor), foi ameaçada por um eleitor de Jair Bolsonaro (PSL), também estudante da mesma universidade. Ela chegou a fazer um Boletim de Ocorrência mas, no dia seguinte, foi sequestrada e estuprada.


A menos de 48 horas do início da eleição cresce a onda de fascismo e terror em todo o país envolvendo personagens divergentes no processo eleitoral. Várias vítimas já perderam a vida ao defender seus candidatos. Mais uma vez as ameaças e a intolerância ultrapassaram o limite do aceitável. 

Desta vez o crime foi em Fortaleza. Uma aluna negra, eleitora de Fernando Haddad (PT), sofreu ameaças e ofensas que diziam: “Você não merece estar aqui”, “Esse lugar não é para gente como você”, “Sua negra! Não quero conviver com pessoas do seu tipo aqui na Universidade”. 

Em Boletim de Ocorrência feito na última quarta-feira (24), a vítima afirma que o acusador era um homem branco e eleitor de Bolsonaro. Um dia depois, na quinta-feira (25), mesma data em que seu candidato disse que iria acabar com o “coitadismo” no Brasil, a mesma aluna foi arrancada de um transporte coletivo, ameaçada com um canivete e estuprada. A jovem foi hospitalizada.

Resistência

Indignados com o avanço do fascismo dentro da Universidade, centenas de alunos realizaram, na manhã desta sexta-feira (26), um ato de protesto. Com concentração na biblioteca central, os universitários saíram em caminhada e ocuparam a Avenida Washington Soares, em Fortaleza, para denunciar o crime. “Machistas, fascistas, não passarão”, era o grito de clamor de homens e mulheres contra o horror.

“Lindo ato de resistência. Se o outro lado está com a barbárie, aqui estamos cheios de amor. Estamos uns por todos e todos pelo Brasil. Que orgulho dos estudantes da Unifor e de todos que fazem resistência por todo pais”, afirmou a médica Nara Arruda, que se solidarizou com o movimento. “Os tempos sombrios já começaram. É de massacrar o coração. O chocante é ver a postura dos universitários que defendem aquele candidato e pensar quem vai nos proteger agora?”, questiona um ex-aluno de Direto da mesma instituição que pediu para não ser identificado.

Mais 

A Comissão de Direitos Humanos da OAB/CE já emitiu nota onde ratifica “preocupação e consternação” com o caso. “O crime que ocorreu aparentemente por motivações políticas, está sendo acompanhado pelo Observatório dos Crimes por Motivação Política e Ideológica, composto por OAB, DPE, DPU e CEDH. A aluna já havia comunicado as ameaças que sofria há vários dias às autoridades competentes, mas infelizmente a ameaça se concretizou. É lamentável e repugnante o nível que se chega nessas eleições. É preocupante o empoderamento de grupos que repercutem o discurso de ódio. A CDH presta total solidariedade à vítima e sua família e cobrará a apuração célere do caso, com a responsabilização desses criminosos”, afirma.


Em nota, O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Unifor também condena o crime. “Manifestamos total repúdio ao triste episódio em que uma aluna foi vítima de racismo dentro do Campus”. “Estamos profundamente preocupados! Esse fato revela uma atitude desprezível e chama a nossa atenção para a necessidade de, em pleno 2018, continuar debatendo sobre um princípio basilar em nossa Constituição Federal: Somos todos iguais, logo, temos direitos iguais. Não custa lembrar que a Legislação Brasileira considera crime a prática do racismo. Ressaltamos, também, a importância em divulgar quaisquer episódios similares motivados pela intolerância e ignorância. O presente caso já está sendo averiguado e os procedimentos cabíveis vêm sendo tomados para identificar e punir o agressor. Repudiamos qualquer tipo de discriminação, seja ela racial, de gênero, religiosa ou pela orientação sexual. E reafirmamos a posição da nossa entidade como lugar de apoio para os alunos. Racismo, esse lugar não é para você”.

Apesar de ter emitido uma nota onde afirma que já apura o caso, a Unifor informou que ainda irá se pronunciar oficialmente sobre o fato.

Veja abaixo um momento da manifestação dos estudantes da Unifor:
  


De Fortaleza, Carolina Campos

Vídeo: O Povo
Informações: Portal Vermelho

Manuela e PT entram na justiça contra agressões de Bolsonaro

 

Desesperado com a mudança nos rumos das eleições anunciadas pelo Datafolha nesta quinta (25), Jair Bolsonaro veiculou mais Fake News, agora em sua propaganda eleitoral exibida na televisão. Bolsonaro editou falas de entrevista concedida por Manuela d´Àvila, candidata a vice de Haddad (PT), à revista Istoé e atribui falaciosamente a responsabilidade do caso Celso Daniel ao PT. Diante da ofensiva, Manuela e o PT acionaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo direito de resposta à agressão.

Em propaganda falaciosa, Jair Bolsonaro distorceu entrevista de Manuela d´Ávila à revista Istoé na tentativa de espalhar mais uma de suas Fake News. Com a edição, Bolsonaro e sua equipe tiveram a evidente intenção de manipular o verdadeiro teor da fala da candidata. A propaganda apresenta a frase de Manuela inteiramente dissociada do contexto, dando a entender que a candidata não seria cristã, o que é mentira. 

Nas redes sociais, Manuela divulgou a entrevista sem edição, onde aparece defendendo a laicidade do Estado na escola, visando a democracia para os alunos que tem outras religiões. No vídeo, ela se autodeclara cristã católica, respeitando todas as crenças religiosas.

Além disso, em vídeo, Manuela destacou o ‘desespero’ do candidato diante da virada dos votos mostrada pelo Datafolha desta quinta (25). A pesquisa mostrou queda significativa de seis pontos entre Haddad (44%) e Bolsonaro (56%). 

“Vocês acreditam que o nosso adversário resolveu mentir na televisão. Eles editaram mal, como tudo que fazem, uma entrevista que dei à Istoé. É por causa do movimento #viravoto que eles estão desesperados dessa maneira”. 

“Amanhã tem tempo de TV e devemos ganhar o direito de resposta, mas eu quero que vocês vejam o tipo da gente que trabalha com esse defensor da tortura, do fim do direito dos trabalhadores e que propaga apenas o ódio e a intolerância”.

Manuela disse ainda que Bolsonaro e sua equipe mentem por não terem projeto e que “eles estão caindo nas pesquisas mesmo fugindo dos debates... um covarde, o mito é um mico.”

Diante da informação mentirosa exibida no horário eleitoral, Manuela e o Partido dos Trabalhadores (PT) entraram com “pedido de direito de resposta relativo a ofensas veiculadas durante o horário eleitoral gratuito” junto ao TSE.

Segundo o processo, a propaganda do candidato do PSL proferiu “graves e inconsequentes ofensas contra os representantes, de modo a violar a honra objetiva e subjetiva da candidata Manuela D’Ávila e a legitimar o pedido de direito a resposta”.

Bolsonaro ainda divulgou na mesma propaganda mais uma informação manipulada. No vídeo exibido no horário eleitoral, a equipe do candidato atribui ao Partido dos Trabalhadores a responsabilidade pelo crime perpetrado contra o prefeito Celso Daniel. Tragédia já apurada pela polícia e que foi enquadrada como resultado de um crime comum, e não político. 

O próprio ex-delegado geral, Marcos Carneiro Lima, que trabalhou na Divisão Anti-Sequestro, asseverou que “é fácil fazer teoria da conspiração, mas a morte de Celso Daniel não foi política”. Neste caso, também foi solicitado o pedido de resposta.

Veja abaixo a entrevista verdadeira na íntegra:



Do Portal Vermelho

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Extrema direita abre fogo contra a democracia e desperta ampla reação

 Bolsonaro ameaça a democracia
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

Nessa reta final da campanha eleitoral, recrudescem as posições contra e a favor da democracia. Como contraponto ao campo bolsonarista, que ataca as liberdades, a Constituição, o Supremo Tribunal Federal (STF), forma-se um amplo leque de defesa da legalidade democrática. 


As manifestações de reprovação aos arroubos totalitários do presidenciável Jair Bolsonaro e de seu filho Eduardo, deputado federal por São Paulo, são demarcações importantes na luta pela democracia nesse processo eleitoral. 

O candidato da extrema direita jurou que ele e seu time têm “todo o respeito e consideração com os demais poderes, e o Judiciário obviamente é importante", mas, no mesmo dia em que as ameaças de Eduardo Bolsonaro foram reveladas o pai disparou munição de peso contra a Constituição ao prometer banir os “vermelhos” do país, ou prendê-los, criminalizar os movimentos sociais, caso seja eleito, e garrotear a liberdade de imprensa ao anunciar retaliações ao jornal Folha de São Paulo como resposta à denúncia de “caixa dois” via redes sociais em sua campanha eleitoral, um incontestável crime eleitoral.

Amplo repúdio 


Alheio às manobras diversionistas de Bolsonaro, o universo dos que assumiram a responsabilidade de defesa da Constituição e do STF se pronunciou com energia. A começar por Fernando Haddad, o candidato presidencial da chapa democrática e progressista, que cobrou firmeza das instituições diante dessa escalada protofascista. Com teor semelhante, também, se pronunciou a candidata a Vice Manuela D’Ávila. Em ato realizado nesta segunda-feira (22), na cidade de São Paulo : “Do lado de cá tem a Constituição de 88, do lado de lá tem um candidato a ditador, o fascista, aquele que não respeita nada do que nós somos, não respeita a nossa existência”.

Haddad, ressaltou que nos últimos dias a campanha de Bolsonaro fez ameaças à imprensa, à oposição e ao Judiciário. "Ou a gente acorda para este problema esta semana ou vamos correr riscos inclusive físicos", enfatizou, comparando o momento brasileiro ao do surgimento dos regimes nazi-fascistas na Europa. "É um pesadelo que pode durar décadas", afirmou.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) reprovou as ameaças do deputado Eduardo Bolsonaro e disse que elas “cheiram a fascismo” e “merecem repúdio dos democratas.”

Para o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, “atacar o Poder Judiciário é atacar a democracia”. Toffoli destacou que a Suprema Corte é uma instituição “centenária e essencial ao Estado Democrático de Direito” e que “não há democracia sem um Poder Judiciário independente e autônomo”. 

O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, afirmou que “não se tem respeito pelas instituições pátrias”. “Tempos estranhos, vamos ver onde é que vamos parar. É ruim quando não se tem respeito pelas instituições pátrias, isso é muito ruim”, afirmou. Outro ministro da Corte, Alexandre de Moraes, disse que que as declarações do deputado Bolsonaro são "absolutamente irresponsáveis" e defendeu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) abra uma investigação contra ele.

O decano da Corte Suprema, Celso de Mello classificou a declaração do filho de Bolsonaro como “inconsequente e golpista” e decorrente de visão autoritária que compromete “a integridade da ordem democrática e o respeito indeclinável que se deve ter pela supremacia da Constituição da República”.

A agressividade de Jair Bolsonaro também foi reprovada pela Associação Nacional de Jornais, cujo presidente Marcelo Rech lamentou as declarações do candidato que “demonstra incompreensão sobre o papel do jornalismo”. Também é condenável a ameaça de retaliação com investimentos publicitários do governo, que devem seguir sempre critérios técnicos e não políticos”. Já Daniel Bramatti, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), duvidou do compromisso de Bolsonaro com a preservação da democracia já que fomentou a intimidação de jornalistas, em vez de condenar. 

Algoz da democracia

A candidata presidencial da Rede no primeiro turno, Marina Silva, igualmente assumiu a defesa da democracia ao anunciar o “voto crítico” na chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila. "Diante do pior risco iminente, de ações que, como diz Hannah Arendt, ‘destroem sempre que surgem’, ‘banalizando o mal’, propugnadas pela campanha do candidato Bolsonaro, darei um voto crítico e farei oposição democrática a uma pessoa que, pelo menos e ainda bem, não prega a extinção dos direitos dos índios, a discriminação das minorias, a repressão aos movimentos, o aviltamento ainda maior das mulheres, negros e pobres, o fim da base legal e das estruturas da proteção ambiental, que é o professor Fernando Haddad", disse ela em nota.

Também a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) emitiu um comunicado afirmando que defender a Corte Suprema é “obrigação do Estado”, ressaltando a importância de preservar os valores democráticos. “O mais importante tribunal do país tem usado a Constituição como guia para enfrentar os difíceis problemas que lhe são colocados, da forma como deve ser. É obrigação do Estado defender o STF”, diz o comunicado assinado pelo presidente nacional da entidade, Cláudio Lamachia.

Essas manifestações em defesa das liberdades e da democracia por parte de lideranças e autoridades de instituições são importantes para repelir o campo bolsonarista que emerge com o papel de algoz da democracia. Há ainda setores vacilantes, que subestimam a escalada fascista da candidatura da extrema direita, mas é certo que com esses ataques à Constituição e ao STF vai se formando um amplo campo disposto a não ceder espaço para o avanço das propostas discricionárias da chapa Jair Bolsonaro-Hamilton Mourão.

 Da redação do Portal Vermelho

FHC diz que ameaça de Bolsonaro de “banir” adversários “lembra outros tempos”

"Inacreditável: um candidato à Presidência pedir às pessoas que se ajustem ao que ele pensa ou pagarão o preço: cadeia ou exílio", tuitou o tucano.

 Em uma alusão à Ditadura Militar, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou em sua página no Twitter nesta segunda-feira (22) que o discurso ditatorial feito pelo presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no domingo (21) “lembra outros tempos”.
“Inacreditável: um candidato à Presidência pedir às pessoas que se ajustem ao que ele pensa ou pagarão o preço: cadeia ou exílio. Lembra outros tempos. O que o Brasil precisa é de coesão no rumo do crescimento e diminuição da desigualdade”, afirmou o tucano.
FHC recebeu o apoio de Leonardo Boff, que comentou a publicação. “Parabéns ex-presidente. Suas palavras sábias podem orientar a muitos pois estamos caminhando para uma separação do Brasil. Que não seja uma nova Coreia. Sua chamada à coesão é fundamental neste momento”.

Inacreditável: um candidato à Presidência pedir às pessoas que se ajustem ao que ele pensa ou pagarão o preço: cadeia ou exílio. Lembra outros tempos. O que o Brasil precisa é de coesão no rumo do crescimento e diminuição da desigualdade.
@FHC Parabéns ex-presidente. Suas palavras sábias podem orientar a muitos pois estamos caminhando para uma separação do Brasil. Que não seja uma nova Coreia. Sua chamada à coesão é fundamental neste momento.

Candidato derrotado ao governo do Rio pelo PSol, Tarcísio Motta, também comentou a publicação. “É isso, @FHC. A democracia deve estar acima de qualquer vaidade. Estamos em um momento decisivo. A hora é essa, não temos como pagar para ver. #Haddad13 #DemocraciaSim #DitaduraNuncaMais”.

Fonte: Revista Fórum

Retrospectiva: GOLPE AVANÇA SOBRE OS POVOS TRADICIONAIS

Ao negar bolsa-permanência aos estudantes indígenas e quilombolas, Governo Temer nega acesso dos povos tradicionais às Universidades.
O Golpe avança cada vez mais feroz sob os Povos e Comunidades Tradicionais. Os reflexos da Emenda Constitucional do Teto de Gastos (EC 95), que congela os investimentos na educação por 20 anos, já atingem milhares de indígenas e quilombolas presentes nas universidades e institutos federais do país.
O desgoverno de Temer interrompeu o Programa Bolsa-Permanência (PBP), negando a disponibilidade de novas bolsas como garantia de permanência de aproximadamente 2.500 estudantes em 2018 nas Universidades brasileiras. O PBP foi criado em 2013 e, de acordo com o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), desde sua criação, o programa atendeu 7.370 indígenas e 2.666 quilombolas. Segundo dados da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e inclusão (SECADI) do MEC só no primeiro semestre deste ano são 2.500 novos estudantes para acessarem o Programa e fazendo uma projeção até o final de 2018 a demanda aumentará para cerca de 5.000 estudantes.
No dia 29 de maio, em resposta às manifestações dos estudantes e de suas comunidades, o Ministro Rossieli Soares da Silva lançou uma proposta absurda para solucionar a questão. Em reunião com cerca de 20 estudantes indígenas e quilombolas vindos das cinco regiões do Brasil, o desgoverno disponibilizou apenas 800 bolsas para atender a demanda de 5.000 estudantes, alegando que há um rombo de quase 11 milhões no PBP. Além disso, o Ministro sugeriu que a formação de uma comissão de estudantes indígenas e quilombolas para formular os critérios de divisão das 800 bolsas. Em contrapartida, esse mesmo desgoverno disponibiliza reajuste de 3% no auxílio alimentação e no auxílio pré-escola para juízes e procuradores que individualmente, custam cerca de 28.000 mil mensais aos cofres públicos.
Sabemos que o Golpe tem golpeado com mais força alguns grupos sociais e a juventude é um dos mais atingidos.  Enquanto movimento que luta por um projeto popular para juventude, o Levante compreende que a perda do direito dos estudantes indígenas e quilombolas acessarem e permanecerem estudando é mais um ataque do Governo Temer aos jovens. A proposta do Ministro da Educação, por  é uma estratégia para jogar uns contra os outros, incentivar o privilégio, o individualismo e destruir a existência, que é coletiva, de cada um desses sujeitos. Com essa atitude, o Governo Golpista reafirma seu caráter racista e nega a dívida histórica que o país tem com os Povos Tradicionais, em mais de 500 anos de massacre físico e cultural.
O momento é de unidade e defesa das nossas conquistas. Lutar por permanência é lutar por um Projeto Popular para a Educação. Queremos uma Universidade de todos os Povos. Essa é uma luta de todas e todos!
BOLSA FICA, TEMER SAI!
Levante Popular da Juventude

PCDOB, PT, ENTIDADES SINDICAIS, CPC/RN E A SOCIEDADE CIVIL NOVACRUZENSE PARTICIPAM HOJE (23) EM NATAL DE ATO EM DEFESA DA DEMOCRACIA!

Foto: Frente Popular
Hoje (23) Nova Cruz, localizada na Região do Agreste Potiguar estará presente em ATOEM DEFESA DA DEMOCRACIA E DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO em Natal.

As entidades CPC/RN, SINTE -Nova Cruz Regional de , STRAF de Nova Cruz, Direção do PCDOB, PT E A SOCIEDADE EM GERAL se farão presentes ao ato fortalecendo assim as lutas dos trabalhadores, estudantes e a sociedade na garantia de seus direitos e CONTRA O FASCISMO, que procura se instalar no Brasil.

Serão milhares de norte riograndense que estarão juntando força, garra, fé e união na defesa de direitos e totalmente contra a implantação do fascismo.

Para Eduardo Vasconcelos, presidente do CPC/RN (Centro Potiguar de Cultura) o momento é de alerta, após ameaças constantes aos direitos garantidos após anos de lutas, que hoje é garantido na Constituição Federal de 1988. São direitos soberanos, democráticos, como a vida, a liberdade de expressão, de gêneros, de religião, entre outros. Portanto é preciso "acordar" o Brasil para as ameaças da chegada do fascismo de forma sútil. E para evitar isso o ATO HOJE levará aos irmãos potiguares mensagens de alerta, de união e do amor, contra o ódio e as mentiras reproduzidas nas redes sociais e em outros meios de comunicação. Concluiu Eduardo.

A caravana sairá hoje ao meio dia da Praça de Sebastião com destino ao ato em Natal.
 

CARREATA EM FAVOR DA DEMOCRACIA E CONTRA O ÓDIO E O FASCISMO


Na próxima sexta-feira (26), as mesmas entidades, partidos e a sociedade estarão promovendo uma carreata/caminhada DO LADO CERTO pelas principais ruas de Nova Cruz em Defesa da Democracia e CONTRA O ÓDIO, O FASCISMO  E  A MENTIRA!

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Brasil - Bolsonaro quer vender todas as empresas públicas brasileiras


 

O amplo programa de privatizações do candidato de extrema direita, Jair Bolsonaro (PSL), prevê o desmonte total de praticamente todo o patrimônio público brasileiro. 

Por Tatiana Melim


Se vencer as eleições no segundo turno, em 28 de outubro, ele pretende desnacionalizar, vender para grupos internacionais, ou fechar empresas que prestam serviços essenciais à população, como o fornecimento de água, energia e crédito bancário, além da chamada joia da coroa, o Pré-Sal brasileiro, a terceira maior reserva de petróleo do mundo. E tudo isso para pagar a dúvida pública e não para investir no Brasil e na qualidade de vida dos brasileiros.

Trabalhadores e especialistas alertam que, além das privatizações fecharem milhares de postos de trabalho, nenhum país do mundo se desenvolveu de forma sólida sem que tivesse como base uma indústria nacional forte, em especial nos setores estratégicos, como é o caso do petróleo.

Não é o que pensa Bolsonaro e sua equipe que colocaram na mira do capital privado empresas públicas e estatais, como Petrobras, Eletrobras e Caixa Econômica Federal, entre outras. O mentor da plataforma econômica de Bolsonaro, o banqueiro e economista ultraliberal Paulo Guedes, já deixou claro em declarações à imprensa, mais de uma vez, que pretende promover a privatização de “todas” as estatais, justificando que essa seria uma forma de reduzir o endividamento público. 

As intenções e declarações, tanto do presidenciável do PSL quanto do seu guru econômico, estão escritas também em seu plano de governo, que diz expressamente que algumas estatais serão simplesmente extintas, outras entregues à iniciativa privada e uma minoria poderá ser preservada.

No programa não há a especificação de quantas ou quais das 147 empresas da União seriam vendidas. A única definição é que “todos os recursos obtidos com privatizações e concessões deverão ser obrigatoriamente utilizados para o pagamento da dívida pública”, ou seja, nenhum centavo retornará em benefícios para o Brasil e os brasileiros.

Especialistas e trabalhadores dos setores que estão na mira das privatizações contestam as justificativas de Bolsonaro e afirmam que as propostas do presidenciável não passam de uma extensão do desmonte do patrimônio público iniciado pelo ilegítimo e golpista Michel Temer (MDB-SP).

“O programa pretende seguir exatamente o que Temer já está fazendo no Brasil, ou seja, vendendo tudo. Estão abrindo mão do patrimônio que o povo brasileiro ajudou a construir, ignorando completamente que a maioria da população é contra a privatização”, diz o petroleiro e coordenador do Comitê em Defesa das Estatais da CUT, Roni Barbosa.

Além disso, completa o dirigente, a proposta desconsidera a importância do fortalecimento dessas empresas no investimento em tecnologia e ciência e na geração de postos de trabalho no Brasil e para os brasileiros e não para os estrangeiros. “A cadeia produtiva de petróleo, por exemplo, é responsável pela geração de milhões de empregos no país”, alerta Roni, que também é secretário de Comunicação da CUT.

O economista e técnico do Dieese da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Cloviomar Cararine, reforça a avaliação feita por Roni e acrescenta que essa proposta vai contra os interesses políticos, econômicos e estratégicos do país.

Se não fosse o Estado brasileiro, diz ele, provavelmente o Pré-Sal não teria sido descoberto. “Considerando os altos riscos envolvidos, uma empresa privada não arriscaria o investimento. A descoberta só foi possível porque uma empresa pública, a Petrobras, investiu na pesquisa tecnológica e confirmou a presença dessa riqueza em solo brasileiro”, explica.

O economista do Dieese lembra ainda que a proposta de privatizar tudo o que é possível para pagar a dívida pública já foi apresentada na década de 1990 e não resolveu o problema. “Além de abrir mão da soberania nacional, as privatizações não garantem o pagamento da dívida nem a melhora do serviço e/ou redução de tarifas”.

“Para que privatizar empresas públicas estratégicas, como a Petrobras, sem deixar claro qual o objetivo diante do debate em torno da dívida pública e de experiências passadas que se mostraram ineficazes?”, questiona.

É o que pergunta também o economista e técnico do Dieese da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Gustavo Teixeira. Ele lembra que um setor que foi amplamente privatizado na década de 1990 foi a distribuição de energia elétrica.

“E, ao contrário da expectativa do governo, as desestatizações se mostraram incapazes de resolver a crise fiscal”, lembra Gustavo, citando a nota técnica do Dieese, que mostra que entre 1995 e 2003, a dívida líquida do setor público passou de 28% para 52% do Produto Interno Bruto (PIB).

“Além disso, não aumentaram a eficiência, os preços crescem acima da inflação e a qualidade do serviço ainda é muito inferior da desejada pela população”, diz o economista.

Isso sem falar que as estatais federais, nos últimos 15 anos, distribuíram mais de R$ 250 bilhões de dividendos para a União. "Por que, então, vender empresas que garantem dividendos para o governo e podem ser responsáveis por gerar receitas no futuro?", questiona.

Na contramão do mundo

Os dois economistas do Dieese denunciam, ainda, que as propostas apresentadas por Bolsonaro vão na contramão do que está sendo feito no mundo. Países classificados como liberais, como é o caso do Reino Unido, que aderiu à cartilha dos economistas da Escola de Chicago – a mesma de Paulo Guedes - na década de 1990, estão tendo de voltar atrás e reestatizar empresas estratégicas. 

“É o caso do serviço de água e esgoto. Com tanto problema na qualidade e oferta do serviço, os ingleses decidiram reestatizar, pois perceberam que é um serviço básico e essencial à população”, diz Cloviomar Cararine, técnico do Dieese da FUP.

É possível verificar esse processo por meio de uma plataforma com o “mapa das reestatizações” criada pelo Observatório Corporativo Europeu e pelo Instituto Transnacional de pesquisa e defesa de um planeta justo, democrático e sustentável.

De acordo com a análise das informações coletadas, entre 2000 e 2015, foram identificados 235 casos de remunicipalização de sistemas de água, abrangendo 37 países e afetando mais de 100 milhões de pessoas. Acesse o site aqui.

“Até mesmo o governo liberal de Donald Trump, que o Bolsonaro tanto adora, está criando uma política de conteúdo local e proteção das empresas nacionais”, completa Cloviomar.

Haddad é o oposto

Já o programa do candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, diz justamente o oposto e defende a suspensão da política de privatização de empresas estratégicas para o desenvolvimento nacional e da venda de terras, água e recursos naturais para estrangeiros.

“É preciso qualificar os concursos públicos e conter a privatização e a precarização dos serviços públicos, expressas pela terceirização irrestrita e pela disseminação de modelos de gestão e agências capturados e controlados pelo mercado”, diz trecho do programa de governo.

Para recuperar a capacidade do Estado em investir nos serviços públicos, Haddad se comprometeu a revogar a PEC do Teto. “O congelamento de gastos por 20 anos impõe severos prejuízos à população. Nós não teríamos condições de contratar médicos, professores, policiais na vigência da Emenda Constitucional 95 e o povo está pedindo mais saúde, educação e segurança. Sem investimento não se pode dar assistência ao povo”, disse Haddad no encontro com sindicalistas nesta quarta-feira (10).

“É uma contradição do nosso adversário manter todas as medidas do Temer e dizer que vai oferecer mais serviços públicos”.

Segundo o programa de governo, a crise de representatividade do sistema político é também uma crise da capacidade do Estado prover serviços públicos. Por isso, diz o programa, “é necessário estabelecer maior associação entre os valores republicanos, gestão pública e demandas da população por serviços públicos de qualidade, garantindo ao Estado instrumentos para induzir o crescimento econômico e reduzir desigualdades”.

“A relação entre os interesses públicos e privados deve se pautar pela mais absoluta transparência”, conclui o documento.


Fonte: CUT, com  http://www.vermelho.org.br