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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Economia:"Era do petróleo está longe do fim e preços devem subir"

O boom do petróleo foi um bom momento para o desenvolvimento da energia limpa no mundo, mas não foi  suficiente para criar as bases para uma transição definitiva no modelo energético global. Essa é a avaliação da professora e procuradora educacional da UFRJ, Rosemarie Bröker Bone, especialista na área. Em entrevista ao InfoMoney, ela disse não acreditar no fim da "Era do Petróleo", tão especulado em meio ao baixo nível dos preços dos barris negociados no mercado internacional.

De um lado, alguns especialistas apontam para uma maior preocupação com o meio ambiente, a desaceleração na demanda por petróleo e o desenvolvimento de fontes alternativas como alguns elementos estruturais a pesar sobre uma mudança de paradigma. 

Outros, enxergam o atual momento como uma adaptação em meio ao excesso de oferta e enfrentamentos geopolíticos dentro da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e entre outros produtores de commodities energéticas. 

Rosemarie tem visão mais ponderada: ela vislumbra um cenário diverso àquele, mas espera por uma alta nos preços e aumento na demanda pela matéria-prima à medida em que a economia global se recupera da crise.

"Desde o Protocolo de Quioto (1997), vemos iniciativas com relação a transformar a matriz energética dos países em uma energia mais limpa. Vemos algumas mudanças, sobretudo em casos de grandes acidentes, como o do Golfo do México, o que fez com que algumas empresas petrolíferas começassem a colocar em suas páginas principais cores verdes, cultivando identidade de empresas de energia, não mais petrolíferas. Mas essas coisas andam muito devagar. Estamos caminhando, a passos lentos para uma energia mais limpa, para uma redução da emissão de gases de efeito estufa, para o comprometimento dos governos, da indústria local, do comércio e das próprias famílias", explicou a professora durante a conversa por telefone. Ela acredita que, aos poucos, o engajamento cresce.

Do ponto de vista conjuntural, vale destacar o fim dos embargos mundiais ao Irã, que disputa o controle político do Oriente Médio com a Arábia Saudita. Com isso, naturalmente os preços do petróleo subiriam se os países produtores não controlassem o volume da commodity a ser negociada no mercado, uma vez que Teerã voltaria a exercer papel importante. 

Mais do que isso, a sucessiva perda de controle dos sauditas sobre a produção mundial primeiro internamente na OPEP, depois em movimentos como o dos Estados Unidos de explorar o xisto, também traz impactos nas cotações. Riad já implementou ofensivas para manter os preços em níveis baixos para atrapalhar o desenvolvimento do mercado na maior economia do mundo.

Nesse aspecto, Rosemarie oferece um contraponto: "também há certa especulação e vontade do ocidente em desestabilizar a Arábia Saudita, que sempre segurou a redução da produção dos demais membros da organização".

Disputas pelo controle do mercado e pela supremacia política à parte, a professora não acredita que o barril do petróleo se manterá a níveis tão baixos como os atuais US$ 30, assim como tampouco espera outro momento de bonança com a commodity negociada acima dos US$ 100 no mercado internacional. 

"Quando a economia mundial aumentar sua atividade, certamente o setor petrolífero será acionado novamente, assim como o carvão. É claro que estão preocupados com uma energia mais limpa, mas, se ela está cara, opta-se pela suja. Quando a China voltar a crescer, vai demandar energia, e é óbvio que usará petróleo", projetou a professora.

"Daqui a 30, 40 ou 50 anos, quando as reservas diminuírem, aí vamos ter outra energia no lugar. Mas até lá, os preços vão subir, as empresas vão se capitalizar novamente via mercado. Nós ainda somos óleo".

Devido ao grande potencial das reservas mundiais e da dependência da adaptação de empresas, governos e da sociedade em geral, Rosemarie espera um longo caminho pela frente para que a energia limpa preencha o espaço hoje ocupado pelo petróleo.

"Acredito que isso não acontecerá no curto prazo e temo que no final do médio prazo. Por mais que se tenha falado de 2020 ou 2025, eu acho que ainda temos algumas décadas pela frente. Lamentavelmente, porque sabemos que vamos sofrer, que nossos filhos irão sofrer", concluiu a professora.
 
 Fonte: Infomoney



MÍDIA: Barão de Itararé promove debate sobre os rumos da economia brasileira

 Ex-ministro Bresser-Pereira será um dos debatedores

A economia brasileira ruma para o caos? A questão será o tema da terceira rodada do Ciclo de Debates Que Brasil é Este?, marcada para o dia 22 de fevereiro, às 19h, na sede do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo. Em discussão, as saídas para o país combater a grave crise que assola o Brasil e o mundo.

Participam desta edição Marcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e professor da Unicamp; Luiz Carlos Bresser-Pereira, professor emérito da Fundação Getúlio Vargas e ex-ministro da Fazenda, da Administração Federal e Reforma do Estado e da Ciência e Tecnologia; e Leda Paulani, professora da Faculdade de Economia e Administraçao da Universidade de São Paulo e ex-secretária Municipal de Planejamento da cidade de São Paulo.


O Barão de Itararé fica na Rua Rego Freitas, 454, conjunto 83, próximo à estação República do metrô. O debate é promovido em parceria com a Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, terá transmissão ao vivo pela TVT, em parceria com o portal Vermelho e outros portais.

Que Brasil é este?

O Ciclo de Debates Que Brasil é este? realizará, até outubro de 2016, debates mensais para refletir sobre as turbulências pelas quais atravessa o país nos campos econômico, político e social. A primeira edição ocorreu em novembro, com Luiz Gonzaga Belluzzo, Samuel Pinheiro Guimarães e Renildo de Souza - saiba como foi ou assista na íntegra.

Acesse o hotsite do Ciclo e fique por dentro da programação, dos convidados e dos conteúdos postados: Acesse o www.quebrasileeste.com.br 


Fonte:Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé