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sábado, 26 de agosto de 2017

Lula: "os que bateram panela contra Dilma, batem a cabeça com Temer"

 
Foto: Ricardo Stuckert


Lula lembrou o desenvolvimento que a região de Ipojuca sofreu ao longo dos anos, chegando a se tornar o segundo PIB do estado de Pernambuco. "Pessoas que antes cortavam cana, passaram a ser mecânicos, soldadores, trabalhavam em Suape. Veja o que eles vão fazer. Vão diminuir o salário mínimo em R$10. Vão autorizar mineradoras a comprar terras na Amazônia", discursou.  "A luta não é simples. Certamente algumas pessoas que bateram panela pra derrubar a Dilma agora estão batendo a cabeça. Estão batendo a cabeça porque esse governo está destruindo o país", disse Lula. 


O ex-presidente voltou a criticar o governo de Michel Temer pelo pacote de privatizações de 57 empresas e ativos públicos, para tentar fechar o maior rombo fiscal da história. "Eles são tão incompetentes que em vez de governar, eles estão vendendo o que não é deles, vendendo o país. O que eles estão vendendo é patrimônio nosso, construído ao longo de séculos pelo povo brasileiro. Eles prometeram que iam tirar a Dilma, que ela era a desgraça desse país, agora esse governo fez desgraça e meia", disse Lula. 



A presidente legítima Dilma Rousseff destacou em seu discurso a gravidade dos atos praticados pelo governo de Michel Temer. "É gravíssimo o que os golpistas estão fazendo, acabando com o conteúdo local. Esse governo não tem menor compromisso com povo brasileiro", disse Dilma. “O petróleo no Brasil, que é uma riqueza do nosso País, está sendo comprometido. Eles querem acabar com o conteúdo local na indústria do petróleo”.



Dilma relembrou que foi em Ipojuca que se iniciou a extração de petróleo em águas profundas. “Aqui em Ipojuca fizemos uma revolução. Extraímos petróleo de águas profundas. E mais do que isso, refinamos o petróleo e garantimos que esse petróleo que viraria gasolina e óleo diesel viesse de mãos brasileiras, nordestinas, pernambucanas”, afirmou.

Em seminário, Flávio Dino e Haddad defendem regulação da mídia


O evento é promovido pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, e continua neste sábado (26), Coordenada pelos jornalistas Renata Mielli (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação) e Paulo Henrique Amorim, a primeira rodada de debates foi de peso: o governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB), o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT); o ex-prefeito de Belém e deputado federal Edmilson Rodrigues (Psol) e o atual prefeito de Macapá, Clécio Luís (Rede).

Segundo Flávio Dino, a única utilidade que é possível apontar da atual crise política e institucional, e que sempre foi velado em nossa sociedade na narrativa oficial dos meios de comunicação, foi a luta de classes.

“Esta crise serviu para atualizar a compreensão do pensamento progressista e da sociedade, de um modo geral de que, de fato, temos interesses conflitantes, que se organizam, manifestam e lutam de várias formas em várias arenas e por vários instrumentos”, enfatizou o governador.

Ele salientou que os governos progressistas sofrem as consequências práticas e cotidianas da articulação que há dos blocos de interesses.

 

Manchetômetro

O governador apresentou como exemplo desse embate de interesses um levantamento de mídia, o chamado manchetômetro, com um cálculo que comprova a manipulação midiática usada como um instrumento de oposição ao governo.

De acordo com os dados, o jornal ligado à família Sarney – proprietária dos principais veículos de comunicação no estado -, veiculou em 2014, último ano de governo de Roseane Sarney, 66% de manchetes positivas em referência à gestão; 5% negativa; e 29% neutra.

No ano seguinte, em 2015 - primeiro ano de governo de Flávio -, apenas 8% das manchetes positiva, se contrapondo aos 66% do período anterior. Já as negativas, saltaram de 5% para 53%. As manchetes neutras também subiram: 39%.

Em 2017, ano pré-eleitoral, o número de manchete positiva caiu para 3%. “Estou igual ao Temer”, brincou Flávio Dino, em referência à popularidade do ilegítimo.

“É uma violência simbólica que a gente sofre com esses oligopólios governando frações do estado”, frisou.

Democracia

Para o ex-prefeito Fernando Haddad, o país precisa passar por um verdadeiro processo de redemocratização. “A democracia não é um processo natural é uma conquista civilizatória”, disse ele, destacando que hoje vivemos um processo de desconstituinte e estado de exceção.

“Eles [golpistas] não têm um projeto de país. É o projeto de desfazer. É uma desconstrução que estão fazendo e a cada dia é uma notícia nova e ruim”, afirmou o ex-prefeito, citando o ataque aos direitos trabalhistas.

“Devemos ampliar a diversidade dos meios de comunicação ou corremos o risco de grande retrocesso”, declarou Haddad, que defendeu a urgência da regulação da mídia.

Ele também falou sobre o papel das redes sociais na construção do discurso de ódio e de desconstituição.

“Há forte interferência do dinheiro nas redes sociais. O modelo de negócio é baseado numa publicidade em que promove o encontro entre os seus iguais. O interesse da internet não é de promover a interação humana. Criam bolhas em que os estereótipos e preconceitos são reforçados”, afirma.

O prefeito de Macapá, Clécio Luís, resgatou o contexto histórico da formação do Amapá e a forte influência oligarca forjada na exploração de minério da região. 

“A maior mina de manganês do mundo, de 1943 a 1990, era do Amapá. A partir daí, formou-se uma sociedade que se domesticou, pois o Estado [detentor dessa riqueza] dava emprego, casa”,

Ele salientou que a comunicação na administração pública deve priorizar a realidade, sem deixar de promover a responsabilização do cidadão para que este sinta-se parte do governo e ajude a definir os rumos da administração.

Edmilson Rodrigues, deputado federal pelo Psol e ex-prefeito de Belém, disse que os meios de comunicação ligados a parte da elite brasileira buscam disseminar o pessimismo.

“Não pensem que não é intencional. Mas não é possível acreditar que Humanidade tenha como futuro a barbárie. A barbárie é hoje. O amanhã é outro”, afirmou.

“Temos que ter um projeto contra-hegemônico. Nós temos muito em comum, mas ainda temos muito a agir em comum”, defendeu. “É importante construir meios alternativos. E as redes sociais são fundamentais. Não podemos ficar fora dela”, completou. 


Do Portal Vermelho