ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65

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CAMPANHA MOVIMENTO 65

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Requião cita Tancredo Neves: “Canalha! Canalha! Canalha!”


Agência Senado
Roberto Requião: “Este Senado está prestes a repetir a ignomínia de março de 64”
Roberto Requião: “Este Senado está prestes a repetir a ignomínia de março de 64”

O ministro Ricardo Lewandowski, que preside a sessão, disse que quer encerrar a fase de discussão do processo hoje. O julgamento, então, será iniciado na quarta-feira (31), com a leitura do relatório, encaminhamentos pelos senadores e depois a votação.

Até o momento, tem 66 senadores inscritos para falar. Cada um tem direito a 10 minutos para discursar. Os trabalhos deverão entrar pela madrugada. 

A senadora Angela Portela (PT-RR) destacou em seu pronunciamento que o afastamento de Dilma Rousseff é o “funeral do voto popular”, com a “criminalização de um governo legitimamente eleito com a agenda de resgate da dívida social brasileira”. Já o senador Jorge Viana (PT-AC) elogiou a defesa feita por José Eduardo Cardozo, inocentando Dilma Rousseff dos crimes de responsabilidade.

Assim falou Tancredo

O senador Roberto Requião (PMDB-PR), que também já se pronunciou, recorreu à fala de Tancredo Neves na sessão que cassou João Goulart para iniciar sua análise do julgamento de Dilma Rousseff.

E citando o avô do tucano Aécio Neves (PSDB), um dos principais mentores do golpe, disse: “Não pretendo, nesta sessão, moderar a linguagem ou asfixiar o que penso. Não vou reprimir a indignação que me consome. ‘Canalha! Canalha! Canalha!’, assim Tancredo Neves apostrofou Moura Andrade, que declarou vaga a Presidência com Jango ainda em território nacional, consumando, assim, o golpe de 64.”

E continuou: “Duvido que um só de nós esteja convencido de que a presidenta Dilma deva ser impedida por ter cometido crimes. Não são as pedaladas ou a tal irresponsabilidade fiscal que a excomungam. O próprio relator da peça acusatória praticou-as, à larga, só que lá, em Minas, não havia um providencial e desfrutável Eduardo Cunha nem um centrão querendo sangue, salivando por sinecuras e pixulecos”.

Para Requião, “a inocência do relator é a mesma de Moura Andrade, declarando vaga a Presidência. Ah!, as palavras de Tancredo coçam-me a garganta. Este Senado está prestes a repetir a ignomínia de março de 64. O que se pretende? Que daqui a alguns anos se declare nula esta sessão, como declaramos nula a sessão que tirou o mandato de Goulart, e peçamos desculpas à filha e aos netos de Dilma?”, indagou. 

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De Brasília
Márcia Xavier 

sábado, 27 de agosto de 2016

7 Motivos para não alterar a partilha do Pré-Sal

O Projeto de Lei PL 4567/16, que retira a obrigatoriedade de atuação da Petrobras como operadora única em exploração do pré-sal, tramita com urgência na Câmara dos Deputados.
A reserva de petróleo foi descoberta em 2006 e os ativos gerados pela sua exploração são garantia de investimentos em diversos setores no país.
Porém,  no meio do caminho havia um Congresso conservador que pensa em vender, abrir as riquezas do país a preço de banana, barrando um processo histórico de soberania nacional.
Indicamos sete motivos que mostram como o projeto de lei é um retrocesso para o país.
1.       Perde em Infraestrutura
As riquezas geradas  pela exploração do pré-sal podem aprimorar  e construir obras de infraestrutura em todo o país tais como estradas, ferrovias, portos, aeroportos e também escolas e hospitais.

2.        Saúde com menos investimentos
Em 2013 a Lei 12.858/13 foi sancionada, destinando 25% dos royalties do pré-sal para saúde (os outros 75% são voltados para a educação).  Com a abertura da sua extração o Brasil deixaria de arrecadar bilhões por ano.

3.       Comprometer o PNE
O Plano Nacional de Educação, aprovado em 2014, prevê que 10% do PIB seja destinado para investimentos em educação para que se cumpram 21 metas em dez anos. Com a menor arrecadação, consequência da  abertura do pré-sal para outras empresas, para além da Petrobras, todo o Plano fica comprometido.

4.       Tecnologia desperdiçada
A extração do pré-sal atrai pesquisas e tecnologias inovadoras, criação de centros de pesquisa, o que movimenta todo o setor de forma inédita no país. Além disso a alteração na partilha afeta a Petrobras, que é uma das empresas que mais investe em ciência no Brasil.

5.       Travar a Cultura
A Petrobras é a empresa brasileira que mais incentiva a cultura no país, atuando na produção, circulação, formação de novos públicos e memória. Com a nova partilha a estatal é afetada e há redução no fomento à essa área.

6.       Primeiro passo para o projeto de privatização

Com a aprovação da lei, aumenta a possibilidade de privatização da Petrobras. Esse é o motivo que os congressistas conservadores tanto comemoraram a aprovação do texto pelo Senado.

7. Perder em investimentos a longo prazo
O pré-sal é finito, já os investimentos gerados por sua exploração devem reverberar.
A Petrobras pode usar o dinheiro para desenvolver novas energias renováveis e se tornar ainda mais importante no mundo.

****
A UEE-SP lançou um abaixo-assinado com o objetivo de barrar o projeto de lei no Congresso Nacional Assine aquia petição.
Para mudar a foto do perfil no Facebook em defesa da causa, acesse o link

Fonte: UEE-SP

Seis maneiras de ficar por dentro das Eleições 2016

Alô juventude, alô secundaristas! As Eleições 2016 se aproximam! Para o povo que tem ocupado as ruas contra o golpe de Estado no Brasil e enfrentado o Congresso Nacional mais conservador desde a ditadura militar, é chegada a hora de defender o principal símbolo da política brasileira: o voto, o direito de eleger nossos representantes e os projetos de governo que nos representam.
As estatísticas mais uma vez provam que ir às urnas é pensar no futuro das nossas cidades. Atualmente, segundo o IBGE, a cada 10 candidatos, sete são homens. O percentual de mulheres que disputarão as eleições é de 31%, proporção bem abaixo da presença delas na sociedade, onde são mais da metade da população nacional (50,64%). Mais da metade (55%) dos candidatos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) têm entre 40 e 59 anos de idade.
Para que as eleições sejam realmente democráticas, a UBES, que no início do ano encampou a campanha nacional de voto aos 16 anos, a “Se Liga 16!”, faz novo alerta para que a juventude ocupe seu lugar na política.
1º Conheça o calendário eleitoral
Em 2016 acontece em todo país as eleições para prefeito, vice-prefeito e vereador. O primeiro turno das eleições municipais será realizado em 2 de outubro, primeiro domingo do mês. O segundo turno, somente em cidades com mais de 200 mil eleitores, está marcado para 30 de outubro.
É importante saber que as campanhas eleitorais iniciaram no dia 16 de agosto e seguem até o dia 29 de setembro. Aproveite esse tempo para conhecer o perfil dos seus candidatos.
2º Avalie sua cidade e município
O que está em jogo ao eleger prefeitos e vereadores é decidir o que pode mudar em nossos municípios e cidades. Por isso, uma boa estratégia para fazer valer seu voto é avaliar os principais problemas que precisam de solução.
Faça uma lista onde constem os serviços de administração pública e urbana que mais precisam de assistência. Será a educação, pois faltam escolas ou transporte para os estudantes? Em seu município, há problemas de habitação, poluição de áreas verdes? Em sua cidade faltam hospitais especializados ou centros culturais, de lazer e esporte?
Com essa lista você conseguirá identificar qual é o perfil do candidato mais próximo da sua posição política, qual projeto político mais se aproxima das necessidades de seu município e cidade.
3º Conheça as propostas dos candidatos em disputa
Na ‘era da informação’ é indispensável ler sobre as propostas dos candidatos, acompanhar debates entre os concorrentes do mesmo cargo, assistir às campanhas eleitorais e comparar os programas de cada político em disputa.
Busque conhecer a carreira do candidato e veja se suas promessas são viáveis e compatíveis com o cargo que ele pretende ocupar. Compare os planos de governo apresentados e os caminhos propostos para sua execução.
Os sites da Câmara de Vereadores, da Prefeitura, de setores que os candidatos fazem parte (ou simplesmente o Google) são fontes boas de informações para saber se seu candidato já esteve envolvido em algum escândalo, o que ele realizou em mandatos anteriores e avaliar as propostas do seu partido.
O site do TSE disponibiliza mais informações. Acesse aqui.
4º Quem vê cara não vê coração: passe o ‘pente-fino’
Existe um velho ditado popular muito bom para se pensar antes de escolher um candidato: “Você é aquilo que faz, e não aquilo que diz ser”.
Com a internet fica cada vez mais fácil saber se o político que aparece na televisão ou que entrega santinho no seu bairro tem uma trajetória de respeito ou se é apenas um charlatão querendo ganhar seu voto.
Muitas vezes, o projeto de governo proposto pelo candidato não corresponde às informações que circulam sobre ele. Um bom método é acessar as redes sociais e observar o posicionamento da pessoa sobre temas polêmicos. Afinal, vereadores e prefeitos são nossos representantes. Um estudante, por exemplo, não elegeria um prefeito que criminaliza movimentos sociais, certo?
5º Aplicativos que podem ajudar a sua vida
A tecnologia também pode nos ajudar a não perder os prazos. Nesse ano, a Justiça Eleitoral lançou alguns aplicativos muito práticos para nos ajudar a saber tudo sobre nossos candidatos, para denunciar irregularidades, ajudar os eleitores localizarem os locais de votação e receber notificações do calendário eleitoral, entre outras diversas funções. Acesse a lista de aplicativos.
6º Participe diretamente da vida política do país: vote!
Se você tem 16 anos e já emitiu o título de eleitor, não deixe de acompanhar a campanha eleitoral. Informe-se, organize discussões sobre o processo eleitoral com os colegas da sua escola e vá às urnas no dia das eleições.
Encampando nacionalmente a campanha “Se Liga 16!”, a UBES defende a participação dos secundaristas. O voto aos 16 anos foi conquistado após uma forte campanha do movimento estudantil para que esse direito fosse incluído na Constituição Cidadã de 1988, elaborada após o país se livrar de uma violenta ditadura militar que durou 20 anos (1964-1985).
Secundarista, saiba mais da “Se Liga 16!”, mobilize sua turma e faça valer seu direito de decidir o rumo de sua cidade.
- Fonte: UBES

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Lula à BBC: Corajosamente, Dilma vai se expor ao Judas no Senado


Ricardo Stuckert/Instituto Lula
 
 

“E ela vai tentar mostrar para eles o erro que estão cometendo. Se a Dilma não conseguir convencer os 28 senadores (número necessário para evitar o impeachment), ela vai estar fazendo um gesto histórico neste país. É uma mulher de coragem se expor diante de 81 senadores e ouvir de cada um, olho no olho de cada um, a acusação e poder, olho no olho, se defender. Eu quero saber como os senadores vão voltar para casa e olhar para suas mulheres, filhos, netos. Eles vão ter que reconhecer que ilegalmente eles afastaram uma pessoa eleita nesse país. E a história não julga na mesma semana. Às vezes a história demora séculos para julgar e eu trabalho com isso. A história não termina dia 29. Ela começa dia 29”, completou.

Lula reafirmou que o processo de um impeachment é um golpe parlamentar resultado de uma manobra de uma maioria eventual que se juntou para usurpar o governo da presidenta eleita.

“As pessoas que estão fazendo isso não querem que a gente fale golpe, porque diz que é feio, que não é golpe militar. O presidente interino (Michel Temer) é constitucionalista. E ele sabe que o que eles estão fazendo é ilegal, porque a Dilma não cometeu crime e segundo porque é um golpe parlamentar”, destacou.

Sobre as investigações que o acusam de suposta obstrução da Justiça na Operação Lava Jato, Lula afirma que é alvo de mentiras.

“Tem uma coisa muito esquisita aqui no Brasil. Você tem uma investigação, eu sou vítima de acusações em que você não tem uma única prova. Eu penso que os procuradores e os delegados que acusaram estão com uma dificuldade muito grande, e a imprensa numa dificuldade maior, porque como eles mentiram muito tempo a respeito das acusações, em algum momento isso vai vir à tona, eles vão ter que provar se procede alguma das coisas que eles me acusaram”, declarou.

E completou: “Por falta de prova, eles começaram a preparar um discurso, que você deve conhecer bem, que é a teoria do domínio do fato. Ou seja, se o Lula é presidente, ele deveria saber. Não existe essa de você julgar em tese. Ou você prova ou não prova. Ou você pede desculpa ou não pede desculpa. E eu não quero nada, só quero que peçam desculpas pelas mentiras que contaram a meu respeito. Nós temos uma força-tarefa nesse processo. Que envolve um juiz, procurador e Polícia Federal. Então, você não sabe quem investiga, quem acusa e quem vai julgar. Uma mistura, todo mundo faz tudo”.


Do Portal Vermelho, com informações da BBC

PF dizia que triplex era do Lula, mas indicia verdadeira dona


O juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, e investigadores incluíram o imóvel localizado em um condomínio no Guarujá, litoral de São Paulo, no rol de “alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade” na investigação na Operação Triplo X – 22ª fase da Lava Jato – deflagrada em janeiro, e foi uma das causas das ações cinematográficas de busca e apreensão na residência de Lula e na sede do Instituto Lula, além da condução coercitiva do ex-presidente, em março deste ano.

A operação insuflou o factoide que foi exaustivamente repetido por manchetes de jornais, longas reportagens de TV e opiniões de colunistas, que entrevistaram até o vizinho do primo da sogra do porteiro do condomínio do triplex para provar que Lula era o dono. O jornal O Globo chegou a dizer em manchete que o prédio era do Lula.

As ilações também foram combustível para grampear e impedir a iminente nomeação de Lula como ministro da Casa Civil do governo da presidenta Dilma Rousseff.

Sem provas para indiciar, os investigadores dizem que vão continuar apurando a “real” propriedade do apartamento do Guarujá, em uma investigação à parte. 

A defesa do ex-presidente denuncia que Sérgio Moro impede o acesso ao inquérito do triplex que não é do Lula. “Moro emitiu três despachos consecutivos para negar o direito da defesa: primeiro afirmou que a defesa já tinha recebido os autos, o que é falso; depois voltou atrás e afinal manteve a negativa, alegando que haveria diligências em andamento”, informam os advogados.

Segundo os advogados, sem provas para sustentar qualquer acusação contra Lula, Moro conduz o processo num jogo de esconde-esconde, “indigno do Judiciário e desrespeitoso com a defesa, além de violar as garantias de um cidadão brasileiro”.

Sítio

As investigações sobre o sítio em Atibaia (SP), que também atribuem a propriedade a Lula, seguem a mesma toada. Em depoimento à Polícia Federal, o empresário Fernando Bittar reafirmou ser dono do sítio e diz ter adquirido a propriedade com recursos doados por seu pai.

Ele afirma também que fez reformas para conviver com a família do ex-presidente e receber parte do acervo presidencial. Bittar é sócio de Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente, na empresa BR4, que controla a Gamecorp.

“Bittar contou para a PF que a ideia de compra do sítio de Atibaia ‘surgiu numa reunião familiar’ entre ele, seus irmãos e o pai, Jacó Bittar – ex-prefeito petista de Campinas, amigo de Lula desde a década de 1970. ‘Para que pudessem se reunir e receber os amigos’”, segundo relata o colunista Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Lula, por sua vez, nunca escondeu que frequenta o sítio, que é de propriedade de amigos. 


Do Portal Vermelho, com informações de agências

terça-feira, 16 de agosto de 2016

CTB lança cartilha e denuncia desmonte da Previdência Social

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) lança cartilha e denuncia o desmonte da Previdência Social promovido pela gestão interina de Michel Temer. Com o título, “Acorde! Mudança na Previdência vai piorar sua vida”, a cartilha desconstrói, ponto a ponto, o pacote de maldades de Temer, mostra o que está por trás da proposta que cria a idade mínima e da desindexação dos benefícios do Salário Mínimo.
“As medidas que essa gestão quer implementar se voltam contra a classe trabalhadora e têm por objetivo impor o retrocesso neoliberal e satisfazer interesses da burguesia e do imperialismo. Tal propósito transparece no projeto de reforma da Previdência Social que Temer tenta impor ao nosso povo”, avisou o presidente da CTB, Adilson Araújo.
Ele salienta que “as propostas de Temer já foram repudiadas pela maioria da sociedade. Elas ameaçam, sobretudo, o futuro da nossa juventude”.

Maior programa de distribuição de renda do Brasil
Na mesma linha, o secretário de Previdência, Aposentados e Pensionistas da CTB, Pascoal Carneiro, lembra que é a Previdência Social a responsável pela maior política de distribuição de renda do país.
“Ela [a Previdência] faz parte da Seguridade Social, que é compreendida como: direito à saúde, à previdência e à assistência social, questões essenciais para a melhoria da qualidade de vida de grande parte dos brasileiros e brasileiras”, ressaltou Carneiro.
Ele ainda lembrou que “a Seguridade Social foi uma conquista dos trabalhadores e das trabalhadoras quando da luta e mobilização pela elaboração da Constituição Federal de 1988. A Previdência contribui diretamente para reduzir as desigualdades sociais e é, em muitos municípios, um motor para a economia. Daí a centralidade de defendê-la”.
O discurso de Temer esconde a privatização
Nesses pouco mais de 90 dias de gestão interina, Temer promoveu um verdadeiro desmonte de políticas importantes para o país e no caso da Previdência ele começou extinguindo o Ministério da Previdência Social.
Carneiro avalia que “essa ofensiva, por exemplo, afeta em cheio a assistência social que perde seu sentido social e passa a obedecer a lógica de mercado. Do mesmo modo, a transferência do Conselho Nacional de Previdência Social, a DATAPREV e a PREVIC para o Ministério da Fazenda, deixa claro que a gestão interina de Temer não quer outra coisa senão esquartejar o sistema”.
E completou: “O fatiamento da Previdência é parte de uma política para aumentar a concorrência entre as instituições privadas por recursos públicos e transformar os serviços sociais em mercadorias. Dito de outra forma, o que esse governo temerário quer é privatizar a Previdência”.
Portal CTB - Joanne Mota

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

No AM, 4 mil candidatos de partidos sem CNPJ podem ficar fora da eleição

TRE-AM alertou sobre prazo final para informar CNPJ no diretório municipal dos partidos (Foto: Adneison Severiano/G1 AM) - Adneison Severiano
Do G1 AM

Com reforma eleitoral, diretórios municipais são obrigados ter CNPJ próprio.
Registro deve informar existência jurídica até o dia 15 de agosto.

Cerca de 4 mil políticos poderão ficar de fora das eleições municipais deste ano no Amazonas caso os partidos não informem o número do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de seus órgãos de direção municipais/comissão provisória até o dia 15 de agosto. O procedimento é obrigatório para obtenção do registro de candidatura na Justiça Eleitoral. Na sexta-feira (8), o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) informou que 350 diretórios municipais de partidos estão pendentes.
De acordo com o TRE-AM, por serem considerados pessoas jurídicas de direito privado, os partidos políticos devem possuir um número de CNPJ para atestarem a própria existência jurídica.


A exigência está prevista na Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nº 23.465/2016. A regra entrou em vigor neste ano e é uma das ações novas para ampliar o controle sobre os recursos usados na campanha.

"Antes os partidos usavam o CNPJ dos diretórios estaduais. Com a reforma eleitoral os diretórios municipais, agora, são obrigados ter seu próprio CNPJ. Um dos objetivos é ter um controle mais eficaz dos gastos dos candidatos. O TSE e os Tribunais Regionais estão preocupados com repasse de valores indevidos para candidatos", disse o diretor-geral do TRE, Messias Andrade.
Caso não cumpram a exigência, os partidos terão seu registro suspenso no cadastro de partidos da Justiça Eleitoral. O impedimento no ano de eleições municipais significa que os partidos não poderão realizar nenhum ato, inviabilizando a participação nas eleições e, consequentemente, não poderão lançar candidatos este ano.
"Se consideramos uma média de dez candidatos por diretório são entre 3.500 e até 4 mil candidatos que poderão ser impedidos de fazer o registro de candidatura. A maioria dos diretórios pendentes, atualmente, é do interior do estado. Estamos acompanhando diariamente a situação e fizemos essa divulgação para tornar pública essa situação, que a cada dia se agrava para os próprios candidatos", informou Messias Andrade.
O secretário judiciário do TRE-AM, Waldiney Siqueira, destacou a falta de CNPJ impedirá abertura conta bancária do diretório municipal do partido.
"A ausência de CNPJ do órgão municipal, além de impedir a abertura de conta bancária, acarretará a suspensão de sua vigência, o que afetará a legitimidade das convenções partidárias no município e ensejará o indeferimento do registro do partido e de seus candidatos no município onde se disputa o pleito", ressaltou.
Regularização
A comissão provisória ou o diretório municipal do partido para se regularizar precisa dirigir-se à Receita Federal para obter a inscrição no CNPJ e, em seguida, informar a numeração ao TRE, por meio do Sistema de Gerenciamento de Informações Partidárias (SGIP), disponível no site do TRE-AM, até o dia 15 de agosto. A lista de órgãos partidários pendentes pode ser acessada na página do TRE-AM na internet.

Fonte: G 1

Globo e golpistas mergulham o Brasil no abismo

Eduardo Cunha, José Serra e Jucá ao fundo -
Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado
Dois fatos políticos de relevância olímpica foram olimpicamente ocultados pela Rede Globo no Jornal Nacional desta segunda-feira olímpica, 8 de agosto de 2016. A Globo esconde dos brasileiros as delações com o potencial explosivo de derrubar o governo usurpador e levar seus integrantes para a cadeia.

Por Jeferson Miola*, na Carta Maior

O primeiro fato: a decisão de Gilmar Mendes, juiz tucano no STF, de abrir processo para extinguir o PT. Embalado pelo espírito fascista da ditadura golpista de 1964, Gilmar quer eliminar do sistema partidário brasileiro o Partido que tem quase 2 milhões de filiados e que recebeu 54.501.318 votos na última eleição presidencial. Um fato de tal gravidade jamais poderia ser escondido.

O segundo fato ocultado foi o vazamento da delação que revelou a propina de R$ 10 milhões que Michel Temer mandou a Odebrecht entregar aos sócios golpistas Eliseu Padilha, Chefe da Casa Civil, que embolsou R$ 4 milhões em dinheiro vivo, e Paulo Skaff, presidente da FIESP, que levou R$ 6 milhões, também em dinheiro vivo. A delação também mostrou a propina de R$ 34,5 milhões recebida pelo Chanceler usurpador José Serra.

Quem revelou o escândalo da propina multi-milionária paga aos golpistas não foi nenhum veículo da imprensa não-hegemônica. A divulgação saiu das páginas da insuspeitamente golpista revista Veja, muitas vezes beneficiária em primeira mão dos vazamentos seletivos feitos por agentes da PF, do MP e do Judiciário.

É evidente que este escândalo, com o potencial explosivo de derrubar o governo usurpador e levar seus integrantes para a cadeia – fosse esse, evidentemente, um tempo de normalidade democrática e institucional – somente foi vazado porque seus autores confiam que exercem controle total da situação e das instituições políticas, policiais e judiciais.

É ilusório pensar que esta denúncia tenha algo a ver com princípios éticos ou morais ou com o ideal de “limpeza” da política apregoado por procuradores da Lava Jato, que agem como verdadeiros pregadores da nova ordem, pura e livre de pecados.

O vazamento é uma operação calculada; é parte do jogo de disputas, chantagens e de acomodação de interesses no interior do bloco golpista.

Aqueles que se beneficiam do vazamento têm consciência de que a divulgação deste escândalo monumental não reverterá o curso do golpe e não derrubará o governo usurpador de Michel Temer. Em outras palavras: o golpe está consolidado, e o novo regime golpista, que se assenta na criminalidade e na solidariedade criminosa, já administra as tensões internas.

Este estágio “orweliano” da realidade brasileira não seria alcançado sem a participação da Rede Globo, com o corpo e a alma, no golpe.

A Globo joga um papel decisivo na consolidação do golpe, como jogou no de 1964. O papel nocivo da Globo à democracia é exercido quando deturpa a realidade que publica, mas sobretudo quando esconde criminosamente a realidade.

Esses acontecimentos são a demonstração olímpica de que o Brasil está sendo outra vez mergulhado no abismo do arbítrio e do obscurantismo.



*Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial.

Portal Vermelho

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Rafaela Silva: Negra, mulher, periférica e o primeiro ouro do Brasil no Rio 2016

Rafaela Silva é carioca e nasceu na Cidade de Deus, favela conhecida do Rio de Janeiro e que fica a aproximadamente oito quilômetros da arena onde atingiu o ponto máximo da sua carreira. Após ser desclassificada em Londres 2012, Rafaela Silva sofreu com ataques racistas na internet
Por Redação
A judoca brasileira Rafaela Silva, 24 anos, conquistou o primeiro ouro para o Brasil nos Jogos Olímpicos de 2016 na categoria leve (até 57 kg). A atleta derrotou a mongol Sumiya Dorjsuren, número um do mundo, nesta segunda-feira (8).
Rafaela Silva é carioca e nasceu na Cidade de Deus, favela conhecida do Rio de Janeiro e que fica a aproximadamente oito quilômetros da arena onde atingiu o ponto máximo da sua carreira.
Nas Olimpíadas de Londres em 2012, Rafaela sofreu com uma eliminação dramática. Após ser desclassificada por uma catada de perna ilegal sobre a húngara Hedvig Karakas, a judoca brasileira sofreu com ataques racistas no seu Twitter e foi chamada de “macaca” por seguidores. As ofensas abalaram Rafaela que chegou a cogitar abandonar o esporte.
Zenilda Silva, mãe da Rafaela, comentou mais cedo sobre as ofensas racistas que sua filha sofreu e sobre a emoção de disputar as Olimpíadas em casa. “Em Londres chamaram minha filha de macaca e agora estamos aqui”, disse.
Ao sair do tatame, Rafaela estava completamente emocionada e comentou a vitória para uma repórter do Sportv: “Falaram que eu não servia para judô, que eu era uma vergonha para minha família”.
Rafaela também já ganhou a medalha de ouro no Mundial de 2012, prata no Mundial de 2011 e bronze no Worls Masters de 2012.
Foto de Capa: Roberto Castro/ Brasil2016
Fonte: Revista Fórum 

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Diap: PCdoB é apontado como importante articulador no Congresso

Bancada comunista no Congresso 
O protagonismo da Bancada Comunista é desta que da última edição do “Cabeças” do Congresso Nacional. O estudo do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) aponta que, em 2016, 7 dos 11 parlamentares do PCdoB no Congresso (63% do total) são referência nas articulações políticas e debates promovidos pelo Legislativo.

Os deputados Alice Portugal (BA), Daniel Almeida (BA), Jandira Feghali (RJ), Jô Moraes (MG), Luciana Santos (PE) e Orlando Silva (SP) e a senadora Vanessa Grazziotin (AM) constam na lista do Diap. Definida como articuladora, a presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, afirma que houve o reconhecimento do comportamento e da coerência da forma como o partido concebe a política. “O PCdoB busca tratar as questões políticas com amplitude, lealdade e de forma coerente com seu programa nacional”, avalia. 

Dentre os temas da pesquisa, o desempenho dos congressistas é avaliado, também, em termos da eficiência na leitura da realidade e facilidade para conceber ideias. O aprimoramento do diálogo com a sociedade e entre seus pares. Figurando pela sétima vez consecutiva entre os 100 parlamentares mais influentes, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) diz que o mandato é uma “construção coletiva”.

Este resultado positivo, de acordo com Alice, é resultado da “luta em defesa da democracia no Brasil, da educação, da juventude, das mulheres, do serviço público. Este é um mandato do PCdoB e das ruas”, declara.

E a presença das mulheres nas discussões do Congresso foi pela segunda vez percentualmente maior quando comparado com o número de mulheres eleitas para o Legislativo Federal. Embora tenham baixa representatividade, apenas 9,28% do Congresso Nacional (64, sendo 52 deputadas e 12 senadoras), elas permanecem em ascensão na elite do Parlamento (Câmara dos Deputados e Senado Federal). 

Neste ano, elas correspondem a 13% dos 100 nomes do estudo, sete senadoras e seis deputadas, no Parlamento brasileiro. A senadora comunista Vanessa Grazziotin (AM) se sobressai como debatedora e a deputada Jô Moraes, do PCdoB de Minas Gerais, aparece em ascensão.

Segundo o Diap, “ascensão” significa dizer que o parlamentar busca abrir canais de interlocução, criando seus próprios espaços e se credenciando para o exercício de lideranças formais ou informais no âmbito do Parlamento.

Para Jô Moraes, a maior participação feminina nos espaços de poder decorre da militância social das mulheres. “A marca deste tempo é a da ousadia das mulheres na luta democrática e de resistência ao machismo. E o PCdoB vem priorizando o papel protagonista delas na ação política em toda a sua trajetória”, acrescenta a deputada.

A capacidade de articulação dos comunistas, com 63% de seus deputados entre os que comandam o processo decisório no Congresso, é, segundo o líder da Bancada na Câmara, Daniel Almeida (BA), uma credencial para “responder aos desafios num momento de crise de representatividade. Ter esse reconhecimento de uma instituição como o Diap é extremamente honroso”, afirma o parlamentar apontado como negociador. 

Além dos citados, a pesquisa “Cabeças” do Congresso Nacional inclui, também, a deputada Jandira Feghali (RJ) e o deputado Orlando Silva (SP) como debatedores de excelência. Constam no estudo apenas os parlamentares que estavam no efetivo exercício do mandato no período de avaliação, e corresponde ao período de fevereiro a julho de 2016. 

Veja a íntegra do estudo aqui
Fonte: PCdoB Nacional

Batalha de Maria da Penha inspira mulheres na luta contra a violência

Uma história triste e trágica, que nos causa asco e repúdio, mas que talvez não esteja tão distante de nós. Poderia ter acontecido com qualquer mulher. A sobrevivente Maria da Penha, como ficou conhecida nacional e internacionalmente, se tornou um dos maiores expoentes da luta pela erradicação da violência doméstica e familiar contra a mulher.

Após anos de lutas e debates, em 07 de agosto de 2006, a Lei Federal nº 11.340 – Lei Maria da Penha – foi publicada. A Lei, em seus termos, tem por objetivo criar “mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher”, garantindo a “toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião (...) as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.”

A Lei ainda define como hipóteses de violência doméstica e familiar contra a mulher “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”, por agressor que tenha relação de afeto à familiar com a vítima.

Ou seja, a Lei Maria da Penha veio garantir amparo à mulher vítima de violência física, psicológica, sexual, moral ou patrimonial. Se tornando o principal instrumento legal de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher no Brasil.

Sem dúvida, nos últimos 10 anos, houve uma grande difusão da Lei Maria da Penha e seu papel de proteção à mulher, segundo pesquisa do Instituto Patrícia Galvão, de 2013, em conjunto com o Data Popular: 98% da população brasileira já havia ouvido falar na Lei. O que até então, há 10 anos, era considerando parte da esfera privada dos lares brasileiros, agora é encarado e punido como crime. 

Neste domingo (7), em seu 10º aniversário, comemoramos um dos maiores marcos da luta feminina no Brasil. A Lei Maria da Penha abriu caminho para o fortalecimento e ascensão do empoderamento feminino, possibilitando que vivamos, o que alguns chamam de, Primavera Feminista.

Maria da Penha deu seu nome à lei, mas não podemos esquecer das outras Marias, Claras, Elzas, Ritas, Genís, mães, avós, tias, filhas, amigas, vizinhas ou até mesmo você. Quantas mais mulheres precisam continuar a sofrer na pele as violências constantes e reiteradas? É necessário o debate exaustivo do problema da violência contra a mulher, até que nenhuma outra mulher seja violentada.

Apesar do notório avanço, a violência contra a mulher continua presente, assombrando milhares de mulheres. Portanto, é dever do Estado garantir amparo legal às vítimas, juntamente com apoio psicológico e social. Entretanto, ainda hoje, grande parte dos crimes de violência não são denunciados. 

Mas o que te cala, mulher? Por quê renuncias ao teu direito?

A coação moral e física, situação que todas nós estamos expostas, intensificada pelo fantasma da culpabilização da vítima, patrocinada e sustentada por uma sociedade patriarcal, talvez sejam fatores relevantes. Temos ainda o medo, a vergonha, o receio de julgamento pela sociedade e inúmeros outros fatores. Não restam dúvidas, que o processo é longo e depende, e muito, de políticas afirmativas por parte do Estado em conjunto com setores da sociedade. É um trabalho intenso.

Não basta a lei por ela mesma, se não há um aparato estatal e legal para lhe garantir sustentação. Pesquisa do Instituto Avon em conjunto com o Data Popular, de novembro de 2014, identificou que homens que presenciaram atos violentos contra a mãe praticam mais violência contra as mulheres, se comparado aos que não presenciaram, 67% contra 47% respectivamente. 

Os dados dessa pesquisa deixam evidente o impacto da violência doméstica no futuro das gerações mais novas, servindo de base para outras formas de violência, perpetuando os traços de uma sociedade primitiva.

Dados da Secretaria de Políticas para Mulher, referente ao balanço dos primeiros 10 meses de 2015 no atendimento do Ligue 180, mostram que dos 63.090 relatos de violência ocorridos no período, 49,82% foram de violência física e 30,40% de violência psicológica. Números estarrecedores mostram que 38,72% dos casos de violência são diários e 33,86% são semanais. 

A luta diária para a emancipação e autonomia da mulher, que busca também a sonhada igualdade e dignidade, está longe de acabar. É uma luta pelos direitos humanos. É preciso garantir apoio e condições para que a vítima denuncie, que se sinta forte o suficiente para livrar-se daquele relacionamento, que tenha a certeza que aquele é o melhor para seus filhos e para ela mesma. Que se sinta apoiada, protegida e jamais julgada.

Assim nos sentiremos seguras e empoderadas para livrar-nos de nossos medos e culpa. Para sermos mulheres, donas de nós mesmas. 

Vamos continuar o debate incansável, o apoio incondicional às vítimas, até que não exista uma alma sendo violentada. A cicatriz ou o trauma, em qualquer uma de nós, é uma cicatriz e trauma em todas nós. 

Denuncie – Ligue 180!
 

 *Yassmin Issa Neves é advogada
C/ Portal Vermelho

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Ameaças da reforma previdenciário do governo Temer - Por Antônio Augusto de Queiroz *

Antônio Augusto de Queiroz *

O ministro Chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, em entrevista ao Jornal O Globo (30/07/2016) antecipou as bases da reforma da previdência que foi submetida ao presidente interino, Michel Temer, e que será encaminhada para votação no Congresso após a conclusão do processo de impeachment. Se confirmada nos termos anunciado pelo ministro, a proposta de reforma será mais dura que as realizadas por FHC e Lula.



A proposta tratará: a) do aumento da idade mínima e do tempo de contribuição, b) da equiparação de idade e tempo de contribuição entre homens e mulheres, c) de transição somente para quem tem mais de 50 anos, d) de eliminação da diferença de critério para aposentadoria de trabalhador urbano e rural e servidor público e trabalhador da iniciativa privada, e) de mudanças nas aposentadorias especiais e, f) da instituição de novo redutor nas pensões, além de outras mudanças em nível infraconstitucional.

A idade mínima para efeito de aposentadoria, que se inicia com 65 anos e pode chegar a 70 para homens e mulheres, será instituída para o setor privado e aumentada para o servidor público. Isto significa que as regras de transição das Emendas Constitucionais anteriores não serão aplicadas a partir da promulgação da nova Emenda Constitucional, exceto para quem já tenha direito adquirido, ou seja, já tenha preenchido todos os requisitos para aposentadoria.

A equiparação do tempo de contribuição entre homens e mulheres, do campo e da cidade, inclusive para os professores, terá uma regra de transição especial, porém sem estendê-la à exigência de idade mínima. Ou seja, a mulher perderá de imediato pelo menos um dos dois quesitos que atualmente a diferencia do homem para efeito de aposentadoria: menos idade e menos tempo de contribuição.

O tempo já trabalhado, que foi respeitado e teve regra de transição nas reformas de Lula e FHC, na proposta Temer não será considerado, exceto para o atual segurado que já tenha mais de 50 anos de idade. Para estes, e somente para estes, haverá uma regra de transição, com a adoção de um pedágio entre 40% e 50% sobre o tempo que faltar para preencher as regras de aposentadoria na data da promulgação da Emenda Constitucional do governo Temer. Os demais servidores, mesmo que tenham 49 anos de idade e mais de 29 de contribuição não terão direito a transição, submetendo-se às novas regras.

A proposta elimina a diferença de critério para efeito de aposentadoria entre servidores e trabalhadores do setor privado, entre trabalhadores urbanos e rurais, com a unificação dos requisitos, ainda que o regimes previdenciários continuem separados, como o do INSS e dos servidores públicos.

As aposentadorias especiais, além da exigência de idade mínima, terão os requisitos de tempo de contribuição e de permanência na atividade aumentados em proporção superior ao aumento dos requisitos para os demais segurados.

Por fim, as pensões, que atualmente são integrais até o valor de R$ 5.189,82 (teto do INSS) e, no caso dos servidores públicos, sofrem um redutor de 30% sobre a parcela que excede ao teto do INSS, ficarão limitadas a 60% do benefício, acrescidas de 10% por cada dependente. As novas regras valerão para todos os segurados (regimes próprio e geral) que, na data da promulgação da nova emenda, não estejam aposentados ou que não tenham direito adquirido, ou seja, não tenham preenchido todos os requisitos para requer aposentadoria com base nas regras anteriores.

É verdade que se trata da intenção do governo que para se transformar em Emenda à Constituição terá que ser aprovada por três quintos das duas Casas do Congresso (Câmara, com 308 votos e no Senado, com 49 votos) em dois turnos de votação em cada Casa, mas os trabalhadores e servidores devem se mobilizar desde já, denunciando o caráter perverso dessa reforma, sob pena de retrocesso nas conquistas previdenciárias.

Em relação ao servidor público, entretanto, há dois testes antes da reforma da previdência – caso do PLP 257, que trata da dívida dos estados e da modificação da Lei de Responsabilidade Fiscal para retirar direito do servidor, e o caso da PEC 241, que congela o gasto público em termos reais, inclusive a despesa com pessoal – que se o governo sair vitorioso será fortalecido na tentativa de aprovar a reforma da previdência com supressão de direitos.

A luta, portanto, deve se iniciar imediatamente, com grandes mobilizações para rejeitar ou retirar do PLP e da PEC os aspectos que prejudicam os servidores, sob pena de se abrir uma avenida para a aprovação da reforma da previdência. 

Fonte: Portal Vermelho


* Jornalista