ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65

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sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Jandira Feghali: Aos que se importam

 
É difícil saber como começa uma ditadura ou quanto tempo vai durar. Mas ela dá sinais, por vezes bem fortes, como agora. Vai se infiltrando em corações e mentes fazendo-os crer que o país chegou ao fundo do poço. Que é preciso mão firme para solucionar os graves problemas enfrentados.

Por Jandira Feghali


Elegem um fantoche para canalizar seu desejo de poder e fazem da sociedade um alvo fácil para que, subliminarmente, o pensamento único impere. Depois de instalado, ele justifica qualquer tipo de conduta.

A ditadura militar no Brasil durou 21 anos. De 1964 a 1985, promoveu a censura, torturas, desaparecimentos e assassinatos. Atacou direitos sociais com uma explosão de concentração de renda e promoveu uma forte redução do salário mínimo, que foi rebaixado ao seu menor valor de todos os tempos. Um custo altíssimo pago com sacrifícios e vidas. Foi a luta de pessoas perseguidas e comprometidas com a liberdade que impôs a resistência ao regime autoritário e permitiu que ele tivesse um fim. Foram as pessoas taxadas de comunistas e terroristas que não se calaram e denunciaram as atrocidades cometidas. 

Hoje, 33 anos nos separam do dia em que comemoramos a fim da ditadura e muitos sequer se recordam dos dias difíceis. Os mais jovens, intocados pela violência por ela provocada, talvez se identifiquem com os que pretendem transformá-la em mero "movimento". Mas, nem todos perderam a capacidade de se importar. O país está dividido sim. Mas não entre honestos e corruptos. Esquerda e direita. Petistas e antipetistas. O Brasil está assistindo o embate cada vez mais nítido entre os que se importam e os que não se importam com a democracia. 

Há um número grande de pessoas que precisam ser acordadas para o risco de perder sua liberdade de pensar e agir.

Aos que, conscientemente não se importam, não há o que ser dito. Eles sabem do precipício em que podemos cair, mas incorporaram de tal maneira o discurso do ódio que já se tornaram impermeáveis a qualquer tipo de argumento. Dirijo-me aos que se importam. E, acredito, são maioria. Aos que não viveram uma ditadura, mas são capazes de entender seus efeitos danosos para toda a sociedade. Aos que conviveram com o regime militar sendo, em maior ou menor grau, por ele afetados. Aos que ainda estão em dúvida diante das urnas.
A esses me dirijo. 

Não se deixem enganar pelo discurso de que estamos na normalidade democrática. Há um desequilíbrio evidente entre o poder de massificação da mensagem de nosso opositor e nossa capacidade de resistir às mentiras veiculadas. Enquanto eles se utilizam de todos os meios, lícitos e ilícitos, para convencer os eleitores de que são a "salvação da pátria", nós cumprimos nosso papel de dialogar e alertar para o que está por trás dessa verdadeira avalanche de fakenews. 

Enquanto eles fogem do debate, nós estamos nas ruas todos os dias defendendo nossas propostas e tentando evitar o estado de exceção. Defendemos o direito à divergência, o pluralismo político, o livre pensar, o direito de livre associação, organização e de culto. As liberdades, a diversidade cultural e humana, sem preconceitos de qualquer tipo. E por isso, somos defensores da paz.

Jamais aceitaremos a tortura, o estupro, a violência, o banimento, o exílio, a prisão arbitrária como métodos de ação do Estado ou a serem protegidos por ele. 

É momento dos que se importam saírem do conforto da neutralidade. Sem medo. Apenas com a certeza de que não podemos compactuar com os que querem sair da caserna para comandarem a política e com a grave ruptura democrática apresentada pela candidatura Bolsonaro.

Os que se importam fizeram toda a diferença nos anos de chumbo. Estou confiante que farão a diferença agora e não permitirão que a semente da ditadura germine. Dia 28 de outubro é dia de se importar! Por nós mesmos, por nossos filhos e filhas, pelo Brasil que sabemos pode voltar a combater as desigualdades e a fome! Pelo Brasil altivo e soberano! Pelo Brasil da paz e da vida! Pela democracia e pela liberdade é HORA de VIRAR! Haddad e Manuela 13!

Fonte: Portal Vermelho

Publicitários lançam manifesto pró-Haddad em favor da democracia

 

Um grupo de publicitários criou um manifesto contrário a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) e colocando Fernando Haddad como a única opção democraticamente viável neste segundo turno das eleições presidenciais. É a primeira vez na história do Brasil que a categoria se posiciona em uma eleição presidencial.


“Repudiamos o discurso de ódio e, como formadores de opinião e criadores e propagadores de ideais, é nossa responsabilidade, moral e ética, nos mobilizarmos em defesa das minorias, por um país livre de intolerância, preconceito e discriminação”, diz um trecho do documento.

O manifesto reúne milhares de assinaturas de profissionais da categoria e está aberto à adesão. Os profissionais interessados em aderir, precisam enviar o nome completo para democraciaacimadetudo.2018@gmail.com.

Leia a íntegra: 


DEMOCRACIA ACIMA DE TUDO

Centenas de profissionais do mercado publicitário, abaixo-assinados, de diferentes ideologias políticas, vêm, por meio desta, tornar pública a nossa posição a favor da democracia, da liberdade de expressão e dos direitos humanos.

Repudiamos o discurso de ódio e, como formadores de opinião e criadores e propagadores de ideais, é nossa responsabilidade, moral e ética, nos mobilizarmos em defesa das minorias, por um país livre de intolerância, preconceito e discriminação.

Não podemos ficar imparciais diante da situação que vivemos no Brasil, em que a disputa é entre valores humanitários e ideias antidemocráticas.

Vale destacar o movimento em nossa própria classe, cujo passado (e presente) machista, racista, xenofóbico e homofóbico, finalmente, deve caminhar em direção a um futuro mais justo.

Independente da posição política de cada um de nós, somos todos contra a violência, a censura e a instauração de um governo autoritário e antidemocrático. Dessa forma, sendo coerentes com tais valores, nesse momento crítico de nossa história, a única opção é o voto em Fernando Haddad..

Fonte: Portal Vermelho

Gilmar pede cautela e diálogo após ofensiva contra universidades

 

Carlos Moura/SCO/STF

Após 29 universidades serem censuradas e invadidas por agentes do Estado nesta quinta-feira (25), o ministro do STF, Gilmar Mendes, pediu em evento ‘cautela’ em ações realizadas pela justiça contra as universidades. Segundo ele, é preciso fazer uma reavaliação para que haja uma “relação dialógica e menos repressiva”.

Nesta sexta-feira (26), que esteve em evento na Uninove, na capital paulista, e afirmou ser necessário ter uma relação mais dialógica e menos repressiva no que se refere aos casos de ações contra as universidades.


"É preciso que façamos uma reavaliação para não valorizarmos uma ação repressiva e que possamos valorizar uma relação mais dialógica. Nós precisamos ter uma relação dialógica e menos repressiva", falou.

Gilmar disse que as universidades são vitais para o pensamento e que a sociedade precisa lidar essas manifestações "com certa compreensão e tolerância" e que não são todas as que traduzem manifestações de apoio a partidos políticos ou políticos.

O ministro disse também que em um segundo turno a temperatura das discussões políticas "sobe demais" e que nesse contexto os juízes eleitorais recebem diversas manifestações e tomam a maior parte das decisões quase que de forma monocrática, sem levar ao colegiado. 

Gilmar afirmou que nas universidades há "ebulição" de ideias mesmo fora do período eleitoral e isso tem que ser relativizado. "Não é incomum, nós mesmos (ministros do STF) vamos a eventos universitários e somos recebidos com protesto. Isso faz parte do processo democrático ", considerou.


Do Portal Vermelho, com informações do Uol

Racismo e intolerância: Universitária é estuprada em Fortaleza

 

Uma jovem negra, aluna da Universidade de Fortaleza(Unifor), foi ameaçada por um eleitor de Jair Bolsonaro (PSL), também estudante da mesma universidade. Ela chegou a fazer um Boletim de Ocorrência mas, no dia seguinte, foi sequestrada e estuprada.


A menos de 48 horas do início da eleição cresce a onda de fascismo e terror em todo o país envolvendo personagens divergentes no processo eleitoral. Várias vítimas já perderam a vida ao defender seus candidatos. Mais uma vez as ameaças e a intolerância ultrapassaram o limite do aceitável. 

Desta vez o crime foi em Fortaleza. Uma aluna negra, eleitora de Fernando Haddad (PT), sofreu ameaças e ofensas que diziam: “Você não merece estar aqui”, “Esse lugar não é para gente como você”, “Sua negra! Não quero conviver com pessoas do seu tipo aqui na Universidade”. 

Em Boletim de Ocorrência feito na última quarta-feira (24), a vítima afirma que o acusador era um homem branco e eleitor de Bolsonaro. Um dia depois, na quinta-feira (25), mesma data em que seu candidato disse que iria acabar com o “coitadismo” no Brasil, a mesma aluna foi arrancada de um transporte coletivo, ameaçada com um canivete e estuprada. A jovem foi hospitalizada.

Resistência

Indignados com o avanço do fascismo dentro da Universidade, centenas de alunos realizaram, na manhã desta sexta-feira (26), um ato de protesto. Com concentração na biblioteca central, os universitários saíram em caminhada e ocuparam a Avenida Washington Soares, em Fortaleza, para denunciar o crime. “Machistas, fascistas, não passarão”, era o grito de clamor de homens e mulheres contra o horror.

“Lindo ato de resistência. Se o outro lado está com a barbárie, aqui estamos cheios de amor. Estamos uns por todos e todos pelo Brasil. Que orgulho dos estudantes da Unifor e de todos que fazem resistência por todo pais”, afirmou a médica Nara Arruda, que se solidarizou com o movimento. “Os tempos sombrios já começaram. É de massacrar o coração. O chocante é ver a postura dos universitários que defendem aquele candidato e pensar quem vai nos proteger agora?”, questiona um ex-aluno de Direto da mesma instituição que pediu para não ser identificado.

Mais 

A Comissão de Direitos Humanos da OAB/CE já emitiu nota onde ratifica “preocupação e consternação” com o caso. “O crime que ocorreu aparentemente por motivações políticas, está sendo acompanhado pelo Observatório dos Crimes por Motivação Política e Ideológica, composto por OAB, DPE, DPU e CEDH. A aluna já havia comunicado as ameaças que sofria há vários dias às autoridades competentes, mas infelizmente a ameaça se concretizou. É lamentável e repugnante o nível que se chega nessas eleições. É preocupante o empoderamento de grupos que repercutem o discurso de ódio. A CDH presta total solidariedade à vítima e sua família e cobrará a apuração célere do caso, com a responsabilização desses criminosos”, afirma.


Em nota, O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Unifor também condena o crime. “Manifestamos total repúdio ao triste episódio em que uma aluna foi vítima de racismo dentro do Campus”. “Estamos profundamente preocupados! Esse fato revela uma atitude desprezível e chama a nossa atenção para a necessidade de, em pleno 2018, continuar debatendo sobre um princípio basilar em nossa Constituição Federal: Somos todos iguais, logo, temos direitos iguais. Não custa lembrar que a Legislação Brasileira considera crime a prática do racismo. Ressaltamos, também, a importância em divulgar quaisquer episódios similares motivados pela intolerância e ignorância. O presente caso já está sendo averiguado e os procedimentos cabíveis vêm sendo tomados para identificar e punir o agressor. Repudiamos qualquer tipo de discriminação, seja ela racial, de gênero, religiosa ou pela orientação sexual. E reafirmamos a posição da nossa entidade como lugar de apoio para os alunos. Racismo, esse lugar não é para você”.

Apesar de ter emitido uma nota onde afirma que já apura o caso, a Unifor informou que ainda irá se pronunciar oficialmente sobre o fato.

Veja abaixo um momento da manifestação dos estudantes da Unifor:
  


De Fortaleza, Carolina Campos

Vídeo: O Povo
Informações: Portal Vermelho

Manuela e PT entram na justiça contra agressões de Bolsonaro

 

Desesperado com a mudança nos rumos das eleições anunciadas pelo Datafolha nesta quinta (25), Jair Bolsonaro veiculou mais Fake News, agora em sua propaganda eleitoral exibida na televisão. Bolsonaro editou falas de entrevista concedida por Manuela d´Àvila, candidata a vice de Haddad (PT), à revista Istoé e atribui falaciosamente a responsabilidade do caso Celso Daniel ao PT. Diante da ofensiva, Manuela e o PT acionaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo direito de resposta à agressão.

Em propaganda falaciosa, Jair Bolsonaro distorceu entrevista de Manuela d´Ávila à revista Istoé na tentativa de espalhar mais uma de suas Fake News. Com a edição, Bolsonaro e sua equipe tiveram a evidente intenção de manipular o verdadeiro teor da fala da candidata. A propaganda apresenta a frase de Manuela inteiramente dissociada do contexto, dando a entender que a candidata não seria cristã, o que é mentira. 

Nas redes sociais, Manuela divulgou a entrevista sem edição, onde aparece defendendo a laicidade do Estado na escola, visando a democracia para os alunos que tem outras religiões. No vídeo, ela se autodeclara cristã católica, respeitando todas as crenças religiosas.

Além disso, em vídeo, Manuela destacou o ‘desespero’ do candidato diante da virada dos votos mostrada pelo Datafolha desta quinta (25). A pesquisa mostrou queda significativa de seis pontos entre Haddad (44%) e Bolsonaro (56%). 

“Vocês acreditam que o nosso adversário resolveu mentir na televisão. Eles editaram mal, como tudo que fazem, uma entrevista que dei à Istoé. É por causa do movimento #viravoto que eles estão desesperados dessa maneira”. 

“Amanhã tem tempo de TV e devemos ganhar o direito de resposta, mas eu quero que vocês vejam o tipo da gente que trabalha com esse defensor da tortura, do fim do direito dos trabalhadores e que propaga apenas o ódio e a intolerância”.

Manuela disse ainda que Bolsonaro e sua equipe mentem por não terem projeto e que “eles estão caindo nas pesquisas mesmo fugindo dos debates... um covarde, o mito é um mico.”

Diante da informação mentirosa exibida no horário eleitoral, Manuela e o Partido dos Trabalhadores (PT) entraram com “pedido de direito de resposta relativo a ofensas veiculadas durante o horário eleitoral gratuito” junto ao TSE.

Segundo o processo, a propaganda do candidato do PSL proferiu “graves e inconsequentes ofensas contra os representantes, de modo a violar a honra objetiva e subjetiva da candidata Manuela D’Ávila e a legitimar o pedido de direito a resposta”.

Bolsonaro ainda divulgou na mesma propaganda mais uma informação manipulada. No vídeo exibido no horário eleitoral, a equipe do candidato atribui ao Partido dos Trabalhadores a responsabilidade pelo crime perpetrado contra o prefeito Celso Daniel. Tragédia já apurada pela polícia e que foi enquadrada como resultado de um crime comum, e não político. 

O próprio ex-delegado geral, Marcos Carneiro Lima, que trabalhou na Divisão Anti-Sequestro, asseverou que “é fácil fazer teoria da conspiração, mas a morte de Celso Daniel não foi política”. Neste caso, também foi solicitado o pedido de resposta.

Veja abaixo a entrevista verdadeira na íntegra:



Do Portal Vermelho