Em Minas, Lula rechaça machismo de Bolsonaro e seu desprezo pelo povo e critica presidente por querer acabar com reajuste do salário mínimo e das aposentadorias.
A defesa da democracia e dos
direitos do povo e o repúdio ao machismo e à violência política
incentivados pelo bolsonarismo foram o centro de entrevista coletiva do
ex-presidente Lula (PT) realizada na manhã deste sábado (22) em Ribeirão das
Neves (MG). Ele esteve acompanhado da senadora Simone Tebet (MDB-MS), da
ex-ministra Marina Silva (Rede), do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre
Kalil, além de lideranças locais.
Ao falar sobre o crescimento dos casos de violência política,
Lula declarou: “Fazemos política há 50 anos e isso não existia no Brasil”. E
completou: “Isso acontece porque temos um governo fascista no Brasil”. O jeito
de mudar isso, acrescentou, “é na eleição, no dia 30”. Lula salientou que
“todas as pessoas que amam a democracia sabem que é preciso derrotar
Bolsonaro”.
Leia
também: Lula faz
campanha em MG com Simone Tebet, Marina Silva e vice de Zema
Lula destacou que Bolsonaro é desumano e “não tem sentimento”,
lembrando do comportamento do presidente durante a pandemia. “Bolsonaro
despreza a maioria do povo”, enfatizou. Também criticou o fato de o governo
permitir que 33 milhões de pessoas ainda passem fome e os altos preços dos
alimentos. “Pessoas levam metade do que gostariam porque o dinheiro acabou”,
disse.
O ex-presidente declarou ainda que “no dia 30, o povo vai ter de
escolher não entre um candidato ou outro, mas entre a barbárie, o fascismo e a
democracia, entre a humanidade e a desumanidade. Esse cidadão é um destruidor
de esperança, de sonhos”.
Lula também criticou Bolsonaro pelos cortes na educação e na
saúde e por estimular a “sociedade a comprar cada vez mais armas” e defendeu a
renegociação das dívidas da população. Também rechaçou a proposta de Bolsonaro
de acabar com a correção do salário mínimo e das aposentadorias.
Outro ponto criticado foi o machismo e a misoginia do
bolsonarismo: “Nunca tivemos, na história do Brasil, um presidente que ousasse
ofender as mulheres, os negros”. Ele agregou ainda que “nossa luta não é apenas
para eleger um presidente, mas para resgatar o direito desse país ser feliz”.
Questionado por jornalistas sobre esse mesmo assunto, declarou que “as mulheres
terão participação muito grande em meu governo”. E explicou: “Não é só porque
são maioria, mas também porque têm demonstrado competência extraordinária”.
Lula também defendeu que haja mais negros e indígenas em seu governo: “a gente
quer mostrar que esse país vai ser verdadeiramente democrático e o governo vai
ser a cara da sociedade brasileira”.
Perto de terminar a coletiva, Lula destacou que “ganhando as
eleições, vamos restabelecer a paz neste país. Precisamos voltar a sermos
humanos, a termos fraternidade e solidariedade. Não podemos fazer uma guerra
santa, o Brasil não quer isso. O país clama por paz”.
União
contra o machismo
Ao iniciar a coletiva, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou
que “o Brasil está com Lula, mas são as mulheres que vão decidir esta eleição.
E vamos decidir esta eleição contra um presidente misógino, que estimula a
violência contra as mulheres porque é um covarde”.
A senadora lembrou de dois casos de violência política de gênero
no Brasil praticadas por bolsonaristas nesta sexta-feira (21). Um deles foram
os ataques do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) à ministra Carmen Lúcia, do
Supremo Tribunal Federal (STF), a quem ele chamou de “prostituta”, entre outras
afirmações altamente misóginas e machistas. “Ele tem de voltar à cadeia
imediatamente porque ninguém tem direito de agredir uma mulher, seja ela
autoridade pública ou não”, disse Tebet.
O outro caso citado pela senadora foram as ofensas feitas à
ex-ministra Marina Silva, chamada de “vagabunda” por bolsonaristas em
restaurante de Belo Horizonte. “Esses bolsonaristas não passarão. Nós mulheres
brasileiras elegeremos Lula e vamos unir o Brasil com amor e com coragem. Essa
é a mensagem que eu gostaria de deixar em respeito às mulheres brasileiras”,
afirmou Tebet.
Na sequência, a ex-ministra Marina Silva (Rede), agradeceu pela
solidariedade e destacou: “De fato, o que está acontecendo é algo
incompreensível. Dá até medo de imaginar o que essas pessoas são capazes de
fazer. Porque se uma pessoa é capaz de dizer o que foi dito pelo Roberto
Jefferson contra uma ministra do Supremo, o que eles não são capazes de fazer e
dizer às mulheres de maneira geral Brasil afora?”.
Essa situação, disse, “foi uma senha autorizando a intimidação,
a violência política contra as mulheres e contra todos aqueles que pensam diferente
da visão bolsonarista”.
Marina apontou ainda que o “bolsonarismo não sabe lidar com as
mulheres do ponto de vista político, do ponto de vista ético, não tem preparo
para enfrentar aquelas que são a maioria da população brasileira”. E
acrescentou: “fazem um discurso hipócrita em defesa da família e fazem tudo
para desconstruí-la da forma como fez o presidente Bolsonaro, dizendo que
‘pintou um clima’ e do jeito que fez Roberto Jefferson contra a ministra Carmem
Lúcia”.
Por fim, a ex-ministra salientou: “Lula tem compromisso com a
democracia, com os pobres, os indígenas, os pretos, as mulheres, a proteção do
meio ambiente e compromisso em passar o Brasil a limpo”.
Fonte: PORTAL VERMELHO