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sábado, 6 de abril de 2019

SAFATLE PREGA A DESOBEDIÊNCIA CIVIL

vladimir safatle
NÃO SE SUBMETER
Quem controla o passado, controla o futuro. Esta frase de 1984, de George Orwell, descreve bem um dos fundamentos do Estado autoritário.

Pois, no autoritarismo, trata-se sempre de compreender o passado como objeto de controle do Estado. Seus ocupantes vestem as roupas de historiadores, apagam mais uma vez o sangue dos mortos, profanam suas sepulturas, negam compulsivamente as violências que o poder praticou. 

Depois disso, eles criam relações negadas por todas as testemunhas, por todos os historiadores reais, na esperança de que um delírio repetido infinitamente possa se transformar em realidade.

Nesta semana, descobrimos que o senhor que ocupa a cadeira de ministro da Educação está disposto a literalmente reescrever os livros de história fornecidos aos nossos alunos, apagando o golpe de 1964 e a ditadura.

No romance de Orwell havia um Ministério da Verdade, responsável por reescrever os jornais do passado e apagar notícias a fim de adequar o que ocorreu aos desejos, sempre cambiantes, do poder em curso.

Sugiro então que esse desgoverno seja honesto ao menos uma vez e troque o nome do Ministério da Educação para aquilo que ele realmente é —a saber, o Ministério da Verdade (que é conveniente ao poder).
Falsificações da História na URSS de Stalin: na foto de cima foi apagado Trotsky e na de baixo, Yezhov

O problema são os números. Segundo pesquisa Ibope realizada em março de 1964, 59% da população era a favor das medidas anunciadas por Jango no famoso comício da Central do Brasil. Na mesma época, 49,8% admitiam votar em Jango caso ele pudesse concorrer à próxima eleição. Por fim, outra pesquisa mostrava que seu governo era considerado ótimo por 15%, bom por 30%, regular por 24% e ruim por apenas por 16%. Isso depois de anos de tentativas de desestabilizá-lo.

Onde estava então o clamor do povo contra um governo eleito e suas medidas? Que tal ensinar aos nossos alunos esses números e deixá-los tirar suas próprias conclusões sobre o que ocorreu?

"sinaliza à sociedade que poderá fazer o mesmo"

Mas, talvez esteja na hora de tirar as conclusões de todas as consequências da exposição do verdadeiro núcleo autoritário deste governo. Pois vale lembrar que, mesmo numa democracia liberal, a legitimidade de um governo não vem do fato de ele ter ganhado uma eleição.

Os nazistas também venceram as eleições e começaram por constituir legalmente governos de coalização. Isto serve para nos lembrar que a legitimidade vem de outro lugar: do fato de se mostrar capaz de ser o guardião do exercício do dissenso. A primeira função de um governo é garantir que o dissenso opere.

No entanto, um governo que nega golpes de Estado em seu próprio país e que afirma que um regime que prendeu arbitrariamente, assassinou, estuprou, ocultou cadáveres, censurou, exilou, perseguiu seus opositores é um regime normal, está a dizer que ele também pode fazer o mesmo.

Afinal, se o golpe não foi golpe, se a ditadura não foi ditadura, por que o governo atual também não poderia dar golpes que não são golpes e agir como ditaduras que não são mesmo ditaduras?

Ao fazer isso, ele legitima quem clama por golpes na rua e gostaria de abraçar as mesmas ações que caracterizam uma ditadura, além de sinalizar à sociedade que não vê problema algum em fazer o mesmo caso julgue necessário.

Safatle: sem pacto possível

O fato de Bolsonaro ter sido deputado por várias legislaturas não implica comprometimento com os limites da democracia parlamentar, mas diz simplesmente que ele não se sentia forte o suficiente para operar da maneira com que sempre sonhou.

Ou seja, uma sociedade que permite um governo destes cava sua própria cova. Este governo já saiu de qualquer limiar do que mesmo uma democracia liberal aceitaria. Ele já não tem mais legitimidade alguma para continuar a ocupar os lugares do poder. 

É composto por quem aplaudiu quando éramos exilados, assassinados e torturados. Eles farão o mesmo novamente, assim que a oportunidade lhes for dada.

Sendo assim, não há razão alguma para reconhecê-lo nem para obedecer a ele. A sociedade brasileira deve desobedecer sistematicamente a este governo até que ele caia. Ela não deve reconhecer o poder de quem dá provas sistemáticas de que desrespeita o comprometimento elementar contra o arbítrio.

Ao insultar a história brasileira, este governo quebra qualquer pacto possível. (por Vladimir Safatle)

Fonte: https://naufrago-da-utopia.blogspot.com

A liberdade de Lula é a liberdade do nosso país', defende Manuela D'Ávila

Lula Livre em POA
No primeiro dia da Caravana Lula Livre, Manuela destaca que, durante governo Lula, Brasil caminhava para o desenvolvimento.
por Redação RBA
Em Porto Alegre, ex-deputada defendeu a liberdade do ex-presidente como luta pela soberania do país. E Haddad falou em defesa dos direitos e da Constituição.
São Paulo – O primeiro dia de atos da Caravana Lula Livre que, nesta sexta-feira (5), percorreu a cidade de Porto Alegre, foi sintetizado pela ex-deputada Manuela D'Ávila (PCdoB) como uma defesa geral para que o Brasil volte ao rumo do desenvolvimento econômico e social. Na Assembleia Legislativa gaúcha, Manuela, que concorreu à vice-presidência nas eleições do ano passado na chapa liderada por Fernando Haddad (PT), destacou que durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o país, ao lado de outras nações da América Latina, trilhava a busca por um mundo mais igualitário e, diante da derrocada atual, a bandeira "Lula Livre" é a continuidade dessa luta.
"A liberdade de Lula é a liberdade do nosso país", destacou a ex-deputada. "Ele conduziria o povo, mais uma vez, ao Palácio do Planalto e à soberania". A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), ao afirmar a defesa de Lula como "a luta pela soberania", considerou ainda os aspectos irregulares, segundo ela, que conduzem o processo contra o ex-presidente e confirmam sua prisão política.
"Quando falamos da defesa de Lula não estamos falando só da defesa de um homem preso injustamente – e por isso já bastaria. Mas estamos falando daquele que ousou dizer que o Brasil jamais se curvaria aos Estados Unidos, que ousou dizer que esse país seria altivo, ativo e soberano", afirmou.
RICARDO STUCKERT
Caravana Lula Livre Haddad
Haddad acrescentou luta pela defesa de Lula como fundamental para retomada dos direitos constitucionais
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que vem acompanhado a agenda de atos para denunciar a condenação de Lula, também destacou em sua fala na Assembleia Legislativa os aspectos que fazem da luta pela liberdade do ex-presidente, a defesa do Brasil e do cumprimento da Constituição para reversão do desmonte do Estado. "Libertar Lula é garantir que a Constituição seja cumprida e que os trabalhadores brasileiros tenham seus direitos assegurados".
Mais cedo, Haddad e Manuela participaram ainda de um ato na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que contou com a participação de centenas de estudantes que bradavam pela defesa da democracia, seguida por uma caminhada do Largo Glênio Peres até a Assembleia Legislativa, onde o primeiro dia da Caravana Lula Livre se encerrou.
A agenda pela defesa de Lula continua neste sábado (6) em Florianópolis, onde a partir das 11h foi realizado um ato da caravana na Escadaria do Rosário e às 12h30 uma reunião com lideranças de PT, Psol, PDT e PCdoB, além de movimentos sociais.
Com informações do PT

VALE A PENA PUBLICAR DE NOVO! Fábio Palácio: Pátria livre, venceremos!

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Um importante fato do mundo político, anunciado desde o final de 2018, mereceu da imprensa menos atenção do que deveria. Trata-se da incorporação do Partido Pátria Livre (PPL) ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Por Fábio Palácio*

Ato de incorporação PPL ao PCdoB, realizado em São Paulo, dia 2 de dezembro de 2018.
Sobre essa obra de engenharia política tão delicada quanto bem-sucedida, que resultou na fusão de duas históricas correntes da esquerda patriótica brasileira, o jornalismo político quase nada falou. Quando o fez, como em O Globo (1), justificou a junção como mero recurso para driblar a cláusula de barreira (2), passando ao largo da história e das afinidades entre as duas legendas.

Nada obstante, a novidade não passou despercebida àqueles que conhecem minimamente a história das organizações de esquerda no Brasil. Estamos diante de um fato transcendente da vida político-partidária nacional, que deveria polarizar as atenções dos verdadeiros democratas: aqueles que ainda acreditam na necessidade dos partidos políticos e, mais do que isso, defendem – como condição de um sistema político saudável – a existência de partidos autênticos, estribados em ideologia e princípios programáticos, existentes para formar quadros e realizar ideias de organização social, e não para miseravelmente organizar a distribuição de favores e prebendas.

Do PCdoB, a maior e mais conhecida das duas organizações, não é preciso dizer muito. É a histórica legenda fundada em 1922 por nomes como Astrojildo Pereira, Octávio Brandão e Abílio de Nequete – seu primeiro secretário-geral. Ladeado por outros eventos de dimensão histórica, como a Semana de Arte Moderna e a Revolta do Forte de Copacabana – marco do tenentismo –, o nascimento do Partido Comunista deu-se como parte da modernização geral da sociedade brasileira, processo que incluiu o amadurecimento político da classe operária em conexão com importantes acontecimentos do cenário internacional, como a Revolução Russa de 1917.
Em sua existência quase centenária, o PCdoB foi sempre defensor intransigente da nação, da democracia e do trabalho. A par de outras forças patrióticas, organizou a vitoriosa campanha O petróleo é nosso!, que resultou na criação da Petrobras. Foi a primeira corrente política a defender a reforma agrária e direitos trabalhistas como jornada de oito horas, férias e décimo terceiro salário. Por estas e outras, passou mais de sessenta anos na clandestinidade. Suas lideranças foram submetidas a verdadeira caçada no Estado Novo (1937-1945) e na ditadura militar (1964-1985). Foi o partido que mais perdeu quadros e militantes, perseguidos e mortos pelas forças da reação.

Nos anos 1930, à frente da Aliança Nacional Libertadora, o partido empreendeu heroica resistência contra o fascismo e o integralismo. Por sugestão de seus parlamentares, a Constituição de 1945 estampou pioneiramente a garantia da liberdade religiosa. Na década de 1970, em defesa das liberdades democráticas, organizou a epopeica Guerrilha do Araguaia. Impulsionou também a Campanha da Anistia e foi decisivo para a derrota da ditadura militar em 1985, com a eleição de Tancredo Neves no colégio eleitoral. Nos anos 1990, protagonizou as jornadas pelo impeachment de Collor e contra o neoliberalismo de Fernando Henrique Cardoso. Já neste século, contribuiu destacadamente para a eleição do ex-operário metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, inaugurando um novo ciclo político na história do país. Não à toa, um intelectual do quilate de Ferreira Gullar, referindo-se ao Partido, sentenciou em um de seus poemas: “Quem contar a história de nosso povo e seus heróis tem que falar dele / Ou estará mentindo”.

Quanto ao PPL, talvez seja necessário lembrar aos menos atentos que é a legenda sucessora do antigo Movimento Revolucionário 8 de Outubro, o MR8. Boa parte de minha geração conhece esse grupamento político da película O que é isso, companheiro?, candidata ao Oscar de melhor filme estrangeiro de 1997. A produção, baseada no livro homônimo de Fernando Gabeira, traz a história do bem-sucedido sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Elbrick, em setembro de 1969, por integrantes do MR8 e da Ação Libertadora Nacional (ALN). Esse episódio heroico da luta contra a ditadura de 1964 resultou na libertação de quinze presos políticos, entre eles José Dirceu, mais tarde ministro da Casa Civil do governo Lula.

Porém, bem antes de assistir à cena em que, durante uma ação de guerrilha urbana, o então futuro ministro-chefe da Secretaria de Comunicação do governo Lula, Franklin Martins (vivido pelo ator Luiz Fernando Guimarães), anuncia em tom triunfal: “Nós somos do Movimento Revolucionário 8 de Outubro!”, a sigla já não me era desconhecida. Tomei contato com ela nos primeiros anos 1990, quando de participações nos memoráveis congressos da União Nacional dos Estudantes. Àquela altura, coerente com sua visão de unidade nacional contra o inimigo comum imperialista, o MR8 atuava como corrente no interior do PMDB, agremiação na qual se abrigara – como de resto outras forças, incluindo os comunistas – desde os tempos em que o Movimento Democrático Brasileiro aglutinava a frente de oposição ao regime militar. Mesmo permanecendo no PMDB após o fim da ditadura, o “oito” atuava com independência e fisionomia própria.

Encabeçando teses (3) como Detonar os inimigos do Brasil, demonstrava com fervor sua veia patriótico-revolucionária. Força de grande capacidade combativa, quase sempre podia ser flagrada em aliança com os comunistas, seja no movimento estudantil, seja nas lutas travadas a partir de outros movimentos populares.

Nascido de uma costela do Partido Comunista Brasileiro (PCB), o MR8 reuniu em sua fundação membros da Dissidência da Guanabara (DI-GB). O nome da organização é uma homenagem ao revolucionário Ernesto “Che” Guevara, morto em combate na Bolívia em 8 de outubro de 1967. A Revolução Cubana inspirou largamente essa organização, que apostou na guerrilha como forma de resistência à ditadura e protagonizou, em plenos chamados anos de chumbo, célebres operações de resistência armada nas cidades, entre elas o sequestro – inédito em todo o mundo – de um diplomata americano por motivos políticos.

Segundo o pesquisador Ricardo Abreu de Melo (4) – também membro do Comitê Central do PCdoB –, o nacionalismo e o anti-imperialismo sempre foram marcas ideológicas do MR8. Muitos de seus dirigentes, formados na tradição marxista-leninista, o caracterizavam como uma força comunista. Isso fica claro em sua política de relações internacionais, que priorizava os países socialistas e seus partidos dirigentes, além de organizações “terceiro-mundistas” influenciadas pelos princípios da Conferência de Bandung (5), como o Partido Baath do Iraque. Essa linha política teve continuidade com o advento, em 2009, do PPL. Do ponto de vista programático, esse partido norteia-se “pelos princípios do socialismo científico” e propugna

[…] A constituição da mais ampla frente nacional, democrática e popular para completar a independência do Brasil, a ser alcançada com a crescente participação democrática e pluralista do povo brasileiro no processo político, de modo a que a riqueza nacional esteja cada vez mais a serviço do bem-estar dos trabalhadores e dos interesses do nosso desenvolvimento. (6)

Como facilmente se vê, a opção firmada por PPL e PCdoB vai muito além do cumprimento de burocráticas “cláusulas de desempenho” instituídas pelas forças do golpe de 2016 como forma de impedir a livre atuação de legendas históricas da vida política nacional. As organizações que ora se congregam empunham um projeto transformador para o Brasil: a retomada do desenvolvimento nacional soberano, com a reconquista da democracia e a ampliação dos direitos sociais e trabalhistas. Esse programa se reconhece na contramão do atual projeto de poder, capitaneado, aliás, por um partido sem fisionomia clara ou sólidos alicerces na vida do povo. Uma legenda aguada, que mais oculta do que revela o pensamento de seus membros. Uma legenda até ontem desconhecida da maioria dos brasileiros, e cuja improvisada ascensão ao poder diz muito do projeto (ou da falta dele) que hoje se implanta em nosso país.

É discurso corrente na grande imprensa que a cláusula de barreira veio para “fortalecer” os partidos. Quando, porém, passamos em revista os partidos barrados, vemos que ali se encontram algumas das legendas mais bem vincadas do ponto de vista programático. E é neste ponto que perguntas se impõem: Que partidos queremos? Estamos realmente interessados em forças com nitidez ideológica? Almejamos algo mais do que cartórios políticos para registro de candidaturas e distribuição de cargos? Queremos partidos para uma democracia real ou para uma democracia de fachada? Nossos organismos partidários contribuem para a estabilidade democrática ou não passam de expressão da crise orgânica de nosso sistema político?

Se queremos partidos robustos, em que a fidelidade partidária não seja mera questão de cálculo ou conveniência, é preciso reconhecer que medidas como a cláusula de barreira, baseada no número de votos obtidos para a Câmara dos Deputados – repito: apenas para a Câmara dos Deputados –, não têm contribuído para esse propósito. Isso ocorre, desde logo, porque os problemas de nossa governança não derivam da quantidade de partidos, mas de sua incapacidade de desprender-se da autoindulgência para representar os verdadeiros interesses populares.

Isso posto, a abordagem da cláusula de barreira devia ser revista. Ainda que se admita o diagnóstico – de certo equivocado – segundo o qual temos “muitos partidos”, fica a pergunta: por que coagir à semiclandestinidade justamente aqueles que têm raízes e descortino programático – alguns deles, diga-se, nem tão pequenos assim, ainda mais quando se consideram critérios como o número de governadores, de senadores ou de deputados estaduais? Não seria a hora de pensar redutores alternativos à cláusula de barreira, capazes de combinar critérios quantitativos com outros, qualitativos, como o histórico das legendas e o fato de representarem posicionamentos ausentes do resto do espectro político refletido no parlamento? Afinal de contas, a força de um partido, ainda mais em um sistema político fortemente influenciado pelo poder econômico, não pode ser aquilatada unicamente através de números, quaisquer que sejam. Ela depende também da qualidade de sua elaboração política, de sua competência em formar quadros, de sua habilidade em consertar acordos e consensos, de sua presença nas organizações da sociedade civil e, sobretudo, de sua capacidade de encarnar os efetivos anseios do povo.

No momento mesmo em que escolhe somar forças com outros patriotas, o Partido Pátria Livre salva de nova proscrição a histórica legenda fundada em 1922. Pequeno em número, o PPL demonstra, com esse gesto, toda a magnitude de sua grandeza como organização partidária.

Quantas forças, mesmo entre as mais abnegadas do campo da esquerda, teriam tamanho desprendimento? Só um partido efetivamente revolucionário fenece para unir-se ao PCdoB e multiplicar a chama da revolução. O PPL repete assim, no plano institucional e em outras circunstâncias, aquilo que fizeram inúmeros combatentes da luta contra a ditadura, que deram a vida pela redenção democrática do Brasil. Os militantes desse partido demonstram, além de enorme generosidade, titânica coragem: a de empunhar a foice e o martelo no momento em que o fascismo galopante tenta banir esse símbolo.

Tivéssemos um jornalismo político digno desse nome, efetivamente preocupado com a saúde de nossos partidos, essa atitude seria cantada em verso e prosa nas páginas de nossa imprensa.

Notas

(1) Cf. KRAKOVICS, F. “Sem conseguirem atingir cláusula de barreira, PCdoB vai incorporar PPL”. O Globo [online]. 27 nov. 2018. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/brasil/sem-conseguirem-atingir-clausula-de-barreira-pcdob-vai-incorporar-ppl-23263606>.

(2) Dispositivo legal que restringe o funcionamento de partidos que não alcançam determinado percentual de votos, impedindo o acesso a fundo partidário, tempo de TV e rádio e estrutura de liderança partidária no parlamento. A atual cláusula de barreira foi aprovada na reforma política de 2017 e estabelece como linha de corte inicial (crescente nas eleições seguintes) o patamar de 1,5% dos votos nacionais ou a eleição de nove deputados em nove estados.

(3) Nos congressos estudantis, as correntes organizadas costumam apresentar-se como “teses”, documentos políticos que aglutinam não apenas os membros dessas correntes, mas todos aqueles que os subscrevem.

(4) MELO, R.A. O Foro de São Paulo: uma experiência internacionalista de partidos de esquerda latino-americanos (1990-2015). Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2016.

(5) A Conferência de Bandung, ocorrida em 1955, reuniu 29 países asiáticos e africanos e inaugurou o movimento dos não alinhados, que pretendia constituir-se como nova força política global (o Terceiro Mundo) por meio da cooperação econômica e cultural entre países que desejavam afastar-se tanto da órbita americana quanto da soviética. O movimento influenciou inúmeras organizações políticas, em particular na Ásia e na África, mas também na América Latina e na Europa.

(6) PARTIDO PÁTRIA LIVRE. Estatuto do PPL. Brasil, 2009. Disponível em:
<www.partidopatrialivre.org.br>.

*Fábio Palácio é professor de jornalismo no Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão.

Estatuto do Partido Comunista do Brasil - PCdoB - CONFIRAM!!!

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Estatuto do Partido Comunista do Brasil - PCdoB

Versão aprovada no 14º Congresso do Partido Comunista do Brasil.
Brasília, de 17 a 19 de novembro de 2017.

Capítulo I – Do Partido

ARTIGO 1º

O Partido Comunista do Brasil, fundado em 25 de março de 1922, reorganizado em 18 de fevereiro de 1962 e legalizado, na fase atual, em 27 de maio de 1985, é o partido político da classe operária e do conjunto dos(as) trabalhadores(as) brasileiros(as), fiel representante dos interesses do povo trabalhador e da nação. Organização política de vanguarda consciente do proletariado, guia-se pela teoria científica e revolucionária elaborada por Marx e Engels, desenvolvida por Lênin e outros revolucionários marxistas.

O Partido Comunista do Brasil luta contra a exploração e opressão capitalista e imperialista. Visa à conquista do poder político pelo proletariado e seus aliados, propugnando o socialismo científico. Tem como objetivo superior o comunismo. Afirmando a superioridade do socialismo sobre o capitalismo, almeja retomar um novo ciclo de luta pelos ideais socialistas, renovados com os ensinamentos da experiência socialista do século XX, e desenvolvidos para atender à realidade do nosso tempo e às exigências de nosso país e nossa gente. Ao mesmo tempo, no espírito do internacionalismo proletário, apoia a luta anti-imperialista de todos os povos por sua emancipação nacional e social, soberania nacional e pela paz mundial.

O Partido Comunista do Brasil é uma organização de caráter socialista, patriótica e anti-imperialista, expressão e continuação da elevada tradição de lutas do povo brasileiro, de compromisso militante e ação transformadora contemporânea ao século XXI, inspirada pelos valores da igualdade de direitos, liberdade e solidariedade, de uma moral e ética proletárias, humanistas e democráticas.

Para levar adiante seus propósitos, o PCdoB se rege, nos marcos da legislação vigente do país, pelo presente Estatuto.