ELEIÇÕES 2022: MOVIMENTO 65

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CAMPANHA MOVIMENTO 65

terça-feira, 1 de novembro de 2022

Lula venceu em 564 cidades de MG; união Bolsonaro-Zema naufragou - por André Cintra, Andressa Schpallir

 

Lula e Alckmin participam de caminhada em Belo Horizonte (MG) | Foto: Ricardo Stuckert.

“Está mantida a tradição de que quem ganha em Minas ganha no Brasil”, afirma Wadson Ribeiro, presidente do PCdoB-MG.

Jair Bolsonaro (PL) bem que tentou. Mas a tão badalada união do presidente com o governador reeleito Romeu Zema (Novo) não foi suficiente para virar a votação em Minas Gerais no segundo turno, realizado no domingo (30). Como no primeiro turno, o vencedor no estado foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Dos 853 municípios de Minas, nada menos que 564 deram vitória a Lula. No conjunto do estado, foram 50,20% dos votos válidos para o petista, contra 49,80% de Bolsonaro. A vantagem foi parecida com a que Lula obteve em todo o território nacional contra seu adversário – 50,90% a 49,10%.

“Está mantida a tradição de que quem ganha em Minas ganha no Brasil. A população soube se posicionar de forma acertada neste momento tão importante da história do país”, afirma Wadson Ribeiro, presidente do PCdoB-MG.

A expectativa bolsonarista era que o apoio de Zema, reeleito em primeiro turno com 56,18% dos votos válidos, impulsionasse a virada. O governador chegou a anunciar o apoio de mais de 600 prefeitos a Bolsonaro e foi apontado até como um possível candidato a sucessor do presidente, caso este fosse reconduzido ao Planalto. Setores importantes da elite de Minas, como a todo-poderosa Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), também aderiram à campanha.

Nada disso impediu a derrota. Do primeiro para o segundo turno, o pacto “todos contra Lula” conseguiu apenas reduzir a diferença entre os dois presidenciáveis. Enquanto Bolsonaro só se pronunciou sobre a eleição nesta terça-feira (1), o próprio Zema foi um dos primeiros políticos a reconhecerem, já na noite de domingo, a vitória de Lula.

“Com o resultado da eleição nacional, desejo sucesso ao presidente eleito. Seguirei cobrando que Minas seja prioridade, como merece”, registrou Zema, em suas redes sociais. “Estarei aberto ao diálogo para que o Brasil possa crescer com trabalho, honestidade e respeito. Que Deus abençoe nossa nação.”

Em público, parlamentares bolsonaristas elogiaram o empenho do governador. Mas os números põem em xeque o suposto êxito da missão. Lula obteve vitória em 372 cidades nas quais Zema ganhou no primeiro turno. Já Bolsonaro ficou à frente em apenas 287 desses municípios que deram vitória ao governador.

Na visão de Wadson Ribeiro, as condições de disputa tornam ainda mais expressivo o desempenho eleitoral de Lula em Minas Gerais. “Foi uma luta muito forte contra duas máquinas muito poderosas – a máquina do governo federal e a máquina do governo do estado”, afirma. “Sem contar os apoios do senador eleito por eles (Cleitinho, do PSC), do deputado federal mais votado no Brasil eleito por eles (Nikolas Ferreira, do PL), além de uma pressão muito grande sobre as prefeituras”.

O deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), que coordenou a campanha de Lula no estado, comemorou a preferência dos mineiros. Em sua conta no Twitter, o parlamentar afirmou que “Minas Gerais não falhou na missão e continuou sendo a terra da liberdade”.

Zema acompanhou Bolsonaro nas seis visitas do presidente ao estado durante o segundo turno. A dupla cumpriu agendas de campanha em Belo Horizonte, Governador Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros, Teófilo Otoni e Uberlândia. Ultrapassar Lula em Minas era uma das prioridades da campanha na busca da reeleição. Números e atividades à parte, o plano naufragou nas urnas.

Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do País, ficando atrás apenas de São Paulo. Desde 1955, o resultado das eleições presidenciais no estado acompanha o nacional – nenhum presidente eleito democraticamente no Brasil desde então foi derrotado entre os mineiros.

Fonte: Portal VERMELHO

Lula indica Alckmin para coordenar transição junto ao governo Bolsonaro - por André Cintra

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), confirmou a indicação de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), para coordenar a transição para o novo governo. A decisão, tomada na segunda-feira (31), foi formalizada nesta terça (1).

Sob a liderança de Alckmin, a equipe de transição, composta por 50 pessoas, será instalada em gabinete provisório no prédio do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília. Caberá a esse time de políticos e técnicos dialogar com o governo Jair Bolsonaro (PL), em busca de informações, por exemplo, sobre as políticas e as contas públicas.

Os petistas Alozio Mercadante, coordenador do programa de governo da coligação Brasil da Esperança, e Gleisi Hoffmann, coordenadora da campanha e presidente do PT, vão integrar a equipe. A primeira reunião do grupo está prevista para quinta-feira (3).

Nesta segunda, mesmo com o silêncio público do presidente Jair Bolsonaro, a transião deu os primeiros passos. Alckmin conversou com o atual vice-presidente Hamilton Mourão e chegou a ser convidado para uma visita ao Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência.

Já Edinho Silva – que coordenou a Comunicação da campanha Lula – telefonou para o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Legalmente, compete ao titular da Casa Civil fazer as nomeações da equipe de transição.

Com duração de dois meses, a transição entre uma gestão federal e outra está prevista na legislação. De acordo com a Lei Nº 10.609/2002, um dos objetivos é facilitar, ao mandatário eleito, a edição de atos imediatamente após a posse.

Fonte: Portal VERMELHO