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quinta-feira, 21 de abril de 2016

PCdoB do MA homenageia deputados que votaram contra o golpe

Movimentos sociais, sindicais, entidades e representantes partidários se reuniram na noite desta quarta-feira (20), na Assembleia Legislativa do Maranhão, para fortalecer a luta pelo Estado Democrático de Direito no Brasil. Em Ato em Defesa da Democracia e da Constituição, o PCdoB homenageou deputados federais que votaram contra a autorização do impeachment da presidenta Dilma Rousseff no último domingo (17).


 
 

A solenidade foi marcada pela luta em defesa da Constituição e da Democracia e contra o golpe orquestrado para destituir a presidenta Dilma Rousseff. Os parlamentares que votaram contra o impeachment foram homenageados com uma placa entregue pelo governador Flávio Dino e pelo presidente do PCdoB do Maranhão, Márcio Jerry. 

Em seu discurso, Flávio Dino explicou que o objetivo do Ato foi condecorar a coragem, determinação e atitude de Dilma Rousseff, dos parlamentares e dos movimentos sociais que combatem a tentativa de golpe que está em curso no país. Ele ressaltou que não é fácil para uma mulher enfrentar o ataque, a difamação e a ofensa que a presidenta vem enfrentando. “Não tenham dúvida nenhuma de que havia e há nesse teatro e nessa farsa toda, uma série de atitudes que se explicam pelo secular e entranhado machismo”, disse Dino.

O governador enfatizou também a postura ética em defesa da Constituição e da Democracia que os parlamentares homenageados tiveram. “Esses aqui mostraram que tem lado, lealdade e coragem, e por isso nossa homenagem. Optaram em ficar na minoria do parlamento para ficar na maioria do coração do povo e na sociedade que reconhece a atitude deles”, realçou, se dirigindo aos deputados maranhenses Rubens Júnior (PCdoB), Weverton Rocha (PDT), Waldir Maranhão (PP), Zé Carlos (PT) e Júnior Marreca (PEN), além do parlamentar, maranhense, pelo Rio de Janeiro, Wadih Damous (PT). 

Flávio Dino fez uma análise da trajetória política do Brasil e defendeu o maior ciclo democrático da história brasileira. De acordo com ele, a concretização da democracia está ameaçada por uma manobra que não encontra amparo judicial. “Inventaram um negócio chamado pedalada fiscal. Olha que eu estudo direito há mais de 30 anos. Eu nunca vi um arranjo tão mal feito, tão feio quanto esse que inventaram”, bradou. 

Márcio Jerry destacou que o Maranhão deu mais uma contribuição ao Brasil com o Ato em Defesa da Democracia e da Constituição, ao homenagear os deputados que votaram contra o golpe. “Um momento importante de reconhecer a firmeza, o compromisso com o país que tem aqueles que aqui hoje estamos a homenagear”, salientou o presidente do PCdoB/MA.

Deputados enaltecem luta pela democracia

O deputado Wadih Damous apontou o protagonismo de São Luis, a Ilha Rebelde, no combate contra o golpe e em defesa da democracia. Ele disse que no último domingo a Câmara Federal viveu seu dia de vergonha, que entrará para a história assim como o 1º de abril de 1964, quando o deputado Auro de Andrade declarou vaga a presidência da República quando o presidente João Goulart ainda se encontrava em território nacional. 


“Nós temos que barrar o golpe no Senado, é isso que nós temos que fazer agora. É muito importante que, a partir daqui do Maranhão, nós digamos ao povo brasileiro que a presidenta Dilma não praticou crime de responsabilidade como nós já deixamos claro em diversas
 oportunidades”, relevou Damous.

O atual vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão, frisou que o mundo está acompanhando o cenário político brasileiro. “Muito tem se dito que o povo é soberano. Em respeito a essa soberania, é que não vai ter golpe”, sublinhou. Para Júnior Marreca, a democracia no Brasilainda é muito prematura, e é preciso lutar pelos avanços sociais obtidos nos últimos anos.

Weverton Rocha explicou que as conquistas sociais estão ameaçadas caso o golpe se concretize. “Eles que não deixaram discutir a CPMF, vão ser os mesmos que vão estar discutindo ela. Vão ser os mesmos que vão estar discutindo a reforma da presidência, tirando os direitos de tantos. Serão os mesmos que vão estar discutindo a CLT para poder flexibilizar e tirar o direito do nosso trabalhador. Tudo que eles colocam hoje que não vão fazer, sabemos que querem fazer”, apontou.


De acordo com Rubens Júnior, o movimento golpista nasceu da vingança do presidente da
 Câmara, Eduardo Cunha, porque o PT não apoiou o arquivamento do processo dele no Conselho de Ética. “Agradeço a homenagem, mas, mais do que isso, votei achando que a gente era uma minoria. Chego aqui e vejo que essa coragem não é individual, não é apenas minha de muitos deputados federais maranhenses, de um governador ou de um partido, eu vejo que esta é a coragem legítima do povo maranhense e do povo brasileiro”, acentuou o deputado.

Movimentos Sociais

O Ato também foi marcado por forte presença de movimentos sociais que entoaram o grito de “Não Vai ter Golpe”. Os presidentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Maranhão, Adriana Oliveira, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB/MA), Joel Nascimento, da União da Juventude Socialista (UJS), Tais Campos, e do Movimento dos Sem Terra (MST), Inês Pinheiro, participaram da solenidade. 

“Gostaria neste momento de saudar e parabenizar o governador do Maranhão pela coragem que tem tido de se colocar contra esse golpe. Golpe este que está sendo orquestrado desde as ultimas eleições. E orquestrado, sobretudo, porque a direita costuma ganhar as eleições no tapetão e dessa vez não ganhou”, exclamou Inês Pinheiro. 

Fonte: Portal Vermelho

“Tenho orgulho em ser atacado pela Veja. É uma piada”, diz jornalista norte-americano

Glenn Greenwald, premiado jornalista que cobriu os vazamentos de Snowden e que está acompanhando a crise política no Brasil, ironizou a revista da editora Abril, que o acusou de ter “embarcado no discurso governista”; na CNN, Greenwald diz que é “pertubador” ver o brasileiro “brincando” com a democracia. Assista
Por Redação - Revista FÓRUM.
Pelo Twitter, o aclamado jornalista norte-americano Glenn Greenwald, do site The Intercept, ironizou a revista Veja depois que a publicação da editora Abril o acusou de ter “embarcado no discurso governista”.
“Tenho orgulho de ser atacado pela Veja assim. É uma piada, a Fox News do Brasil – porém, menos confiável”, escreveu o jornalista pelo na manhã desta quarta-feira (20).
Morando no Rio de Janeiro para cobrir a situação política no Brasil, Greenwald ganhou os mais importantes prêmios de reportagem do mundo por ser um dos principais responsáveis pela apuração e pelas matérias surgidas a partir das revelações feitas pelo ex-agente da NSA, Edward Snowden.
Em entrevistas e matérias que tem feito, Greenwald demonstrou concordar que o que se passa no Brasil é um golpe e afirmou esta semana, na CNN, que é “pertubador” ver o brasileiro “brincando com a democracia” em um intervalo tão curto de tempo com o golpe de 1964.
Assista.

Dilma: Lutarei em todas as trincheiras para derrotar esse golpe

A presidenta Dilma Rousseff afirmou, nesta quarta-feira (20), que irá lutar em todos os níveis contra o que chamou de “eleição indireta travestida de impeachment”. A declaração foi feita durante entrevista concedida a blogueiros no Palácio do Planalto. Segundo a presidenta, o governo, apesar de respeitar a legislação e a representatividade do Congresso, considera ilegítima e distorcida a forma como se deu o rito do pedido de interrupção do seu mandato.

Roberto Stuckert Filho/PR
 Dilma em entrevista a blogueiros nesta quarta-feira (20)
 Dilma em entrevista a blogueiros nesta quarta-feira (20)
“O que está em questão não é o meu mandato, está em questão o processo democrático. Ou seja, está em questão aquilo que a gente dava como garantido. Eu nunca achei que outra vez eu ia estar lutando por democracia. Então, como isso está em jogo eu vou lutar em todas as trincheiras que eu puder para derrotar esse golpe, onde for necessário eu vou. […] Uma coisa é respeitar, outra coisa é saber que o rito foi inteiramente permeado de cerceamento à defesa e desvio de poder por parte de quem o conduzia”.
Ainda sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, Dilma disse que ele foi o “conspirador-mor” da desestabilização do seu governo e representa “o pecado original” do processo de impeachment.
“O conspirador faz o processo de impeachment, não olhando as bases reais dele, mas olhando o fato de que os seus, a sua negociação chantagista não tinha sido aceita. […] Mas o fulcro da ilegitimidade é que quem quer me substituir e conspirou para isso, não tem voto popular. E só tem um jeito de você legitimar-se na democracia, voto popular”.
Confiante em relação à continuidade do seu governo, Dilma disse que chegou o momento de se provar quem são os verdadeiros democratas do Brasil.
“Quem vai respeitar a Constituição Federal nesse País? Estou sofrendo o pior dos agravos que é ser condenada injustamente. […] Eles não me afastarão, eu continuarei sendo a presidenta da República. Não acho que seja algo decisivo. Tenho que manter o que sou, sou presidente da República Federativa do Brasil, eleita por 54 milhões de votos”
Questionada sobre que País espera deixar para seu neto, Dilma disse desejar o fim do ódio, da intolerância e  do preconceito contra índios, mulheres e orientações sexuais.
“Quero um país em que o meu neto olhe para povo brasileiro e lembre sempre que ele, o brasileiro, é o guardião de tudo que nós temos de melhor. Então, que ele saiba ter um padrão de julgamento, em que ele defenda aqueles que mais precisam e que ele viva num país melhor do que eu vivi. Acho que ele vai vier, porque eu vivi uma parte da minha vida na ditadura, estou vivendo na democracia. E acredito que nós vamos assegurar que essa democracia inclua, desenvolva, que eticamente seja intolerante e não incite o ódio nem o bullying”.
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Fonte: Blog do Planalto