Ministério da Saúde declara emergência em território yanomami.
Lula diz que vai levar transporte e atendimento médico. ‘Desumano o que eu vi’,
diz Lula em Roraima.
Os Yanomami vivem uma crise sanitária que já resultou na
morte de 570 crianças por desnutrição e causas evitáveis, nos últimos anos,
sendo que 505 tinham menos de 1 ano.
A contaminação por mercúrio verificada na população ocorre
devido ao impacto das atividades de garimpo ilegal na região. Entidades acusam
o governo Bolsonaro de tentativa de genocídio, pelo modo como abandonou estas
populações, durante a pandemia, também.
O presidente criticou
ainda o governo anterior por permitir que a situação se agravasse.
“Sinceramente, o presidente que deixou a presidência esses dias, se ao invés de
fazer tanta motociata, tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse
povo não tivesse abandonado como está”, argumentou.
“É desumano o que vi
aqui”, afirmou Lula, diante da emergência por causa de casos graves de
desnutrição de crianças. O presidente anunciou algumas medidas para ajudar a
população da região. A melhoria do transporte oferecido aos indígenas, segundo
ele, será a primeira providência.
O presidente criticou
ainda o governo anterior por permitir que a situação se agravasse.
“Sinceramente, o presidente que deixou a presidência esses dias, se ao invés de
fazer tanta motociata, tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse
povo não tivesse abandonado como está”, argumentou.
O presidente também disse
que quer montar um plantão médico nas aldeias: “A saúde precisa ir até a
aldeia, não esperar que as pessoas se locomovam até a cidade. Fica mais fácil a
gente transportar dez médicos do que 200 indígenas que estão aqui”.
Garimpo e genocídio
Por fim, afirmou que vai
trabalhar para acabar com o garimpo ilegal. “Eu posso dizer para você é que não
vai mais existir garimpo ilegal. E eu sei da dificuldade de se tirar o garimpo
ilegal, já se tentou outras vezes, mas eles voltam.”
“Mas nós vamos levar muito
a sério de acabar com qualquer garimpo ilegal e mesmo que seja uma terra que
tenha autorização da agência para fazer pesquisa, eles podem fazer pesquisa sem
destruir a água, a floresta e sem colocar em risco a vida das pessoas que
dependem da água para sobreviver”, afirmou Lula. “É importante as pessoas
saberem que esse país mudou de governo e o governo agora vai agir com a
seriedade no tratamento do povo que esse país tinha esquecido”, completou.
Em 2020, o primeiro ano da
pandemia, o garimpo ilegal avançou 30% na Terra Yanomami. Segundo relatório
produzido pela Hutukara Associação Yanomami (HAY) e Associação Wanasseduume
Ye’kwana (Seduume), a área total devastada pelo garimpo é de 2.400 hectares.
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