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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Especial Eleições 2016: Entrevista com Manuela D’Ávila

Por  Natasha Ramos.
A UNE conversou com Manuela D’Ávila que falou sobre sua trajetória do movimento estudantil à vida partidária e a necessidade de se renovar a política
Os anos de Movimento Estudantil foram transformadores para a deputada estadual gaúcha Manuela D’Ávila (PCdoB). Sua militância se iniciou em 1999. No mesmo ano, ela se aproximou e se filiou à União da Juventude Socialista (UJS), o que contribuiu muito para o seu crescimento e amadurecimento político. Foi conselheira do Conselho Universitário da UFRGS e coordenadora do Centro de Estudantes de Ciências Sociais. Em 2003, no Congresso da União Nacional dos Estudantes, em Goiânia, foi eleita vice-presidente regional da entidade. Manuela foi a vereadora mais jovem da história de Porto Alegre, eleita em 2004 aos 23 anos. Se tornou deputada federal em 2006 e foi reeleita em 2010. Em 2014, foi eleita deputada estadual com a maior votação para o cargo naquele ano. O site da UNE entrevistou a parlamentar para oEspecial Eleições 2016 sobre sua trajetória e sobre a renovação da política a partir da candidatura de jovens do movimento estudantil. Confira:
UNE: Como o ME contribuiu para sua formação política?
Manuela D’Ávila: Contribuiu muito. Os anos de Movimento Estudantil foram de aprendizado e fortalecimento de meus ideias. Quando militava na UNE sabia que as causas pelas quais lutávamos eram mais do que questões estudantis, lutávamos por um projeto de país. Quando entendemos o funcionamento das instituições e movimentos sociais, compreendemos a dimensão da micropolítica, isso facilitou o meu entendimento da complexidade da macropolítica. Conhecimentos que levo até hoje comigo.

UNE: Como você vê essa renovação da política a partir da candidatura de jovens do movimento estudantil?
Manuela D’Ávila: Os jovens são atores estratégicos na luta pela superação dos problemas da velha política. São eles que ousam frente aos problemas que nos castigam há anos. O movimento estudantil mostra aos jovens militantes a necessidade da organização e da democracia. Não existe país desenvolvido sem amplo investimento na juventude. É a juventude que questiona o sistema político e faz isso com razão. O sistema político atual, com os partidos dirigidos por homens velhos e conservadores, que não dão espaços para as mulheres e para os jovens, realmente não nos representam. Mas mais do que criticar, é preciso ocupar a política, por isso, as candidaturas dos jovens são tão importantes para gente.

UNE: Quais foram as dificuldades que você enfrentou por ser uma candidata jovem em um ambiente de pessoas mais velhas?
Manuela D’Ávila: Além de jovem, fui uma jovem mulher, temos aí dois preconceitos cruzados, o geracional e o de gênero. Sabemos das dificuldades que as mulheres encontram para ocupar os espaços de poder e, quando ocupam, a dificuldade de se manter neles é uma luta constante. Ainda é difícil para os jovens conquistar credibilidade em espaços dominados por pessoas mais velhas e, por vezes, conservadoras. Sempre tive que ter pulso firme nas minhas decisões e ignorar alguns comentários. Para enfrentar esse preconceito contra os jovens e a fala de “falta de experiência” é preciso estudar, ler e se informar o máximo possível.

UNE: Como rebater a pergunta de que o movimento estudantil é um simples trampolim político?
Manuela D’Ávila: Normalmente quem fala isso é quem questiona a própria existência do movimento estudantil. O movimento estudantil é um espaço político e de aprendizado. É natural que muitos militantes continuem atuando na política, afinal, deixamos de ser estudantes e precisamos nos organizar em outros espaços. O que precisamos diferenciar, são aqueles militantes oportunistas que usam esses movimentos para se promover, sem ideologia alguma. Quando me elegi vereadora, acabei deixando a UNE. Mas não há mal nenhum em um jovem ser de uma entidade e depois concorrer. Mal há em ele não concorrer e deixar a política tomada por àqueles que não tem comprometimento com as necessidades da população.

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