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domingo, 4 de outubro de 2015

Por que mais espaço ao PMDB? – Por Mú Adriano

O sistema político adotado pelo Brasil é o presidencialismo, isso implica que a formação do executivo é separado do Congresso Nacional. Já o Congresso, também chamado de poder legislativo, formado por deputados e senadores, são os responsáveis em grande medida por aprovar peças orçamentárias, leis etc, enfim uma série de demandas do executivo.
Portanto o primeiro não vive sem o segundo, cabe ai a primeira reflexão, se o executivo é dependente do legislativo, significa que esse mesmo executivo precisa conquistar mais votos nessas casas, nesse momento que entra a negociação com os partidos políticos e parlamentares para se construir uma maioria ou, como também é conhecida, uma “base governista”.
Se já entendemos essa parte, como funciona e se dão as relações entre o executivo e o legislativo, vamos a vida real. A presidenta Dilma reeleita por 54 milhões de votos em outubro, sofreu nesses quase 10 meses de mandato um enorme de desgaste, essa “base governista” se diluiu, os únicos partidos que ainda podem contar com 100% de certeza é PT e PCdoB, mas isso não chega nem perto de 100 deputados, sendo que a câmara tem 513 deputados, portanto é necessário achar caminhos para recompor essas peças e que o governo ou executivo, possa ter novamente tranquilidade de encaminhar as suas pautas para o congresso e que possam votar a favor daquilo que o governo entende ser melhor.
Vamos agora a questão mais emblemática, aumentar o espaço do PMDB “isso é absurdo e outras coisas”, é claro que todos aqueles que são progressistas e querem ver o Brasil avançar, desejam muito que esse campo fosse maior no reflexo do governo, porém falta aqui uma pequena ressalva, existe um negócio que não depende da nossa vontade chamada de ” CORRELAÇÃO DE FORÇAS” e essas companheiros/camaradas não estão favoráveis para nós, e não sou eu que estou dizendo isso, o que diz isso são as urnas, ou melhor foram às urnas, ou já nos esquecemos que da soberania popular que é o voto emergiu o congresso mais conservador desde 64?
Sendo isso uma constatação precisamos admitir que isso irá ter impacto na realidade, somado à crise econômica mundial, do qual o governo esgotou suas possibilidades de conter os efeitos no país, algumas escolhas recessivas adotadas pela presidenta com a consciência que era um ajuste amargo mas necessário para no ano que vem retomar o crescimento, tudo isso no caldeirão com uma oposição fortalecida pelo resultado das eleições e a grande mídia brasileira atacando por todos os lados, porque enxerga nesse caos a oportunidade de derrotar um projeto popular que chegou ao governo em 2002. Pronto com tudo isso está formado o ambiente propício para o que? Golpe, exatamente, mas camuflado de impeachment!
Agora para chegar na reta final, o palácio do planalto, também chamado de executivo como já vimos, comandado pela Dilma, nossa presidenta, por algum tempo ficou sendo bombardeada sem exercer qualquer tipo de reação, eis que uma luz no fundo do túnel surge, inicia-se movimentos de barrar o insano presidente da câmara Eduardo Cunha, estabelece-se uma relação mais republicana com o PMDB nas perspectivas que esses mais gostam, no fisiologismo, no cargo a cargo. Isso é ruim? É péssimo, prejudica a qualidade da política brasileira, porém é a política real. Não se governa o Brasil sem fazer esse tipo de concessão, mas aqui que mora o verdadeiro nó da questão, todos esses movimentos existem porque aqueles que acham que o governo está bom representam apenas 10% das avaliações, e todas as energias do governo estão concentradas em evitar o golpe que a oposição em especial os tucanos trabalham dia e noite para ver consumado.
Então você pode dizer que não concorda com o toma lá dá cá, eu também não, mas nesse momento não tem muito o que possamos fazer, talvez o melhor fosse nos termos um regime parlamentarista, mas as duas vezes que o povo brasileiro foi às urnas para decidir sobre o sistema de governo, nosso povo decidiu pelo presidencialismo, portanto a realidade está dada.
Ainda existe nessa quadra a disputa do projeto nas ruas, isso sem dúvida é muito necessário que ocorra, mas como eu coloquei lá em cima, o Congresso mais conservador desde 64 não vem a toa, é reflexo de uma onda conservadora que paira na sociedade brasileira em nossos dias.
Por fim e ao cabo essa onda conservadora com um possível impeachment pode vir a ser uma avalanche avassaladora, que atingirá de maneira assustadora a esquerda e o campo democrático do Brasil, os movimentos do governo são corretos ao repactuar com o PMDB, primeiro para barrar o golpe, segundo recompor a “base governista”, com isso ter condições de retomar a iniciativa política, aprovar os projetos necessários a governabilidade do país.
Essa, senhoras e senhores, gostando ou não é a política real, é necessário transformá-la, sem dúvida, mas não sejamos nós mais “realistas do que o Rei”.
Fonte: UJS - UNIÃO DA JUVENTUDE SOCIALISTA

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