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domingo, 9 de julho de 2017

Os reflexos políticos das crises capitalistas e o papel dos jovens comunistas – Por Henrique Domingues

capitalism

O capitalismo passou por inúmeras crises desde que tornou-se o sistema socioeconômico predominante a partir das revoluções burguesas e da subsequente revolução industrial. Um sistema que se baseia na desigualdade e no acúmulo de riquezas não surpreende que esteja sempre envolvido em crises, a crise é uma premissa básica da falta de desenvolvimento democrático e irá se manifestar cedo ou tarde. O que impressiona, na verdade, é a capacidade que o capitalismo tem de se reinventar para superar as crises, o que atribui uma dinâmica de ciclos ao sistema.
Em decorrência das crises capitalistas, muitas mudanças no cenário político mundial aconteceram. A crise do petróleo nos anos 1970 serviu de catalisadora para o nascimento do G6 (hoje G7, mas que já foi G8), assim como a crise asiática de 1997 promoveu a articulação do G20, que são grupos de cooperação política e econômica que reúnem as nações mais desenvolvidas do planeta. Há ainda o efeito das grandes crises mundiais, como a crise de 1929, a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque que produziu o ambiente necessário para a proliferação do nazifascismo de Hitler e Mussolini.
Passamos hoje por uma dessas crises de proporções mundiais. A quebra do banco Lehman Brothers nos Estados Unidos da América afundou o mundo inteiro numa profunda recessão econômica, que a política posta não conseguiu encontrar respostas e soluções. A partir da crise econômica, buscam-se novas saídas, novas ideias e é possível identificar os reflexos da crise, nas movimentações da política. A eleição de Obama e depois de Trump nos EUA, Tsipras na Grécia, Trudeau no Canadá, o brexit no Reino Unido, a ascensão de Macron e Le Penn na França, todas com ares de renovação.
A crise econômica empurra a política para o novo. É a fuga das tradicionais soluções marteladas por décadas. Na América Latina não foi diferente: Os golpes institucionais em Paraguai, Honduras e Brasil, a ascensão de Macri na Argentina e as desestabilizações induzidas que ganham força na Venezuela, graças a realidade da crise mais profunda que o capitalismo já enfrentou em toda a história. Ou seja, aqui na nossa casa os efeitos colaterais do momento econômico não se diferem do restante do mundo. É perfeitamente possível traçar paralelos e pontos de convergência.
Diante da demanda por novidades, é tarefa dos comunistas apresentar-se ao povo como tal. Através de projetos desenvolvimentistas, amplos, democráticos e patrióticos. É fundamental que o novo mundo seja propagandeado pelos novos homens e pelas novas mulheres. Caso contrário, se conformará um vácuo político que, inevitavelmente será ocupado. No Brasil, o que se apresenta como novidade ao povo é a pré-candidatura de Jair Bolsonaro, representante do neofascismo que ganha lastro na sociedade brasileira muito pela despolitização, mas também pela falta de opções.
Combater a intolerância fascista e violenta é uma responsabilidade de todos os democratas mas, sobretudo, daquelas e daqueles que sonham com um mundo onde a justiça se faça valer e a dignidade possa ser, de fato, democratizada para todo o conjunto da população. E o único caminho para que isso aconteça, é a superação do sistema posto em detrimento de ideias e organizações mais avançadas. Somente o socialismo e o caminho que se percorre para alcançá-lo poderá, de fato, apresentar as respostas que o povo busca a tanto tempo.

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